Cristianismo X Adventismo (Debate sobre o Sábado)

*Esse debate via e-mail entre o pastor Natanael Rinaldi e o adventista Luiz Martini, gira em torno do assunto sábado: mandamento moral ou ritual?

Primeiro a pergunta de Rinaldi com a refutação de Martini seguida pela réplica de Rinaldi.

Caro Rinaldi,

Parabéns pelas boas perguntas abaixo descritas. Creio que a partir daí poderemos poderar mais e melhor sobre a questão sábado; receio, porém, que o senhor vá criar nossos contra-argumentos diluídos e incoerentes a fim de desmontar aquilo que demonstro ser o correto e aceitável pela Palavra de Deus.

Façamos um trato, vamos replicar as idéias que para cada um de per si é incoerente, e vamos aceitar aquilo que é explicado e exposto segundo as normas de valor Bíblico. As perguntas abaixo citadas refletem uma única tese (sábado cerimonial ou moral?), então, vamos nos deter a essa tese buscando as antíteses e novas teses, pois só assim poderemos chegar a uma conclusão plausível. Evite, como é de seu costume “apologético” citar outros pontos doutrinais que nada tem que ver com o tema debatido, pois é isso que você vem mormente fazendo, tornando o debate impossível.

Se houver necessidade de que se faça abordagem a outra doutrina, como por exemplo, a Doutrina do Santuário, vamos reservar material para que, após concluída essa etapa, uma nova seja aberta. Ademais e mais importante, façamos tudo isso em oração e jejum, pois cremos, e estamos de comum acordo, que o Espírito Santo está a nos guiar a toda a verdade.

Sem mais, segue abaixo minha resposta às colocações que me enviou.

SÁBADO: PRECEITO MORAL OU RITUAL?

1.Seria a guarda do sábado um preceito moral quando o próprio Deus declarou ser a sua guarda abominável aos seus olhos?

Base bíblica:

Isaias ,1.13: “Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação e as luas novas, e os sábados, e a convocação das assembléias; não posso suportar iniquidade, nem mesmo a reunião solene.”

Refutação: Veja, Irmão e Pastor Rinaldi, que o contexto de Isaías 1 refere-se à motivação no culto a Deus. Muitos que se achegavam ao culto divino vinham sempre motivados da forma contrária a que Deus os havia pedido, a Bíblia de Estudos de Genebra, em Is 1: 10 tem como título “Condenando o Culto Hipócrita”, pois os adoradores faziam todo o ritual sagrado para se mostrar aos outros, cada um fazia um espetáculo maior e mais festejado que o outros, e o mais terrível era que eles haviam se esquecido do principal objetivo das celebrações – as figuras da redenção divina.

Em outras palavras, o ritual sagrado que Deus havia instiuído como lembrança de um Cristo que viria, para os adoradores (ou maior parte deles) havia pertido o significado.

O texto em lide, (o qual cavalheirescamente estamos a debater) não pode ser aplicado à moralidade do sábado, já que o contexto denuncia que se trata das reuniões solenes, aquelas que aconteciam nas datas festivais, por exemplo Páscoa, Yom Kipur, etc. Não devemos nunca extrapolar a questão do contexto a fim de afirmarmos aquilo que queremos, o contexto deve ser a suprema indicação para o debate e entendimento das questões.

RÉPLICA: Ora, meu querido Luís, você se condena ou se contradiz. Estou mostrando com a minha declaração que a guarda do sábado semanal é puramente cerimonial e você nada mais faz do que confirmar o que afirmou. Olhe o que você escreveu: “Em outras palavras, o ritual sagrado que Deus havia instiuído como lembrança de um Cristo que viria, para os adoradores (ou maior parte deles) havia pertido o significado.”(o grifo é meu)

Repito o que você escreveu: “o ritual sagrado que Deus havia instituído como lembrança de um Cristo que viria”. Sim, é como declara Paulo no v. 17 de Colossenses 2, “que são sombras das coisas futuras”. O sábado semanal como sombra apontava para o verdadeiro descanso em Jesus (Mt 11.28) Obrigado por confirmar meu ponto de vista. Veja que você ainda aponta outras festividades como a Páscoa (sábado cerimonial ou anual) Lv 23.4-5 e o Yom Kipur, etc. e nesse “etc” estão os outros seis dias de festividades anuais indicadas em Lv 23. E você deve tomar do seu próprio remédio, “Não devemos nunca extrapolar a questão do contexto a fim de afirmarmos aquilo que queremos,” .

