Nigéria diz ‘considerar as opções’ após oferta do Boko Haram. Grupo islamita pediu libertação de presos para soltar garotas sequestradas. Vídeo que mostra estudantes foi divulgado nesta segunda.
O governo da Nigéria está revisando todas as opções de resposta para o grupo islâmico Boko Haram, que ofereceu a libertação das mais de 200 meninas que foram sequestradas em abril em troca da soltura de presos islâmicos.
“O governo da Nigéria está considerando todas as opções em relação à libertação das meninas”, disse Mike Omeri, diretor geral da Agência Nacional de Orientação, parte do Ministério da Informação local.
Mais cedo, o governo nigeriano havia dito que não faria negociações.
O ultrarradical Boko Haram divulgou nesta segunda-feira (12) um novo vídeo em que diz mostrar várias das 276 jovens nigerianas sequestradas de uma escola de ensino médio em Chibok, no nordeste do país, no dia 14 de abril. Na gravação, o grupo afirma ter convertido as meninas ao Islã e destaca que só as libertará em troca da soltura de presos islamitas.
A gravação mostra quase 130 adolescentes vestidas com longos véus pretos e cinzas, que permitem observar seus rostos. Elas aparecem sentadas no chão a céu aberto, cercadas por árvores e recitando o primeiro capítulo do Alcorão. Segundo a polícia, das 276 garotas raptadas pelos terroristas, 223 continuam cativas.
O líder do Boko Haram (cujo nome significa “a educação ocidental é um pecado”), Abubakar Shekau, aparece falando por 17 minutos no vídeo, obtido pela agência de notícias France Presse. Durante o discurso, ele está diante de um fundo verde, usando uniforme militar e carregando uma arma automática.
Shekau fala primeiro em árabe e depois em hausa, a língua mais usada na região norte da Nigéria. Ele reivindica mais uma vez a autoria do sequestro em massa – o que já havia feito em um vídeo divulgado há uma semana – e afirma que converteu as reféns ao Islã.
Em determinado momento, um homem armado aparece no local, com uma câmera na mão. Mas em nenhum trecho do vídeo, que tem duração total de 27 minutos, Shekau é visto ao lado das estudantes, que parecem tristes e resignadas, mas não aterrorizadas.
Duas adolescentes afirmam que eram cristãs e se converteram ao Islã, enquanto uma terceira declara que já era muçulmana. Além disso, uma jovem diz que as reféns não estão sendo maltratadas.
Por enquanto, não há nada que possibilite descobrir onde o vídeo foi filmado. A qualidade das imagens é muito melhor que a dos vídeos divulgados anteriormente pelo grupo islamita.
Extraído do site http://g1.globo.com/