ESCOLAS RABÍNICAS: Hilel é conhecido por ser o sábio que preservava o amor, o humanismo, a bondade, a paciência e a humildade. Ele foi o primeiro dos rabinos fariseus, nasceu na Babilônia durante o século I, mudou-se para a Judéia com 14 anos. Passou alguns anos em Jerusalém e depois se mudou para a Galiléia.
Os ensinamentos dele se encontram relatados no Pirkei Avot (a ética dos pais), escrito na Babilônia e depois acrescidos de outros ensinamentos, sendo adicionados ao Talmud. Nessa época, houve uma grande disseminação do Talmud, que tornou os eruditos da Mishná os verdadeiros líderes religiosos do povo, os chamados Tanaim (de Taná, em aramaico, significa aquele que estuda, repetindo e transmitindo os ensinamentos de seus mestres).
Esse período dos Tanaim foi considerado de grande criatividade, inovação e grande florescimento da cultura judaica, ao mesmo tempo em que foi de uma crise turbulenta, culminando com a destruição do templo no ano 70 E.C., o que tornou necessária a restauração de toda a vida religiosa. Hilel era chamado também de HaZaken (do hebraico, O Velho), o que indicava que ele tinha um lugar de honra alto na comunidade.
A primeira geração dos Tanaim, que exerceu suas atividades no início do reinado de Herodes, é representada por Hilel e Shamai, fundadores de duas escolas que levaram seus nomes (Bet Hilel e Bet Shamai). As duas escolas refletiam a personalidade de seus fundadores. Hilel era uma pessoa amável, simples, próxima às camadas mais modestas, e suas máximas breves refletem sua generosidade, piedade e amor à humanidade. Shamai era extremamente íntegro, mas rígido e irascível.
ESCRIBAS: Eram peritos na interpretação e aplicação da lei. Vem de Hb (saphar) que quer dizer escrever, colocar em ordem, contar. No grego é chamado de interprete da lei. Há diferença entre o AT e no NT para a função de escriba. Enquanto no Antigo ele era um escritor, no Novo ele interpreta. Essa classe surgiu pós exilio, muito mais pela necessidade de manter o povo de Deus dentro das leis de Israel. Eram professores que ensinavam o povo a não se corromper e manter o padrão da lei. A mudança do hebraico para o aramaico forçou a presença dos escribas, para ser mais bem exposta a palavra de Deus. Como não havia a voz audível de Deus, como no caso do AT, fazia-se necessário a presença deles para ser o porta-voz da palavra de Deus.
FARISEUS: Era uma seita importante e poderosa nos dia de Jesus. Eles sempre existiram em Israel, mas foram pouco a pouco aparecendo. Quando o povo volta pós cativeiro, surge a necessidade de tradição da lei de Deus, pois o povo havia se misturado com outros povos e não havia conservado a pureza da raça (Neemias 13.24). Esdras encabeça uma reforma com o povo levando o povo a agir de acordo com a lei (Esdras 8.1). Os sumos sacerdotes tem a presença crescente dentro do reino persa (536-333 a.C.). Havia duas classes muito almejadas em Israel: os sacerdotes e os escribas. Ambos tinham a sua importância.
Quando a cultura e a vida religiosa dos judeus começaram a sofre a influencia dos gregos, surgiu no meio do povo um grupo de pessoas denominadas Fariseus, que foram contra tais costumes, procurando preservar a tradição judaica. Eles foram extremamente legalistas, defendiam a prática de toda a tradição judaica, embora muitas vezes nem eles fossem capazes de seguir.
Do tempo de Esdras e Neemias até Jesus, muita coisa mudou no que diz respeito a Lei. Com o objetivo de fazer com que cada Judeu fosse um fiel cumpridor da lei, foi se criando um código de normas baseado nas interpretações da lei, que foi assumindo maior importância do que a própria lei (Mt 23.13-14; 23-24; 27-28).
ESSÊNIOS: Guardiões da Esperança. Viveram em Qumran entre 134 s 31 a.C, quando um terremoto no tempo de Herodes (31. d.C.)destruiu o mosteiro. Depois foi ocupado até a destruição pelo império romano em 68 d.C.; pelo general Pompeu.
Viviam à margem do mar Morto e eles teriam sido os escrivães dos manuscritos do mar Morto. Acredita-se que compunham um total de 4.000 pessoas. Foram encontradas 400 moedas datadas de 135 a.C à 67 d.C.
