Bíblia – Perguntas e Respostas

Conjunto de 66 livros inspirados por Deus escrito num período de 1500 anos por aproximadamente 40 escritores diferentes, contendo a história do povo Judeu e também da humanidade e o seu desfecho final. A Bíblia é a única literatura religiosa do mundo que faz uso abundante de profecias detalhadas, confirmando assim sua autenticidade, provando ser fruto da direção de um Deus que conhece com detalhes o futuro (2Tm 3.16).

As Bíblias tanto católicas como protestantes possuíam um mesmo conteúdo até que no concilio de Trento, em 1546, após o início da reforma protestante em 1517 a Igreja católica decidiu considerar alguns limo s além dos 66 que já eram aceitos como canônicos (inspirados) para IBT base de sustentação a algumas doutrinas católicas que eram refutadas por Lutero e seus companheiros com base nas Escrituras. A Igreja Católica diante da dificuldade de responder as acusações levantadas pelos protestantes decidiu adotar um conjunto de livros escritos no período intertestamentário (entre Malaquias e Mateus), sete ao todo (Tobias, Judite, Baruc, Eclesiástico, Sabedoria e I, II Macabeus) mais algumas partes inseridas nos livros de Daniel e Ester. As principais doutrinas “favorecidas” foram:

Justificação pelas obras (Tobias 4.7-11);

Mediação dos Santos (Tobias 12.12);

III. Ódio aos Samaritanos (Eclesiásticos 50.27-28);

Oração pelos mortos (2 Macabeus 12. 44-45);

Magia como meio de exorcismo (Tobias 6.8).

Portanto, os livros que foram inseridos na Bíblia católica possuem doutrinas que não se harmonizam com o restante das Escrituras Sagradas e nunca foram aceitos pelos judeus como inspirados por Deus (na lista de livros considerados inspirados, escrita pelo historiador judaico Flávio Josefo, ele omite os apócrifos, mesmo os conhecendo em seus dias), admitindo-os apenas como “históricos” e de conteúdo inferior e secundário às demais Escrituras. Até o famoso tradutor da Bíblia latina, Jerônimo, recusou-se a traduzir os “apócrifos” em sua versão das Escrituras, só o fazendo parcialmente depois.

O fato de a tradução do AT em grego (LXX — Septuaginta) trazer os “apócrifos” em seu texto não é prova suficiente de que os mesmos eram aceitos como escritura inspirada como são considerados os demais textos, pois a versão mais antiga que possuímos desta tradução grega é datada do IV século d.C. e não sabemos, portanto, se os “apócrifos” já faziam parte do texto original. Além disso, nem Jesus, nem qualquer um dos outros escritores bíblicos do NT os citou em alguma de suas várias (cerca de 350) referências aos textos do AT.

Ver resposta à pergunta posterior.

A questão não é de omissão da “Bíblia evangélica”, e sim de acréscimo à “Bíblia católica”, pois estes livros (chamados apócrifos) só vieram a fazer parte integrante das Escrituras Sagradas cristãs em 1546 ase 1500 anos após o término do último livro da Bíblia) no concilio de nto, onde foram inseridos na Bíblia para combater os ensinos bíblicos defendidos pela reforma protestante iniciada no século XVI. Antes estes os eram conhecidos pelos judeus, mas nunca o seu conteúdo foi por eles considerado de inspiração divina, e sim de conteúdo histórico e inferior aos demais textos bíblicos.

Ver resposta à pergunta anterior.

Existe uma área da ciência que também trabalha com a pesquisa da transmissão de textos antigos, chamada Crítica Textual. A sua finalidade é examinar as cópias recentes na ausência do original (autógrafo) e analisar até que ponto a cópia é fiel ou não ao original que foi escrito, tentando s: sim “remontar” o sentido original do autógrafo.

