Hoje, com políticas intervencionistas que transformam pais em meros escravos dos caprichos estatais diante do mau comportamento dos filhos, as escolas se tornaram zoológicos sem jaulas, uma terra sem lei, onde a autoridade maior é o direito de “livre expressão” das crianças. Ali, é proibido proibir — a não ser que o assunto seja devolver aos pais o direito de aplicar uma boa disciplina física para eliminar a bagunça e trazer a ordem.
O mais notável é que durante o debate de rádio da VINACC, uma conhecida psicóloga evangélica deu sua opinião, declarando que crianças problemáticas na escola — que desafiam a autoridade — devem ser encaminhadas a psicólogos e psiquiatras. Por que não encaminhá-las a pastores? Dar ao público da rádio a sugestão de encaminhar crianças a psicólogos e psiquiatras é convidar, em grande parte, novos problemas ao cenário, pois a perspectiva de psicólogos e psiquiatras é muitas vezes contrária aos valores cristãos.
Como exemplo, uso a própria psicóloga que deu essa sugestão impensada. Por defender a reorientação de homossexuais, ela vem sofrendo perseguição do Conselho Federal de Psicologia (CFP). Isto é, o CFP, que representa a vontade da maioria dos psicólogos do Brasil, não concorda e não aceita que ela ajude um homem a sair do homossexualismo. O CFP tem outras posições radicais que são hostis ao Cristianismo e ao próprio bom senso.
Essa psicóloga sabe que se ela própria fosse encaminhada a outro psicólogo ou psiquiatra para uma avaliação de suas questões, ela seria vítima de preconceito de sua própria classe. Mesmo assim, ela não teve receio de recomendar o encaminhamento de crianças a esses profissionais do preconceito anticristão. Ela própria não quer ser jogada à cova dos leões, mas atira ali alunos e seus pais, como se um psicólogo ou psiquiatra possuísse poderes divinos, acima de todos os outros seres humanos, para identificar e apontar soluções miraculosas para as questões humanas.
Nessa contradição, quem acaba sofrendo são os inocentes.
E se, seguindo o conselho da psicóloga evangélica, crianças com dilemas sexuais ou comportamentais forem encaminhadas a um psicólogo ou psiquiatra pró-homossexualismo? Em análise final, o conselho da psicóloga evangélica acaba contribuindo para jogar os inocentes diretamente nos braços de profissionais do preconceito anticristão e anti-família natural.
Talvez a preocupação da psicóloga evangélica fosse a detecção de abusos sexuais. Esses crimes realmente ocorrem, e uma das melhores soluções seria o Estado aplicar pena capital nos estupradores. Mas os abusos sexuais não ocorrem na maioria das famílias e não podem ser usados como desculpa para um intervencionismo estatal absoluto em tudo e em todos.
Portanto, encaminhar automaticamente crianças a psicólogos a fim de se detectar possível abuso é expô-las ao abuso estatal que hoje condena os valores morais contrários ao homossexualismo e outras perversões sexuais. Ao se deparar com uma criança cristã que tem esses valores, o psicólogo humanista a classificará como vítima dos “valores preconceituosos dos pais”, requerendo tratamento e reorientação.
Assim, onde não houver abusos, o psicólogo se encarregará de cometê-los, em nome de ideologias politicamente corretas. Durante a avaliação de uma criança por um psicólogo humanista, o pai ou mãe que for descoberto ensinando os filhos sobre a intrínseca perversão dos atos homossexuais será rotulado de “homófobo” e, se aprovadas leis anti-“homofobia”, será denunciado por abuso psicológico aos órgãos estatais. Durante a avaliação de uma criança por um psicólogo humanista, o pai ou mãe que for descoberto fazendo uso da vara da disciplina nos filhos será denunciado por abuso físico aos órgãos estatais.
É claro que uma minoria de psicólogos é cristã. Mas mesmo entre estes, há muita confusão e pouco consenso na Palavra de Deus. E entre os que parecem ter consenso cristão, há contradições. Raríssima exceção é o Dr. James Dobson, que acertadamente defende o uso da disciplina física nos filhos e se opõe ao doutrinamento homossexual das crianças nas escolas.
Psicólogos humanistas parecem ser mais coerentes, pois jamais encaminham crianças e seus pais a pastores ou padres. Contudo, psicólogos cristãos que encaminham crianças e seus pais a outros psicólogos servem, conscientemente ou não, como idiotas úteis de um sistema de valores que desorienta espiritualmente, reorientando-os a uma vida onde o centro de tudo é o próprio homem, não Deus.
A psicóloga evangélica veria como extrema crueldade e desumanidade a sugestão de que ela mesma deveria ser encaminhada para uma avaliação de seus colegas profissionais. Mas o que ela não quer para si, ela recomenda para as crianças e seus pais: que eles sejam encaminhados para os que a perseguem! É de admirar então que ela seja defensora do ECA, o maior documento anti-família do Brasil?
Não é hora de repensar as contradições dos psicólogos evangélicos e a idolatria que a igreja vem prestando no altar da psicologia?
Fonte: www.juliosevero.com