Culto aos mortos

É IMPRESSIONANTE o zelo pelos mortos e a tentativa de um relacionamento mais estreito com espíritos “desencarnados” [para usar o termo espírita], na Igreja Católica. Na verdade, as homenagens (procissões, festas, ladainhas, coroações, novenas, romarias, dias santos, rezas) aos falecidos superam o louvor e adoração que deveriam ser dirigidos SOMENTE ao Senhor.

Uma festa religiosa da ICAR sem a imagem de um falecido perde o brilho. Os mortos “protegem” todas as atividades profissionais (motoristas, navegadores, etc), e também são especialistas em determinadas curas. A Santa Luzia, por exemplo, é invocada para curar problemas na visão. Além do Dia de Finados, uma homenagem a todos os falecidos, quer estejam em tormentos, quer não, há o dia de todos os santos, quer dizer, de todos os santos falecidos. Neste, somos também homenageados, já que todos nós, filhos de Deus somos santos.

Preocupado em não deixar uma só área sem a cobertura de um santo, a ICAR “criou” um santo para a internet, o Santo Isidoro.

Fico a imaginar como os santos na glória podem ser monitorados por uma pessoa aqui da terra. Esse negócio de beatificação merece reflexão. Como sabem se o falecido já saiu do purgatório? Como sabem se determinado morto alcançou a salvação? Os devotos, que passam a usar uma imagem e a fazer petições ao novel santo, podem comer gato por lebre.

No Ceará, há milhares de devotos do Padre Cícero [Padim Ciço], um ex-comerciante e político da região, excomungado pela ICAR. Ora, se referido falecido não foi ainda beatificado, apesar da pressão feita nesse sentido, como pode a ICAR aceitar pacificamente dentro de seus templos a devoção a esse morto? Não seria o caso de explicar a verdade, embora correndo o risco de perder alguns fiéis ou causar certo abalo? O argumento de que se trata de “uma grande demonstração de fé” não pode ser levado a sério. A fé dos religiosos deveria ser corretamente canalizada, direcionada para Deus. Com certeza digo que no meio de uma romaria, no momento de maior concentração, um pedido de palmas para o Senhor Jesus soaria como algo inaceitável. É bem provável que o mesmo aconteceria em Aparecida. Os religiosos rumam para aquela cidade para ver a imagem, adorar a imagem, chorar diante da imagem, homenageá-la da melhor maneira possível, ainda que ferindo pés e joelhos em sacrifícios inúteis.

Site: www.palavradaverdade.com em 07/08/2013

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