A quantidade de textos bíblicos em comparação com os demais textos de antigos escritos é surpreendente. Existem hoje 5.686 manuscritos do Novo Testamento em grego, enquanto a obra antiga que mais se aproxima desta cifra é a Ilíada de Homero com apenas 643 cópias! Temos ainda somente 5 cópias dos escritos de Aristóteles, 10 das guerras gaulesa de César e 20 do historiador Romano Tácito, todas tom uma margem de tempo extraordinariamente grande em relação ao original e suas cópias (a maioria com um período de 1.000 anos de diferença). Nenhum dos eruditos modernos rejeita estas cópias como não sendo fidedignas ao original, a ponto de porem em dúvida a sua credibilidade. Por que deveríamos duvidar da exatidão do texto do Novo Testamento se temos uma quantidade esmagadora de documentos em comparação com as demais obras literárias e com um período de tempo muito menor entre as cópias e o original (fragmentos com menos de geração e textos mais completos com aproximadamente 250 anos)?

Um dos grandes benefícios trazidos pelas pesquisas arqueológicas no mar Morto em 1947 foi a descoberta de um manuscrito completo do livro do profeta Isaías datado de aproximadamente 200 a.C., que possui um grau de exatidão extraordinário com a cópia do livro de Isaías mais antigo que tínhamos até então, datado de aproximadamente 900 d.c.

Se num período de mais de 1.100 anos não tivemos altera; substancial na cópia de um livro bíblico, não poderíamos acreditar enorme preocupação dos escribas na transmissão destes textos? N teríamos aqui uma grande prova de exatidão da mensagem bíblica?

A crítica textual atribui a Bíblia um grau de pureza na transmissão de texto maior do que o encontrado em qualquer outra extensa obra literária escrita no passado.

Se alguém tivesse a possibilidade de adulterar os Escritos bíblicos para seu próprio uso e exaltação, sem dúvida alguma não só omitiria textos que são contrários as suas próprias doutrinas como também acrescentaria aquilo que lhe fosse favorável doutrinariamente. Se a Igreja Católica Romana teve esta intenção e poder, por que não removeu da Bíblia algumas doutrinas que são contrárias à fé católica?

A Bíblia ensina que existe apenas um único mediador entre Deus homens (lTm 2.5). A Igreja católica acredita na mediação dos santos;

A Bíblia ensina que Maria era pecadora, pois somente um pecador precisa de um Salvador (Lc 1.46-47). A Igreja católica acredita que Maria nunca pecou;

A Bíblia ensina que Maria teve outros filhos além de Jesus (Mc 6.3). A Igreja católica afirma que Maria gerou apenas Jesus;

A Bíblia ensina que após a morte segue-se o juízo (Hb 9.27). A Igreja católica acredita que é possível continuar a obra de purificação dos pecados, para os que não morreram em pecado mortal, após a morte;

A Bíblia ensina que a salvação é através da fé somente (Ef 2. 8-10). A igreja católica acredita na salvação por obras, além da fé.

Se a igreja católica fez alguma alteração nos Escritos bíblicos, por que não acrescentou novas doutrinas católicas a Bíblia? Por que tiveram que acrescentar novos livros (os apócrifos) à Bíblia em 1546, no concilio de Trento, se podiam apenas ter ajustado a Bíblia aos seus ensinos anteriormente a reforma protestante?

É bem verdade que a declaração final acerca dos livros canônicos Ito Novo Testamento só veio em 367 d.C. com Atanásio. Mas não devemos de forma alguma pensar que a lista com os livros neotestamentários surgiu por ordem ou influência do Imperador Romano Constantino, pois séculos antes de Atanásio e Constantino muitos “pais da Igreja” (líderes da Igreja nos primeiros séculos do cristianismo) já haviam citado muitos destes livros como autoridade canônica para a Igreja cristã:

Clemente de Roma, por volta do ano 95-97, citou como autoridade Mateus, João, Romanos, I Coríntios, Efésios, I Timóteo, Tito, Hebreus, Tiago e 2 Pedro;

Inácio de Antioquia, por volta do ano 110, citou como autoridade Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses e Filemom;

Policarpo de Esmirna, (discípulo do apóstolo João) por volta de 11 150, citou como autoridade Os quatro evangelhos, Atos, Romanos, 1 e Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, I Timóteo, l Pedro e 1 e 2 João;

Papias, (discípulo de João) por volta de 130-150, citou o evangelho de João e Apocalipse como autoridade;

Irineu, por volta de 130-202, citou os livros de Mateus a Tito, além: de Hebreus, l Pedro, 1 e 2 João, Judas e Apocalipse.

