Brasileiro relata o caos após terremoto no Nepal

Missionário brasileiro relata o caos após terremoto no Nepal

Dois dias após o terremoto de 7,8 graus que atingiu o Nepal, o missionário brasileiro Edgar Garcia, de 26 anos, afirmou nesta segunda (27) que a vida no país tem sido ‘um caos’. Segundo ele ‘a sensação é terrível’, já que falta água, comida, remédios e energia elétrica em Katmandu, capital do país. “Você não tem como fazer nada, a não ser usar o seu instinto para sobreviver”, descreveu.

Edgar é do Rio de Janeiro, formado em Pedagogia e morava em Boa Vista desde 1991. Ele foi viver como missionário no Nepal em fevereiro deste ano. Ele é missionário do Centro de Treinamento do Diante do Trono, em Belo Horizonte, e está no último ano de estudo, que envolve a prática no campo missionário, e por isso viajou para o país. O jovem pertence à Igreja Batista Lagoinha.

Conforme autoridades do país, o número de mortos depois do terremoto que atingiu o Nepal chegou a 3,8 mil nesta segunda-feira. Dezenas de milhares de pessoas ficaram sem comida, água ou abrigo, após o abalo sísmico que é considerado o mais violento dos últimos 80 anos. Cerca de 18 pessoas morreram no monte Everest por causa de deslizamentos.

Ao G1, Edgar afirmou, através do WhatsApp, que tem vivido em um acampamento coletivo desde o dia do terremoto. O galpão fica em um campo de plantação de batatas, nas proximidades da casa onde ele morava com os também missionários brasileiros Debora Ramos, Filipe Bittencout, Nathalia Dal Moro e Beatriz El-bainy. Todos, segundo Edgar, sobreviveram ao abalo sísmico e estão vivendo no acampamento.

“O quarto andar da casa onde vivíamos desabou. No momento do terremoto de sábado, eu estava no terceiro piso e todos nós saímos correndo para a rua. No caminho, encontramos crianças e as ajudamos a descerem conosco. Graças a Deus sobrevivemos e estamos todos bem”, narrou Edgar.

Ele relatou que a maior necessidade dos sobreviventes é de estocar alimentos e água e acrescentou ainda temer epidemias, devido ao grande número de feridos e mortos.

“Tá faltando água e a gente precisa estocar comida. Temos medo de epidemias, por causa da quantidade de mortos e a falta de assistência”, descreveu, acrescentando que apesar de ser socorrista formado pela Cruz Vermelha, tem dificuldades para ajudar os sobreviventes por falar apenas inglês.

“Estamos prestando ajuda, mas as portas se abriram de fato para nós quando levamos milhares de caixas de bananas a sobreviventes. Nesse momento, todos queriam nos receber, porque a população tem fome e precisa de remédios”, narrou.

O missionário e os quatro amigos tem, segundo ele, muita vontade de ajudar as famílias reconstruindo casas e igrejas. “Esse é o nosso maior desejo agora”, descreveu Edgar, contando que muitas pessoas que vivem no acampamento perderam as casas e outras aguardam avisos do governo para saber se é seguro voltar às residências.

Nesta segunda, o Itamaraty informou já ter localizado 60 dos 79 brasileiros que estavam no Nepal na hora dos tremores. Ainda não há registros oficiais de brasileiros mortos.

Fonte: G1

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