Os eruditos católicos precisam fazer esta distinção, pois sem a qual não poderiam se escudar quando são pressionados com a acusação de idolatria. Com esta nuança de palavras eles se sentem livres para prosseguir com seus sofismas. Foi necessário fabricar uma tríplice distinção entre “Latria” que seria o grau mais alto de adoração e “Hiperdulia” um grau abaixo deste, tido como veneração á Maria mas superior a “Dulia” também veneração no entanto prestado aos santos e objetos relacionados a eles, como por exemplo, as imagens.
Dizem que prestam unicamente a Deus o culto de “Latria” e aos santos o de, “Dulia”, sem incorrer no risco de confundi-los. Contudo esta “cuidadosa” diferença desaparece na prática! Vejamos mais à frente como ela tende a se confundir no desenrolar do culto que o devoto presta.
Gregório estava errado quando disse que “as imagens são os livros dos ignorantes”, e é porque eles são simples que acabam confundindo os dois cultos engenhosamente inventado pelo clero! Á bem da verdade, as imagens servem mais para cegar os olhos espirituais e conseqüentemente deixa-los mais ignorantes do que o contrário! Vejamos:
Quando a imagem do “santo” cai no chão e quebra, o devoto não diz apenas que quebrou-lhe a imagem mas diz ter quebrado o santo: Antonio, Benedito, Jorge, José, repetindo o episódio de Labão que acusou Jacó de roubar não só suas imagens, mas seus “deuses”! Gn 31:30
As imagens de maneira alguma ajuda a fé dessas pessoas, mas as deixam mais ignorantes ainda em relação as verdades espirituais.
Imagina essa oração sendo feita perante o quadro da sagrada família: Jesus, Maria e José. Assim reza o católico a jaculatória:
Meu Jesus, misericórdia.
Doce coração de Maria, sede a minha salvação.
Jesus, Maria, José eu vos dou meu coração e minha alma.
Jesus, Maria, José assisti-me na última agonia.
Jesus, Maria, José, expire a minha alma entre vós em paz.
Amém.
Pergunto: Qual é o católico que faz a diferença entre “latria”, “dulia” e “hiperdulia”, quando se prostra para rezar fervorosamente perante os três personagens da imagem ? Como bem expressou a pesquisadora de religiões, Mary Schultze: “A Mão de obra é grande demais!”
Como quase todas as invenções doutrinárias do catolicismo através dos séculos tem seu embrião no paganismo, esta suposta distinção entre um culto e outro não é de maneira alguma novidade. Os pagãos rodeados por seus muitos deuses e intercessores fizeram uma hierarquia de culto para eles, distinguindo entre divindades maiores e divindades menores. A Roma papal cópia fiel do paganismo também procedeu do mesmo jeito. Isto me trás a memória o texto bíblico onde aparece uma situação análoga a esta:
“Assim estas nações TEMIAM AO SENHOR, MAS SERVIAM TAMBÉM AS SUAS IMAGENS ESCULPIDAS; também seus filhos, e os filhos de seus filhos fazem até o dia de hoje como fizeram seus pais.” II Reis 17:41 (ênfase do autor)O CORRETO USO DOS VOCÁBULOS NA BÍBLIA
Os termos gregos, DULIA e LATRIA, não tem nenhuma semelhança com a definição que lhe dá o catolicismo.
Podemos desmontar este arcabouço doutrinário levantado pela teologia romanista simplesmente recorrendo ao original grego do Novo Testamento.
DULIA é derivado do verbo grego DOULÉUO que trás como equivalente, servir, ser escravo, subserviente. Este verbo é usado para expressar o nosso dever de servir a Deus aparecendo em passagens como Mateus 6:24 – Atos 20:19 – Romanos 12:11;14:18 e outras mais.
LATRIA aparece nas escrituras gregas cristãs como adoração no sentido de culto, ritos, cerimônias, serviços exteriores. Aparece por exemplo em João 16:2 – Romanos 9:4;12:1 – Hebreus 9:1 e 9:6 “Ora, estando estas coisas assim preparadas, entram continuamente na primeira tenda os sacerdotes, celebrando os serviços sagrados” aqui o original grego trás a palavra “LATRÉIA”.
A palavra comumente usada para adoração na Bíblia Sagrada é “PROSKYNEO”= (prostrar-se e adorar), não LATRÉIA, veja isso em Mateus 4:10 “Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás (proskyneo), e só a ele servirás (latréia).
Tanto o culto de Latria quanto o de dulia, devem ser dados somente a Deus e a mais ninguém, pois devemos prostrar-nos e servir somente a ele.
É claro que servir alguém em sentido religioso que não seja o próprio Deus, é descaradamente idolatria, e foi essa a intenção do apóstolo Paulo escrevendo aos gálatas, quando censura a vida idólatra que outrora eles viviam.
“Outrora, quando não conhecíeis a Deus, servíeis (dulia) aos que por natureza não são deuses”
No original grego aparece a palavra “Dulia”, era este o tipo de culto que os Gálatas prestavam aos seus deuses, mas nem por isso Paulo os poupa de serem chamados de idólatras, pois aos tessalonicenses ele diz:
“porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos entre vós, e como vos convertestes dos ídolos a Deus, para servirdes (dulia) ao Deus vivo e verdadeiro”
Veja que dulia deve ser prestado com exclusividade a Deus!
“É claro, pois que com o termo dulia, ele condena essa superstição com a mesma força com que a condenaria com o termo latria” (Institutas livro I cap. 12).
O que é hiperdulia?
O dicionário define como hiper: ‘posição superior’; ‘além’; ‘excesso’.
Será que com o culto de “hiperdulia” os católicos não estariam cultuando Maria acima e além de Deus e conseqüentemente transformando-a em um ídolo? As escrituras nunca registram uma “hiperdulia” para Deus mas apenas dulia, já os católicos querem prestar a Maria um culto ou serviço, superior ao que é prestado ao próprio Deus, uma hiperdulia!
Para que nenhum católico diga que estou fazendo jogo de palavras para falsamente os acusar, leia o que afirma o livreto “Com Maria Rumo ao Novo Milênio” editora PAULUS na página 13: “Houve um tempo em que os católicos VENERAVAM DEMAIS os santos. Esqueceram-se um pouco de Jesus. Ele até parecia um santo ao lado dos outros…” (ênfase do autor). Exemplos disso são os títulos “santóides” dados à Jesus tais como: “São Bom Jesus dos Milagres”, “Senhor Jesus do Bom Fim”, etc…
Se isto não for idolatria então não sabemos mais o que seja!
Todavia os fatos falam por si. Essa é uma questão de fatos e não de nomes, e como alguém já disse, “contra fatos não há argumentos”. Não adianta querer tapar a vergonhosa situação em que os católicos estão, com sutilezas e supostas distinções de palavras! É ato de adoração escancarado quando um católico prostra diante das imagens de Maria e faz seus pedidos. Onde está, pergunto, a diferença da qualidade do culto que prestam a Deus e os prestados aos santos ou Maria e suas imagens?
Ao debater com um católico a cerca disso, ele me disse que “essa definição de Dulia e Latria era no grego antigo e a que a igreja utiliza é do grego novo”. Isso é verdade? E se não, como desmascarar mais essa falácia? Obrigado pelo grande trabalho e que Deus os abençoe cada vez mais.