Das 36.289 citações dos pais da Igreja, poderíamos montar todo o Novo Testamento com a exceção de apenas 11 versículos. Além disso o fragmento muratório datado de aproximadamente 170-175 D.c traz 2 dos 27 livros do atual Novo Testamento.

Se tudo isto ocorreu séculos antes do imperador Constantino (IV Século D.c), Como ele poderia influenciar a lista de livros que deveriam ou não pertencer ao cânon?

Em nenhum lugar na Bíblia é negado que ela foi escrita por homens, pelo contrário (Rm 16.22), porém estes homens foram movidos pelo Espírito Santo em sua composição (2 Pe 1.21). Se tivéssemos de deixar de crer na Bíblia por ela ter sido escrita por homens, então não poderíamos acreditar no conteúdo de qualquer livro escrito (todos os livros que conhecemos foram redigidos por homens), não poderíamos aprender nosso próprio idioma (todas as gramáticas foram escritas por homens), não deveríamos acreditar em nada dos telejornais (a maior parte do que é falado é acompanhado por um texto escrito [por homens]).

A grande questão não repousa sobre ser ou não escrita por homens, mas até que ponto o que ela afirma é verdadeiro e confiável. Ou seja, quais são as evidências de uma autoria divina na Bíblia.

Ver a resposta neste tópico à pergunta: “Que evidência possui a Bíblia de sua autoridade divina?”.

A grande maioria das pessoas (quase 100%) que afirma ter a Bíblia algum tipo de contradição nunca a leu, nem a estudou por completo. Baseiam suas afirmações em revistas ou outras publicações preconceituosas contrárias a Bíblia que foram lidas, e aceitam aquelas afirmações como verdades absolutas sem ao menos examinarem as suas bases.

Antes de afirmarmos que existe uma contradição real na Bíblia devemos examinar algumas possíveis causas de “aparentes contradições” que não são reais) como afirmadas por alguns críticos que não levam em conta sete questões relevantes:

Nunca coloque em dúvida alguma referência bíblica em particular por não compreende-la completamente;

Estude o texto dentro de uma interpretação que esteja diretamente ligada ao “contexto histórico e gramatical”;

III.  Não baseie a sua pesquisa em “nenhuma tradução”. Consulte sempre que possível o que diz as línguas originais (o texto que possuímos é apenas uma tradução);

Em casos de aparente discrepância histórica (principalmente nos evangelhos e livros históricos paralelos), estude cuidadosamente os relatos semelhantes e tente harmoniza-los levando em conta os detalhes do relato;

Procure estudar os textos que aparentam certa contradição fazendo uso de “bons comentários” escritos por estudiosos que acreditam na harmonia das Escrituras Sagradas;

Lembre-se que não devemos pôr em dúvida algum relato bíblico por não ser comprovado por dados arqueológicos, pois ausência de evidência, não é evidência de ausência. A arqueologia possui muitas limitações como toda ciência;

VII. Lembre-se que a Bíblia é um livro divino escrito em linguagem humana. E como tal possui, às vezes, uma linguagem limitada que deve ser interpretada dentro destas fronteiras;

Após uma análise mais detalhada dos textos bíblicos seguindo estes cuidados, certamente anularemos as maiores “discrepâncias” bíblicas.

Obs: No caso de o interlocutor demonstrar um certo interesse pela questão das aparentes contradições bíblicas, seria importante quem o está abordando adquirir literaturas específicas sobre este tema (A Enciclopédia de Temas Bíblicos [Editora Vida] e o Manual popular de dúvidas, enigmas e “contradições” da Bíblia [Editora Mundo Cristão] são obras indicadas neste auxílio).

Se afirmarmos que não devemos crer na Bíblia por não existir “verdade absoluta”, então deveríamos também não crer neste tipo de declaração, pois se não existe “verdade absoluta” tampouco seria esta afirmação uma verdade absoluta. Se não existe uma verdade absoluta, então não podemos esperar que a nossa afirmação de que não há absolutos seja uma verdade absoluta. Uma vez que esta afirmação é auto-anulável (não pode ser algo absoluto se não existem absolutos), não deveríamos rejeita-la e analisar as reivindicações bíblicas de uma forma não preconceituosa?

