Cristãos perseguidos veem esperança para futuro de seus filhos na Colômbia
A história de Carlos e seus irmãos é semelhante à de várias outras crianças e adolescentes que chegam ao Abrigo Ágape, parceiro da Portas Abertas, na Colômbia. Sua família se converteu a Jesus por meio de um trabalho de evangelização na região. Seu pai, um homem influente na tribo, começou então um trabalho com pequenos grupos de famílias indígenas, o que trouxe resultados positivos na mudança de conceitos e valores daquelas pessoas, mas mexeu muito com os valores da tribo, com rituais e religião arraigados em antepassados, além de tradições e culturas únicas. Não demorou muito e sua família estava sendo perseguida, forçada a renegar sua nova fé em Jesus e voltar às tradições. O pai não aceitou qualquer ameaça que veio do comando da tribo, então ele, sua família e outras três famílias cristãs foram expulsos do lugar. Não sem antes um último aviso. Preso em uma casa por mais de uma semana, o pai de Carlos foi torturado e obrigado a negar sua fé. Ele não negou e os chefes da tribo o expulsaram sem direito a nada. Mesmo não podendo se aproximar da sua antiga comunidade, a família começou outro trabalho de evangelização e pequenos grupos com os indígenas nas proximidades, sendo novamente ameaçados e expulsos para mais longe de sua casa.
A igreja, já construída em meio às casas da tribo, foi queimada e totalmente destruída. Sem casa, terra para cultivar ou animais de criação, a família teve que subsistir e se manter por meio da ajuda da igreja de uma outra cidade. Com os filhos fora da escola e sendo discriminados por onde passavam, as famílias buscavam constantemente uma alternativa para o desenvolvimento de seus jovens. Ao conhecer o Abrigo Ágape, e serem aceitos para estudar e viver no local, cinco crianças e adolescentes com idade entre 7 e 15 anos foram viver outra realidade que muitos cristãos perseguidos na Colômbia ainda não viveram: a experiência de contar com um futuro para seus filhos. Atualmente, o abrigo atende mais de 50 crianças que recebem alimentação, estudo regular, profissionalização e, sobretudo, estudos baseados nos conceitos da Palavra de Deus.
Carlos foi uma dessas crianças. Quando ele estava com 13 anos, começou a entender verdadeiramente o cuidado que Deus tinha com sua família. “Até então, eu sabia que Deus me amava, mas daquele momento em diante, eu tinha certeza que ele jamais me abandonaria”, explica o jovem.
Ele já não participa mais das atividades do Abrigo, mas sempre que pode volta ao lugar para rever tutores, professores, funcionários e amigos que ainda trabalham e estudam ali. Enquanto esteve lá, fez vários cursos profissionalizantes ligados à tecnologia da informação. “Meu sonho era seguir os caminhos do meu pai, e trabalhar em tempo integral para a Obra do Senhor. Mas preciso ajudar a minha família e sei que sou mais útil utilizando o dom que Deus me deu, falando do seu nome e do seu amor para outras pessoas”, afirma.
“Quando meu pai estava enfrentando torturas físicas e emocionais, preso na tribo, tive vários questionamentos sobre o amor de Deus e me perguntava onde ele estava naqueles momentos, enquanto meu pai estava separado da família por amor a ele? Mas, naqueles dias, vimos que o Senhor estava cuidando do nosso futuro, que era baseado nos propósitos Dele para cada um de nós. E é nisso que eu penso todos os dias”, conclui.
Hoje, aos 23 anos, Carlos abriu seu próprio negócio e presta serviços de tecnologia para empresas da sua região. Ele pensa em ampliar seus trabalhos fazendo parcerias também em Bogotá, capital da Colômbia.
*Nome alterado por motivos de segurança.
cpadnews.com.br/universo-cristao
Minha fé fica mais forte, ao saber que há cristãos que mesmo sobre ameaças e torturas não nega a fé em Jesus. Estarei orando pelos os cristãos bolivianos.