Criam nas alianças bíblicas: Noé (promessa de poupar o povo da morte pela chuva), Abraão (abençoar toda a descendência), Moisés ( recebimento da lei de Deus e a nova aliança (a nova lei no coração do povo).
- Mesmo depois de casados, queriam ficar castos;
- Menosprezam o corpo e viviam numa vida em santidade total, elevando assim à alma até Deus;
- Eram vegetarianos e criam na medicina natural;
- Não cuspiam em público, deviam se isolar para cuspir, e sempre para a esquerda, onde estava o mal e o impuro;
- Faziam suas necessidades à parte, cavavam um buraco sempre com a mesma enxada e cobria o estrume com uma roupa para não ofender o sol, e em seguida fechar o buraco com a terra, mas não podia fazer isso no sábado, caso contrário o profanaria.
- Viviam em tendas ou grutas, tinham uma refeição muito alegre.
- Qualquer membro novo deveria banhar-se nas aguas e abandonar os seus bens. Ficavam três anos em observação e depois era aceito na ordem dos essênios.
- Se fizesse alguma coisa fora das leis, era excluído. Uma das regras era a de não comer nada que não fosse cultivada pelos essênios. Se tivesse algum ataque de ira, seria excluído da comunidade. Se falasse uma palavra insensata, ficaria 3 meses fora da comunidade, e era mantido a base de ervas e raízes.
- Total de essênios: cerca de 4.000 mil pessoas.
- Esperavam o juízo de Deus sobre os ímpios e os judeus heréticos.
O historiador Plínio (Gaius Plinius Secundus foi um historiador romano que escreveu Naturalis Historia, um vasto compêndio das ciências antigas composto por 37 volumes e dedicado a Tito Flávio, que viria a ser imperador de Roma), o velho, apresenta algumas características desse grupo:
Na parte ocidental do mar Morto os essênios se afastam das margens por toda a extensão em que estas são perigosas. Trata-se de um povo único em seu gênero e admirável no mundo inteiro, mais que qualquer outro: sem nenhuma mulher e tendo renunciado inteiramente ao amor; sem dinheiro e tendo por única companhia as palmeiras. Dia após dia esse povo renasce em igual número, graças à grande quantidade dos que chegam; com efeito, afluem aqui em grande número aqueles que a vida leva, cansados das oscilações da sorte, a adotar seus costumes (…) Abaixo desses ficava a cidade de Engaddi, cuja importância só era inferior à de Jericó por sua fertilidade e seus palmeirais, mas que se tornou hoje um montão de ruínas. Depois vem a fortaleza de Massada, situada num rochedo, não muito distante do mar Morto.
ZELOTES: Era do partido nacionalista judeu. Lutavam contra o domínio de Roma, e por vezes com armas na mão. Foram eles quem provocaram o choque que culminou com a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. Os zelotes começaram o movimento a partir do ano 63. A.C., quando Roma conquista Israel. Os judeus aguardavam passivamente a presença do Messias, e como perceberam que o Messias não vinha, e que muitos se levantaram para defender Israel sem êxito algum, eles se levantaram para ser a voz da libertação. Quando Herodes se torna o governador da Judéia e de maneira sanguinária e selvagem destrói seus inimigos, os zelotes se tornam seu principal inimigo.
As mais violentas batalhas foram travadas um pouco antes de Jesus nascer, e justamente na Galiléia, por volta do ano 6 a.C, quando Quirino resolveu fazer um levantamento de um censo na Palestina, Judas o Galileu junto com Zadoque, um fariseu, levantaram uma revolta contra o domínio romano. Alguns zelotes foram crucificados por Tibério Alexandre, um procurador de Roma. Os Sicários eram um subgrupo oriundo dos zelotes, porém, mais radicais. O termo é originário do latim ‘sicarius’ e significa ‘homem da adaga’. Essa expressão só surge algumas décadas após a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C., de acordo com Kippenberg, que afirma, ainda, que o termo “foi a denominação dada ao movimento revolucionário rural da Judéia” e já o termo zelotes se referia a “um movimento sacerdotal” , isto é, de cunho mais religioso. Por essa razão, o grupo dos Sicários não será tratado em particular neste artigo, pois são uma subdivisão dos zelotes.
Os Zelotes acreditavam que não deveriam morrer nas mãos dos romanos, com isso houve o suicídio em massa na fortaleza de Massada, onde 960 indivíduos se mataram. Em Gamala, quase 5.000 tiraram a vida. Matavam as esposas, os filhos para não caírem nas mãos dos romanos ou egípcios e perderem a pureza. Eles criam que se morressem juntos, ressuscitariam juntos, conforme Ezequiel 37.