2. Seria a guarda do sábado um preceito moral quando a sua guarda ficava subordinada à circuncisão? A lei de Moisés estabelecia que a circuncisão ocorresse no oitavo dia do nascimento da criança do sexo masculino (Lv 12.3). Se esse oitavo dia caísse num sábado, o sábado podia ser violado, para que a circuncisão fosse realizada. Como podia um preceito moral, segundo os sabatistas, ficar subordinado a um preceito cerimonial ou ritual?

Base bíblica:

João 7.22-23: “Pelo motivo de que Moisés vos deu a circuncisão (não que fosse de Moisés, mas dos pais), no sábado circuncidais um homem. Se o homem recebe a circuncisão no sábado, para que a lei de Moisés não seja quebrantada, indignais-vos contra mim, porque no sábado curei de todo um homem?”

Refutação: Parabéns Querido Amigo Rinaldi, essa pergunta é de amargar. Mas vamos aos fatos.

Se o Irmão vir a que veio a circuncisão, verá que ela significa uma aliança com o homem, assim, a circuncisão nada tem de ab-rogativa em relação à lei, já que entre a aliança e a lei não há comparação. Ao estilo de Paulo lhe perguntaria: “A alinça sobrepuja a lei?”

Ademias há uma estrita ligação entre circuncisão e batismo: “No qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, a circuncisão de Cristo;” (CL 2:11) “Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos.” (CL 2:12).

REPLICA: Sua resposta não satisfaz. A circuncisão é um preceito moral ou cerimonial? Você não respondeu. Diga o que você disser, o texto é muito claro: “Pelo motivo de que Moisés vos deu a circuncisão (não que fosse de Moisés, mas dos pais). Embora fosse dada primeiramente a Abraão (Gn 17.7) ela foi reiterada na lei de Moisés (Lv 12.2-3) e Jesus se refere à lei de Moisés. Freqüentemente os adventistas lançam o desafio para mostrarmos um mandamento que mostre que o sábado foi substituído pelo domingo. Cabe agora uma pergunta: onde se lê que o batismo substitui a circuncisão? Você aceita e diz, “Ademias há uma estrita ligação entre circuncisão e batismo”.

Concordo com você, mas e o mandamento para isso? É o que vemos com o sábado semanal (Cl 2.16), apenas uma sombra, da forma como ocorreu também com a páscoa (Ex 12.1-10). Uma sombra embora fosse um acontecimento da história na vida do povo de Israel.(1 Co 5.7)

3. Seria a guarda do sábado um preceito moral considerando que o sacerdote no templo violava o sábado para celebrar holocaustos e sacrifícios exigidos pela lei, ficando sem culpa?

Base bíblica:

Mateus 12.5: “Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa?”

Refutação: Uma pergunta-piada, só para quebrar o gelo: “Cristo deixa de perdoar no sábado?” 🙂

Cristo disse: “E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado.” (MC 2:27) A salvação do homem não está subordinada à lei, lembre que “A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram.” (SL 85:10). A salvação vem primeiro, a lei por último.

