Deus e os homens

adorando a Deus

A presença de Deus na vida de uma pessoa é um luxo ou uma necessidade? Podemgs experimentar uma vida plena sem ele?

A Bíblia diz que temos escolha. Podemos escolher servir a Deus ou desobedecê-lo. Entretanto, ela deixa claro que, seja qual for a escolha — rejeitá-lo ou confiar nele — todos precisamos de Deus. Ele nos dá uma identidade, um propósito, um destino.

Deus nos diz quem somos. Estamos aqui de propósito, não por acaso. Fomos feitos à sua imagem. “E disse Deus: façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra” (Gênesis 1.26).

O homem foi criado à imagem de Deus. Isto significa que somos capacidade de amar, de nos comunicar e pensar. Temos também a oportunidade de conhecer a Deus a nível pessoal. Distinguimo-nos assim do reino animal. A Bíblia coloca o homem numa posição completamente diferente. Ele não é um animal. Animais não têm condições de conhecer e adorar a Deus. O ser humano recebeu de Deus a incumbência de dominar o reino animal. Os animais foram criados para o homem. Portanto, Deus conferiu ao homem uma identidade inegável.

A Palavra de Deus não nos confere apenas nossa identidade de criação especial de Deus, mas também objetivo às nossas vidas. Estamos aqui para glorificar a Deus com nossas vidas. Temos nas páginas da Bíblia um guia de como nos relacionarmos com ele e com as pessoas. “Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas” (Provérbios 3.5-6).

Não há necessidade de andarmos às apalpadelas no escuro. A Palavra de Deus é o guia que nos conta o seu plano e mostra como devemos viver. Quando temos um relacionamento com o Deus vivo, nossas vidas ganham objetivo.

Deus também nos prepara um destino. Sabemos que esta vida não é tudo. A Bíblia promete uma vida real no além-túmulo. Deus nos dá a certeza de que podemos escolher passar a eternidade em sua presença. “Estas coisas vos escrevo, a vós que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna” (1João 5.13).

Ele faz os que confiam em Jesus co-herdeiros de sua herança. “O Espírito mesmo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus; e, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo…” (Romanos 8.16-17).

Quem rejeita a Deus não apenas perde os benefícios nesta vida, de receber dele uma identidade e um verdadeiro propósito, mas perderá também os benefícios eternos por separar-se dele. Diz a Bíblia: “…quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder em chama de fogo, e tomar vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus; os quais sofrerão, como castigo, a perdição eterna, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder” (2Tessalonissences 1.7-9).

A presença de Deus na vida de uma pessoa é uma necessidade para que se viva tanto agora quanto na eternidade. Só é possível encontrar-se verdadeira realização em Deus, através de Jesus Cristo.

Muitas vezes temos a impressão de que todo mundo está empenhado numa busca desesperada de Deus ao passo que ele reluta em se revelar. Porém a Bíblia afirma exatamente o oposto. Deus tem buscado o homem incessantemente, mas este foge dele.

A Bíblia conta a história de um Deus que ama e que está sempre correndo atrás de seus filhos desobedientes. Assim que Adão e Eva pecaram, Deus veio procurá-los no Jardim do Eden. Ao invés de o receberem, fugiram dele. “E, ouvindo a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim à lardinha, esconderam-se o homem e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim” (Gênesis 3.8).

Quando os filhos de Israel eram escravos no Egito, Deus ouviu seu clamor e enviou um libertador chamado Moisés. “Então disse o Senhor: Com efeito tenho visto a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheço os seus sofrimentos” (Êxodo 3.7).

Jesus Cristo, o Deus eterno, tornou-se homem a fim de revelar como Deus é, e reconciliar a humanidade perdida com ele. O Novo Testamento afirma: “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lucas 19.10). Jesus veio à terra para reconduzir os pecadores a um relacionamento correto com Deus. A Bíblia não deixa dúvidas de que Deus está buscando o homem intensamente.

Todavia, o homem não está buscando a Deus. Como dizem as Escrituras: “…não há quem busque a Deus” (Romanos 3.11). Elas dizem também que, além disso, o ser humano está retendo a verdade de Deus. “Pois do céu é revelada a ira de Drus contra toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça” (Romanos 1.18).

O quadro que se vê aqui é do homem reprimindo vigorosamente a verdade de Deus. Em lugar de um homem que deseja cnhecer a Deus, a Bíblia mostra um homem que foge dele.

Uma análise minuciosa da Bíblia revela que Deus está procurando o homem e que este está fugindo da verdade de Deus.

Todo mundo quer levar a melhor vida possível. Como uma pessoa pode descobrir o melhor de Deus para sua vida? A Bíblia nos conta que Deus deseja realizar os desejos do nosso coração: “Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu coração” (Salmo 37.4).

Que passos precisamos dar para obter o que ele tem de melhor para nossas vidas? O primeiro passo que Deus requer de nós é acreditarmos. Devemos acreditar que ele existe e que se revelou na pessoa de Jesus Cristo. Somente pela fé em Jesus alguém pode se chegar a Deus. “E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos” (Atos 4.12).

Assim que uma pessoa dá o passo de fé de crer em Cristo como Salvador, torna-se um filho de Deus. Pode então começar a desenvolver um relacionamento pessoal com ele. Para que isto aconteça, o crente precisa dedicar tempo ao estudo da Palavra de Deus. Ele é instruído a estudar a Bíblia: “Procura apresentar-te diante de Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Timóteo 2.15).