PUBLICANOS: Eram os coletores de impostos nas províncias do Império Romano. De acordo com Buckland (Dicionário Bíblico Universal. São Paulo: Vida, 1981), havia dois tipos de Publicanos: os Publicanos Gerais e os Publicanos Delegados. Os Publicanos Gerais respondiam ao imperador romano e eram responsáveis pelos impostos. Os Publicanos Delegados eram aqueles que eram comissionados pelos Gerais para coletar os impostos nas províncias. Estes eram considerados como “ladrões e gatunos”. Muito embora fossem odiados pelos seus compatriotas, os judeus, os Publicanos não eram hipócritas. Publicanos são mais uma “profissão” do que um grupo filosófico-político-religioso.
HERODIANOS: Grupo de judeus que se opunham a Jesus e apoiavam os Herodes, linhagem de reis judeus dos dias de Jesus. Favoreciam o governo de Roma, de onde provinha a autoridade deles. Os herodianos constituíam um partido político que favorecia a autoridade dos Herodes, sob o governo de Roma. Os seus membros mostraram forte hostilidade para com Jesus Cristo, em diversas ocasiões (Mt 22.16 – Mc 3.6 – 12.13). Nestas questões eram partidários dos fariseus e dos saduceus. Que esta liga era apenas uma coisa acidental, sendo a consequência de julgarem ser necessário combater o perigo comum, parece deduzir-se de raras vezes fazer-se menção dos herodianos. O seu fim político era a fundação de um independente império judaico, governado por Herodes, servindo-lhes de proteção a soberania de Roma até que fossem bastante fortes para poderem sacudir o odiado jogo.
SADUCEUS: Foi um grupo social e não um partido politico. Seu número foi bem inferior aos fariseus, mas eram tão zelosos quanto os fariseus. Rejeitavam a lei oral e guardavam apenas a lei escrita. Em Mateus 22.23 e Atos 23.8 vemos que negavam a ressurreição e não acreditavam nos anjos e nos espíritos. O fanatismo dos fariseus instigava e alimentava o ceticismo dos saduceus. A espiritualidade dos fariseus era oposta ao mundanismo dos saduceus. O sumo sacerdote e os saduceus andavam por vezes de mãos dadas conforme Atos 5.17, mostrando a presença dos saduceus no sinédrio. Era o grupo que fazia oposição aos fariseus. O surgimento desse grupo traz alguma controvérsia, pois as suas origens são desconhecidas. Alguns acreditam que deve ter surgido com Zadoque, um sacerdote do período do rei Davi.
Este grupo era mais sacerdotal e aristocrático e, sendo mais fechado, não fazia questão de popularização. Ainda, Schubert afirma que de 539 a.C. (período do domínio persa), até o período de Alexandre, o Grande, as famílias dos sumo sacerdotes se mostravam complacentes com os vizinhos pagãos, vivendo em harmonia com os povos helênicos. Era um grupo composto por homens educados, ricos e de boa posição social. Em geral, tinham crenças opostas a dos fariseus. De acordo com Schubert, ao citar Josefo, os saduceus negavam a ressurreição e juízo futuro, criam que a alma morria com o corpo, negavam a imortalidade, negavam a existência dos anjos e dos espíritos, criam que Deus não intervinha nas vidas dos homens, não tinham as mesmas crenças que os patriarcas, negavam a existência do Sheol (inferno) e só depositavam a crença naquilo que a razão pura pudesse provar.
OS SAMARITANOS: Atribui-se a origem dos samaritanos a ocasião quando Sargom tomou Samaria para o cativeiro e tentou desnacionalizá-los misturando-os com os babilônios (II Rs 17:24). Talvez esse tenha sido um dos motivos pelos quais os outros judeus abominavam os samaritanos, considerando-os a escória da sociedade. Além disso, os samaritanos eram acusados pelos judeus de serem oportunistas, procurando ficar do lado dos judeus apenas quando estes estavam em ascensão.
