A Torre de Vigia sabe que a Bíblia é respeitada pelas pessoas, que não é um livro qualquer, mas é uma escritura produzida sobrenaturalmente pela vontade e pelo poder de Deus. Eles sabem que se a mensagem transmitida tiver atribuição bíblica, ela terá maior peso e credibilidade.
No artigo de estudo de A Sentinela intitulado “Use a palavra de Deus, ela é viva” de Agosto de 2014, a Torre de Vigia mostra claramente porque tem usado a Bíblia ao pregar às pessoas a sua mensagem.
Destacando o exemplo de Moisés, escolhido por Deus para comparecer diante de Faraó, o artigo fala sobre o que indicava que o líder hebreu era de fato um representante divino. Quando Moisés visitou o rei do Egito pela primeira vez, seguindo uma orientação de Jeová, atirou seu cajado ao chão que imediatamente transformou-se em uma enorme serpente. Isso mostrava que sua comissão era de origem sobrenatural ou divina. Referindo-se ao cajado de Moisés, A Sentinela diz:
“Com essa prova de autoridade de Deus em mãos, Moisés podia seguir em frente e representar com confiança o Deus verdadeiro diante de seu próprio povo e de Faraó… em muitos casos, a Bíblia estará em nossa mão, pronta para ser usada…
De fato, Jeová colocou em nossas mãos sua palavra viva, a Bíblia, com a qual podemos provar que nossa mensagem é confiável e de origem divina.” – Pág. 12
O parágrafo 7 cita 2 Tim. 2:15 onde Paulo aconselha o jovem discípulo a “manejar corretamente a palavra da verdade. Até aí tudo bem, no entanto, em seguida eles mostram o que encaram como “manejar corretamente” as escrituras. O artigo visivelmente procura inculcar nos fiéis a instrução de distribuir os novos folhetos de divulgação do site oficial da organização Torre de Vigia. O mais censurável, é quando ensinam a usar a Bíblia como chamariz ou isca para atingir o objetivo de direcionar a atenção das pessoas à sua organização religiosa. No quadro na página 13, onde se exibem publicadores dando testemunho, dá-se ênfase aos tratados recém-lançados, às brochuras e revistas. Novamente, como já é de praxe em diversas ilustrações de TJs pregando, a Bíblia Sagrada perde o foco e fica sempre em segundo plano.
Será mesmo que a sociedade está incentivando seus servos a usarem o “cajado” fornecido por Jeová? Ou estaria a Torre de Vigia ao invés disso fornecendo o apoio de uma “cana esmagada”? (Isaías 36:6) A partir do oitavo parágrafo há várias “dicas” de como colocar os folhetos e dirigir as atenções para o site TJ. Além disso, caso sigam as orientações, os publicadores podem ter a seguinte certeza:
“Além de deixar o folheto nas mãos das pessoas, você tem a satisfação de ler a palavra de Deus para elas…” – Pag. 13
O verdadeiro objetivo do folheto não é ler a Bíblia para alguém, é claro. Diferente dos antigos tratados que apresentavam um tema completo com várias referências bíblicas, os novos tratados destacam principalmente como chegar ao site oficial das Testemunhas de Jeová.
“Quando uma pessoa captura o código QR na última página do folheto, ela é direcionada para o nosso site, onde será convidada a estudar a Bíblia.
Por usar os folhetos da maneira sugerida, você estará seguindo o bom hábito de usar a Bíblia nas primeiras visitas e nas revisitas.”
Novamente enfatizam esta afirmação ridícula. Francamente! Você acha que é mesmo preciso usar um folheto de propaganda para ser capaz de criar o hábito de ler ou usar a Bíblia? Quando eu era um publicador TJ, usavam-se os tratados basicamente quando o tempo do morador era demasiado curto, ou quando ao encontrar-se com uma pessoa na rua, era praticamente impossível fazer o transeunte esperar para acompanhar um texto da Bíblia. Muitos publicadores dificilmente usam a Bíblia quando colocam um folheto, e é claro, a Torre de Vigia sabe muito bem disso. A intenção como já dita é muito bem clara, trata-se apenas de fazer propaganda de um site repleto de literatura digital produzida pelo falso profeta de Brooklin, que como nós sabemos, usam as escrituras apenas para validar a sua mensagem.
Os novos tratados, segundo o artigo, são “simples” e diretos. Nada de doutrinas e ensinos básicos da seita ou dezenas de textos selecionados. Se analisar cada um destes folhetos, verá que todo o conteúdo é preparado para direcionar o leitor para a o site na internet e sua ampla coleção de literaturas digitais, além de outras mídias. Algumas perguntas exigem buscar a resposta no JW.ORG e um código de barras no pé da página pode ser capturado por um tablet ou smartphone levando o leitor diretamente para lá.
É digno de nota que a poucos anos atrás, a Torre de Vigia através de suas publicações tenha lançado tantas dúvidas sobre a internet e a tecnologia, publicando artigos que incentivavam cuidado e cautela quanto ao seu uso. Hoje em dia, a liderança das Testemunhas de Jeová tem investido milhões de dólares virtualizando sua obra. Além disso, muitas figuras de suas literaturas subliminarmente tem implantado na mente dos fiéis a importância de fazer uso do site e adquirir dispositivos capazes de ler arquivos digitais. A organização TJ está correndo atrás do tempo perdido e modificando substancialmente a sua maneira de trabalhar, assim como muitos jornais e revistas famosas de todo o mundo já fizeram. Só resta sabe se o serviço de colportagem, disfarçadamente chamado de “pregação de casa em casa” irá chegar finalmente ao seu fim.
Concluindo, que a Torre de Vigia procura se apoiar na Bíblia, o “cajado de Deus”, buscando autoridade para sua pregação, isso é claro; mas, que estão verdadeiramente baseando sua mensagem nela, essa é uma outra história. Se o site oficial da Torre de Vigia irá amenizar as perdas de donativos com o declínio de colocações de literatura impressa e se tornar um suporte ao publicadores, resta esperar para ver; no entanto, é claro o interesse infame da organização TJ em usar os quase oito milhões de publicadores para fazer propaganda, não das Escrituras Sagradas é evidente, mas sim de uma empresa americana, rica e bilionária, enriquecida às custas de venda de livros, revistas e de donativos voluntários que solicitam das mesmas pessoas de quem vituperam e acusam em muitos de seus artigos.
E, demais disto, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne. – Eclesiastes 12:12
Extraído do site www.extj.com.br/ em 05/07/2014