Um estudo detalhado da Escritura ajudará o crente a descobrir o que Deus espera dele. A Bíblia registrou os seus mandamentos e promessas para aqueles que nele confiam. O elemento mais importante que Deus procura no crente é fé. Ele prometeu que abençoaria quem confia nele. “Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas” (Provérbios 3.5-6).

O crente que reconhece permanente nente Deus recebe essas boas dádivas que o Senhor prometeu. Crer em Deus e desenvolver um relacionamento pessoal com ele fundamentado na fé em Cristo — estes são os passos exigidos para se experimentar o que ele tem de melhor para a vida.

Portanto, para que uma pessoa descubra o melhor de Deus para sua vida, ela precisa fazer o seguinte:

  1. Crer em Cristo como seu Salvador.
  2. Desenvolver, então, um relacionamento estreito, íntimo, comunicativo, pessoal, com ele. Conseguirá isto estudando a sua Palavra para descobrir o que ele requer e crendo e aplicando suas promessas.

Muita gente acha que tem levado uma vida correta o suficiente para ir para o céu. Como suas vidas são caracterizadas por um certo grau de moralidade, elas presumem que Deus as aceitará. A Bíblia afirma o contrário. Segundo as Escrituras, nenhum de nós, por mais correto que seja, é justo aos olhos de Deus. “Como está escrito: Não há justo, nem sequer um. Não há quem entenda; não há quem busque a Deus” (Romanos 3.10-11). “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3.23). “Porque o salário do pecado é a morte…” (Romanos 6.23).

A Bíblia ensina que cada um de nós é pecador. Existem no mundo, muitas pessoas de boa conduta, íntegras, que colabo-fim para o bem comum, mas a Bíblia diz que por melhor que uma pessoa seja, ela não é boa o bastante para satisfazer o padrão perfeito de Deus.

As Escrituras pregam que não é o homem que deve avaliar o próprio homem, mas sim Deus. Quando a criatura é avaliada pelo Criador, acha-se pesada na balança. O salmista disse: “Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração; que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente” (Salmo 24.3-4).

O apóstolo Paulo escreveu: “Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus fosse dada aos que creem” (Gálatas 3.22). Nenhum de nós está em posição de agradar a Deus por nossa própria retidão. Precisamos da ajuda dele para fazermos parte de sua família e experimentarmos a vida eterna ao seu lado. Deus forneceu esse auxílio na pessoa de Jesus Cristo.

Jesus veio à terra para que pudéssemos saber como Deus é e o que ele requer de nós. Quando os discípulos perguntaram a Cristo quais eram as obras que agradavam a Deus, ele deixou bem claro o que Deus queria da humanidade. “Perguntaram-lhe, pois: Que havemos de fazer, para praticarmos as obras de Deus? Jesus lhes respondeu: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou” (João 6.28-29).

A Bíblia indica nitidamente que precisamos depositar nossa fé em Cristo como provisão de Deus para nossa salvação. A morte de Jesus na cruz foi o preço pago por nosso pecado. Precisamos aceitar aquele sacrifício pela fé. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). A única maneira de agradarmos a Deus e entrarmos no céu é tendo fé em Cristo. Nossas boas obras apenas nunca serão suficientes.

Uma das propostas que Deus faz ao homem é a de conceder-lhe vida eterna. Um dos aspectos da sua promessa de vida eterna é viver para sempre na presença de Deus, experimentando um relacionamento de amor com ele. Jesus definiu o que significa receber vida eterna: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste” (João 17.3).

Deus pode oferecer esta sua relação eterna com o crente devido à morte de Cristo. Jesus morreu na cruz pelos pecados do mundo. Ele morreu em nosso lugar, recebendo o castigo que nós merecíamos por nossos pecados. Ele oferece vida eterna a todo aquele que aceitar, pela fé, o seu sacrifício. O requisito é acreditar em Jesus Cristo. A Bíblia diz: “Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, porém, desobedece ao Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (João 3.36). “Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, Heras salvo; pois é com o coração que se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação” (Romanos 10.9-10).

Não há nada que nenhum de nós possa fazer para obter a vida eterna — ela é um dom gratuito de Deus. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras para que ninguém se glorie” (Efésios 2.8-9).

Deus fez tudo que podia fazer. A única coisa que impede uma pessoa de receber a vida eterna é sua própria vontade. Cada um de nós precisa decidir se aceitará ou rejeitará a dádiva de Deus.

Quem rejeitar a dádiva da salvação passará a eternidade longe de Deus e de sua presença. Embora os incrédulos viverão eternamente, eles sofrerão o julgamento de Deus em vez de receber suas bênçãos.

Concluímos que:

  1. A vida eterna consiste em se conhecer a Deus e viver para sempre na sua presença.
  2. Deus promete vida eterna àqueles que depositam sua fé em Jesus Cristo.
  3. Quem não crê em Cristo viverá para sempre longe da presença de Deus.

Algumas pessoas pensam que Deus nunca poderia perdoá-las por levarem uma vida dissoluta. Não acreditam que Deus possa ter qualquer relação com elas. No entanto a Bíblia mostra que, por pior que uma pessoa tenha sido, o perdão continua sendo possível. O acesso a Deus não será negado a ninguém por causa de uma vida dissoluta. Deus enviou Cristo para buscar e salvar pecadores. Jesus disse: “…Porque eu não vim chamar justos, mas pecadores” (Mateus 9.13).

