Como Deus poderia usar “espíritos mentirosos”?

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1 REIS 22.22 – Como Deus poderia usar “espíritos mentirosos” para fazer sua vontade se ele proíbe a mentira?

PROBLEMA: As Escrituras ensinam que “Deus é a verdade” (Dt 32:4, SBTB) e que “é impossível que Deus minta” (Hb 6:18). Ainda, Deus nos ordena a não mentir (Êx 20:16), e ele punirá com severidade aqueles que forem mentirosos (Ap 21:8). Contudo, apesar de tudo isso, nesta passagem Deus é apresentado como aquele que recruta um espírito de mentira para seduzir o rei Acabe a selar o seu próprio destino. O texto diz: “Eis que o Senhor pôs o espírito mentiroso na boca de todos estes teus profetas” (1 Rs 22:23).

SOLUÇÃO: Vários fatores devem ser considerados para entendermos esta situação. Primeiro, trata-se de uma visão. Como tal, é uma visão de uma cena no céu, que procura explicar a autoridade soberana de Deus com imagens de sua posição como rei. Segundo, toda a encenação disso representa Deus com a ampla autoridade que ele possui, de forma que até mesmo os espíritos malignos aparecem como estando sujeitos ao controle final de Deus. Terceiro, o Deus da Bíblia, em contraste com os deuses das religiões pagãs, soberanamente está no controle de todas as coisas, inclusive das forças malignas que ele usa para realizar os seus bons propósitos, permitindo ou não suas ações (cf. Jó 1-3). Quarto, a Bíblia às vezes fala de Deus enviar-lhes a “operação do erro, para darem crédito à mentira” (2 Ts 2:11). Entretanto, examinando com mais cuidado o texto, descobrimos que Deus agiu assim somente nas pessoas que por si mesmas tinham endurecido o seu coração pro mal (Êx 8:15) e que não haviam dado “crédito à verdade” (2 Ts 2:12). {A permissão de Deus, nesta caso, aconteceu diante da dureza e maldade do próprio homem}.

Para resumir, Deus não está aprovando a mentira. Ele simplesmente a está utilizando para cumprir seus propósitos. Deus não está promovendo a mentira, mas permitindo que ela venha trazer juízo sobre o mal. Isso significa que o Senhor, visando os seus propósitos de justiça, permitiu que Acabe fosse enganado por um espírito maligno, por meio do qual Deus sabia, segundo a sua onisciência, que a sua soberana e boa vontade acabaria sendo realizada.

Nota: Parentese acrescido.

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