Ver a resposta neste tópico à pergunta: “Que evidência possui a bíblia de sua autoridade divina?”

Um dos fatos mais impressionantes estabelecidos pela Bíblia í< R sua fantástica atualidade em relação a sua análise detalhada do caráter humano e suas fraquezas. Ela declara que a natureza humana é: tendenciosa ao mal. Cobiça (1 Jo 2.16), egoísmo (Fp 2.21), amargura (Hb 12.15), justiça própria (Lc 18.9-14), inimizades, idolatria, brigas, ciúmes, bebedices e inveja (G1 5.19-21), são características indiscutivelmente enraizadas no ser humano desde sua mais tenra idade (SI 51.5). E que através da fé em Cristo qualquer pessoa pode ter o seu caráter mudado e transformada a sua natureza (Mt 11.28-30). Além disso, declara também um dia todos os que servirem ao Senhor viverão em um novo céu e na nova terra de harmonia e paz (Ap 21.1-7). Não é a paz um assunto uai, que a humanidade tanto busca? Podemos crer que a Bíblia não um livro com assuntos atuais se notarmos estas características tão contemporâneas quando a lemos hoje?

A Bíblia possui uma característica ímpar em relação a qualquer «atro livro religioso escrito no mundo. Nem o Alcorão (livro sagrado dos mulçumanos), o Bhagavad-Gita (livro sagrado dos hindus) ou qualquer outra literatura religiosa conhecida, traz profecias tão detalhadas que poderiam confirmar a sua autoridade divina ou anulá-la (somente um Deus pessoal e conhecedor do futuro poderia conceder aos homens tal capacidade [Dn 2.20-22]). Devemos nos lembrar que quanto mais talhes têm numa profecia, mais difícil é lhe dar qualquer significado ou vermos o seu cumprimento integral. A Bíblia possui várias profecias riquíssimas em detalhes, proferidas séculos antes do seu cumprimento que indicam a sua autoridade divina. Vejamos:

A Bíblia, no livro do profeta Isaías, afirmou 700 anos antes do nascimento de Jesus Cristo que a Terra era uma esfera, quando o conceito sobre sua forma ainda não era este (Is 40.22);

A Bíblia declarou que Jesus Cristo morreria crucificado 1000 anos antes do seu nascimento, quando nem existia ainda este tipo de pen: capital (SI 22. 7,16);

III.  A Bíblia previu através do profeta Isaías, que viveu 700 anos ante? de Cristo, que Jesus morreria entre dois ladrões e seria sepultado por um rico (Is 53. 9,12);

A Bíblia declarou 500 anos antes de Jesus nascer, através do profeta Miquéias, o local exato do nascimento do Messias Jesus (Mq 5.2);

A Bíblia menciona no livro do profeta Daniel, aproximadamente 600 anos antes de Cristo, a sequência dos reinos que surgiriam para dominar o mundo antigo (Babilônico, Medo-Persa, Grego e Romano), inclusive o do Anticristo que surgirá no (Dn 2.27-46; 7.1-24);

A Bíblia declara através do profeta Daniel, que viveu 600 anos antes de Cristo, que Jesus nasceria e morreria 483 anos contados a partir 445 a.C (Dn 9.24-27);

VII. A Bíblia previu aproximadamente em 2.100 a.C que o povo judeu surgiria e ninguém nunca os conseguiria destruir, não obstante as muitas tentativas ocorressem, como a história secular claramente o comprovam (Gn 12.1-3). Quantos povos antigos foram destruídos ao longo dos séculos, os quais só conhecemos através da arqueologia e da história? Mas o povo judeu continua existindo para comprovar as promessas e exatidão das afirmações bíblicas;

VIII. A Bíblia previu com 500 anos de antecedência que Jesus seria vendido por trinta moedas de prata, conforme disse o profeta Zacarias (Zc 11.12-13);

A Bíblia descreveu perfeitamente o ciclo das águas 1000 anos antes do nascimento de Cristo (Ec 1.7). A mais antiga declaração acerca deste ciclo além do texto bíblico é datada de 400 a.C.;

A Bíblia, no livro de Jó, escrito por volta de 2.100 a.C, declarou que existia um buraco na galáxia, no norte sideral. Este fato foi confirmado em anos recentes pela astronomia (Jó 26.7);

Como profecias e afirmações tão detalhadas poderiam ser fruto de mera coincidência ou da vontade humana?