Deus prometeu que perdoaria a quem viesse a ele humildemente para pedir perdão, a despeito do que tenha feito. Disse Jesus: “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (João 6.37).

O perdão de Deus é completo. “Quanto o oriente está longe do ocidente, tnto tem ele afastado de nós nossas transgressões” (Salmo 103.12). Tornará a apiedar-se de nós; pisará aos pés nossas iniquidades. Tu lançarás todos os nossos pecados nas profundezas do mar” (Miqueias 7.19).

Devemos perdoar os outros como Deus nos perdoou. “Antes, sede bondosos uns para com os outros compassivos, perdoando-os uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Efésios 4.32).

Podemos então dizer que:

  1. Deus prometeu perdoar todo aquele que se achegar a ele.
  2. O perdão de Deus está baseado na justiça de Jesus, não na nossa.
  3. O perdão que ele oferece é completo. Ele não vai mais nos imputar nosso pecado.
  4. Devemos perdoar os outros como Deus nos perdoou.

Desde a primeira página da Bíblia até a última Deus ordena que aqueles que se aproximarem dele o façam com fé nele e na sua Palavra. Caim e Abel foram os filhos do primeiro casal, Adão e Eva. Deus ordenou que oferecessem um sacrifício a ele pela fé. O sacrifício de Abel fez foi aceitável a Deus, jáo de Caim não o foi. A Bíblia explica: “Pela fé Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo” (Hebreus 11.4).

Hebreus 11 apresenta uma relação de pessoas que viveram nos tempos do Antigo Testamento, cujas vidas agradaram a Deus. Suas vidas foram caracterizadas pela fé. O autor de Hebreus faz a seguinte sumária: “Ora, sem fé é impossível agradar a Deud; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam” (Hebreus 11.6). O apóstolo Paulo escreveu à igreja de Corinto: “Porque andamos por fé, e não por vista” (2Coríntios 5.7).

As Escrituras repetem várias vezes que o que agrada a Deus é a fé, e que todos nós que nos aproximamos dele e desejamos nos relacionar com ele precisamos fazê-lo pela fé.

Existem pessoas que temem chegar-se a Deus por não terem uma grande fé. Elas acham que precisam esperar até que sua fé aumente para poderem, então, aproximar-se dele. Não é assim. A ênfase da Bíblia não está na medida de fé que uma pessoa tem, mas sim no objeto da fé. Jesus deixou isso claro. “Disseram então os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé. Respondeu o Senhor: Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: Desarraiga-te, e planta-te no mar; e ela vos obedeceria” (Lucas 17.5-6).

Muito pode ser realizado com uma pequena medida de fé, desde que o objeto da fé seja válido. O Deus da Bíblia sempre se refere a si mesmo como o objeto da fé do crente. Deus é que é capaz de fazer grandes coisas: “Clama a mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes” (Jeremias 33.3). A maior fé do mundo não vale nada se seu objeto for incorreto. O importante é em quem você crê, não a medida da fé.

O crente não precisa ter grande fé para agradar a Deus. Basta que uma pessoa tenha uma pequena medida de fé em Deus, o Pai, para se aproximar dele. O importante é a grandeza e fidelidade de Deus. Como escreveu Isaac Watts: “Feliz o homem cujas esperanças estão no Deus de Israel… sua verdade é certa eternamente…”

A Bíblia encoraja as pessoas a terem fé em Deus. Infelizmente, para muita gente fé é como um passo no escuro ou pensamento positivo. Mas a fé que a Bíblia requer é fé inteligente; não é nem cega nem irracional. A fé bíblica consiste numa confiança arrojada que tem por objeto Deus, sendo ele merecedor de nossa fé. Não se pede que ninguém sacrifique seu intelecto ao depositar sua fé no Deus da Bíblia. Isto porque a fé cristã está fundamentada no alicerce sólido da atuação de Deus na história. Deus revelou-se ao homem, e essa revelação está registrada nas Escrituras. A Bíblia nos diz o que Deus requer de nós, além do fato de que devemos corresponder com fé. Desta forma, não precisamos parar de pensar ou agir irracionalmente.

Jesus frisou que a aproximação a Deus envolve a mente e também o coração e a alma. “…Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento” (Mateus 22.37). Quando Jesus dialogou com um dos escribas, associou a inteligência ao conhecimento de Deus. “E Jesus, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do reino de Deus…” (Marcos 12.34).

A resposta inteligente do escriba levou Jesus a dizer que ele estava perto do reino de Deus. Esta é mais uma ilustração bíblica que incentiva a utilização da mente. O apóstolo Paulo encorajava as pessoas a investigarem a veracidade das alegações do Cristianismo. “Mas ponde tudo à prova. Retende o que é bom” (1Tessalonissences 5.21).

Os autores da Bíblia podiam incentivar a investigação da fé cristã, porque sabiam que o que estavam registrando era verdade. Simão Pedro mostrou que os escritores do Novo Testamento tinham consciência da diferença entre mitologia e fato. “Porque não seguimos fábulas engenhosas quando vos fizemos conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, pois nós fôramos testemunhas oculares da sua majestade” (2Pedro 1.16).

