Um adesivo colado na placa da Rua Santa Luzia, no Centro, que muda o nome do logradouro para Avenida Marechal Josef Stálin, atraiu olhares curiosos e gerou revolta entre religiosos e historiadores. Partidos comunistas e movimentos de esquerda afirmam que fizeram a colagem na última sexta-feira, em homenagem aos 70 anos da vitória sobre o nazifascismo durante a Segunda Guerra. No entanto, líderes e fiéis da Irmandade Santa Luzia se manifestaram contra o ato e retiraram o adesivo nesta sexta-feira.
— Aquilo brotou de uma hora para outra. Causou muita estranheza o aparecimento da placa. E a gente começou a se mobilizar para tentar descobrir quem tinha feito isso. O fato em si nos causa muita preocupação. Vamos nos mobilizar. E o Stálin tem também um lado obscuro. Uma pessoa que matou milhões de pessoas não deve ser boa coisa — comentou o oftalmologista Antonio Marcos Maimone, provedor da Irmandade.
A colagem do adesivo na placa, que fica em frente à Igreja de Santa Luzia, na esquina com a Avenida Presidente Antônio Carlos, foi feita por integrantes do Partido Comunista Revolucionário (PCR), do Partido Comunista Marxista Leninista (PCML) e das Brigadas Populares. Eles também adesivaram a placa na esquina da Avenida Graça Aranha.
Durante a Segunda Guerra, sob liderança de Stálin, a União Soviética uniu-se aos Aliados (França, Estados Unidos e Grã-Breanha) para combater o Eixo (Alemanha, Japão e Itália). A Batalha de Stalingrado, vencida pela URSS em 1943, marcou o início da derrocada dos nazistas, que terminou com a ocupação de Berlim em 1945. Embora tenha ajudado a derrotar o nazismo, Stálin é lembrado por ter sido um ditador responsável pela morte de seis a vinte milhões de pessoas.
Integrante do PCR, o estudante de História Raphael Almeida lembra, no entanto, que duas ruas no Centro do Rio já fazem referência ao presidente americano Franklin Roosevelt e ao primeiro-ministro britânico Winston Churchill. Segundo ele, faltaria Stálin para completar o trio que ajudou a combater o nazismo.
— Escolhemos a rua por estar próxima de duas que fazem homenagens a outros representantes da vitória sobre a Alemanha hitlerista. Churchill e Roosevelt são tidos como os únicos heróis, mas Stálin comandava o maior exército contra o nazismo. Muita gente esquece o Stálin, pensa que só os Estados Unidos derrotaram o nazismo — disse o estudante, ressaltando que o movimento não pretende tornar permanente o nome do líder na placa — Não temos problema com o nome religioso da rua. Existe o mito de que comunista não gosta de católico, mas a gente defende a liberdade de expressão de todos.
Para o historiador Nireu Cavalcantti, a mudança “é abominável”, não só por se tratar de uma área histórica da cidade, mas também pelo passado sangrento do líder soviético.
— Isso é ridículo! Essas pessoas perderam o senso de respeito à história da cidade. Como você vai mudar um dos nomes mais antigos da cidade do Rio para chamar de Stálin? Isso é abominável. O Stálin é um assassino.
Extraído do site do Jornal “O Globo” em 15/05/2015
Se o diabo dá algo a alguém, por isso é bom?
Estou vendo agora, principalmente vindo de fontes adventistas, um tal de ecomenismo. Gostaria de propor uma matéria sobre isso. Não encontrei a fonte onde começou essa história e até agora só encontrei em materiais adventistas.