“Distinguir os bons dos maus Espíritos é extremamente fácil.
Os Espíritos superiores usam constantemente de linguagem digna, nobre, repassada da mais alta moralidade, escoimada de qualquer paixão inferior; a mais pura sabedoria lhes transparece dos conselhos, que objetivam sempre o nosso melhoramento e o bem da Humanidade. A dos Espíritos inferiores, ao contrário, é inconseqüente, amiúde trivial e até grosseira. Se, por vezes, dizem alguma coisa boa e verdadeira, muito mais vezes dizem falsidades e absurdos, por malícia ou ignorância. Zombam da credulidade dos homens e se divertem à custa dos que os interrogam, lisonjeando-lhes” (O Livro dos Espíritos, 74ª edição, página 26. Grifo meu)
“Inegavelmente a substituição dos Espíritos pode dar lugar a uma porção de equívocos, ocasionar erros e, amiúde, mistificações.
Essa é uma das dificuldades do Espiritismo prático” (O Livro dos Espíritos, Federação Espírita Brasileira: 74ª edição, página 38. Grifo meu).
“Dir-se-á, sem dúvida, que, se um Espírito pode imitar uma assinatura, também pode perfeitamente imitar a linguagem. É exato; alguns temos visto tomar atrevidamente o nome do Cristo e, para impingirem a mistificação, simulavam o estilo evangélico e pronunciavam a torto e a direito estas bem conhecidas palavras: Em verdade, em verdade vos digo” (O Livro dos Espíritos, nº 261, 58ª edição, página 320).
As cópias acima demonstram o quanto o Kardecismo é incoerente. Primeiramente Kardec diz que é fácil identificar os espíritos. Depois ele admite a dificuldade. A seguir ratifica que deveras um espírito pode cometer uma falsidade ideológica, imitando voz e assinatura. Daqui emergem três questões comprometedoras:
1ª) Há incoerência, e isso é indício de fraude, pois onde há contradição não há verdade. Identificar os espíritos é, segundo Kardec, uma coisa fácil, difícil, e impossível. Ora, certificar-se da real identidade dos espíritos é algo fácil de se fazer, ou é uma coisa difícil? Veja, o fácil e o difícil, são possíveis. Logo, pergunto: Afinal, identificar os espíritos é uma coisa possível, ou é algo impossível? Decidam-se os kardecistas como quiserem, mas decidam-se, para que possamos saber, afinal, em que crêem.
2ª) O Kardecismo adverte: “Você pode estar sendo enganado. E o pior é que não há como saber se sim, ou se não”;
3) Certo kardecista, tentando convencer-me que o Kardecismo é, deveras, o Consolador prometido por Jesus, disse-me: certa senhora, emocionada, derramou copiosas lágrimas ao contatar numa sessão espírita, o espírito de seu filhinho que morrera há pouco tempo. Este falou à referida senhora, palavras verdadeiramente emocionantes. Pode haver consolo maior do que este? Ora, como chorar de emoção, ao se contatar um espírito que se identifica como sendo o de um ente querido que tenha falecido, se o próprio Kardecismo nos previne, como vimos acima, que pode estar ocorrendo uma falsidade ideológica? E, para acabar de desmoralizar o Kardecismo, a Bíblia diz bem claro que os espíritos que se manifestam nas sessões espíritas, não são os espíritos de nossos parentes, amigos e conhecidos que já se foram desta vida (Lc.16:26; Ap. 20:13).
Extraído do livro “O ESPIRITISMO KARDECISTA E SUAS INCOERÊNCIAS”, Pr. Joel Santana