Os autores do Novo Testamento foram testemunhas oculares dos acontecimentos que registraram; tinham consciência, portanto, da exatidão do que estavam escrevendo. Eles acolhiam uma investigação honesta dos fatos. A fé cega nunca foi incentivada.

Deus não espera que exerçamos nossa fé nele a menos que essa fé seja uma fé inteligente, fundamentada no alicerce sólido do que ele fez na história e do que está registrado na sua Palavra.

O que impede as pessoas de crerem em Deus? Será por falta de provas? Ignorância? Por que elas não aceitam o fato de que Deus existe? A Bíblia esclarece que não é por falta de provas que as pessoas não creem em Deus. As provas estão aí para todos verem, mas a maioria não se dá ao trabalho de verificá-las. São muitas as razões por que os homens não acreditam em Deus, mas podem ser divididas em duas categorias básicas: orgulho e ignorância.

O pecado do orgulho impede as pessoas de crerem em Deus. A humanidade não quer admitir que existe algo, ou alguém, maior que o ser humano no universo. O homem quer ser senhor de seu destino, capitão da própria salvação. A Bíblia faz menção do orgulho do homem. “Há seis coisas que o Senhor detesta; sim, há sete que ele abomina: olhos altivos…” (Provérbios 6.16-17).

Orgulho é o primeiro pecado relacionado na lista do que Deus odeia. Foi o pecado do orgulho que levou Lúcifer a se rebelar contra Deus e a ser expulso do céu. Foi por orgulho que Caim trouxe uma oferta das próprias mãos ao Senhor, ao invés da que Deus havia determinado. Desde o princípio dos tempos o orgulho tem impedido as pessoas de se aproximarem de Deus.

Tiago advertiu contra a insensatez do orgulho. “Eis agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã iremos a tal cidade, lá passaremos um ano, negociaremos e ganharemos. No entanto, não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois um vapor que aparece por um pouco, e logo se desvanece. Em lugar disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo” (Tiago 4.13-15).

Embora as pessoas se gabem de que não precisam de Deus, o fato é que elas não podem viver sem ele. Fazem planos como se fossem viver para sempre, mas como nos lembra Tiago, ninguém tem garantias de que estará vivo amanhã. Outro motivo, que a Bíblia destaca, da falta de confiança em Deus é a ignorância. Jesus salientou que a falta de conhecimento é uma fonte de erro no tocante à crença em Deus. “…Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mateus 22.29).

Os dois elementos que caracterizam a incredulidade são a ignorância das Escrituras e do poder de Deus. As pessoas não sabem o que diz a Bíblia porque não dedicam tempo para estudá-la detidamente. Além do mais, não compreendem a natureza e grandiosidade do poder de Deus.

A Bíblia afirma que o homem é ignorante porque quer. “Pois do céu é revelada a ira de Deus contra toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça” (Romanos 1:18). “…Não há justo, nem sequer um. Não há quem entenda; não há quem busque a Deus” (Romanos 3.10-11). Estes versículos mostram que as pessoas não estão buscando a Deus, estão é fugindo dele. Elas “reprimem” a verdade de Deus em injustiça. Desconhecem a Deus porque querem.

Tiramos as seguintes conclusões do porquê de as pessoas não crerem em Deus:

  1. Existem muitas razões para as pessoas não crerem em Deus, mas não é por falta de provas.
  2. O homem não acredita por causa do orgulho ou ignorância da Palavra de Deus e do seu poder.
  3. Quem desconhece a Deus, desconhece por querer. Não há o desejo de conhecê-lo.

Deus sabe o que pensamos? Ele é capaz de ler nossos pensamentos? A Bíblia diz que Deus tem a capacidade de saber o que estamos pensando. “Senhor, tu me sondaste, e me co­nheces. Tu conheces o meu sentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. Esquadrinhas o meu andar, e o meu deitar, e conheces todos os meus caminhos. Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces” (Salmo 139.1-4). Deus conhece tudo que pensamos. Conhece também o que vimos dizer antes mesmo das palavras saírem da nossa boca. Ele sabe tudo a nosso respeito.

Como Deus conhece os nossos pensamentos, a Bíblia nos encoraja a procurarmos pensar nas coisas boas. O apóstolo Paulo escreveu à igreja de Filipos: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Filipenses 4.8).

Que espécie de pensamentos deve ocupar nossa mente? A Bíblia diz que devemos meditar na Palavra de Deus, nos seus mandamentos e nas suas promessas. ”Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores; antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita dia e noite” (Salmo 1.1-2).

A Bíblia promete prosperidade espiritual a quem medita na Palavra de Deus: “Pois será como a árvore plantada junto às correntes de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cuja folha não cai; e tudo quanto fizer prosperará” (Salmo 1.3). Por isso a importância dos pensamentos certos; segundo as Escrituras nós nos tornamos o que pensamos: “Porque, como ele pensa consigo mesmo, assim é…” (Provérbios 23.7).

Conclusão:

  1. Deus tem a capacidade de ler nossos pensamentos.
  2. Ele também sabe as palavras que diremos antes de as falarmos.
  3. Por causa disso, somos instruídos a pensar nas coisas boas.
  4. As coisas boas em que devemos meditar encontram-se na Palavra de Deus.
  5. A Bíblia promete prosperidade espiritual a quem medita na Palavra de Deus e a põe em prática.