Devemos ter em mente que a Bíblia é fruto de um longo trabalho realizado ao longo de 1.500 anos, compreendendo vários períodos diferentes nos quais Deus se comunicou e se relacionou com os homens. Como as revelações e ordenanças de Deus foram dadas de forma progressiva” e “constante” até aproximadamente o fim do primeiro século, é compreensivo entendermos que algumas revelações dadas que possuíam um caráter transitório cumpriram suas funções e perderam a sua autoridade diante de novas revelações escriturísticas posteriores dadas pelo Senhor Deus. As mudanças estão relacionadas ao caráter transitório dos sistemas ou regimes determinados por Deus para comunicar-se com os homens.

Por exemplo, as leis de caráter dietético que foram dadas nos dias do profeta Moisés ao povo judeu (Lv 11.4-8, 10-20), perderam a autoridade que possuíam durante o regime transitório da lei, para um outro estatuto que lhe é superior através de Jesus Cristo (Hb 8.6-13). Por esta razão as Escrituras no Novo Testamento declaram que todos os alimentos são aceitáveis, e nenhum tipo de alimento deve ser recusado por questões religiosas (lTm 4.1, 3-5; Rm 14.1-3,20).

O fato de muitas pessoas interpretarem a Bíblia de várias maneiras não deve ser motivo suficiente para que a rejeitemos completamente como palavra de Deus. Alguns juízes podem interpretar certas leis de forma diferenciada, mas isto nunca os conduziu a não aceitação de nossas leis em sua totalidade por este motivo. Desta forma, logicamente devemos tomar cuidado quando estudamos a Bíblia e a sua correta interpretação (hermenêutica), pois existem alguns cuidados que devem ser tomados para que não cometamos erros de entendimento em relação aos textos bíblicos. Vejamos alguns:

Levar em conta o contexto histórico (em que momento e circunstância foram escritos o texto) e gramatical (que sentido possuía aquela palavra quando foi escrita no texto);

Sempre que uma palavra ou expressão parecer contraditória deve ser consultado algum comentário do texto original (hebraico e grego), pois todas as traduções bíblicas possuem limitações;

III.  Lembrar que várias interpretações são possíveis em alguns textos bíblicos, desde que estas interpretações não se contradigam com outros textos encontrados nas Escrituras Sagradas.

Se as pessoas atentassem mais para estas regras de interpretação bíblica, não teríamos uma infinidade de interpretações absurdas da Palavra de Deus e, consequentemente, incredulidade por parte de alguns em relação às Sagradas Escrituras. Deveríamos condenar a autoridade da Bíblia por causa da interpretação errônea de alguns?

Judas, ao citar a profecia de Enoque com respeito a vinda do Senhor Jesus Cristo, não está defendendo, de forma alguma, a inspiração de qualquer literatura apócrifa, como sugerem algumas pessoas. Se a suposta citação do livro apócrifo de Enoque fosse suficiente para admitir a sua inspiração e de outras obras apócrifas, então teríamos de admitir a inspiração de algumas obras gregas pagãs mencionadas por Paulo como Cleantes, Arato (At 17.28) e Epimênides (Tt 1.12). Também não sabemos de qual fonte Judas se apropriou para mencionar esta declaração profética de Enoque (talvez uma fonte comum que citava a profecia que foi usada também pelo autor do apócrifo, que não está a nossa disposição atualmente).

