O Apóstolo Paulo confessa que “orou três vezes ao Senhor” para que o livrasse de um espinho na carne. Mas o Senhor, em vez de atendê-lo, respondeu: “A minha graça te basta, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Reconhecendo a vontade soberana de Deus, Paulo se conforma e continua com seu espinho. E declara: “Portanto, de boa vontade me gloriarei nas minhas fraquezas”, pelo que “sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Pois quando estou fraco, então é que sou forte” (2 Co 12.7-10). A orientação para esses casos, em alguns púlpitos, é a seguinte: “Exija de Deus seus direitos”. Sofredores como o Apóstolo, o servo Jó e muitos outros desconheciam esse caminho “legal” para exigir direitos assegurados.
Com relação à substituição do “pedir” pelo “exigir”, como querem alguns, vejam o seguinte. Pedir, do grego aiteõ, sugere a atitude de um suplicante que se encontra em posição inferior àquele a quem pede. É esse o verbo usado em João 14.13 – “E tudo quanto pedirdes em meu nome…” – e 14.14 – “Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei”. “Pedir”, do grego erõtaõ, indica com mais freqüência que o suplicante está em pé de igualdade ou familiaridade com a pessoa a quem ele pede, como, por exemplo, um rei fazendo pedido a outro rei. “Sob este aspecto, é significativo destacar que o Senhor Jesus NUNCA usou o verbo aiteõ na questão de fazer um pedido ao Pai”, por ter dignidade igual Àquele a quem pedia. (Jo 14.16; 17.9,15, 20 – Fonte: Dic. VINE).
Há muita gente confundindo alhos com bugalhos. O que vemos são pessoas declarando que não pedem nada a Deus, mas exigem seus direitos. De Gênesis a Apocalipse não há um único registro que aprove tal atitude.
Os que fazem parte desse grupo de “exigentes” são ensinados a não dizer “se o Senhor quiser”. Não reconhecem que Deus, em razão de sua absoluta e inquestionável vontade, poderá NEGAR o seu pedido. Confiam cegamente no ensino do outro evangelho. Essas ovelhas nanicas precisam ler a Bíblia. Vejam:
Jesus, no Getsêmani: “Pai, SE QUERES, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lc 22.42). Os exigentes dizem: “Todavia, seja como eu decreto e exijo, e não como tu queres”.
“Compadecer-me-ei de quem me compadecer e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece” (Rm 9.15,16).
Paulo escreveu: “Mas, em breve, irei ter convosco, SE O SENHOR QUISER, e então conhecerei, não as palavras dos que andam inchados, mas a virtude” (1 Co 4.19). As ovelhas do outro evangelho diriam: “A minha viagem já está decretada. Exijo de Deus que se cumpra segundo a minha palavra’.
“Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: “SE O SENHOR QUISER, e se vivermos, faremos isto ou aquilo. Mas, agora, “vos gloriais em vossas presunções; toda glória tal como esta é maligna” (Tg 4.14-16). É muito atrevimento de um pobre e miserável pecador exigir alguma coisa do Senhor.
Autor: Pr. Airton Evangelista da Costa
Extraído do site palavradaverdade.com em 09/11/2013