A frase “Deixamos a teoria da evolução entrar nas escolas”, proferida pela ministra Damares,viralizou na internet e foi o estopim que deu origem a uma verdadeira “comoção científica” nas redes sociais e na mídia de forma geral, mesmo entre aqueles que nunca tiveram uma aulinha sequer de metodologia científica. Não importa que o vídeo seja de 2013 e que a frase foi proferida dentro de um contexto não político. O importante é lacrar e conseguir emplacar a pecha de fundamentalismo religioso no novo governo. Vai que cola! Nazismo e fascismo não colaram, é necessário arrumar outros estereótipos. Não sei por que, mas tenho a sensação de que está em andamento um processo de assassinato de reputação em plena luz do dia. Mas, cadê as feministas para protestar? Feminismo? É só pra quem está do lado esquerdo do espectro político, não é amiga?!
Mas deixando o aspecto político de lado, eu quero focar em outra frase da ministra quando mencionou “questionar” a teoria da evolução. Que a teoria da evolução deva ser ensinada em sala de aula, ninguém discute. É líquido e certo. Mas ela pode ser questionada? Não só pode como deve ser ensinada e questionada. O que ocorre, infelizmente, é que algumas vezes, a teoria darwinista deixou de ser ciência para se tornar uma doutrinação, uma espécie de “vaca sagrada” da biologia. A maioria das salas de aula,seja do ensino médio ou do superior,ensina um currículo unilateral, pró-Darwin, que censura qualquer crítica científica do neodarwinismo. E o pior disso é saber que cientistas que ousam desafiar o tipo darwinista de evolucionismo estão sendo expulsos de muitas universidades, como bem expôs o documentário “Expelled: No Intelligence Allowed” (2008). Isso contribui para a má educação científica. Não ensina os alunos a pensar, apenas reproduzir. O darwinismo se tornou na biologia, o que o marxismo é nas ciências sociais: uma doutrinação cultural. Quando os alunos são convencidos de que a evolução darwiniana é uma “teoria estabelecida” ou que “não há controvérsia sobre a evolução”, isso não apenas os desinforma sobre os debates entre os cientistas, mas não ensina os alunos a usar o pensamento crítico nessas importantes questões científicas. Eu acredito que os estudantes deveriam pelo menos ter a oportunidade de aprender sobre as falhas e os limites da teoria de Darwin enquanto estão aprendendo sobre os pontos mais fortes dela. Por exemplo, os livros didáticos frequentemente apresentam exemplos de “microevolução” de pequena escala e extrapolam essa evidência para fazer alegações injustificadas sobre “macroevolução”. Eles discutem mudanças minúsculas nos tamanhos dos bicos nos tentilhões de Galápagos ou pequenas mudanças nas cores dos animais para asseverar que fundamentalmente novos tipos de organismos podem evoluir através de processos evolutivos. Isso é desonestidade intelectual! Os avanços científicos dos últimos anos, principalmente sobre informação genética, levou muitos cientistas a uma atitude revisionista frente ao paradigma evolucionista darwiniano devido a insuficiência epistêmica da teoria geral da evolução. A declaração “Dissent Scientific From Darwinism” que afirma “Somos céticos quanto às alegações de que a capacidade de mutação aleatória e seleção natural são responsáveis pela complexidade da vida” é um exemplo notável dessa dissidência de diversos cientistas que é desconhecida do público em geral. Portanto, permitamos sim, o ensino da evolução, mas não como doutrinação, mas como uma, entre outras teorias que tem por objetivo explicar a evolução e beleza da vida. E que Darwin nos ajude. Amém!