Introdução
A Igreja Católica tem feito um esforço descomunal em tentar unir católicos, evangélicos e ortodoxos. Isso devido ao enorme déficit religioso que ela vem enfrentando através dos tempos. Estima-se que 600 mil fiéis abandonam o catolicismo todos os anos. Diante disso a cúpula romana não podendo usar agora de modo explícito o poder da “Santa Inquisição” apelou para um outro tipo de tática não menos eficaz – o ecumenismo.
De acordo com o ex-padre, Rev. Agricio do Vale, existem três movimentos da Igreja Católica no sentido de coibir o crescimento das igrejas evangélicas no Brasil e no mundo. São eles: o movimento ecumênico, a renovação carismática e o focolares (este último, uma organização de discipulado leigo)
O ecumênico foi o primeiro movimento criado dentro da proposta católica para fazer frente às igrejas evangélicas tradicionais e visou sempre barrar o crescimento delas. O segundo movimento foi o da renovação carismática, que vem fazendo frente às igrejas pentecostais e neo-pentecostais. Copiando corinho como o das igrejas pentecostais, batendo palmas e montando grupos de evangelização. O pop star carismático do momento é o padre Marcelo Rossi, que não se inibe de usurpar músicas tipicamente evangélicas e adaptá-las ao repertório católico. Isto valeu a ele um processo por ter se apropriado da música que o levantou nas paradas de sucesso – “Anjos de Deus”. Na verdade fazem uma verdadeira clonagem. O terceiro movimento é o chamado de focolares: que atinge a classe média alta. Esse movimento visa fazer frente às igrejas evangélicas de forma geral.
Todavia, deste três, queremos analisar apenas, ainda que sucintamente, o 2ecumenismo. Pois ele é o maior perigo para as igrejas protestantes no momento.
Ecumenismo de Fachada
Do Concílio de Trento até o Vaticano II, as coisas parecem ter mudado, pelo menos na verbologia empregada pela igreja romana. No Concílio de Trento, da Contra Reforma os protestantes foram chamados de “hereges” por defenderem doutrinas genuinamente bíblicas, em detrimento das aberrações doutrinárias do catolicismo, o qual, ao correr dos anos, havia unido no mesmo bojo, paganismo e cristianismo. Já na década de sessenta, a hierarquia romana achou por bem amenizar os termos para “irmãos separados”. De lá para cá, o empenho do papa, especialmente de João Paulo II, tem sido de procurar um diálogo inter-religioso com as demais denominações cristãs. Isso foi estendido também às religiões não cristãs, como o Islamismo, o Budismo e os cultos africanos.
Parece que realmente deu certo, pois em 1982 foi fundado o CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs), cujos membros são na maioria membros de igrejas protestantes históricas, se bem que apenas uma pequena parcela tenha aderido ao conselho. Em nível internacional temos o CMI (Conselho Mundial de Igrejas).
Um passo significativo foi dado justamente no aniversário do principal personagem que deu início à Reforma – Martinho Lutero. No dia 31/10/1999, católicos e luteranos assinaram um acordo chamado “Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação”. A parceria parecia perfeita até que, logo em seguida, no ano seguinte, o papa lançou a nova “Indulgência” para os seus fiéis. Ora, foi justamente esse o estopim da Reforma Protestante! Lutero fixou suas 95 teses na porta da igreja de Wittenberg na Alemanha, para protestar contra essa vergonhosa heresia, a qual o papa não fazia menção de abandonar.
Numa coisa temos de concordar com a Igreja Católica: “Roma Semper Eadem” – Roma sempre a mesma! Sempre foi, é e sempre será irredutível em seus pontos doutrinários. Os dogmas católicos não estão em negociação.
De lá para cá os pronunciamentos de João Paulo II tem sido ambíguos, incoerentes, e por que não, hipócritas. Posto que, ao mesmo tempo que adere a uma política religiosa visando a união dos demais cristãos sob a bandeira ecumênica, ele tende a fortalecer os mesmos dogmas oficializados pelo Concílio de Trento fixando anátemas contra todos os que não concordam com as suas doutrinas.