Este grupo era frequentemente ridicularizado e desprezado pelo restante dos judeus. Diz a literatura nos tempos de Jesus sobre os samaritanos: “a partir de hoje Siquém será chamada a cidade dos idiotas, porque nós zombamos deles como se zomba de um louco”. Costumeiramente, os samaritanos adoravam no templo, porém, ao voltar do cativeiro os judeus os proibiram de participar da reconstrução de Jerusalém, e o genro de Sambalate, que era sacerdote, foi expulso dali por Neemias. Por não terem ‘sangue puro’, não possuir religião judaica, por serem acusados de oportunismo, porque o sacerdote (genro de Sambalate) foi expulso do convívio social e por serem proibidos de participar da reconstrução, começaram a se empenhar contra a obra que Neemias estava fazendo. Então, Sambalate construiu um templo rival ao de Jerusalém, no monte Gerizim. Ainda, para piorar a situação, desde a construção deste segundo templo, a situação entre judeus e samaritanos se agravou, e o clima de ódio e desprezo se torna cada vez maior, como nos apresenta o livro apócrifo de Eclesiástico ao afirmar que “há dois povos que minha alma abomina, e o terceiro, que aborreço, nem sequer é um povo: aqueles que vivem no monte Seir, os filisteus, e o povo insensato que habita em Siquém”.
Sabendo que este denominado “povo insensato que habita em Siquém” são os samaritanos. Ainda, os samaritanos mantinham crenças semelhantes à dos saduceus. Apesar de todas as acusações do judaísmo contra os samaritanos, encontramos diversas passagens bíblicas, neotestamentárias, nos mostrando a pregação do Evangelho para os samaritanos (Lc 17:16; Jo 4; At 1:8; At 8:5,14; At 9:31) e até uma conduta destes que é contraposta à conduta do farisaísmo (Lc 10:25-37). Ao extrairmos os ensinos que a história deste grupo nos traz, podemos concluir que o verdadeiro evangelho não faz acepção de pessoas, e trata a todos de igual para igual, independente dos erros passados.
SINÉDRIO: Era composto de 71 homens. Primeiro eram os anciãos, chefes de antigas comunidades judaicas, ou chefe do povo (Lc 19.47). Depois, eram os escribas (rabis ou mestres da lei), e depois cidadãos que tivessem completado os estudos exigidos. Jesus é descrito como “sem ter estudado” (João 7.15).
Há outro grupo que exercia grande poder em Jerusalém, e esse grupo eram os chefes dos sacerdotes. Eles pertenciam ao partido dos saduceus. Era o chefe do templo e indicados pelo poder de Roma. Mantinham um contato politico com Roma e comia na mão do império. Quem mandava era o sinédrio, e o povo tinha que acatar todas as ordens vinda deles. Os discípulos de Jesus eram criticados pelos escribas e fariseus (Mc 7.1-8), por não agirem de acordo com a lei da purificação. Jesus não confiava nos habitantes de Jerusalém (João 2.23-25). Mateus afirma que a viagem de Jesus para Jerusalém vai acabar numa crise (Mt 16.21, 17.11, 19.11). Os chefes e escribas querem ver Jesus morto (Mt 16.21).
Tribunal constituído de 71 pessoas formado por sumo sacerdote, principais sacerdotes, escribas e anciões do povo. Sua jurisdição era sobre o povo Judeu, mesmo aqueles que morassem fora da Judéia. Atuava em questões civis religiosas, principalmente estas, para não permitir qualquer desvio na prática da religião judaica (Mt 25:57).
DIÁSPORA: Nos dias do Novo Testamento, a população judaica encontrava-se dispersa por vários lugares. Além da própria Palestina, havia inúmeros judeus em Roma, Egito, Ásia Menor, etc. (Atos 2.9-11; Tiago 1.1; I Pedro 1.1). Tal dispersão, que recebe o nome de Diáspora, tem razões diversas, começando pelos exílios para a Assíria e Babilônia, e se completando por interesses comerciais dos judeus, e até mesmo em função das dificuldades que se verificavam em sua terra natal. Esse quadro se apresenta como cumprimento claro dos avisos divinos acerca da dispersão que viria como consequência do pecado de Israel (Dt.28.64).
JUDAÍSMO: Assim, o judaísmo acabou se dividindo em função da distribuição geográfica. Havia o judaísmo de Jerusalém, mais ligado à ortodoxia, e o judaísmo da Diáspora, ou seja, praticado pelos judeus residentes fora da Palestina. Estes últimos encontravam-se distantes de suas origens. Se até na Palestina, os costumes gregos se impunham, muito mais isso ocorria na vida dos judeus em outras regiões. Estavam profundamente helenizados, embora não tivessem abandonado o judaísmo. Isto fez com que eles se preocupassem com o futuro de suas tradições e sua religião. Tomaram então providências para que o judaísmo não sucumbisse diante do helenismo. Uma delas foi a tradução do Velho Testamento do hebraico para o grego, chamada Septuaginta.
