Muita gente não entendeu a maneira como Deus se utiliza para abençoar.
Para o Senhor, pessoas são mais importantes que coisas. E seu desejo “a priori”, é abençoar o homem. E quando este homem é alcançado pela benção de Deus, não tenha dúvida que tudo que lhe pertence será abençoado.
Portanto, Deus não abençoa coisas para que sejamos abençoados. Porque se assim fosse, estariam certos os “romeiros” que correm atrás de algum tipo de “água” ou “azeite” consagrados, e que pensam que ao leve toque, sua benção está garantida.
Tomemos o exemplo do patriarca Abraão, que foi ricamente abençoado: Em Gênesis 12.2 “E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma benção.” Do que adiantaria, o Senhor ter abençoado seu gado, seus rebanhos, suas propriedades, etc., se Abraão não fosse fiel e plenamente convertido a Deus. A benção sobre todos os seus bens, foram o resultado da benção em sua vida.
Encontrava-me certa vez no interior do Estado de São Paulo, ministrando a Palavra de Deus em um Congresso de Jovens, quando fui procurado por um cidadão, que identificou-se como um empresário naquela cidade. Ele pediu-me que fosse até sua empresa, para orar pela mesma, que segundo ele, estava indo à falência.
Ao chegar lá, ele pedia-me com insistência:
Pastor, ore por esta firma! Repreenda todo mal que está aqui!
Em seguida, perguntei-lhe:
Como está a sua vida com Deus?
Ele todo desconsertado e pasmo, olhou-me; e depois confessou:
Bem,…não vou lá muito bem…
Então disse a ele, que precisava nascer de novo, voltar-se para Deus. Mas, ele não quis assim fazer.
Este é um típico exemplo daqueles, que querem a benção de Deus, mas não querem o Deus da benção.
Em Deuteronômio 28 , encontramos a preciosa lista de bençãos a Israel. No entanto, o condicional das bençãos está no princípio do capítulo: “E será que, se ouvires a voz do Senhor teu Deus, tendo o cuidado de guardar todos os seus mandamentos que Eu te ordeno hoje, o Senhor teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra. E todas estas bençãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do Senhor teu Deus.”
Portanto, a benção no cesto, na amassadeira, na mesa, nos celeiros, no rebanho das vacas e ovelhas, possuem como requisito único, a obediência ao nosso Deus.
Neste tempo, quando o tema “quebra de maldições” está em voga, convém que se diga em alto e bom som, que nenhuma maldição tem poder sobre o cristão fiel a Deus, que ouve a sua voz e obedece Sua eterna Palavra.
E já que o assunto nos leva também para este ponto; tenho deparado-me com um número assustador de crentes, que estão extremamente apavorados, com a idéia fixa da presença em sua vidas de algum tipo de maldição.
Sobremodo fico penalizado com isto. Lamento a falta de conteúdo bíblico nesta gente. Se ataques infernais triunfam sobre um salvo, como fica a eficácia do Calvário nesta história? Dentre os grandes males criados pelos pregadores da pseudo-doutrina da maldição hereditária, é terem criado na mente dos mais frágeis na fé, que se precisa ajudar o Calvário, com orações de “quebra de maldições” (e isto deve ser feito por todos, inclusive pelos já salvos, ensinam eles).
Não, mil vezes não! A Obra da Cruz e do túmulo vazio não necessitam de remendo ou complemento. Ele triunfantemente, bradou do cume do Monte: “Está Consumado”(Jo 19.30). Quem está nEle, está guardado do mal. Paulo declara-nos “Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus…” (Rm 8.1).
Se o poder do Sangue de Cristo está sobre nós, a total, real e eficaz proteção nos cerca e o maligno não nos toca. E a marca da Redenção que está em nós, assinala nossa casa, nosso carro, nosso dinheiro, enfim, tudo o que temos.
O comum é querermos que a benção venha primeiro sobre as nossas coisas. Mas, Deus quer salvar, redimir, restaurar e abençoar o homem, pelo qual Cristo morreu e ressuscitou. E quando este maior milagre acontece, uma caudal de bençãos se derramam, a ponto, de tudo que o cerca é atingido pela graça de Deus. E, se por permissão de Deus, passamos por provações, tais como: enfermidades, desemprego, falta de recursos materiais, etc, isto tudo não significa que não temos a benção de Deus em nossa vida. Paulo falou de sua luta e provação aos coríntios, tendo a tribulação como instrumento de Deus para lhe fortalecer a fé mais e mais. “Como desconhecidos, mas sendo bem conhecidos; como morrendo, e eis que vivemos; como castigados, e não mortos. Como contristados, mas sempre alegres, como pobres, mas enriquecendo a muitos, como nada tendo e possuindo tudo.” (2 Co 6.9,10)
Ao concluir este pensamento, apelo a firmeza bíblica do prezado(a) leitor(a), no sentido de que com discernimento e sabedoria, possamos ajudar aos fracos, aos que não possuem base bíblica, aos neófitos; que sejam guiados não pelos desvios doutrinários que se alastram pelos arraiais evangélicos, mas pela irrevogável e infalível Palavra de Deus (Mt 24.35).
Fonte: Pr. Marcos Antonio