Uma pergunta muito comum diz respeito ao destino de nossas vidas e aos atos de Deus. Estamos sendo manipulados por Deus? Podemos escolher que decisões tomar ou Deus é que puxa as cordinhas?

A Bíblia diz que podemos escolher; nossas vidas não estão sendo manipuladas por Deus. A Escritura contém muitas situações em que o povo pôde escolher servir ao Deus verdadeiro ou servir a deuses falsos. Josué, o líder de Israel, disse: “Mas, se vos parece mal o servirdes ao Senhor, escolhei hoje a quem haveis de servir…” (Josué 24.15). O profeta Elias contendeu com os falsos profetas do deus Baal. Disse ele ao povo: “…Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; mas se Baal, segui-o…” (1Reis 18.21).

Deus disse que deseja que as pessoas depositem sua fé nele. “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se” (2Pedro 3.9). Ele responsabiliza quem rejeita sua Palavra. “Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, porém, desobedece ao Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (João 3.36).

Constatamos mediante estes exemplos bíblicos que Deus responsabiliza o homem pelas decisões que toma. Se ele simplesmente manipulasse tudo que fazemos, não teria sentido nos responsabilizar por nossas ações. Como é isto que ocorre, é evidente que não estamos sendo manipulados. Temos liberdade para escolher nosso caminho.

Podemos resumir dizendo:

  1. Nossas ações e as escolhas que fazemos são exclusivamente nossas. Não podemos culpar Deus por não nos dar a capacidade de escolher crer nele.
  2. A Bíblia mostra que Deus nos responsabilizará pelas decisões que tomamos.

Ao aceitarmos o fato de que a Bíblia nos apresenta as regras de Deus relativas à vida, deparamo-nos com a pergunta: Por que devemos obedecer a essas regras? A fim de respondermos a essa pergunta, precisamos examinar o relacionamento de Deus com cada um.

Deus é o Criador do universo. Ele é o nosso Criador. Como escreveu o salmista: “Sabei que o Senhor é Deus! Foi ele quem nos fez, e somos dele; somos o seu povo e ovelhas do seu pasto” (Salmo 100.3).

Foi Deus quem estabeleceu as leis físicas do universo, pois ele criou todas as coisas. Por exemplo: se não comermos, bebermos e respirarmos, morreremos. Não há alternativa. Não podemos acreditar que sobreviveremos se violarmos as leis físicas que Deus promulgou.

Da mesma forma, ele estabeleceu leis morais e espirituais que pede para observarmos e obedecermos. Quando as desobedecemos ou ignoramos, sofremos as consequências. As leis de Deus — físicas, morais e espirituais — foram instituídas por nosso Pai celestial para o nosso bem. Rebelar-se contra Deus e desconsiderar os seus mandamentos significa perder o que ele planejou e ofereceu de melhor à humanidade — sermos “ovelhas do seu pasto” (Salmo 100.3).

A Palavra de Deus explica que a obediência que ele requer é para o nosso bem, para que sejamos abençoados. “Agora, pois, ó Israel, que é que o Senhor teu Deus requer de ti, senão que temas o Senhor teu Deus, que andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma, que guardes os mandamentos do Senhor, e os seus estatutos, que eu hoje te ordeno para o teu bem?” (Deuteronômio 10.12-13).

Todos nós experimentamos problemas e tribulações nesta vida. Quando apresentamos nossos problemas a Deus precisamos da certeza de que ele é capaz de nos ajudar a resolvê-los. A Bíblia mostra que Deus tem condições de satisfazer as necessidades daqueles que creem nele. Já vimos que ele não depende de nada para existir. Portanto, ele é capaz de vir ao encontro de qualquer e toda necessidade que tivermos.

Na realidade não precisamos ler mais do que o primeiro versículo da Bíblia para verificarmos que Deus tem poder suficiente para atender nossas carências. “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gênesis 1.1).

Este versículo nos diz que ele chamou o universo à existência. Ele criou tudo que existe, o que comprova seu grande poder e capacidade de criar. Se Deus teve poder bastante para criar o universo, sem dúvida tem condições de satisfazer as necessidades daqueles que nele vivem. As Escrituras mencionam esse poder. “No dia em que eu temer, hei de confiar em ti. Em Deus, cuja palavra eu louvo, em Deus ponho a minha confiança e não terei medo; que me pode fazer a carne?” (Salmo 56.3-4).

A Bíblia assevera inúmeras vezes que Deus é mais do que capaz de lidar com qualquer situação que possamos enfrentar. O apóstolo João disse àqueles a quem escreveu sua epístola que não havia motivo de temor, pois o Senhor estava com eles. “Filhinhos, vós sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” (1João 4.4).

Não precisamos temer nenhum ser humano ou poder angeli­cal. O apóstolo Paulo escreveu aos crentes em Roma: “Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Romanos 8.31).

A Bíblia afirma que Deus tem uma solução para qualquer tentação que os crentes possam enfrentar. “Não vos sobreveio nenhuma tentação, senão humana; mas fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o meio de saída, para que a possais suportar” (1Coríntios 10.13).

O apóstolo Paulo reconhecia a capacidade de Deus de atender todas as nossas necessidades. “Meu Deus suprirá todas as vossas necessidades segundo as suas riquezas na glória em Cristo Jesus” (Filipenses 4.19).