Já que este idioma estava se tornando universal, havia o risco de que, no futuro, as escrituras não pudessem mais ser lidas, devido à possível extinção do hebraico. Outras obras literárias foram produzidas, incluindo narrativas históricas, propaganda e apologia judaica, tudo escrito em grego e com influências gregas. Destacaram-se nessa época os escritores: Fílon de Alexandria e Flávio Josefo.
Tais escritos não foram aceitos pela comunidade de Jerusalém. Até a tradução bíblica foi rejeitada, uma vez que, para eles, toda escritura sagrada devia ser produzida necessariamente em hebraico. Essa obra no idioma grego foi vista pelos ortodoxos como uma descaracterização do judaísmo.
Para muitos judeus conservadores, o judaísmo era propriedade nacional e não devia ser propagado entre outros povos. Já os judeus da Diáspora se dedicaram a conquistar gentios para a religião judaica. Tal fenômeno recebe o nome de proselitismo. Os novos convertidos eram chamados prosélitos (Mateus 23.15 Atos 2.9-11; 6.5; 13.43). Essa prática difusora da religião também foi adotada por judeus de Jerusalém, mas em escala bem menor.
Os judeus da diáspora cresciam em número e em poder econômico. Isso se tornou incômodo para muitos cidadãos dos lugares onde residiam. A guarda do sábado e a recusa em participar do culto ao Imperador tornaram-se também elementos que atraíram a perseguição. Tendo, muitos deles, fugido da opressão na Palestina, encontraram problemas semelhantes em outras terras.
CONCLUSÃO
O Israel do 1º século possuía uma gama de facções e grupos étnico-filosófico-político-religiosos que promoviam uma nação fragmentada. Muito embora alguns desses grupos visassem a libertação do domínio de Roma, outros estavam imbuídos do desejo de reconhecer o governo de Roma e a Herodes como o messias.
Se por um lado a resistência judaica visava a preservação de sua religião e cultura contra a tentativa de helenização e paganização de seu povo, por outro lado essa resistência se formava em frentes que tinham interesses particulares e que se uniam apenas em ocasiões muito especiais em prol de um objetivo comum, como no caso da perseguição contra Jesus e Sua crucificação. Ainda, como no caso da união e geração da Primeira Guerra Judaico-Romana, que termina quando as tropas do general Tito sitiam e destroem a resistência judaica em Jerusalém, resultando em um domínio romano mais acirrado.
Outros elementos foram de fundamental importância para o judaísmo do primeiro século, e que tiveram o seu início desde o exílio babilônico, como a sinagoga e o rabinado. Enquanto a sinagoga tinha a função de acomodar judeus que se reuniam para orar, cantar e discutir a Torah proporcionando assim o ensino teológico, garantindo a sobrevivência do judaísmo (Ne 8), a figura do rabi tinha a responsabilidade de viabilizar para o povo judeu essa transmissão realizada na sinagoga. Packer, Tenney e White Jr. afirmam que “essas mudanças garantiram a sobrevivência do judaísmo, mas também ajudaram a criar novas facções” (O Mundo do Novo Testamento. São Paulo: Vida, 1991, p.82).
O que vemos, então, é um quadro histórico pintado com grupos judeus divididos por pensamentos e ideologias distintas, no exato momento em que surge Jesus Cristo. Porém, para os fariseus é apresentada a mensagem de reprovação quanto a sua hipocrisia. Para os saduceus é apresentada a mensagem de que o amor ao mundo é inimizade contra Deus. Para os samaritanos é apresentada a mensagem de que ninguém podia servir a dois senhores. Para os essênios é apresentada a mensagem de que a luz deve brilhar em meio às trevas. Para os herodianos é apresentada a mensagem de que aquele que amar a sua vida esse perdê-la-á. Para os zelotes é apresentada a mensagem de que aquele que vive pela espada morre por ela.
Posteriormente surge outro grupo. Um grupo formado pela união de judeus e gentios. Povos de todas as raças, tribos, línguas e nações. Povos que foram redimidos pelo Messias e se tornaram seus seguidores em todas as partes do globo, através dos séculos. Esse grupo perdura até os dias de hoje, e o seu fundador, Jesus Cristo, disse: “sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16:18).
Colaboração neste artigo, Pr. Nilson Dias
graça e paz, venho agradecer por essa rica informação, seria ingrato se adquirisse essa informação e não agradecer-se! Deus o abençoe ricamente!
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