Dormirão um sono eterno, e não acordarão?

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Refutação de Jeremias 51:39, 57 e o Sono da Alma 

Adventistas ensinam: A morte é um sono. Acreditam que morte significa um “estado de inconsciência temporária enquanto a pessoa aguarda a ressurreição.” Quando um cristão morre, ele não ira se encontrar com o Senhor no céu, ele deixará de existir. Assim, o crente é separado de Deus pela morte, ao contrário do que Romanos 8:38-39 e 2 Coríntios. 5:8 nos dizem.

Creio que essa doutrina conhecida como Sono da Alma, a qual não entende a natureza do espírito humano, seja uma das razões para adventistas não compreenderem realmente a vida no Espírito e se apegarem ao concerto das letras gravadas em pedras, a qual foi por Cristo abolido (2 Coríntios 3).

Esta doutrina foi posteriormente também adotada por seitas como Testemunhas de Jeová e Cristadelfianos.

Dormirão um sono eterno…

A Bíblia com freqüência fala da morte como sendo um sono. Jesus disse: “Nosso amigo Lázaro adormeceu” (Jo 11:11), quando na realidade ele estava morto (cf. Jo 11:14). Paulo fala dos crentes “que dormem” no Senhor (1 Ts 4:13; cf. 1 Co 15:51). Analisaremos agora dois versículos utilizados como apoio a sua crença:

“…E os embriagarei, para que andem saltando; porém dormirão um perpétuo sono, e não acordarão,”

“E embriagarei os seus príncipes, …e dormirão um sono eterno, e não acordarão” Jeremias 51:39, 57 (grifo nosso)
Essa passagem de Jeremias é freqüentemente citada como argumento de que não há existência consciente depois da morte – “dormirão um sono eterno”, afirmam eles.

Estes versículos apóiam a doutrina do Sono da Alma?

Será que estes versos foram escritos para instruir os leitores sobre a condição dos mortos? É esta a mensagem que Jeremias quis nos transmitir? Ou será que os Adventistas extraem destas palavras uma idéia que ultrapassa o que o escritor (e divino Autor) tinham em mente?

Se estes versículos forem simplesmente tirados de seu contexto e citados como prova, tem-se a impressão de que os adventistas estão certos. Mas tirar esta passagem de seu contexto pode ser muito perigoso. Precisamos entender seu contexto.

O Contexto

O capítulo 51 de Jeremias fala sobre a queda e assolação perpétua da Babilônia. Essa passagem nada diz sobre o estado dos mortos. Os versículos descrevem sucintamente a queda de Babilônia conforme registrada em Daniel 5.“O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus senhores, e bebeu vinho na presença dos mil.” “Naquela noite foi morto Belsazar, rei dos caldeus.” Daniel 5:1 e 30 (Leia todo o capitulo)Na hora em que Babilônia mais precisava de que os seus homens se encontrassem absolutamente em forma, a ira de Deus embriagou-os. Na hora da invasão, estando embriagados, dormiram, e desse sono nunca mais acordaram, pois foram mortos pelos Medos enviados pelo SENHOR Deus, o Todo-Poderoso.

Outras Traduções:

(NTLH) “Será que eles são esganados? Farei uma festa para eles. Euos embriagarei e alegrarei. Aí eles dormirão e nunca mais acordarão.”

“Farei com que os seus governantes fiquem bêbados … e os seus soldados. Eles vão dormir e nunca mais vão acordar…”

(NVI) “Mas, enquanto estiverem excitados, prepararei um banquetepara eles e os deixarei bêbados, para que fiquem bem alegres e, então, durmam e jamais acordem“, declara o Senhor.”

Embebedarei os seus líderes e os seus sábios; …os seus guerreiros. Eles dormirão para sempre e jamais acordarão“,”

(VIVA) “Quando estiverem entusiasmados de tanto vinho, prepararei para eles um outro tipo de festa. Eles beberão o vinho do meu julgamento, até cair em um sono eterno, do qual nunca acordarão, diz o Senhor.”

Deixarei os príncipes, …e os soldados completamente bêbados com o vinho do meu julgamento. Todos eles cairão em sono eterno, para nunca mais acordar!…” (grifos nosso)

três coisas são ressaltadas : A bebedeira (festa), o sono (devido a ingestão exagerada) e a morte (não acordarão). Parafraseando os versículos: “Farei uma festa para eles. Vou embriagá-los na minha ira, eles ficarão bêbados, irão dormir e desse sono jamais despertaram, pois serão mortos.”

Quando todo o capitulo 51 é lido em seu contexto, se torna óbvio que os versículos 39 e 57 não descrevem a vida depois da morte, mas a morte durante o sono causado pela embriaguez. Foram surpreendidos e mortos enquanto dormiam. Adventistas distorcem este versículo ao tirá-lo de seu contexto.