Embora Deus tenha prometido suprir todas as nossas necessidades, precisamos tomar cuidado para não presumir que ele nos deu um cheque em branco. Deus não nos concede tudo que pedimos, mas supre nossas carências. Ainda por cima, ele nos prometeu que mostraria a saída, caso nos metêssemos numa enrascada. Entretanto, isto não significa que podemos fugir às consequências dos nossos erros. Diz a Bíblia: “Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6.7).

Por exemplo: um ladrão pode se arrepender de ter roubado e Deus perdoá-lo, mas, mesmo assim, precisará cumprir a pena por seu crime. Podemos receber perdão, mas precisamos também arcar com as consequências temporais do nosso pecado.

Assim, concluímos:

  1. Deus é poderoso o bastante para suprir todas as nossas necessidades.
  2. Ele prometeu satisfazer as necessidades daqueles que nele creem. Não prometeu nos dar tudo que pedíssemos.
  3. Deus garantiu uma saída para toda situação difícil, mas não escaparemos das consequências temporais do nosso erro.

Muita gente passa por muito sofrimento na vida. A Bíblia explica os motivos desse sofrimento? Embora as Escrituras não deem uma explicação completa do porquê de as pessoas sofrerem, apresentam algumas soluções e consolo.

O sofrimento introduziu-se no universo que Deus criou, como mostra a Bíblia. Não foi sua intenção original que as pessoas sofressem. Quando criou o universo, tudo era bom. “E viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom…” (Gênesis 1.31).

O sofrimento penetrou no universo de Deus em consequência do pecado. Aconteceu quando Adão e Eva decidiram desobedecer a Deus por incitação do Diabo. Devido à sua desobediência, Deus os julgou. Um dos aspectos desse julgamento era que eles sofreriam nesta vida. “E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a dor da tua concepção; em dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará. E ao homem disse: …maldita é a terra por tua causa; em fadiga comerás dela todos os dias da tua vida. Ela te produzirá espinhos e abrolhos; e comerás das ervas do campo. Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado; porquanto és pó, e ao pó tornarás” (Gênesis 3.16-19).

A fim de entendermos o sofrimento, precisamos tomar consciência de que grande parte do sofrimento existente é culpa do homem. Geralmente sofremos em razão das escolhas que fazemos ou por causa do que os outros fazem a nós. Não devemos culpar Deus pelo sofrimento que nós mesmos provo­camos ou que os outros provocam. Mas seja quem for o responsável, o fato é que continuamos sofrendo. Como podemos ser aliviados?

A Bíblia ensina que Jesus veio para aliviar o problema do sofrimento humano. Jesus explicou: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos” (Lucas 4.18).

Jesus ensinou também que há algo pior do que o sofrimento físico. “Digo-vos, amigos meus: Não temais os que matam o corpo, e depois disso nada mais podem fazer. Mas eu vos mostrarei a quem é que deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei” (Lucas 12.4-5).

A Bíblia mostra que Jesus sofreu por nós. “Pois, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu a seu tempo pelos ímpios” (Romanos 5.6). Um dia Deus dará um fim ao sofrimento por causa do sacrifício de Jesus em nosso favor. “E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já se foram o primeiro céu e a primeira terra… E ouvi uma grande voz, vinda do trono, que dizia: Eis que o tabernáculo de Deus está com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles. Ele enxugará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas…” (Apocalipse 21.1.3-5).

Concluímos, portanto, o seguinte acerca do sofrimento:

  1. Quando Deus criou o universo não havia doença ou sofrimento.
  2. O sofrimento é resultado do pecado do homem; não é obra de Deus.
  3. Jesus veio para aliviar o problema do sofrimento.
  4. Ele ensinou que existe algo pior do que o sofrimento físico.
  5. Jesus sofreu e morreu por nós para que um dia não haja mais sofrimento.
  6. Como É Possível Conviver com o Sofrimento?

Já sabemos que o sofrimento não estava no plano original de Deus. Embora seja um corpo estranho no universo, continua sendo uma realidade que todos nós enfrentamos em diferentes medidas. Como uma pessoa pode conviver com o sofrimento?

Em primeiro lugar, precisamos entender que o sofrimento é algo que todos nós, crentes e descrentes, experimentamos nesta vida. Até Jesus Cristo sofreu. Na realidade, o sofrimento dele foi o meio que Deus utilizou para efetuar nossa salvação. A Bíblia não garante que os crentes não iriam sofrer. Simão Pedro escreveu: “Amados, não estranheis a ardente provação que vem sobre vós para vos experimentar, como se coisa estranha vos acontecesse; mas regozijai-vos por serdes participantes das aflições de Cristo; para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e exulteis” (1Pedro 4.12-13).

Algumas vezes o crente sofrerá, aparentemente, mais do que o incrédulo. Isto porque os descrentes odeiam quem defende a verdade de Deus. Jesus disse: “Se o mundo vos odeia, sabei nue, primeiro do que a vós, me odiou a mim. Se fôsseis do inundo, o mundo amaria o que era seu; mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o undo vos odeia” (João 15.18-19).

Deus fez promessas ao crente para consolá-lo quando estivesse sofrendo. O rei Davi falou do consolo de Deus. “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam” (Salmo 23.4).

Deus disse: “…Não te deixarei, nem te desampararei” (Hebreus 13.5). Por toda a Bíblia encontramos promessas de Deus de que ele estaria com os que sofrem e os consolaria.

