Cartunistas foram alvos do ataque terrorista

O cartunista francês de origem tunisiana Geroges Wolinski, conhecido por seu trabalho de forte teor erótico e político, considerado um dos símbolos de maio de 68, está entre os mortos no ataque contra o escritório da revista satírica “Charlie Hebdo”, em Paris, nesta quarta-feira (7). A informação é da agência de notícias France Presse. Além dele, outros três cartunistas estão entre as vítimas: o editor da publicação, Stephane Charbonnier, o “Charb”; Jean Cabut, o “Cabu”; e Tignous.

“Wolinski influenciou todo mundo que vocês conhecem: Ziraldo, Jaguar, Nani, Henfil, Fortuna… O cara era uma ESCOLA. Que dia tenebroso!”, escreveu o cartunista brasileiro André Dahmer em seu perfil no Twitter.

Ao G1, ele comentou: “É uma perda irreparável. Assassinaram o maior cartunista em atividade no mundo. Um homem que influenciou três gerações de desenhistas”.

Nascido na Tunísia em 1934, ele se mudou com a família para a França em 1946. Começou a publicar suas tiras nos anos 1960, em trabalhos satíricos que envolviam política e sexualidade.

Durante o maio de 1968 francês – série de manifestações e protestos estudantis por reformas na educação que logo teve adesão de trabalhadores e resultou em uma greve geral –, Wolinski foi confundador da revista “L’Enragé”.

Na década seguinte, passou a fazer parte de jornal comunista “L’Humanité”. Outros veículos com os quais colaborou foram “Liberácion”, “Paris-Match” e “L’Écho des Savanes”, além de “Charlie-Hebdo”.

Uma das personagens mais marcantes de Wolinski foi a polêmica Paulette, criada junto do artista Georges Pichard (1920-2003) também o início dos anos 1970. Ela foi uma espécie de musa dos quadrinhos da época e apareceu pela primeira vez nas páginas da revista de humor “Charlie Mensuel” .

Os cartunistas da ‘Charlie Hebdo’ a partir da esq.: Wolinski (em 2006), Cabu (em 2012), Charb (em 2012) e Tignous (em 2008) (Foto: Bertrand Guay, François Guillot, Guillaume Baptiste/AFP)

O ataque
Pelo menos 12 pessoas morreram no tiroteio em Paris nesta quarta. A “Charlie Hebdo” já havia sido alvo de uma ataque no passado após publicar uma caricatura do profeta Maomé, o que irritou os muçulmanos.

Entre os mortos estão dois policiais e 10 funcionários da revista, segundo a France Presse. A agência Reuters, citando a polícia, diz que outras dez pessoas ficaram feridas, cinco em estado crítico.

Segundo fontes policiais, os autores do ataque gritaram “Vingamos o Profeta!”, em referência a Maomé, alvo de uma charge publicada há alguns anos pela revista, o que provocou revolta no mundo muçulmano.

Extraído do http://g1.globo.com/ em 07/01/2015

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