RÉPLICA: Se a salvação não está subordinada a guarda da lei, com o que eu concordo plenamente, pergunto: O homem se salva sem a guarda do sábado? Se o sábado foi feito por causa do homem então o sábado está subordinado ao homem e não ao contrário. Podiam os sacerdotes no sábado, matar, roubar, adulterar, fazer e se prostrar diante de ídolos, cobiçar a mulher do próximo ou qualquer outro preceito do decálogo e ficar sem culpa? Podiam violar o sábado e ficar sem culpa? Jesus disse que sim. “Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa?” Isso mostra cabalmente que a natureza do sábado é apenas ritual ou cerimonial. Da forma como existem leis morais fora do decálogo, existe também um preceito cerimonial dentro do decálogo, justamente a guarda do sábado.

4. Seria a guarda do sábado um preceito moral quando sua guarda era comparada à violação de um preceito ritual como o caso de Davi que comeu os pães da proposição reservados exclusivamente aos sacerdotes?

Base bíblica:

Mateus 12.4-5: “Não tendes lido o que fez Davi, quando teve fome, ele os que com ele estavam? Como entrou na casa de Deus, e comeu os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem aos que com ele estavam, mas só aos sacerdotes.”

Qual era o público de Cristo? Fariseus e Escribas, os doutores da Lei, segundo a visão deste o sábado precedia o bem-estar do homem, e este fica subordinado a letra apenas, o que Cristo fez não foi violar a lei (violou sim a maneira de observar a lei dos fariseus e escribas), ensinando-os o verdadeiro significado da Lei de Deus.

Não poderíamos colocar Cristo como um violador da lei, pois, dessa forma, Seu sacrifício se tornaria vão pelo pecado. Veja que Satanás não acusou a Cristo de violar a Lei de Deus, comentendo assim pecado.

Pergunta: Cometeu Cristo pecado contra a Lei de Deus? Se sim, Cristo seria um pecador e não um redentor. Você crê num redentor pecador?

REPLICA: Ora, ora, Luis. Você tão cioso para não ter um Cristo pecador, admite que a natureza humana de Jesus era uma natureza caída. “Em sua humanidade, Cristo participou de nossa natureza pecaminosa, caída.” … “De sua parte humana, Cristo herdou exatamente o que herda todo filho de Adão – uma natureza pecaminosa.” (Estudos Bíblicos, p. 140/41) A minha pergunta foi formulada para mostrar que se a comparação de Jesus fosse imprópria os líderes judaicos responderiam: Davi quebrou um preceito cerimonial ao comer os pães da proposição reservado aos levitas (Lv 24.5-8; 1 Sm 21.2-6), ao passo que os discípulos estão quebrando um preceito moral. Não há paralelo. E você declarou bem que os que contendiam com Jesus eram os líderes religiosos muito bem inteirados dos meandros da lei de Moisés. Quanto à sua pergunta se Jesus transgrediu a lei, a nossa resposta é que não: guardou a circuncisão, o que não fazem os adventistas; deu oferta segundo a lei, um par de rolas ou dos pombinhos. (Lc 2.21-23); guardou a festa da páscoa aos doze anos (Lc 2.42); guardou o sábado (Lc 4.16) e assim cumpriu toda a lei. (Lc 24.44; Gl 4.4-6)

5. Seria a guarda do sábado um preceito moral quando os judeus, para quem o sábado foi dado, não retrucaram a Jesus quando estabeleceu o paralelo entre a acusação dos judeus de que os discípulos de Jesus estavam colhendo espigas e comendo-as o que, segundo eles, não era lícito fazer no sábado, com o exemplo de Davi que comeu os pães da proposição? Poderia um preceito moral ficar subordinado a um preceito cerimonial ou ritual (comer os pães da proposição)?

Base bíblica:

Mateus 12.1-3: “Naquele tempo passou Jesus pelas searas, em um Sábado; e os seus discípulos, tendo fome, começaram a colher espigas, e a comer. E os fariseus, vendo disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer num sábado”?

