Alguns, na tentativa de provar essa suposta ressurreição de Moisés, argumentam que, antes da ressurreição de Jesus, a Bíblia apresenta cerca de sete casos de ressurreição:
1 – O filho da viúva de Sarepta (IRS 17.17-22)
2 – O filho da Sunamita (2Rs 4.32-37)
3 – O morto na sepultura de Eliseu (2Rs 13.2O)
4 – O filho da viúva de Naim
5 – Talita
6 – Lázaro (Jo 10.11.43,44)
7 – Alguns Santos no dia da morte de Jesus (Mt 27.5153)
Diante de tantas provas bíblicas, incontestáveis, é impossível negar que antes da ressurreição de Jesus essas pessoas tenham ressuscitado. Não obstante, não podemos nos esquecer de que a ressurreição de Jesus é totalmente atípica, ela é diferente de todos os casos de ressurreição na Bíblia. Pois, todos os que ressuscitaram antes de Jesus voltaram a morrer, mas Jesus ressurgiu com um corpo glorioso, incorruptível, imortal, para nunca mais morrer (Rm 6.9; At 2.27,31; 13.33-37; 26.23). O discurso apologético de Paulo em favor da ressurreição em 1 Coríntios 15 é uma prova dessa verdade bíblica. Pois, Paulo está tratando nessa carta de uma ressurreição para a vida eterna, incorruptível, gloriosa e não de uma ressurreição onde as pessoas voltam a morrer (I Co 15.42-54).
Vejam o que afirma o Tratado de Teologia Adventista, publicado pela Editora Casa, da igreja Adventista do Sétimo Dia, na pagina 206.
“Para os primeiros crentes, a ressurreição foi o começo e não o fim da história, uma espécie de pedra angular da fé Crista (1Co 15.l4,l7). Era visto não como um exemplo típico da ressurreição em geral, mas como “um evento único”. Nem consistiu em uma mera ressuscitação, que trouxe Jesus de volta a esta vida para morrer novamente, como no caso de Lázaro ou do filho da viúva de Naim”.
Portanto, dizer que Moisés foi ressuscitado por Miguel, o qual erroneamente eles afirmam ser Jesus, e pura falácia, não tem base bíblica e, por isso, não passa de uma suposta lenda e uma gritante heresia.
“Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou a graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nos mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo: se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema” (Gl 1.6-9).
Segue-se, portanto, que Moisés ainda não foi ressuscitado. Logo, ele não pode ser as primícias dos que dormem, mas sim Jesus. Jesus é as primícias dos que dormem (lCo 15.20-23, At 26.23 e Rm 69), a garantia de que os que morreram, os justos, haverão de ressuscitar e nos “os que estivermos vivos no dia da sua vinda seremos arrebatados com eles nas nuvens ao encontro do Senhor nos ares e assim estaremos para sempre com o Senhor” (lTs 4.16-18).
(Extraído do livro PERGUNTAS DIFÍCEIS DE RESPONDER, Vol 4, Elias Soares, Ed Beth Shallom, 2016, Páginas 350 e 351)