I – Perguntas Respondidas no Programa de Rádio
P – Como se pode provar que o ensino sobre batismo regeneracional é errado?
R – Por indicar uma dezena de referências que nos declaram que só podemos ser salvos pela fé no sangue de Jesus derramado por nós: Jo. 1:29; 3:16,36; 5:24; At. 16:31. Centenas de passagens mostram definitivamente que a fé no Cordeiro de Deus e a fé nele somente pode salvar-nos (Lc. 23:43). Devemos obedecer o mandamento de Jesus e sermos batizados, mas essa ordenança é um testemunho diante dos homens, dos anjos e dos demônios de que estamos confiando no sangue de Jesus. O batismo não é essencial à salvação, segue a salvação. Ensinar que o batismo é essencial para a salvação é limitar a eficácia da obra de Jesus no Calvário.
P – Mas as passagens de Mc. 16:16; Jo. 3:5; At. 2:38 não ensinam que o batismo nas águas é necessário para a salvação?
R – Não. Se assim fosse o ladrão na cruz não poderia ter entrado no paraíso. E não se diga que o ladrão foi batizado antes de subir à cruz, que ele já conhecia Jesus e se entregou para pagar seu débito com a sociedade, pois em Mt. 27:44: “E o mesmo lhe lançaram também em rosto os salteadores que com ele estavam crucificados”. Como podia o ladrão que pediu a Jesus lembrar-se dele tomar essa atitude irreverente de zombar de Jesus, sendo já discípulo de Jesus e ter sido batizado? Em Mc. 16:16 na parte final se lê: “mas quem não crer será condenado”. O texto não diz ‘aquele que não for batizado será condenado’, mas apenas o que não crer. Porque os mórmons creem que o batismo é necessário para a salvação, e estabelecem o seguinte no L.M. 3Néfi 11:34 “E os que não crerem em mim, e não forem batizados, serão condenados”. Cristo e os apóstolos claramente ensinaram que o batismo nas águas é uma ordenança a ser obedecida, um testemunho exterior de uma mudança interior ocorrida no coração; mas não ensinaram que o batismo é necessário para a salvação. Em At. 10:43,44,47 se lê que Cornélio e as pessoas que estavam em sua casa receberam o Espírito Santo antes de serem batizados nas águas. Sabemos que o Espírito Santo não é dado a incrédulos (Jo. 14:17), mas apenas aos que já são filhos de Deus pela aceitação de Jesus (Jo. 1:12; Gl. 4:6). Em Jo. 3:5 Jesus declarou: “na verdade, na verdade, te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus”. Essa passagem não tem relação com o batismo nas águas. Ela se refere sim, em conjunto com outras passagens bíblicas, como Ef. 5:25-26 “purificando-a com a lavagem da água, pela palavra” (Jo. 15:3; 17:17; Tt. 3:5; Tg.1:18; 1Pe. 1:2. Esse é o sentido de Jo. 3:5. 0 pecador nasce de novo através do despertar, do poder purificador do Espírito Santo, pela aplicação da Palavra de Deus no coração do homem pecador – o Espírito Santo e a palavra de Deus. Depois, segue-se a ordenança do batismo nas águas, como testemunho público da nova vida em Jesus Cristo.
P – Por que não se deve batizar crianças?
R – Porque o batismo deve seguir à conversão. Ficamos felizes em apresentar nossos filhos ao Senhor, todos os cristãos devem apresentar seus filhos a Deus, seja na Igreja ou na sua própria casa, como um ato de devoção a Deus e como meio de abençoar suas vidas. Dedicação não é batismo, é o ato de consagrar nossos filhos a Deus, criando-os na forma correta de adorar a Deus como recomenda a Bíblia (Jo. 4:24).
P – O que significa a expressão de 1Co. 15:29 “Doutra maneira que farão os que se batizam pelos mortos… Por que se batizam eles então pelos mortos?”
R – É uma pergunta importante, porque os mórmons ensinam essa doutrina de alguém vivo se batizar pelos mortos. Ensinam que o batismo é absolutamente necessário para a salvação. A argumentação de Paulo em 1Co. 15 é a ressurreição de Cristo dentre os mortos e porque Ele vive, nós também viveremos (Jo. 5:24; At. 16:31).
P – O que é regeneração?