Será que os ditos “protestantes ecumênicos” não percebem que esta união é uma utopia? Será que não conseguem discernir que o único objetivo do Catolicismo é trazer para dentro da Igreja Católica as demais Igrejas Cristãs? Sim, pois o Catolicismo nunca admitiu de verdade a independência das demais igrejas. Não as considera como Igreja de Cristo. O máximo que ele pode admitir é que nessas denominações existe “algo de bom”, mas a verdade, a salvação e a exclusividade só se encontram dentro da Igreja Católica Romana.
Tomando com uma mão e dando com a outra, o papa João Paulo II vai, sutilmente, entregando o seu recado de superioridade.
Vamos reproduzir aqui trechos de alguns documentos que o Vaticano tem produzido de modo a não deixar dúvidas quanto ao verdadeiro papel desempenhado pela Igreja Católica no ecumenismo. O primeiro é o famoso documento “Dominus Iesus” publicado sob a permissão e o aval de João Paulo II, pelo cardeal Joseph Ratzinger, presidente da Congregação para a Doutrina da Fé, o ex-“Santo Ofício da Inquisição”. Este documento abalou os alicerces do acordo ecumênico, o que levou vários teólogos do mundo inteiro a rejeitá-lo.
Entre outras coisas o documento traz as seguintes declarações comprometedoras: DOCUMENTO –
“DOMINUS IESUS”
IV. UNICIDADE E UNIDADE DA IGREJA
“Assim, e em relação com a unicidade e universalidade da mediação salvífica de Jesus Cristo, deve aceitar, firmemente, como verdade de fé católica, a unicidade da Igreja por Ele fundada. Como existe um só Cristo, também existe um só seu Corpo e uma só sua Esposa: « uma só Igreja católica e apostólica…”
“Os fiéis são obrigados a professar que existe uma continuidade histórica – radicada na sucessão apostólica53 – entre a Igreja fundada por Cristo e a Igreja Católica: « Esta é a única Igreja de Cristo […] que o nosso Salvador, depois da sua ressurreição, confiou a Pedro para apascentar (cf. Jo 21,17), encarregando-o a Ele e aos demais Apóstolos de a difundirem e de a governarem (cf. Mt 28,18ss.); levantando-a para sempre como coluna e esteio da verdade…”
“Com a expressão « subsistit in », o Concílio Vaticano II quis harmonizar duas afirmações doutrinais: por um lado, a de que a Igreja de Cristo, não obstante as divisões dos cristãos, continua a existir plenamente só na Igreja Católica e, por outro, a de que « existem numerosos elementos de santificação e de verdade fora da sua composição…”
“Acerca destas, porém, deve afirmar-se que « o seu valor (das demais denominações)deriva da mesma plenitude da graça e da verdade que foi confiada à Igreja Católica… Existe portanto uma única Igreja de Cristo, que subsiste na Igreja Católica, governada pelo Sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele.58 As Igrejas que, embora não estando em perfeita comunhão com a Igreja Católica, se mantêm unidas a esta por vínculos estreitíssimos, como são a sucessão apostólica e uma válida Eucaristia, são verdadeiras Igrejas particulares.59 Por isso, também nestas Igrejas está presente e atua a Igreja de Cristo, embora lhes falte a plena comunhão com a Igreja católica, enquanto não aceitam a doutrina católica do Primado que, por vontade de Deus, o Bispo de Roma objetivamente tem e exerce sobre toda a Igreja…”
“As Comunidades eclesiais, invés, que não conservaram um válido episcopado e a genuína e íntegra substância do mistério eucarístico,61 não são Igrejas em sentido próprio. Os que, porém, foram batizados nestas Comunidades estão pelo Batismo incorporados em Cristo e, portanto, vivem numa certa comunhão, se bem que imperfeita, com a Igreja…”
II DOCUMENTO –
CARTA ENCÍCLICA ECCLESIA DE EUCHARISTIA DO SUMO PONTÍFICE JOÃO PAULO II.
