1 Agora cantarei ao meu amado o cântico do meu querido a respeito da sua vinha. O meu amado tem uma vinha num outeiro fértil. 2 E cercou-a, e limpando-a das pedras, plantou-a de excelentes vides; e edificou no meio dela uma torre, e também construiu nela um lagar; e esperava que desse uvas boas, porém deu uvas bravas. 3 Agora, pois, ó moradores de Jerusalém, e homens de Judá, julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha. 4 Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? Por que, esperando eu que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas? 5 Agora, pois, vos farei saber o que eu hei de fazer à minha vinha: tirarei a sua sebe, para que sirva de pasto; derrubarei a sua parede, para que seja pisada; 6 e a tornarei em deserto; não será podada nem cavada; porém crescerão nela sarças e espinheiros; e às nuvens darei ordem que não derramem chuva sobre ela. 7 Porque a vinha do SENHOR dos Exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são a planta das suas delícias; e esperou que exercesse juízo, e eis aqui opressão; justiça, e eis aqui clamor.
Isaías repreende Israel por rebelião e profetiza seu consequente cativeiro através da parábola de uma vinha. O estilo mistura literatura sapiencial fluente e julgamento profético severo. Conforme o versículo 7, Deus possui a vinha, que é Israel. Juízo e justiça são as uvas boas, enquanto opressão e clamor são as uvas bravas (ou espinhos). O capítulo começa com uma canção sobre um amado e sua vinha (versículo 1). Deus preparou Israel (cercou-a, limpou-a das pedras, plantou-a de excelentes vides, edificou no meio dela uma torre e construiu nela um lagar) com a expectativa de que ela gerasse uvas boas, mas ela não gerou (versículo 2). No versículo 3 o orador muda de alguém cantando sobre o amado e sua vinha para Deus se dirigindo à vinha. Deus pede aos israelitas para julgarem a si mesmos (versículo 3). Deus apresenta sua evidência contra Israel perguntando o que mais ele poderia ter feito e diz ter esperado uvas boas, mas ela deu uvas bravas (versículo 4). Então Deus irá remover sua proteção e bênçãos de Israel, levando ao cativeiro e julgamento (versículos 5-6).
Deus prepara o solo (cerca e remove as pedras) e a própria vinha (planta de excelentes vides) e lida com as ameaças externas (a torre). É difícil identificar as bênçãos específicas no versículo 2 que Deus remove nos versículos 5-6. Claramente elas incluem proteção física de nações invasoras, mas elas devem também incluir meios suficientes para produzir uvas boas (juízo e justiça). As razões são:
1) Uvas boas são mais do que existência e prosperidade nacional.
2) Deus convoca os israelitas a condenarem-se por não produzirem uvas boas, mas se o que quer que Deus forneceu foi insuficiente para possibilitar a produção de uvas boas, eles não estariam na posição de condenarem a si mesmos. Eles simplesmente dizem, “Eu tive que produzir espinhos, você não me tratou de uma forma em que eu pudesse ter produzido uvas boas.”
3) A expectativa de Deus era que eles produzissem uvas boas, o que não faz sentido se os meios foram insuficientes para a produção de uvas boas. Não que ele não tenha previsto o resultado, mas que esse pré-conhecimento do resultado era em certo sentido dependente do resultado.
4) A parábola como um todo, especialmente a expectativa, indica que era desejo de Deus que eles produzissem uvas boas.
5) Deus pergunta o que mais ele poderia ter feito – o que não faria sentido se ele não fornecesse graça suficiente para a produção de uvas boas.
Fonte: http://evangelicalarminians.org/isaiah-54-and-sufficient-grace
Tradução: Paulo Cesar Antunes do site arminianismo.com em 12/08/14