Bibliografia sobre a controvérsia Calvinista/Arminiana
Bem, resolvi, depois de mais de 24 anos estudando a Bíblia, a me meter na controvérsia envolvendo calvinistas e arminianos – e já por mais de quatro anos venho estudando. Eu não me considerava nada, meu compromisso era apenas com a Bíblia – e ainda é! Mas ao debruçar-me sobre a escaramuça, descobri que me identificava mais com o Wesleyanismo, ou seja, uma forma de Arminianismo. Nessa minha teodiceia, ou “calvinoceia”, ou “arminoceia”, seja como for, percebi que precisava me definir adequadamente e assim o fiz ao escrever meu livreto “Calvinismo Recalcitrante”. A ideia era virar a página, mas descobri que é impossível tal página ser virada, quem sabe um dia eu consiga. E aqui estou eu escrevendo mais um artigo sobre isso. Depois de algumas solicitações de amigos, inclinei-me a descrever em formato de comentários algumas indicações bibliográficas sobre a controvertida discussão.
Entendo que quem vai analisar a problemática com sinceridade deve começar lendo “As Institutas” de João Calvino e de preferência da Editora Cultura Cristã em quatro volumes comentados. Usei também vários livros da Editora Fiel de comentários bíblicos de Calvino. Pode-se comprar ou baixar grátis pela internet. No comentário “Aos Gálatas” (Ed 2010) na página 145 vemos algo interessante – observamos Calvino defendendo a expiação ilimitada e arvorando que Jesus morreu por todos os homens. Conjecturo a relevância em citar Calvino aos calvinistas. Como em muitos casos de movimentos sectários, os calvinistas valorizam em demasia as citações de seu profeta. É vital também ler as Biografias de Calvino: “A Arte Expositiva de Calvino”, Lawson, Editora Fiel; “Sou Eu, Calvino”, Lens, Revista Ultimato; “A Vida de Calvino”, McGranth, Cultura Cristã; “Calvino de A a Z”, editora Vida e finalmente a mais relevante – “Uma Consciência contra a Violência: Castellion contra Calvino”, de Stefan Sweig. Esta última pode ser encontrada editada por várias editoras e adquirida no Mercado Livre. Por que ela é imprescindível? Simples, por mostrar o horror tirano do “reformador”, por mostrar como Calvino lidava com as pessoas.
Além dessas biografias do autócrata de Genebra, pelo menos uma de Armínio é necessária pra leitura – “Armínio: Um Estudo da Reforma Holandesa”, Bangs, Ed. Reflexão. Se possível, As Obras de Armínio, recentemente lançadas em português pela Editora CPAD. O site arminianismo.com também tem conteúdo bibliográfico de Armínio.
Outras duas obras sobre o Wesleyanismo são relevantes pra pesquisa: “Teologia de Wesley”, Collins, Ed. CPAD e “Viver a Graça de Deus”, Klaiber, Marquardt, Editeo. Quem puder, procurem no Facebook o Reverendo Belvedere – por quê? Ele tem uma apostila ótima sobre a Soteriologia de Wesley que vale a pena ler. Até solicitei a ele que publique por alguma editora, pois é uma ótima leitura.
Nessa aventura do saber e do examinar, duas apostilas ou livros em PDF são possíveis de baixar grátis pela internet – cada obra tem quase 500 páginas de pesquisas – “O Outro Lado do Calvinismo” de Laurence Vance e “Calvinismo X Arminianismo” do jovem Banzoli. Aqui faço uma ressalva. O jovem que escreveu este segundo tratado é evangélico, mas aderiu ao ensino do sono da alma, uma heresia.
Claro e óbvio, os livros de Roger Olson são leituras obrigatórias, ele é o papa dos arminianos: “Teologia Arminiana”, “Contra o Calvinismo”, “Arminianismo: Perguntas frequentes”, e “História da Teologia Cristã”.
Se for possível, para se entender o tamanho da maldade de Calvino, a leitura do livro “O Unitário”, Pedro Puech, Editora Rocco – nesse livro é nos mostrado um pouco da biografia de Serveto e de como ele foi executado em Genebra. Outra leitura complementar seria – “É Necessário Queimar os Hereges?”, Almeida, Fonte Editorial.
Apesar dele se dizer calvinista – risos – os livros de Norman Geisler são bastante produtivos nessa pesquisa: “Eleitos, Mas Livres” – “Teologia Sistemática, Vol. 1 e 2” – “Enciclopédia de Apologética” – Norman Geisler.
Existem dois clássicos memoráveis nesse processo e com o mesmo nome – “O Livre Arbítrio” – um de Santo Agostinho e o outro de Erasmo de Roterdã (Aqui ler junto o livro de Lutero “Nascido Escravo”, seria uma boa combinação). Leitura excelente e até fácil!!!
A biografia de Agostinho, Brown, Editora Record é interessante para se entender a mentalidade de Calvino, já que ele cita o santo católico mais de 400 vezes nas Institutas.
Os dois livros do meu amigo Thiago Titillo são excelentes – “A Gêneses da Predestinação” e “Eleição Condicional”. Livros baratos e de profundo calibre cognitivo sobre o tema.
E fazendo estardalhaço na seara calvinista, temos os livros de Dave Hunt – “Que Amor é Este?” – “O Dia do Juízo”. Os dois, um mais diretamente e o segundo menos, tratam com reflexividade da questão.
A editora Reflexão tem uma coleção incrível, os quais eu fiz questão de adquirir e pesquisa-los: “A Vida no Filho” e “Eleitos no Filho”, Shank; “O Que é Teologia Arminiana?”, Mariano; “Graça Resistível” e “Arminianismo Clássico”, Zwínglio; “Expiação Ilimitada”, Vailatti; “Introdução a Teologia Armínio-Wesleyana”, Couto; “Por que não sou Calvinista?” Walls; “A Fé e a Liberdade do Homem”; “Depravação Total”, Maia; “O Livre Arbítrio da Vontade”, Oliveira;
Alguns outros: “A Excelência da Nova Aliança em Cristo”, Wiley; “Em Guarda”, W. Craig; “A Doutrina da Predestinação”, Severino Silva; “A Fé dos Eleitos de Deus”, Parkinson; “Santo Agostinho no Banco dos Réus”, Silva; “Que Falem os Primeiros Cristãos”, Bercot; “Jovem, Incansável e Não Mais Reformado”, Fisher; “Predestinação e Livre Arbítrio”, Feinberg-Geisler-Bruce-Pinnock … Enfim, conforme for pesquisando, vou atualizando os dados.
Como você já deve ter percebido a maioria dos livros ou quase todos é contra o calvinismo. E sim, sou visceralmente antagônico ao fatalismo. Claro que eu li muitos livros Calvinistas – Obras do Torrentini, do Reverendo Nicodemus, do Hernandes Dias Lopes, do Sproul, do Piper, do Horton, do Spurgeon, do Berkof, do Hodge e etc… Mas meu artigo é bem subjetivo ao meu ponto de vista e por isso indico os livros aqui citados. Como eu já disse, esta bibliografia é a minha teodiceia. Você deve ter a sua e tirar suas próprias conclusões. Não houve de minha parte nenhuma intenção jactanciosa, pois o presente artigo foi solicitação de irmãos arminianos. Espero que tenha ajudado.
Boa leitura e Pesquisa!