É provável que alguma tradição oral tenha mantido esta profecia com o passar dos séculos, chegando até os dias apostólicos, sendo esta a origem da citação de Judas, e não o livro apócrifo de Enoque. Independente de qualquer especulação sobre a origem da citação, podemos seguramente crer, que de fato, Enoque profetizou sobre a vinda do Senhor, sendo esta, portanto, a profecia mais antiga sobre este evento conhecido, não sendo suficiente para confirmar a autoridade apócrifa de nenhum escrito do gênero.

Várias vezes as Escrituras Sagradas são mencionadas como a palavra de Deus de forma integral e não parcial (Jo 10.35; 17.17; 1 Ts 2.13). As Escrituras Sagradas são divinamente inspiradas em sua totalidade (2Tm. 3.16-17). O fato de encontrarmos na Bíblia citações de homens e do próprio Satanás, não deve ser suficiente para negarmos que a mesma não seja a palavra de Deus. Quando alguém cita a frase de um autor, várias vezes dizemos que “fulano disse”, quando, na verdade, a frase não foi criada por ele, mas sim, por alguém posterior que foi citado. Da mesma forma quando as Escrituras mencionam as palavras de homens ou mesmo de Satanás podemos dizer que é a palavra de Deus, pelo fato de estar sendo narrada em sua obra inspirada, lembrando que a inspiração é da obra e dos autores enquanto escrevem, preservando-os de qualquer erro, quer seja histórico, geográfico, científico ou de qualquer outra natureza. Quem dirigiu os homens para que escrevessem a obra foi Deus, portanto, o produto final é sua palavra.

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Os espíritas kardecistas afirmam que a Bíblia foi alterada com o passar dos anos, e que, portanto, não podemos confiar em suas declarações. Porém quando lemos a resposta à questão de número 625 do Livro dos espíritos, de Allan Kardec, encontramos a seguinte afirmação: “… A doutrina que ele [Jesus] ensinou é a mais pura expressão de sua lei [de Deus], porque ele estava animado do Espírito divino e foi o ser mais puro que já apareceu na terra”. E ainda no Evangelho segundo o espiritismo, de Allan Kardec, na introdução IV (segundo parágrafo), é declarado que assim como só podemos conhecer as doutrinas de Sócrates através dos escritos do seu discípulo Platão, Jesus, da mesma forma, nada escreveu e só podemos conhecer as suas doutrinas através dos escritos de seus discípulos.

Portanto algumas perguntas devem ser feitas aos espíritas:

Se a única forma de conhecimento que temos das doutrinas de Jesus, segundo o próprio espiritismo, são os escritos de seus discípulos (Os quatro evangelhos), como podem os espíritas kardecistas rejeitar o que se encontra na Bíblia?

Por que no livro O evangelho segundo o espiritismo é citado o profeta Isaías, o livro de Jó (Capítulo IV, parágrafo 12,14) e os evangelhos (Capítulo VII, parágrafos 3,4) quando não creem na Bíblia como palavra de Deus?;

Se a Bíblia não é a Palavra de Deus, por que creem na autoridade de alguns textos do mesmo livro que rejeitam?;

Qual é o meio de julgamento espírita para se determinar qual texto contém ou não uma verdade divina, visto que não creem na Bíblia completamente?

Se segundo Allan Kardec, Jesus veio também para cumprir as profecias referentes ao seu nascimento (Evangelho segundo o espiritismo, Cap. I: 4), e estas profecias só se encontram na Bíblia, por que rejeitá-la?

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Os mórmons afirmam que foram tiradas muitas coisas preciosas do evangelho do cordeiro pela Igreja Católica (1 Néfi 13:26-29 [Livro de Mórmon]).

Não existem provas documentais que demonstre alguma alteração no Novo Testamento ou nas demais Escrituras bíblicas feita pela Igreja católica. Mas existem provas de que o Livro de Mórmon, desde a sua primeira edição em 1830 até hoje, passou por cerca de 3.913 mudanças! Basta comparar as versões atuais com a primeira versão de 1830. Algumas mudanças principais são:

1 Néfi 13:40 (edição de 1830) declara: “… o Cordeiro de Deus é o pai eterno e o salvador”.

1Néfi 13:40 (edição de 1981) declara: “… o Cordeiro de Deus é o filho do pai eterno e o salvador”.