Refutação: Veja que você mesmo coloca os parâmetros, não eu. Os fariseus criaram paradigmas, ou dogmas, acerca de como deveria ser guardado o sábado. A pretensão deles era tão grande que compendiaram todos os “mandamentos” (deles, não de Deus) num livro que lhes servia de guia, o Mishdrá (se não me engano do nome); o mesmo, porém, era tão incoerente e incoeso que necessitava de interpretações. Para ter uma idéia de como eles “viajavam na maionese”, criaram 1500 leis (ou mais) sobre como guardar o sábado.

A título de curiosidade: cuspir no chão em dia de sábado era pecado, pois você estaria regando as plantas. Outro despautério era não poder se olhar no espelho, pois assim você poderia ver um fio de cabelo branco e quer tirar. Segundo eles, todas essas coisas eram passíveis de pecado. Um incongruência sem paralelo.

Cristo, porém, via nesses mandamentos paralelos um desfavor aos Mandamentos de Deus. O que Ele fez foi dar-lhes o verdadeiro significado do sábado e como guardá-lo.

A idéia do texto supracitado era que “O homem não fora criado por causa do sábado, mas o sábado por causa do homem.”, que quer dizer isso, senão que o bem-estar do homem vinha antes de qualquer coisa. Em suma: O bem-estar do homem está acima da lei.

RÉPLICA: Meu amigo Luís, parece que você está desatualizado com relação ao próprio mandamento que diz conhecer. Não tem nada dessas minúcias apontadas por você. Veja o que diz Ex 20.10, “…não farás nenhuma obra…” Os judeus repreenderam os discípulos de Jesus porque colher espigas no dia de sábado estava proibido e eles se basearam na lei. Se o sábado semanal fosse um mandamento moral Jesus não diria o que disse. Pelo contrário, justificou os discípulos que foram declarados inocentes diante da acusação feita pelos líderes judaicos. “Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes.” (v. 7) Qual a culpa de um inocente? Como Senhor do sábado, ou seja, com autoridade sobre o dia, inocentou os discípulos da acusação feita.Qual a culpa de quem trabalha no sábado? O Senhor do sábado responde: inocente. Só os sabatólatras é que vêem, no quarto mandamento, um valor maior do que os demais, seguindo visões estapafúrdias de EGW como se fossem bíblicas, quando o veredito de Jesus é totalmente contrário. Mais Bíblia, Luis, e menos EGW. Afinal, seguidores de Jesus ou discípulos de EGW?

6. Seria a guarda do sábado um preceito moral considerando que Jesus curou o paralítico postado à beira do tanque de Betesda e ordenou que ele carregasse a sua cama num dia de sábado?

Base bíblica:

Jo 5.8-11 “Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma o teu leito, e anda. Logo aquele homem ficou são; e tomou o seu leito, e andava. E aquele dia era sábado. Então os judeus disseram àquele que tinha sido curado: É sábado, não te é lícito levar o leito. Ele respondeu-lhes: Aquele que me curou, ele próprio disse: Toma o teu leito, e anda.”

Refutação: Está respondido acima

REPLICA: Os judeus estavam corretos quando disseram: “É sábado, não te é lícito levar a cama.” (Jo 5.10)? Baseados na lei, sim. A lei prescrevia essa proibição (Ex 20.10; Ne 13.19) Jesus poderia ter curado o paralítico no sábado sem mandar levar a cama. Poderia ser levada no dia seguinte. Logo, em se tratando de um preceito cerimonial nenhuma importância havia de fazê-lo. Jesus jamais ordenaria a quebra de um preceito moral. (Jo 5.16-18)

7. Seria a guarda do sábado um preceito moral quando Paulo compara a guarda do sábado como algo que implicava na perda salvação?

Base bíblica:

Gl 4.9-11: “Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir? Guardais dias, e meses, e tempos, e anos. Receio de vós, que não haja trabalhado em vão para convosco.”

Refutação: De uma olhadela nos porquês de Paulo ao escrever aos Gálatas. Sugiro considerar seu escrito dentro dum todo orgânico, geneticamente falando, pois Paulo não se contradisse de modo algum. Se ler a epístola aos Romanos verá que ele aduz a guarda da lei, aliás, a lei foi o grande tema de Paulo, tão grande que ele a associa a justificação pela fé, fazendo um lindo paralelo.