Embora ele tenha prometido que estaria conosco, nem sempre entendemos por que sofremos. Deus não se obrigou a nos explicar o porquê disso, mas pede para confiarmos nele nas horas de sofrimento.

O personagem bíblico Jó chegou ao ponto de se render a Deus após passar por terrível sofrimento. Disse ele: “Bem sei que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido. Quem é este que sem conhecimento obscurece o conselho? Por isso falei do que não entendia; coisas que para mim eram demasiado maravilhosas, e que eu não conhecia. Pelo que me abomino, e me arrependo no pó e na cinza” (Jó 42.2-6). Devemos nos lembrar também que se não fosse pelo sofrimento voluntário de Jesus Cristo, não haveria salvação dos nossos pecados.

Com relação ao sofrimento concluímos que:

  1. Não existe promessa de extinção do sofrimento nesta vida para quem crê no Deus da Bíblia.
  2. Às vezes os crentes sofrem aparentemente mais do que os descrentes.
  3. Deus prometeu que estaria com o crente que estivesse sofrendo.
  4. Pode ser que nem sempre entendamos o porquê de sofrermos.
  5. O sofrimento de Jesus tornou possível nossa salvação.

Algumas pessoas constatam que suas orações permanecem sem resposta. Elas pedem algo específico a Deus, mas seus pedidos não são atendidos. Deus responde todas as nossas orações? Em que condições ele as responde?

A Bíblia diz que Deus, de fato, ouve as orações. Jesus encorajou as pessoas a orarem. “Contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer” (Lucas 18.1). Tiago também incentiva a oração. “…Nada tendes, porque não pedis” (Tiago 4.2).

Deus mesmo deixou claro que o único meio de se chegar a ele em oração é através de seu Filho Jesus Cristo. Jesus é o Mediador entre Deus e o homem. “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1Timóteo 2.5).

A Bíblia descreve Jesus constantemente intercedendo em favor do crente. “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, porquanto vive sempre para interceder por eles” (Hebreus 7.25).

É impossível que pecadores tenham acesso a Deus, devido à sua natureza santa. Isto porque há um abismo entre a humanidade pecadora e o Deus santo. O apóstolo Paulo disse a respeito de Deus: “Aquele que possui, ele só, a imortalidade, e habita em luz inacessível; a quem nenhum dos homens tem visto nem pode ver…” (1Timóteo 6.16).

A única oração válida que um incrédulo pode fazer a Deus é pedir misericórdia. Quando pede perdão a Deus por seus pecados e aceita a Jesus como Salvador, passa a ter acesso a Deus, o Pai, por intermédio de Jesus, seu Filho.

Contudo, Deus não prometeu que nos concederia tudo que pedíssemos. O que ele prometeu foi satisfazer todas as nossas necessidades. “Meu Deus suprirá todas as vossas necessidades segundo as suas riquezas na glória em Cristo Jesus” (Filipenses 4.19). Precisamos pedir a Deus o mesmo que os discípulos de Jesus lhe pediram: “Senhor, ensina-nos a orar” (Lucas 11.1).

Concluímos dizendo que:

  1. Deus nos encoraja a orar. Por intermédio de Cristo apenas, nossas orações podem ser ouvidas.
  2. Aqueles que estão longe de Cristo precisam orar por misericórdia.
  3. Os crentes têm a garantia de que receberão respostas para todas as suas orações, mas não lhes é garantido que receberão tudo que pedirem.

Quando as pessoas consagram suas vidas a Deus, é normal o receio que sentem de fracassar. Algumas temem que Deus vá condená-las por não conseguirem preservar sua consagração a ele. Ocorre que Deus prometeu não apenas salvar uma pessoa do pecado como também mantê-la salva. “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, porquanto vive sempre para interceder por eles” (Hebreus 7.25).

O apóstolo Paulo escreveu, exultante, para a igreja em Roma dizendo que quem crê em Cristo, nele está seguro. “Quem os condenará? Cristo Jesus é quem morreu, ou antes quem ressurgiu dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós; quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?” (Romanos 8.34-35).

Estamos seguros nele porque Jesus é o autor e também o consumador da nossa fé. “Fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à direita do trono de Deus” (Hebreus 12.2). Jesus sentou-se à direita de Deus, pois a obra de salvação estava consumada. Basta confiarmos nele.

Ele também nos deu sua palavra que sempre estará conosco. Nós, seres humanos, precisamos de alguém ao nosso lado para nos sustentar. A Bíblia diz que não estamos sós. Deus prometeu que nunca nos abandonaria “…porque ele mesmo disse: Não te deixarei, nem te desampararei” (Hebreus 13.5).

Os crentes não devem se afligir com a possibilidade de não conseguirem manter sua consagração a Deus por meio de Cristo, porque Deus tem poder para impedir que cada um fracasse. Aliás, ele prometeu que faria exatamente isto.

Todos nós precisamos encarar o fato de que um dia morreremos. O que acontece com uma pessoa após a morte? Como ela pode se preparar para essa realidade? O autor de Eclesiastes, como todos nós, indagava-se sobre o que acontecia com as pessoas quando morriam. “Pois o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos brutos; uma e a mesma coisa lhes sucede; como morre um, assim morre o outro; todos têm o mesmo fôlego; e o homem não tem vantagem sobre os brutos; porque tudo é vaidade. Todos vão para um lugar; todos são pó, e todos ao pó tornarão” (Eclesiastes 3.19-20).