AOS BISPOS AOS PRESBÍTEROS E DIÁCONOS ÀS PESSOAS CONSAGRADAS E A TODOS OS FIÉIS LEIGOS SOBRE A EUCARISTIA…
“30. Tanto esta doutrina da Igreja Católica sobre o ministério sacerdotal na sua relação com a Eucaristia, como a referente ao sacrifício eucarístico foram, nos últimos decênios, objeto de profícuo diálogo no âmbito da ação ecumênica. Devemos dar graças à Santíssima Trindade pelos significativos progressos e aproximações que se verificaram e que nos ajudam a esperar um futuro de plena partilha da fé. Permanece plenamente válida ainda a observação feita pelo Concílio Vaticano II acerca das Comunidades eclesiais surgidas no ocidente depois do século XVI e separadas da Igreja Católica: « Embora falte às Comunidades eclesiais de nós separadas a unidade plena conosco proveniente do Batismo, e embora cremos que elas não tenham conservado a genuína e íntegra substância do mistério eucarístico, sobretudo por causa da falta do sacramento da Ordem, contudo, quando na santa Ceia comemoram a morte e a ressurreição do Senhor, elas confessam ser significada a vida na comunhão de Cristo e esperam o seu glorioso advento ».(62)…”
“Por isso, os fiéis católicos, embora respeitando as convicções religiosas destes seus irmãos separados, devem abster-se de participar na comunhão distribuída nas suas celebrações, para não dar o seu aval a ambigüidades sobre a natureza da Eucaristia e, conseqüentemente, faltar à sua obrigação de testemunhar com clareza a verdade. Isso acabaria por atrasar o caminho para a plena unidade visível. De igual modo, não se pode pensar em substituir a Missa do domingo por celebrações ecumênicas da Palavra, encontros de oração comum com cristãos pertencentes às referidas Comunidades eclesiais, ou pela participação no seu serviço litúrgico. Tais celebrações e encontros, em si mesmos louváveis quando em circunstâncias oportunas, preparam para a almejada comunhão plena incluindo a comunhão eucarística, mas não podem substituí-la…”
Este último foi rejeitado pela Igreja Protestante na alemanha
Com esses dois documentos, recentemente publicados pelos maiores líderes do Catolicismo no mundo, a Igreja de Roma demonstrou, de forma inequívoca, que a Igreja Católica nunca abandonará suas prerrogativas exclusivistas. Roma não está disposta a diálogo algum. Ela vive de conveniências e oportunismo; dança conforme a música: se é o Nazismo que está no poder, sua hierarquia fica ao lado de Hitler, se é a evolução que está em voga, então ela rechaça os textos bíblicos criacionistas com historietas ou figuras de linguagem; se está perdendo fiéis para os pentecostais, ela inventa uma versão carismática, também, e se ela está perdendo fiéis para as demais denominações, faz de conta que passa por cima dos anátemas de Trento e procura se unir aos antigos “hereges”, criando o ecumenismo. Roma nunca vai mudar, sua política é estritamente camaleônica! Ela precisa disso para sobreviver! Ela nunca vai mudar.
Está na hora de acordarmos para a advertência do profeta, a qual, ecoa através do texto bíblico dizendo:
“Acaso andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” [Amós 3:3]
Nunca uma igreja genuinamente protestante e/ou evangélica poderá sustentar as doutrinas bíblicas em uma mão e na outra andar de mãos dadas com a Igreja Católica Romana e suas doutrinas heréticas. Isso é confusão, e das mais graves!
Dizer sim ao ecumenismo é jogar por terra o esforço dos reformadores em abandonar o paganismo do qual a Igreja de Roma estava impregnada.
Dizer sim ao ecumenismo é pisar no sangue dos mártires protestantes, vítimas da Santa Inquisição.
Dizer sim ao ecumenismo é abraçar de vez a apostasia; é voltar às algemas ideológicas e religiosas da idade média.
Dizer sim, ao ecumenismo é renegar e envergonhar o bravo nome de protestante. Protestantes contra os abusos e heresias do catolicismo; protestantes contra o pecado.
Por isso, é que o CACP diz não ao ecumenismo!
1-Carta enviada ao CACP pelo ex-padre Agricio do Vale
2- Para saber mais sobre ecumenismo acesse o site www.cacp.app.br
3- Dados colhidos no site do Vaticano
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-O Catolicismo: Você terá nessa apostilas a refutação de todos os dogmas do Catolicismo.