A Bíblia de Estudos de Genebra, comentando o verso 9 diz:

voltando, outra vez: “Surpreendentemente, Paulo liga a escravidão do legalismo ceriomonial com a escravidão da suprestição pagã. Admitir a circuncisão como necessária para a Salvação é voltar-se da liberdade da graça para escravidão do mundo com os seus tempos e épocas, sejam tais tempos judaicos ou gentílicos.”

Rudimentos fracos: “Antes de sua conversão, os gálatas estavam sujeitos aos “elementos” do mundo pagão: seus falsos deuses, sua astrologia e os rituais que guardavam segundo as estações do ano.”

Veja que esse comentário de Genebra existe há mais de 400 anos e foi realizado por estudiosos da reforma.

REPLICA: Querido Luís, Paulo escreveu treze epístolas e se incluirmos Hebreus seriam então quatorze. NENHUM PRECEITO DE PAULO EM MANDAR GUARDAR O SÁBADO. Taxativamente falou que o sábado integrava preceitos cerimoniais da lei que foram abolidos na cruz. “ Dias de festa (sábados cerimoniais ou anuais), luas novas (dias sagrados mensais) e sábados (semanais) (Cl 2.16). Você reconhece isso quando afirma “Surpreendentemente, Paulo liga a escravidão do ‘legalismo ceriomonial’”. Parabéns pela sua honestidade em reconhecer o que expomos. Isto está claro em Gl 3.1-3. Paulo fala de alguém pensar guardar a lei “Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei, ou pela pregação da fé.” Paulo está surpreso pela atitude dos gálatas em aceitar o judaísmo e combate essa posição dos judaizantes, “ Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.” (Gl 2.16) “Todos aqueles pois que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para faze-las.” E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé.” (Gl 3.10-11) O judaizantes entendiam que o cristianismo era o resultado lógico da sua velha religião, mas não entendiam como alguém podia ingressar nele sem passar pela circuncisão. Então eles foram a esses cristãos gentios da Galácia e sugeriram que, se quisessem realmente ser cristãos, teriam que se submeter à circuncisão e se colocar sob a lei. Essa é o tema que o apóstolo aborda na epístola aos Gálatas. A lei não foi dada aos pagãos (Rm 2.14)

8. Seria a guarda do sábado um preceito moral considerando que Paulo anunciou todo o conselho de Deus e não deixou nada do que fosse útil ensinar aos cristãos e nunca mandou guardar o sábado?

Base bíblica;

“Como nada, que útil seja, deixei de vos anunciar, e ensinar publicamente e pelas casas.” “Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus.” (At 20.20,27)

Refutação: Se me permite responder com uma pergunta: Onde Paulo aboliu o sábado, de maneira direta e objetiva? Onde os Apóstolos aboliram a Lei, dizendo que agora o que importava era o domingo? E para finalizar: Onde Jesus Cristo mudou do sábado para o Domingo?

RÉPLICA: Paulo declarou que a guarda dos dias de festa (Lv 23.37), luas novas (dias sagrados mensais) e sábados (semanais) foram abolidos na cruz (Cl 2.14-17; 2 Co 3.6-14). O que você deveria perguntar e não o fez, onde Jesus mandou guardar o sábado? Não foram os judeus que o mataram por causa do seu ensino em considerar o sábado um preceito inteiramente cerimonial ou ritual (Jo 5.16-18: 9.16)? Desculpe, mas sua pergunta é fútil. Se você mostrasse um preceito de Jesus para guardar o sábado teria cabimento, mas se os cristãos têm o dia de domingo como dia do Senhor (Ap 1.10) decorrente da ressurreição de Jesus nesse dia (Mc 16.9), seria muito natural que isso ocorresse da mesma forma como você não mostrou mandamento de Jesus substituindo a circuncisão pelo batismo. Você argumenta a favor, sem mandamento qualquer nesse sentido. Entretanto, ingenuamente pergunta pelo mandamento da substituição do sábado pelo domingo.

