APROVEITA-SE DO FEST-GOSPEL PARA DESARREGAR SUAS HERESIAS
O conjunto “Voz da Verdade” fez “um show” no Fest- Gospel 2001 de São José Rio Preto, SP. Infelizmente, esse “show” não foi no sentido qualitativo, mas pejorativo. O líder do conjunto, Carlos A. Moisés, no meio da apresentação, começou a desafiar os pastores presentes a provarem para ele que Deus tem sócio (se referindo à Trindade). Argumentou que quem acredita na possibilidade de Deus viver em sociedade crê na doutrina inventada pelo Papa. Além desses impropérios, o conjunto distribuiu um CD no qual faz apologia contra a doutrina da Trindade (E isso sem a autorização do Conselho de Pastores da Cidade). Quando um de nossos apologistas tentou conversar com o líder do grupo por e-mail e questiona- ló sobre suas declarações feitas no Fest-Gospel a respeito da Doutrina da Trindade, recebemos a seguinte resposta:
“Primeiramente, eu gostaria de lhe informar que quem vos escreve é o mesmo que estava gritando no palco em São José do Rio Preto. Em segundo lugar, não estou nem um pouco preocupado… você e nada para mim é igual a NADA. Alguém como você, que nega o nome de JESUS, não é merecedor de minha apreciação. Se a tua igreja não cantar, MILHÕES de igrejas cantarão por todo o Brasil, por isso você não faz DIFERENÇA. O dia em que você conseguir fazer que as igrejas de todo o país parem de cantar nossos hinos, aí você será um vencedor” – pastor Carlos A. Moysés.
Nenhum argumento teológico foi recebido da parte do nobre conjunto, mas somente afrontas infantis. Nenhum de nossos argumentos a favor da doutrina da Trindade foi objetada pelo senhor Carlos Moisés, a não ser o que imprimimos acima. Isso é lamentável! Sobre a questão “unitarista” do referido conjunto, vamos fazer apenas algumas observações:
O argumento unicista
A doutrina unicista está baseada nas seguintes verdades bíblicas: A primeira verdade bíblica é que há somente um Deus, e a segunda é que Jesus é Deus.
Destas duas verdades, os unicistas deduzem que Jesus Cristo é Deus em sua totalidade. Sendo assim, Jesus é o Pai, o Filho e o Espírito Santo, rechaçando a doutrina da Trindade.
O argumento trinitário
A Igreja, através dos séculos, sempre ensinou que dentro da unidade do único Deus existem três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; e estes três compartilham da mesma natureza e atributos; então, com efeito, esses três são o único Deus. A teologia unicista ensina que Jesus Cristo é o Pai encarnado, e que o Espírito Santo é Jesus Cristo também. Estes ensinamentos são o pilar da teologia unicista. Vejamos se esta noção está em harmonia com as Escrituras.
É Jesus o Pai?
Isaías 9.6 – o “Pai Eterno”
Este versículo não ensina que Jesus é o Pai. O título “Pai eterno” refere-se ao fato de que Jesus é o Pai da eternidade; em outras palavras, Jesus sempre existiu (João 1.1); Ele não foi criado, não teve princípio (João 17.5). O termo “Pai” não era o título que se costumava usar para dirigir- se a Deus no Antigo Testamento. Assim, este versículo não ensina que Jesus é o “Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Pedro 1.3); em outras palavras, Jesus não é seu próprio Pai.
João 10.30 – “Eu e o Pai somos um”. Se Jesus tivesse querido dizer que Ele é o Pai, teria dito: “Eu e o Pai sou um” ou “Eu sou o Pai”, que seriam expressões gramaticais corretas. Jesus não pode ser acusado de ter sido um mal comunicador. “Somos”, o verbo está na primeira pessoa do plural. Jesus e o Pai são um em natureza e em essência, porque Jesus é Deus, como o Pai, mas não é o Pai.
É Jesus o Espírito Santo?
Versículos usados pelos unicistas para provarem que Jesus é o Espírito Santo: 2 Coríntios 3.17: “Ora, o Senhor é o Espírito e, onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade”. O texto não diz que “Jesus é o Espírito”. Se a passagem dissesse isto, talvez os unicistas tivessem um ponto forte, mas como não diz, eles assumem que a palavra “Senhor” se refere a Jesus Cristo. O “Espírito” aqui é chamado de Senhor no sentido de identificá-lo com Javé (Nome que se refere à Trindade) ou Deus, e NÃO com Jesus, já que o versículo 16 diz: “Mas quando alguém se converte ao Senhor, o véu é retirado”. Trata-se de uma referência ao texto de Êxodo 34.34: “Porém, vindo Moisés perante o SENHOR [Javé] para falar-lhe, removia o véu até sair; e, saindo, dizia aos filhos de Israel tudo o que lhe tinha sido ordenado”.
É o contexto que sempre determina a quem se está referindo quando a palavra “Senhor” é usada. No versículo 17, a palavra “Senhor” está-se referindo a Javé, e não a Jesus, já que o versículo 16 e todo o contexto assim demonstram. Se os unicistas estivessem sempre corretos ao interpretar “Senhor” como “Jesus”, como ficaria Filipenses 2.1170 texto diz: “E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai”. Seguindo a linha de raciocínio dos unicistas, te- ríamos de concluir erroneamente que: “E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Jesus…”. Isto não é o que este versículo está dizendo, mas o que está ensinando é que: “E toda língua confesse que Jesus Cristo é Deus. Porém, não Deus, o Pai, porque no mesmo versículo diz que isso será feito “para a glória de Deus Pai”.
Depois de termos visto que Jesus não é o Pai nem tampouco o Espírito Santo, podemos concluir que os unicistas têm um conceito equivocado da verdadeira natureza de Deus. Se Jesus não é o Pai, mas Deus, e o Pai não é Jesus, mas Deus, e o Espírito Santo não é Jesus, mas Deus, e a Bíblia diz que há somente um Deus, então isto significa que dentro da unidade do único Deus existem três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; e estas três compartilham a mesma natureza e atributos; então, com efeito, estas três são o único Deus. Uma coisa é dizer “Eu não entendo a doutrina da Trindade”, e outra bem diferente é afirmar que “a doutrina da Trindade é falsa”, “pagã”, “diabólica”, “antibíblica”. A Bíblia faz uma advertência muito forte para esta classe de pessoas quando nos diz: “… Este é o anticristo: aquele que nega o Pai e o Filho”(l João 2.22) e “… e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo” (1 João 1.3).
Talvez alguém argumente: “Mas eles fazem hinos e cânticos tão lindos! Eles só podem estar certos”. É bom não nos esquecermos de que isso não significa alto grau de espiritualidade, pois o nosso Senhor disse que muitos que fariam grandes coisas para Ele não seriam aceitos naquele dia: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7:21-23).
‘Será que pelo fato de muitos cantores seculares, não evangélicos, terem gravado músicas belíssimas para Deus isso lhes garantirá alguma coisa? E o que dizer dos padres Marcelo Rossi e Zenhinho? Eles não fazem belos louvores? Quer dizer que, por entoarem lindos louvores, eles estão livres de seus pecados e heresias? É bom termos o conceito certo dos assuntos relacionados a Deus, pois o nosso Senhor é santo, e requer santidade do seu povo!
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JOÃO FLÁVIO MARTINEZ, REVISTA DEFESA DA FÉ – ANO 7 – N° 42