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Nós cremos na inteira Bíblia Sagrada e aceitamo-La como CONTENDO a infalível Palavra de Deus, inspirada pelo Espírito Santo. A Palavra de Deus é a única e perfeita guia da nossa fé e conduta, e a Ela nada se pode acrescentar ou d’Ela diminuir. É, também, o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê (II Pedro, 1:21; II Timóteo, 3:16-17; Romanos, 1:16)
Esse primeiro ponto de doutrina da CCB parece confuso. Afirmam eles que aceitam a Bíblia “como ‘CONTENDO’ a infalível Palavra de Deus, inspirada pelo Espírito Santo”, ao invés de aceitá-la como a própria Palavra de Deus.
Ao lermos 2 Timóteo 3.16, aprendemos que “toda a Escritura é inspirada por Deus”, não apenas as ‘Palavras de Deus’ registradas nas Escrituras. Sim, existe diferença. Paulo está dizendo que a Bíblia toda (todos os 66 livros inspirados por Deus) deve ser entendida como sendo a própria Palavra [da parte de] Deus inspirada.
Todos os escritos (“toda a Escritura”) servem como revelação de Deus do que aconteceu e de como a realidade espiritual funciona e determina as situações da vida e do mundo em todos os tempos. Logo, a Bíblia toda deve ser recebida como sendo a Palavra de Deus (pertencente a Deus) porque não é a Palavra da parte de homens.
O ponto 1 parece sugerir a separação das “Palavras de Deus” registradas na Bíblia dos seus demais escritos, abrindo margem para qualquer interpretação tendenciosa segundo a impressão de cada leitor (ex: “Isso é Palavra de Deus, aquilo, não”).
No mínimo, isso reduziria o sentido da total inspiração bíblica e colocaria em xeque a razão da preservação desses escritos durante os séculos. Se não foram inspirados, porque Deus preservaria durante tantos anos tais escritos?
O fato da Bíblia conter o registro das palavras de homens, anjos e demônios, não quer dizer que não sejam as Palavras [da parte de] Deus a fim de instruir seu povo em seu mundo. As menções e citações estão presentes como parte da revelação inspirada, soprada aos ouvidos dos profetas e apóstolos que as registraram a fim de dar sentido ao todo da Escritura.
Partindo do pressuposto do ponto, podemos perguntar: Se apenas a Palavra de Deus que está “contida” na Bíblia “é a única e perfeita guia da nossa fé e conduta, e a Ela nada se pode acrescentar ou diminuir”… Isso significa, portanto, que os demais registros poéticos, históricos e descritivos dos eventos narrados na mesma não são perfeitos, nem servem como guia da nossa fé e conduta, e até podem ser acrescentados ou diminuídos? O ponto não esclarece a questão, o que acaba assumindo característica sectária.
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Por Brício Lube