9. Seria a guarda do sábado um preceito moral quando Paulo afirma que não faz diferença se alguém guarda um dia e se outro guarda outro pois tudo isso é coisa indiferente?

Base bíblica:

“Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente.” Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do dia para o Senhor o não faz. “(Rm 14.5-6)

Refutação: Permita-me citar mais uma vez o “Comentário de Genebra” exarado na Bíblia de Estudos de Genebra. Um comentário que põe um ponto final em sua alegação.

À página 1340, verbete 14.5 Um faz diferença entre dia e dia. “Um padrão de dias santos, que era uma característica do ano judaico, sendo provável que Paulo se referisse aqui a esses dias santos, e não ao sábado. Se o sábado estivesse em vista seria mais natural dizer: “Um considera o sábado acima dos outros dias”.

RÉPLICA: Ora, Paulo em Romanos 14 está tratando da tolerância entre judeus e gentios, porque os judeus queriam impor a guarda da lei aos gentios. A mesma situação da Galácia onde cristãos judaizantes queriam impor essa mesma medida. Também em Rm 14.5 está Paulo apontando que isso não faz diferença. Preceitos apenas rituais que não merecem acusações ou debates (v.4,10). Coisas transitórias e rudimentares que não devem preocupar os fortes contra os fracos (v. 3) “ Dias de festa, luas novas e sábados “ são coisas passageiras da lei que não devem incomodar os cristãos. Rudimentos cerimoniais ou rituais da lei (Gl 4.9-11) E você corrobora meu ponto de vista quando cita “Um padrão de dias santos, que era uma característica do ano judaico, sendo provável que Paulo se referisse aqui a esses dias santos, e não ao sábado.” Você vai dizer que o sábado semanal não integrava o ciclo de dias sagrados do judaísmo? Afirmar isso é revelar uma grande ignorância. Veja o seguinte: A fórmula ‘dias de festa, luas novas e sábados’ é a fórmula consagrada para indicar os dias sagrados anuais, mensais e semanais ou inversamente, semanais, mensais e anuais do judaísmo ou da lei.

Exemplos bíblicos da fórmula:

Exemplo n. 1:

Em Números 28 encontramos os holocaustos para os dias de sábados (semanais), para as luas novas (mensais) e dias de festa (anuais) nos seguintes versículos”: “… no dia de sábado dois cordeiros de um ano, sem mancha… Holocausto é do sábado em cada semana…” (v. 9,10)

“E as suas libações serão a metade dum him de vinho para um bezerro… este é o holocausto da lua nova de cada mês, segundo os meses do ano.”(v. 14)

“Porém no mês primeiro, aos catorze dias do mês, é a páscoa do Senhor; E aos quinze dias do mesmo mês haverá festa; sete dias se comerão pães asmos.” (v. 16,17)

Exemplo n. 2:

1 Cr 23.31: “E para cada oferecimento dos holocautos do Senhos, nos sábados (cada semana), nas luas novas (cada mês) e nas solenidades (cada ano) por conta, segundo o seu costume, continuamente (o parêntese é nosso).

Exemplo n. 3:

2 Cr 2.4: “Eis que estou para edificar uma casa ao nome do Senhor meu Deus, para lhe consagrar, para queimar perante ele incenso aromático, e para o pão contínuo da proposição, e para os holocaustos da manhã e da tarde (cada dia), nos sábados (cada semana) e nas luas novas (cada mês) e nas festividades do Senhor nosso Deus… (cada ano).” (o parêntese é nosso)

Exemplo n. 4:

2 Cr 8.13: “ E isto segundo o dever de cada dia, oferecendo segundo o preceito de Moisés, nos sábados (cada semana) e nas luas novas (cada mês), e nas solenidades (cada ano), três vezes no ano… (o parêntese é nosso)

