- EVOCAÇÃO DOS MORTOS ou MEDIUNIDADE
- REENCARNAÇÃO
- CARMA
Kardec ensina que: Os espíritos podem comunicar-se espontaneamente, ou acudir ao nosso chamado, isto é, por evocação. Quando se deseja comunicar com determinado espírito, é de toda a necessidade evocá-lo. Mas existe um ponto essencial quando se sente a necessidade de evocar determinado espírito.
Qual o ponto essencial quando se fala sobre comunicação dos mortos com os vivos?
Allan Kardec perguntou aos espíritos qual o ponto essencial quando se pratica a mediunidade? A resposta que lhe deram os espíritos foi:
O ponto essencial, nós temos dito, é sabermos a quem nos dirigimos (“O Livro dos Espíritos”, p. 42. Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).
Explica, então, Kardec que o ponto essencial é identificar o espírito que fala por meio do médium. Diz ele:
A identidade constitui uma das grandes dificuldades do espiritismo prático. É impossível, com freqüência, esclarecê-la, especialmente quando são espíritos superiores antigos em relação à nossa época. Entre aqueles que se manifestam, muitos não têm nome conhecido para nós, e, a fim de fixar nossa atenção, podem assumir o nome de um espírito conhecido, que pertence à mesma categoria. Assim, se um espírito se comunica com o nome de São Pedro, por exemplo, não há mais nada que prove que seja exatamente o apóstolo desse nome. Pode ser um espírito do mesmo nível, por ele enviado (“O Que é o Espiritismo”, p. 318. Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985). (Destaques nossos).
Fica claro que não se pode identificar o espírito que vem nos dar supostas notícias ou instruções do além.
Kardec pergunta:
Os espíritos protetores que tomam nomes conhecidos são sempre e, realmente, os portadores de tais nomes?
Não.
Então como fica a situação de uma pessoa convidada pelos espíritas e, levada pela saudade, vai ao centro para ter notícias de alguém morto. Por exemplo, sua mãe? Façamos de conta que o médium seja pessoa honesta e digna de toda a confiança e dando crédito de que o médium conseguiu ligação com um espírito, quem pode afirmar com segurança que será o espírito da mãe procurada? Então como fica a pessoa quando um espírito se diz ser fulano ou beltrano? Talvez seja fulano ou beltrano, mas pode também ser um espírito substituto.
O problema é mais grave quando se leva em conta as palavras de Kardec:
Esses espíritos levianos pululam ao nosso redor, e aproveitam todas as ocasiões para se imiscuírem nas comunicações; a verdade é a menor de suas preocupações, eis porque eles sentem um prazer maligno em mistificar aqueles que têm fraqueza, e algumas vezes a presunção de acreditar neles, sem discussão (“O Livro dos Médiuns”, p. 402. Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).
Apreciemos mais um problema levantado por Kardec:
Um fato que a observação demonstrou e os próprios espíritos confirmam é o de que os espíritos inferiores com freqüência usurpam nomes conhecidos e respeitados. Quem pode, assim, garantir que os que dizem ter sido, por exemplo, Sócrates, Júlio César, Carlos Magno, Fenelon, Napoleão, Washington etc., tenham de fato animado essas personalidades? Tal dúvida existe até entre alguns fervorosos adeptos da doutrina espírita, os quais admitem a intervenção e a manifestação dos espíritos, porém indagam como pode ser comprovada sua identidade? (“O Livro dos Espíritos” – p. 41. Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).
Pode-se insistir em obter a identificação dos espíritos que falam pelos médiuns?
Kardec diz que não, ao assim se expressar:
Insistir para obter detalhes exatos é expor-se às mistificações dos espíritos levianos, que predizem tudo quanto se quer, sem se importarem com a verdade, e que se divertem com os terrores e decepções causadas (“A Gênese”, p. 1060. Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).
Então cabe a pergunta: Quem é quem? São as almas realmente dos mortos? São espíritos demoníacos – dizemos nós. E por quê? Porque o próprio Kardec admite perigo nas evocações dos espíritos.
Perigos da Evocação:
Admite o codificador do espiritismo haver perigos na evocação e, então, se manifesta que não existe assim tanto perigo, aconselhando os praticantes a não se deixarem levar pelo medo:
Também há pessoas que vêem perigo em toda a parte e em tudo aquilo que desconhecem. Daí a pressa com que, do fato de terem perdido a razão alguns dos que se entregaram a esses estudos tiram conclusões desfavoráveis ao espiritismo (“O Livro dos Espíritos”, 38 p. 43. Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).
Alguns ou muitos perderam a razão pela sua prática? Alguns, quando os médicos estão de acordo em apontar o espiritismo como uma das grandes causas da loucura? Opiniões de alguns médicos.
O Dr. Xavier de Oliveira, em sua obra “Espiritismo e Loucura”, p. 211 (Rio, 1931) fala assim do “O Livro dos Médiuns”: É a cocaína dos debilitados nervosos que se dão à prática do espiritismo. E com um agravante a mais: é barato, está ao alcance de todos, e, por isso mesmo, leva mais gente, muito mais, aos hospícios, do que a ‘poeira do diabo’, a ‘coca maravilhosa’… É o tóxico com que se envenenam, todos os dias, os débeis mentais, futuros hóspedes dos asilos de insanos.
O Dr. João Teixeira Alves dirigiu a diversos médicos de grandes nomeadas carta com a seguinte pergunta: Baseado nas suas observações, que idéia faz V. Sa. do espiritismo como fator de loucura e outras perturbações nervosas?
O Dr. Juliano Moreira, diretor do Hospício de Alienados do Rio de Janeiro, respondeu: Tenho visto muitos casos de perturbações nervosas e mentais evidentemente despertadas por sessões espíritas.
Kardec tenta explicar que não existem somente espíritos do mal, mas que Deus permite que os bons espíritos venham nos dar bons conselhos.
Efetivamente, como acreditar que Deus só ao espírito do mal permita que se manifeste, para perder-nos, sem nos dar por contrapeso os conselhos dos bons espíritos? (“O Livro dos Espíritos”, p. 41. Editora Opus Ltda., 2ª edição especial, 1985).
É muito aceitável, porque os conselhos, não digo já dos bons espíritos, mas dos ótimos espíritos, todos eles são unânimes em negar a nossa redenção por Cristo.
Extraído da Série Apologética Vol 2, ICP