“… suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição” (Rm 9.22b).
Paulo, nesta passagem, estava muito ansioso em enfatizar a paciência e longanimidade de Deus com os vasos da ira, ou seja, com os condenados.
No verso 22, aqui explorado, comenta dos preparados para a perdição. Alguns estudantes da Bíblia, presumindo que o participo está na voz média, traduziram:
“aqueles que têm assumido uma posição de se prepararem para a destruição”.
Outros consideram o particípio passivo e traduziram:
“aqueles que têm assumido uma posição de serem preparados por Deus para a destruição”.
Mas a hermenêutica bíblica, que ensina que a Bíblia deve-se entender pela própria escritura, favorece uma compreensão de que Deus não prepararia pessoas, sem terem nada feito pra isso, para o destino do fogo do inferno. Fato é que o próprio Senhor Jesus ensinou que Deus nunca quis jogar ou condenar o homem ao inferno: “… Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41), ou seja, o sofrimento não era para a humanidade, era apenas para a comunidade angelical caída. Claro, que os homens ao recusarem a proposta de Cristo – “Vinde a mim… ” (Mt 11.28) – acabaram tendo o mesmo destino do diabo e seus anjos.
O que opera no homem para coloca-lo nessa posição de ser preparado para a destruição eterna? O Dr. Moody responde: “A resposta é complexa. Inclui seus próprios atos de pecado e natureza rebelde. Envolve seu meio ambiente, que torna o pecado atraente, como também os julgamentos judiciários de Deus (Rm 1.24, 26, 28)”. Estes fatos influenciam certos vasos a se tornarem vasos da ira, isto é, objetos em posição de serem preparados para a destruição por causa de suas próprias atitudes pecaminosas.
Comentário Bíblico – Vol 5 de Moody, Editora Batista Regular