Exemplo n. 5:

2 Cr 31.3: “Também estabeleceu a parte da fazenda do rei para os holocaustos, para os holocaustos da manhã e da tarde, e para os holocaustos dos sábados (cada semana), e das luas novas (cada mês), e das solenidades (cada ano), como está escrito na lei do Senhor.”(o parêntese é nosso)

Exemplo n. 6

Ez 45.17: “E estarão a cargo do príncipe os holocaustos, e as ofertas de manjares, e as libações, nas festas (cada ano), e nas luas novas (cada mês), e nos sábados (cada semana), em todas as solenidades da casa de Israel.”(o parêntese é nosso)

Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa (cada ano), ou da lua nova (cada mês), ou dos sábados (cada semana),. Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.” (Cl 2.16)

10. Seria a guarda do sábado um preceito moral considerando que Paulo declarou que as coisas passageiras da lei, como a guarda do sábado semanal, deveriam ser abandonadas pelos cristãos?

Base bíblica:

“Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós cravando-a na cruz. Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados. Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.”

Refutação: A lei é comparada a um certificado de divida escrito de próprio punho pelo devedor. Jesus nasceu “sob a lei”, sujeito às suas exigências e maldições (Gl 4:4). Na cruz, tornou-se “pecado por nós” (2 Cor 5:21) e sofreu a maldição da lei contra a injustiça (Gl 3:13). Na execução da sentença de morte sobre Jesus, enquanto esteve pregado no madeiro, Paulo vê o concelamento da sanção de morte que havia contra transgressores da lei. O crente não está sujeito à ameaça da condenação da lei.

Ademais, é bom lembrar as palavra de Paulo em relação à lei da morte e do pecado, que havia sido imputada ao homem por Adão e Eva, e que Jesus de uma vez por todas nos libertou dessas leis. “Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” (RM 8:2)

Portanto, Cristo nos livrou do salário do pecado que é a morte eterna, contudo, não deixou de lado a necessidade da observância da lei – o sábado como contido nela – para que desse modo não pequemos.

RÉPLICA: Tudo isso que você disse vai contra sua própria argumentação. Pois a grande teimosia dos adventistas contra o texto é afirmar que a palavra “sábados” de C. 2.16 não se refere ao sábado semanal. Temos provado ao contrário e demos três razões que até hoje não receberam contestação. Veja que o Samuelle Bacchiocchi não deixa por menos e apóia que realmente a palavra sábados de Cl 2.16 se refere ao sábado semanal abolido na cruz. Isso também é mostrado na p. 341 do livro Estudos Bíblicos. Aparecem duas colunas com o título O CONTRASTE ENTE AS DUAS LEIS: A LEI MORAL – A LEI CERIMONIAL” . Na coluna desta última A LEI CERIMONIAL nas terceira linha se lê “ Era uma “cédula de ordenanças” Col. 2.14”. Isso é repetido na sétima e nona colunas “ Foi cravada na cruz” e “ Foi tirada por Cristo.”

LEI MORAL LEI CERIMONIAL

Foi proferida por Deus Foi ditada por Moisés

Foi escrita pelo dedo Deus em Foi escrita por Moisés num livro

tábuas de pedra

Foi colocada dentro da arca Nenhuma coisa aperfeiçoou

Deverá permanecer firme para sempre Foi posta ao lado da arca

Não foi destruída por Cristo Foi cravada na cruz

Devia ser engrandecida por Cristo Foi ab-rogada por Cristo

Foi tirada por Cristo

11. Seria a guarda do sábado um preceito moral considerando que em razão da desobediência Deus, ele anuncia a fim de todos os sábados prescritos na lei, inclusive o sábado semanal?

Base bíblica:
Oséias 2.11: “E farei cessar todo o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas, e os seus sábados, e todas as suas festividades.”