E não acordarão…

Porém vamos supor que esse texto esteja realmente falando sobre a doutrina do sono da alma. Qual o problema com essa interpretação?

Os adventistas do sétimo dia negam a sobrevivência da alma por ocasião da morte do corpo. Dizem, “A Morte é um Sono. Morte não é aniquilação completa; é apenas um estado temporário de inconsciência enquanto a pessoa aguarda a ressurreição. A Bíblia identifica repetidamente esse estado intermediário como um sono.”(NISTO CREMOS, p. 457 – 1a edição – CPB) (grifo nosso)

Como visto acima, a doutrina do sono da alma diz respeito ao estado intermediário, ou seja, o estado dos mortos antes da ressurreição. Porém o texto afirma que “dormirão um sono eterno, e não acordarão” (grifo nosso). Se depois da morte não acordarão, pois estariam num sono eterno, significaria que não ressuscitarão. Contrariando assim sua própria crença que diz que “é apenas um estado temporário e não eterno como afirma o texto de Jeremias. Assim, podemos afirmar com toda certeza que essa não pode ser a interpretação correta de Jeremias 51. Pois é uma ideia totalmente contrária ao resto das Escrituras. (1 Coríntios 15:13; Atos 24:15; João 5:29)

Pergunte a um Adventista se ele acredita que os mortos que se foram não acordarão/ ressuscitarão. Ela irá responder que não, porque assim como nós, ele acredita em uma futura ressurreição. Multidões que dormem no pó da terra acordarão: uns para a vida eterna, outros para a vergonha, para o desprezo eterno.” 

Portanto, fica claro que além de não servir como prova, muito pelo contrário, o texto faz da doutrina do sono da alma uma heresia maior ainda ao negar a ressurreição.

É preciso esclarecer também a aplicação do verbo “dormir”, uma referência ao corpo, não à alma. E “dormir” é uma figura de linguagem (eufemismo) apropriada para o corpo, uma vez que a morte é apenas temporária, aguardando apenas a ressurreição, ocasião em que o corpo será “despertado” desse sono. Além disso, tanto o ato de dormir quanto a morte possuem a mesma postura — o corpo permanece deitado. Outra coisa a explicar é a confusão que Adventistas fazem com a palavra “morte”. Elas creem que ela significa inconsciência ou o fim da existência. Contudo, a ideia básica na palavra “morte” é separação. A morte material significa separação do corpo e do espírito. A morte espiritual significa a separação do homem e de Deus. Quando eu morro, eu não deixo de existir, mas de fato minha alma e meu corpo são separados (Eclesiastes 12:7).Porém, algumas pessoas realmente se encontram numa espécie de “sono da alma” e é preciso que despertem do seu sono espiritual para a vida que há em Cristo Jesus: “Por isso diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá.” Efésios 5:14

Os mortos estão dormindo ou estão conscientes?

As evidências bíblicas de que a alma, tanto de crentes como incrédulos, fica consciente entre a morte e a ressurreição são muito fortes. Os incrédulos ficam em consciente aflição e os crentes, numa consciente felicidade, porém que fique claro que isso não significa que já receberam as suas penas (ímpios) ou galardões (crentes).A Bíblia ensina que a alma do crente sobrevive à morte (Lc 12.4). Apocalipse 6.9,10 refere-se a almas desprovidas de corpos sob o altar de Deus (não teria sentido interpretar a referência a “alma” nesses versos como “ser vivente” — “Vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos”). Ela está conscientemente presente com o Senhor (2 Co 5.8) em um lugar melhor (Fp 1.23), onde outras almas estão conversando (Mt 17.3). De um modo semelhante, a alma do descrente está em um lugar de tormento consciente (Lc 16.22-26). As Escrituras, como um todo, ensinam que cada pessoa é possuidora de uma alma que sobrevive à morte. (cf. Isaías 14:9-10; Ezequiel 32: 21, 30-31; Lucas 23:43, 46; Hebreus 12: 23)

Conclusão

O texto é uma clara alusão à morte e postura do rei da Babilônia (Belsazar), e de seus príncipes que quando sua cidade foi tomada estavam bebendo vinho nas taças que foram trazidos do templo de Jerusalém. Quando diz que “dormirão um perpétuo sono, e não acordarão,” fala profeticamente da morte física e não do estado pós-morte deles. Jamais acordariam do sono causado pela embriaguez, pois seriam surpreendidos, mortos pelos Medos.

Hélio S. Júnior

Extraído do site http://adventismonamiradaverdade.blogspot.com.br/ em 06/12/2016
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