R – Podemos definir regeneração da seguinte maneira: Regeneração é um ato de Deus pelo qual ele nos concede nova vida espiritual. Outra definição: regeneração é a mudança das disposições íntimas da alma dentro do mesmo corpo. Difere de reencarnação, que é o retorno do espírito a outros corpos em sucessivas encarnações. A regeneração é doutrina bíblica de fundamental importância e reencarnação é doutrina espírita porque faz a salvação depender de esforços humanos e anula a obra salvífica realizada por Cristo na cruz do Calvário (Rm. 3:25; 4:25; 4:4-5).
P – Que outras palavras ou expressões são usadas para definir a doutrina da regeneração?
R – Algumas palavras que aparecem na Bíblia são:
1) novo nascimento. O crente é nascido de Deus (1Jo. 5:1);
2) nascido do Espírito Jo. 3:8);
3) nascido do alto (Jo. 3:3-7). O novo nascimento significa a entrada do homem no reino de Deus. É interessante dizer que as TJs afirmam que só 144 mil precisam nascer de novo, os chamados da classe dos ungidos. Os demais, que pertencem a classe da grande multidão composta por milhões de pessoas, ensinam que não precisam nascer de novo. Isso é um ensino estapafúrdio, pois Jesus foi taxativo dizendo: “Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo” (Jo. 3:7). O novo nascimento é um milagre. Nenhum homem pode, pelas suas faculdades mentais compreender o novo nascimento. Até Nicodemos, um príncipe, um mestre em Israel (Jo. 3:1-10) entendeu a significação dessa afirmativa de Jesus. Por isso perguntou a Jesus: “Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?” (Jo. 3:4). É um milagre quando o homem, pela regeneração, passa do estado de pecador miserável e condenável ao estado celestial, a pertencer ao reino de Deus, por ter sido tomado uma nova criação. O novo nascimento não é operado pela vontade do homem (Jo. 1:13).
4) Outra palavra é nova criação (2Co. 5:17);
5) Outro sentido é ressurreição: Cl. 3:1; Rm. 6:4-5).
P – Podemos saber o momento quando ocorre a regeneração?
R – O momento exato da regeneração é um mistério para nós. Jesus diz “o vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai, assim é todo o que é nascido do Espírito” (Jo. 3:8). Num momento estamos espiritualmente mortos, e depois no outro temos nova vida espiritual da parte de Deus. Nem sempre sabemos exatamente quando essa mudança instantânea ocorre. As pessoas podem dizer assim: ‘Eu não sei o que aconteceu exatamente, mas antes desse momento eu não confiava em Cristo quanto à salvação. Num momento percebi que confiava em Cristo e que ele era o meu Salvador’.
P – Quais os efeitos da regeneração?
R – Quando a pessoa passa pela transformação espiritual conhecida como regeneração, torna-se filho de Deus e beneficiário de todos os privilégios dessa filiação. Recebe o título de filho de Deus por adoção (Gl 4.4-6). Adoção significa dar a posição de filhos e refere-se no uso comum do homem que toma para seu lar crianças que não são as suas pelo nascimento (1Jo.3.1-3; 5.1).
P – Existem doutrinas que ensinam auto-controle, meditação transcendental e esforços mentais para alcançar um estado superior de homem-deus. É possível isso?
R – Nada disso tem valor para fazer o homem nascer de novo. O novo nascimento não é operado pela vontade do homem (Jo. 1:13), é operado pela vontade de Deus. É Deus quem realiza a obra conforme sua vontade, e isto pelo poder do Espírito Santo (Jo. 16:7-9). Toda a Trindade opera na realização do novo nascimento. O Espírito Santo usa a Palavra de Deus (1Pe. 1:23; Tg. 1:18) porque ela é a palavra da cruz (1Co. 2:1-5).
P – Existem ensinos segundo os quais o momento da regeneração é quando a pessoa se batiza. Essas pessoas ensinam o batismo regeneracional pois a regeneração ocorre no batismo. É certo esse ensino?
R – Esse ensino é sem base bíblica. Vou citar algumas declarações de uma igreja que se diz evangélica e pratica esse batismo regeneracional: “João 3:5b diz: quem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de deus. Tal palavra indica claramente que, para ser regenerado, e entrar no reino de Deus. é preciso nascer, não só do Espírito, mas também da água. Por isso, o batismo é uma condição para a regeneração e entrada no reino de Deus”. (Lições da Verdade, Nível Um, p. 92 Editora Arvore da Vida).