1 Néfi 11:18 (edição de 1830) declara: “… a virgem que vês é a mãe de Deus, segundo a carne”.

1 Néfi 11:18 (edição de 1981) declara: “… a virgem que vês é a mãe do filho de Deus, segundo a carne”.

III.    Mosíah 21:28 (edição de 1830) declara: “… O rei Benjamim tinha um dom de Deus”.

Mosíah 21:28 (edição de 1981) declara: “… O rei Mosiah tinha um dom de Deus”.

Obs.: O rei Benjamim, segundo a cronologia do Livro de Mórmon, já havia morrido por esta ocasião, por isso a Igreja teve de mudar o nome do rei nas edições posteriores diante deste claro erro.

Éter 4:1 (edição de 1830) declara: “… por esta razão o rei Benjamim as guardou”. Éter 4:1 (edição de 1981) declara: “… por esta razão o rei Mosíah as guardou”.

O Livro de Mórmon faz menção de espadas, capacetes, escudos (Alma 3:5; 43:18,1’ Éter 15:15), gados, vacas, carneiro, porcos, elefantes (Éter. 9:17-19), ferro, cobre, bronze (Jarom 1:8; 2 Néfi 5:15) no novo continente americano. Tudo o que é citado nesses textos não existia na América até 1492 de acordo com um documento de duas páginas publicado pelo conceituado Instituto Smithsonian de história natural, de Washington em 1979.

O fundador do mormonismo, Joseph Smith Jr, declarou na introdução do Livro de Mórmon que “o livro de mórmon é o livro mais correto da terra…”. Se o Livro de Mórmon é o livro mais correto da terra, como pode possuir tantos erros discrepâncias?

Ver a resposta à afirmação neste Tópico: “A Igreja Católica durante muitos anos dominou o mundo e sem dúvida alguma alterou o que se encontrava na Bíblia para manipular o mundo através da fé”.

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O islamismo é um dos grupos religiosos que mais crítica a Bíblia por, segunde eles, possuir muitos erros e contradições. Os mulçumanos que defendem os erros na Bíblia contradizem o seu próprio livro sagrado que afirma o contrário. Vejamos alguns problemas do Alcorão com relação à sua suposta superioridade e suas várias contradições:

A revelação de Deus, segundo o Alcorão, foi dada somente aos descendentes de Isaque e Jacó (os judeus) e não aos Árabes que afirmam ser descendentes de Ismael (mesmo que não seja verdade que todos os árabes sejam descendentes de Ismael). Come os árabes dizem ter recebido uma revelação através de seu profeta árabe (Mohamed [Maomé]) quando o próprio Alcorão afirma que somente os judeus receberiam tal honra (29.27)?;

A “Terra Santa” pertence aos judeus por ordem divina, segundo o Alcorão (5.21). mesmo que os mulçumanos creiam hoje no contrário;

III. O livro de Moisés (Torah) e os Evangelhos são perfeitos segundo o Alcorão (5.43- .94), pois as palavras de Deus são inalteráveis (6.34; 10:64). Os mulçumanos hoje, porém defendem o contrário, afirmando que estes livros, assim como toda a Bíblia, foram adulterados;

  1. Alcorão declara que o faraó que perseguiu os israelitas no Egito foi poupado com vida (10.90-92). Porém o mesmo livro afirma que o faraó do Egito morreu afogado (28.38-40 ;17.103);

Alcorão afirma que o mundo foi criado num piscar de olhos (54.49, 50). Depois que o mundo foi criado em dois dias (41.9, 12), ou em seis dias (7.54; 10.3);

Alcorão declara que a terra foi criada primeiro, antes do céu (2.29), depois declara o contrário (79.27-30).

Além destas claras discrepâncias encontradas no livro mulçumano, temos também o fato largamente conhecido pelos estudiosos do Islã de que o Alcorão como encontrado hoje é fruto das mudanças feitas no livro por ordem de Otman, o terceiro califa para padronizar um único texto do suposto livro sagrado do Islã.

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Fonte: Livro – Manual de Respostas Bíblicas, Paulo Sérgio Batista, 2006

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