Ao longo da história da organização, muitos foram os desencontros, profecias falsas e contradições da Sociedade Torre de Vigia. Curiosamente todos seus dirigentes máximos foram membros de igrejas protestantes dos Estados Unidos, antes de aderirem ao movimento.
1870 – Charles Taze Russell, filho de uma família presbiteriana e com passagem pelo Adventismo, apregoa que todas as religiões são falsas e não representavam o verdadeiro cristianismo. Reúne então um grupo em Pittsburg (EUA) para estudos da Bíblia, negando doutrinas como a existência do inferno, da Trindade e da imortalidade da alma.
1877 – Russell renuncia aos negócios da família e passa a dedicar-se integralmente à divulgação de suas doutrinas, insinuando-se como o escolhido de Jeová para trazer as pessoas de volta às verdades bíblicas.
1879 – É publicada a primeira edição da revista Torre de Vigia (hoje Sentinela). Nela Russel anuncia para 1914 o início do Milênio bíblico, com a destruição dos sistemas políticos e das religiões, além da volta dos judeus à Terra Santa, além disso, afirma que Cristo já voltara ao mundo, de forma invisível, em 1874.
1914 – Diante do fracasso de suas previsões, Russell muda a versão e diz que a data marcou, na verdade, o “fim dos tempos dos gentios”. Ele remarca então os acontecimentos apocalípticos para 1918.
1917 – Joseph Rutherford, ex-crente batista, assume a presidência com a morte de Russell, no ano anterior. Introduz mudanças doutrinárias que acabam gerando cisões no movimento. Faz uma série de profecias, inclusive a de que os patriarcas bíblicos Abraão, Isaque e Jacó ressuscitariam em 1925, para se tornarem “príncipes” da Terra. Prevê também que o Armagedom, a guerra final entre Jeová e a humanidade desobediente, aconteceria em 1925.
1931 – É adotada pela primeira vez a designação “Testemunhas de Jeová”, com base no texto de Isaías 43.10. Rutherford desmente Russel, afirmando que a volta invisível de Cristo aconteceu em 1914.
1935 – Diante do crescimento numérico do movimento das Testemunhas de Jeová, surge a concepção de que apenas os 144 mil ungidos irão para o céu, enquanto o resto do “rebanho” de justos viveria eternamente na Terra. Assim contornou-se um dilema – até então, ensinava-se que somente aquele número de 144 mil seriam salvos. Surge também a idéia de que Cristo morreu numa estaca, e não numa cruz. Alguns anos depois Rutherford proibiu aos fiéis a comemoração de aniversários e do Natal, bem como o serviço militar e uso de vacinas.
1942 – Morre Rutherford e Nathan Knorr, que fora integrante da Igreja Reformada, assume a direção do grupo. O comando passa a ser exercido por um colegiado, mais tarde designado Corpo Governante. A produção editorial e a divulgação da literatura ganham grande impulso.
1945 – Proíbe-se a transfusão de sangue e o transplante de órgãos. Na sua gestão, Knorr também faz uma profecia sobre o Armagedom, fixando a data para 1975.
1950 – Congresso Internacional sepulta a ideia de que os patriarcas bíblicos ressuscitariam. Dois anos depois seria revogada a proibição de vacinas.
1977 – Frederick Frans, ex-presbiteriano, sucede Knorr e, para minimizar o fracasso profético, sinaliza que o Armagedom deveria ocorrer no início dos anos 80. Como nada aconteceu, fixou a data em 1994. Abolida a proibição ao transplante de órgãos, mantendo-se vedadas as transfusões de sangue.
1992 – Milton Henschel torna-se o quinto presidente da Sociedade Torre de Vigia. Diante do sexto fracasso profético, a organização passa a defender a tese de que o fim acontecerá “a qualquer momento”. Henschel moderniza a instituição e sua doutrina é espalhada pelo mundo.
CONCLUSÃO
Os erros teológicos do grupo beiram ao absurdo. O seu intitulado “escravo fiel e discreto”(que é o Corpo Governante das TJs ou líderes da Organização), expressão inspirada em Mateus 24.45, não acertou uma só de suas previsões. E dizem que falam em nome de Jeová. As previsões do final dos tempos são um erro recorrente na profecia dos líderes do movimento. Além disso, as práticas doutrinárias determinadas por essa organização variam periodicamente.
Fonte: Revista Eclésia