Pelo que se pode observar, não sabemos o que acontece com uma pessoa quando ela morre. Enterramos seu corpo, que volta ao pó. Estes versículos dão a entender que a morte significa o fim.

Entretanto, um maior estudo da Palavra de Deus — a Bíblia — revela que a morte não marca o fim de nossa existência, mas sim o início da eternidade. Existe a esperança de vida eterna para aqueles que morrem. Jesus prometeu vida eterna para aqueles que nele crêem. Disse ele: “…porque eu vivo, e vós vivereis” (João 14.19).

O apóstolo Paulo escreveu à igreja de Tessalônica a respeito do estado de quem está morto. “Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais como os outros que não têm esperança. Porque, se cremos que Jesus morreu e ressurgiu, assim também aos que dormem, Deus, mediante Jesus, os tornará a trazer juntamente com ele” (1Tessalonissences 4.13-14). É natural que se pranteie os mortos, disse o apóstolo Paulo, mas não devemos prantear como os incrédulos, porque nossa esperança transcende a morte.

A Bíblia promete um novo corpo para quem confia em Deus. “Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus” (2Coríntios 5.1). “Porque é necessário que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade” (1Coríntios 15.53).

Uma vez que a Bíblia garante vida eterna na presença de Deus para aqueles que confiam em Cristo, as pessoas podem fazer certos preparativos para a morte. A primeira providência é evidente. A preparação para a morte e a vida eterna exige fé em Jesus Cristo.

O crente pode também se preparar tomando consciência de que Deus tem um plano e um propósito para sua vida. O salmista confiou que Deus estaria com ele ao passar pela vida e pela morte. “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo…” (Salmo 23.4).

Conclusão:

  1. A Bíblia oferece esperança a quem enfrenta a morte.
  2. Quem crê em Cristo tem a promessa de vida eterna e de um novo corpo igualmente eterno.

Quem morreu terá outra oportunidade de receber o perdão de Deus na próxima vida? Existe uma segunda chance para o homem? A Bíblia diz que não. Esta vida é a única oportunidade que temos de decidir confiar em Deus ou de rejeitá-lo. A Bíblia afirma que quando um crente morre, passa imediatamente a estar com o Senhor. “Temos bom ânimo, mas desejamos antes estar ausentes deste corpo, para estarmos presentes com o Senhor” (2Coríntios 5.8). Quem não crê é enviado a um local de julgamento. “Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, porém, desobedece ao Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (João 3.36). “…melhor é entrares no reino de Deus com um só olho, do que, tendo dois olhos, seres lançado no inferno” (Marcos 9.47).

A Bíblia não ensina que os mortos passam por uma etapa transitória em que ainda têm uma chance de se decidir por Deus. As Escrituras dizem que o julgamento ocorre após a morte. “E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disso o juízo” (Hebreus 9.27).

Sintetizando o que a Bíblia diz a respeito de uma segunda chance:

  1. Aqueles que morrem, crendo nas promessas de Deus, passam imediatamente a estar com ele.
  2. A Bíblia não deixa dúvidas de que o julgamento ocorre após a morte. Quem não crê nas promessas de Deus será julgado assim que morrer.
  3. As Escrituras não afirmam nem dão a entender que os mortos passam por uma etapa transitória em que têm outra oportunidade de crer.

Há quem argumente que pelo fato de Deus ser um Deus de amor, ele permitirá que todo mundo entre no céu um dia. Esta concepção, conhecida como universalismo, considera o inferno um local temporário de castigo. A Bíblia, porém, prega justamente o contrário. O julgamento no inferno é eterno como é eterna a vida para aqueles que crêem. “E irão estes para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna” (Mateus 25.46).

Jesus ressaltou ainda que não haveria passagem entre o céu e o inferno. Abraão respondeu às súplicas do rico, na parábola do rico e de Lázaro, dizendo: “…entre nós e vós está posto um grande abismo, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem os de lá passar para nós” (Lucas 16.26).

Se fosse verdade que Deus mandaria todos para o céu um dia, ele estaria forçando pessoas a permanecerem em sua presença contra a vontade delas. O céu comportaria muita gente que não desejaria estar lá. A natureza do incrédulo continuaria sendo rebelde a Deus.

Considerando-se correta a concepção universalista, surge uma evidente questão de lógica. Por que Deus permite que este mundo experimente tanta dor e tristeza se todos serão convertidos à força? O conceito do universalismo de que todo mundo acabará indo para o céu não é correto, pois Deus deu a cada um o privilégio de escolher. Podemos aceitar ou rejeitar sua oferta de vida eterna.

  1. A Bíblia mostra claramente que o céu e o inferno são lugares distintos. É impossível passar-se de um para o outro.
  2. Se a postura universalista fosse correta, haveria gente no céu a contragosto. Essas pessoas não iriam querer adorar e servir a Deus.
  3. A dor e o sofrimento que a humanidade experimenta aqui não fariam sentido se Deus fosse converter a todos.

__________________

Fonte: “103 Perguntas que as Pessoas Mais Fazem Sobre Deus”, Don Stewart, JUERP, 3ª edição, 1990.

Sair da versão mobile