A palavra seita vem do latim, “secta”, de “sequi”, “seguir”, que por sua vez vem do termo grego “hairesis”, de onde traduzimos nosso vocábulo português, “heresias”. A etimologia da palavra por si, não tem semelhança alguma com a definição moderna que lhe damos dentro do contexto religioso cristão atual. Primariamente, “hairesis” na literatura antiga significava “o ato de tomar”, no caso de uma cidade. Posteriormente, tomou o significado de “escolha”, no sentido de preferência de pensamento, escola filosófica etc. É progressiva a mutação desta palavra dentro das escrituras neotestamentaria, ela aparece como: “partido”, em Atos 5.17 para tomar o caráter de erro doutrinário, apostasia deliberada em II Pedro 2.1 e Tito 3.10, este é o significado que prevalece atualmente no contexto apologético, ou seja, é a negação e/ou a pregação de um outro evangelho (Gálatas 1.6,9). Dentro dos parâmetros cristãos, sobretudo partindo da ótica evangélica/protestante, uma seita é identificada sobre o que ela crê e ensina em relação à palavra de Deus.
Características que nos facilita identificar uma seita:
Autoridade extrabíblica
Geralmente as seitas apresentam uma nova autoridade doutrinal superior ou paralela à Bíblia sagrada para sua fé e prática. Esta autoridade pode apresentar-se em forma de livros ou revelações ou até mesmo na pessoa do líder da seita. Alguns poucos exemplos clássicos são: As Testemunhas de Jeová, os Mórmons, os Adventistas do Sétimo Dia, a Igreja da Unificação, Igreja Católica Romana entre outros.
Verdades que vão além da Palavra de Deus
Há necessidade entre esses grupos de irem além do que está escrito nas sagradas escrituras, buscando novas revelações. Essas “novas verdades” no entanto, acabam-se por se chocar frontalmente com a palavra escrita de Deus e às vezes com suas próprias revelações. Casos típicos são os do profeta do mormonismo Joseph Smith, Sun Myung Moon, Charles T. Russel e outros. Para eles o evangelho precisa ser completado com suas revelações místicas que somente eles possuem e mais ninguém.
Interpretações Particulares da Bíblia
Há muitos grupos que não reivindicam novas verdades, mas interpretam as verdades bíblicas ao seu bel prazer. Para esses, a Bíblia lhes pertencem e ninguém pode entendê-la fora do padrão estabelecido pela seita. Muitos dessa categoria apóiam-se em algumas passagens da Bíblia apenas por conveniência, pois é mais fácil enganar um indivíduo que já está familiarizado ainda que nominalmente com este livro. É o caso do Espiritismo e da igreja Católica Romana.
Rejeição ao Cristianismo Ortodoxo ou as Igrejas Estabelecidas
Esses grupos nutrem verdadeiro ódio contra as igrejas estabelecidas que pregam o conceito histórico-ortodoxo de crença. O argumento quase unânime entre elas é que as igrejas se afastaram das verdades essenciais e se enveredaram para práticas pagãs. Essas seitas atacam como ensinamento pagão às doutrinas da Trindade, a imortalidade da alma e o inferno.
Pregam um outro Jesus
O Jesus das seitas nunca é o mesmo Jesus da Bíblia. Para as seitas Jesus foi diversas coisas, mas nunca jamais o Deus encarnado que veio redimir o homem. Assim para as Testemunhas de Jeová Jesus é apenas uma criatura, um deus menor, para os mórmons Jesus é apenas um dos trilhões de deuses, foi casado e polígamo, já para os espíritas Jesus foi apenas o maior espírito de luz que já baixou nessa terra.
Lavagem Cerebral
As seitas retiram o censo crítico de seus adeptos não permitindo que eles pensem por si mesmos deixando que o líder ou o grupo pensem por eles. As técnicas são variadas, mas sempre persuasivas indo das sessões de isolamento da família até jejuns forçados sem tempo de descanso, sendo que neste ínterim é o membro do grupo bombardeado com literaturas da seita, estudos e mais estudos até a exaustão psicológica. É o caso do reverendo Moon, Hare Khrisna, Testemunhas de Jeová e outros.
Salvação pelas Obras
O estado legalista das seitas impedem-nas de aceitarem a livre graça de Deus. Como o âmago da seita é a heresia e toda heresia é obra da carne, sendo produto do homem sem o verdadeiro Deus, as seitas desenvolveram sua própria maneira de salvação. Oferecem uma falsa esperança aos seus adeptos que nunca sabem o quanto fizeram para merecerem a benevolência de um deus, cujo conceito forjado pela seita, foge radicalmente do apresentado na Bíblia. Para o adepto só existem leis a serem cumpridas seja elas de procedência bíblica ou mesmo criadas pela organização da qual pertencem. Podemos enquadrar aqui os Adventistas, mórmons, Testemunhas de Jeová, Espiritismo, Catolicismo etc.
Exclusivismo
Apesar da Bíblia ensinar que a salvação e a verdade só se encontram em Jesus, as seitas invertem essa verdade e apregoam que somente sua organização é a única correta tendo todas as demais apostatadas da fé. É o monopólio da fé e da verdade. Para a pessoa ser salvo é preciso pertencer ao grupo.
Semântica Enganosa
As seitas a fim de enganarem as pessoas, usam uma terminologia cristã, mas que na prática se revela totalmente falsa. Dizem crer nos mesmos pontos de fé dos cristãos ortodoxos apenas para uma aproximação pacífica visando sempre o proselitismo desleal. No entanto um exame mais atento, porém, revela que esta igualdade é apenas aparente e nominal. As Testemunhas de Jeová dizem acreditar no Espírito Santo, mas para elas esse Espírito não é o mesmo do credo cristão, sendo apenas (na concepção delas) uma mera força ativa. Os mórmons Dizem crer na trindade, mas a Trindade que eles pregam são três deuses que possuem um corpo de carne e osso.
Falsas Profecias
Para conseguirem impressionar seus membros, os líderes de seitas dizem receber supostas revelações de Deus sobre certos acontecimentos históricos – mundiais, escatológicos ou envolvendo o próprio grupo, que com o passar dos anos, se revelam fraudulentos provando ser o tal profeta um falso profeta. São os casos dos líderes dos Adventistas, Testemunhas de Jeová e Mórmons.
Mudanças de Crenças
As seitas possuem uma teologia volúvel. O que era verdade ontem já não é hoje. Com o passar dos anos as inconsistências das aberrações doutrinarias apregoadas por elas se tornam um tanto obsoletas entrando muitas vezes em contradição com os ensinamentos atuais de seus líderes, ai então, faz-se necessário o camaleão mudar de cor. Algumas até colocaram em seus bojo doutrinário o ensinamento de que é normalmente aceitável que sua teologia esteja em constante mutação, é o caso dos mórmons e das Testemunhas de Jeová. Os jargões geralmente empregados para justificarem isto são: “lampejos de luz” (TJ), “verdade presente” (ASD), “nova luz” (SUD). As características principais de uma seita foram expostas e resumidas acima, mas há ainda a questão financeira, o carisma do líder, ensinos sobre a Trindade dentre outras que por questão de espaço não colocamos aqui. Entretanto, estas servem para identificarmos eficazmente uma seita.