Refutação: O irmão deve levar em consideração o contexto da passagem, veja que o que acontece em Oséias é o sincretismo religioso, ou seja, uma mistura de culto a Deus e a Baal. “Castigá-la-ei pelos dias dos Baalins, nos quais lhes queimou incenso, e se adornou dos seus pendentes e das suas jóias, e andou atrás de seus amantes, mas de mim se esqueceu, diz o SENHOR.” (OS 2:13). Isso quer dizer que há sim uma diferença entre os sábados cerimoniais e os morais, estes apontando à obediência a Deus, aqueles às figuras de Cristo.

Mais precisamente, o texto fala da exortação de Deus para que deixem de adorar Baal. Não há biblicamente suporte para crer que o sábado aí possa ser diferente do cerimonial, além do que está citado entre festividades.

Veja que às vezes em que aparece o sábado sendo citado entre cerimonias não pode haver qualquer ligação com o sábado moral; ademais, é bom verificar que toda vez que aparece festas e luas novas e sábados, em suma, festividades, devemos ter em mente a dupla adoração que em Israel se dava.

RÉPLICA: Só por teimosia que você afirma o que está acima, “Veja que às vezes em que aparece o sábado sendo citado entre cerimonias não pode haver qualquer ligação com o sábado moral”. Desculpe-me, mas você falar em “sábado moral” isso é hilariante. Depois de tudo o que você já leu, voltar a repetir essa expressão, revela como tenho dito: você não pensa mais por si mesmo, alugou sua cabeça para outros pensarem por você. Releia os exemplos da expressão, “dias de festa, luas novas e sábados” do item 9. Se quiser posso repeti-los aqui, mas acho desnecessário. Só por teimosia, e sem prova bíblica, repete o sábado semanal não pode ser achado entre “cerimonias”. Os adventistas não podem se esquecer de que afirmam que a palavra “sábados” plural ou singular aparece 60 vezes no Novo Testamento sempre com o sentido de sábado semanal. Só deixam de reconhecer que a palavra “sábados” de Cl 2.16 não tem esse sentido. E por que? Porque se reconhecessem esse sentido que é corroborado pela afirmação de que a palavra tem esse sentido em 59 referências restantes. Eis a prova:

“Os termos sábado, sábados e dia de Sábado ocorrem sessenta vezes no Novo testamento, e em cada caso exceto um, refere-se ao sétimo dia. Em Col. 2.16 e 17 faz-se referência aos sábados anuais relacionados com as três festas anuais observadas por Israel antes do primeiro advento de Cristo. ( ESTUDOS BÍBLICOS p. 378 – CASA, edição de 1984).

12. Seria a guarda do sábado um preceito moral considerando que Deus poria em esquecimento a guarda desse dia – o sábado semanal – em decorrência da desobediência do povo de Israel? Um preceito moral poderia ser posto em esquecimento.

Base bíblica:

Lamentações 2.6: “E arrancou o seu tabernáculo com violência, como se fosse a de uma horta; destruiu o lugar da sua congregação; o SENHOR, em Sião, pôs em esquecimento a festa solene e o sábado…”

Refutação: RESPONDIDO ACIMA

RÉPLICA: Hilariante! “Respondido acima.” Não consegui encontrar essa resposta. Será que é aquela que está na RÉPLICA do item 9? Agradeço seu elogio, “Sabendo que é um homem de muita cultura, creio que isso será possível.” Realmente foi possível.

E agora, amigo Luis, não vá me citar de novo seu avô. Assuma. Rinaldi

Senhor Rinaldi, agora, gostaria de receber sua resposta, porém, gostaria que a fizesse interlinear, intercalando a minha com a sua. Por favor, não saia do tema da discussão, tente permanecer o mais fiel possível, ser tal for realmente viável. Sabendo que é um homem de muita cultura, creio que isso será possível.

Fique com Deus e que ele o abençoe em dobro. Oremos para que o Espírito Santo nos guie.

Luís Martini

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