Em Marcos 16:16 o Senhor Jesus disse: Quem crer e for batizado será salvo… Isso indica que o homem precisa do batismo bem como da fé para obter a plena salvação. Assim como a fé é uma condição de salvação, também o batismo o é. (Lições da Verdade – Nível Um, p. 93 Editora Árvore da Vida).
P – Qual a origem da palavra BATISMO?
R – Do grego báptisma, imersão, de bápto mergulhar, na Bíblia é o mesmo que batizar (Rm.6:3-4; Cl. 2:12).
P – Por que Jesus foi batizado?
R – Para cumprir toda justiça (Mt. 3:15).
P – De que forma Jesus foi batizado?
R – Os exemplos bíblicos mostram que Jesus foi batizado por imersão, bem diferente da gravura que apresenta Jesus sendo batizado por João Batista que derrama sobre ele um pouco d’água dentro de uma vasilha. Jesus foi batizado no Rio Jordão e depois de ser batizado saiu da água (Mc. 1:10). João escolheu um local perto de Salim porque ali havia muitas águas (Jo. 3:23).
P – O cristão deve se batizar pelo mesmo motivo, para cumprir toda justiça?
R – Não. A salvação é por graça, pela misericórdia como se lê em Tito 3:5.
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II – O BATISMO NAS ÁGUAS SEGUNDO AS ESCRITURAS
BATIZAR = MERGULHAR
João não introduziu costume algum novo quando batizava os seus discípulos no rio Jordão, pois entre os judeus a imersão de todo o corpo em água — sendo possível – era um meio de limpar toda a cerimonial impureza (Is. 1:16). Quanto ao batismo de Jesus, veja-se Mt. 3:13-17 e referências.
Além das cerimoniosas lavagens do corpo, havia também entre os judeus o hábito de batizar os convertidos ao Judaísmo. Portanto, quando viram João batizar, não ficaram surpreendidos com o ato do batismo, mas com o fato dele batizar. Isto mesmo se depreende da pergunta que lhe fizeram: “Então por que batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?” (Jo 1:25). Eles não perguntaram: “Que novo ritual é este?” mas “Por que o ministras tu?”
O batismo de prosélitos era para os judeus coisa natural, visto como consideravam impuros e imundos todos os gentios. Na devida administração do batismo cristão, a lavagem tornou-se o sinal da purificação da alma. Quando um gentio se convertia ao judaísmo, era necessariamente batizado, porque toda a sua vida anterior tinha sido ritualmente impura. O batismo cristão era sinal de purificação moral, ao passo que o de João Batista era intermediário entre o ato cerimonial dos judeus, e o emblemático e espiritual dos apóstolos.Mas, quanto ao cerimonial necessário no ato judaico ou no ato cristão, a imersão não era essencial; não é provável que os 3.000 convertidos no dia de Pentecostes fossem imersos, ainda que certamente o eram os discípulos de João Batista. O batismo de João achava-se mais ligado às lavagens do cerimonial mosaico do que ao rito cristão. Ele próprio não pertencia ao número dos profetas, nem fazia parte do colégio dos apóstolos. E, por essa razão, aqueles a quem João ou os seus discípulos batizaram eram outra vez batizados, quando se convertiam ao Cristianismo (At. 19:1-5). O batismo cristão acha-se dum modo especial em conexão com o dom do Espírito Santo (Mt. 28:19), e com o perdão dos pecados (Mt. 16:16). As pessoas próprias para serem batizadas estão indicadas em At. 2:41. Em At:8:16 e 22:16 se mostra em nome de quem se devia efetuar o ato batismal; em Rm 6:3-4 se diz que os crentes são “sepultados com ele na morte pelo batismo”.
III – O BATISMO DO ESPÍRITO SANTO E COM FOGO (Mt. 8:11)
Como no grego não vem preposição alguma antes da palavra fogo, isso mostra que João se refere a dois aspectos dum só batismo. Tem que ser espiritual, em contraste com o material externo; e deve ser purificador. Tem-se levantado a questão se esse “fogo” se refere à purificação dos piedosos, que verdadeiramente aceitam o batismo do Espírito, ou à destruição dos perversos, como nos versículos 10 e 12. Mas a obra da presença de Deus é sempre dupla, visto como a alma ou submete-se espontaneamente, ou faz o contrário (Is. 31:9; 33:14-15).