A Palestina dos dias de Pilatos e de Jesus o Nazareno vivia dias agitados. O povo nunca se acostumara com a presença dos odiados soldados de Roma, que para eles simbolizavam o paganismo idólatra. Muitos foram os levantes Intentados pelos elementos entusiasmados pela libertação do jugo romano. Esses rebeldes eram guerrilheiros do judaísmo chamados “zelotes”, que rejeitavam os métodos mais moderados dos fariseus, saduceus e Essênios, e tentavam a destruição do governo romano na sua terra pela força, excitando o povo com falsas promessas. Das montanhas da Galileia, onde mais operavam, saíam para matar, roubar e praticar crimes. Um bando desses cangaceiros teve por seu “chefe” um tal Barrabás, que, segundo consta, foi companheiro dos dois malfeitores que pagaram por seus crimes, sendo crucificados junto com Jesus um outro galileu, que, em vez de lutar por uma causa político- material, lutou e morreu para estabelecer Seu reino espiritual nos corações da humanidade. Barrabás também ia morrer, certamente naquela cruz do meio, sendo ele “um preso bem conhecido”. Pouco sabemos acerca do passado desse bandido a não ser o que o nome Bar-Abbas, “filho do pai” indica que seu pai, ou talvez seu avô, era o pregador de religião em sua localidade. Deixara as influências benéficas do ensino religioso do seu lar, para ingressar nessa vida à margem da lei e de banditismo. As más companhias acabaram por leva-lo a uma vida dissoluta, de excessos pecaminosos, homicídios, cinicismo e crime. Suas façanhas lhe deram uma certa notoriedade, mas por fim seus pecados o acharam.
Foi preso e lançado na prisão. Entretanto não só Barrabás, o cangaceiro, era pecador, mas todo homem o é. Embora nem todos se tenham mergulhado numa vida de banditismo, a Bíblia declara que “todos pecaram e destituídos estão da glória de deus”. Romanos 3:23. “Como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram”. Romanos 5:12. O profeta Isaías disse: “todos nós andavamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho”. Isaías 53:6. Portanto, ninguém tem nada de que se gloriar. O caso de Barrabás é que ele somente foi mais longe no caminho do pecado. Quando vejo um ébrio, por exemplo, cambaleando pela rua, digo a mim mesmo, “Oh, Lourenço, se não fosse a graça de Deus, você estaria na mesma ou pior situação”, pois eu também estava no caminho do pecado. Meu amigo, se tu continuares no caminho pecaminoso em que estás, um dia também te verás destruído por teus pecados. O pecado é como um certo urso que o proprietário dum posto de gasolina criara desde filhotinho. Parecia tão mansinho, dócil e obediente ainda quando já tinha três anos. Mas um belo dia o urso conseguiu escapar da corrente e avançou sobre seu dono e o matou. O pecado também, apesar de ser tão agradável, mata!
BARABBAS FOI CONDENADO
A lei romana não brincava com os bandidos que insultavam a sua autoridade. Foi marcado o dia para Barrabás morrer por seus crimes. Por muito que procurasse um meio de escapar de ser crucificado, não o achou. Também com todo pecador é assim. A nossa posição é a de Barrabás, posição de condenado sem recurso. Em João 3:18 diz, “Quem crê nEle (no Filho de Deus) não está condenado, mas quem não crê nEle ja está condenado; porquanto não crê no nome do Unigênito Filho de Deus”. Muitos homens pensam que só depois do juízo, no último dia, serão condenados, mas Jesus declarou que ja estão condenados. Felizmente para Barrabás, como também para nós, Barrabás foi substituído na morte.
Chegou a noite e estava tudo quietinho na grande prisão onde estava o preso bem conhecido. Devia esta ser a sua última noite, pois de manhã pagaria com a vida por seus crimes e rebeldia. Acabara-se a sua carreira; ele bem o sabia. No cantinho mais afastado daquela prisão procurou esconder-se o outrora filho de Abbas, o mestre. Até para um endurecido como esse o sono fugiu. Ficou ali pensando a noite toda na sua vida. Em poucas horas estaria tudo acabado, ou será que depois desta vida haveria outra? Não tinha certeza.
Cedinho ouviria os passos do carcereiro no corredor, o barulho da enorme chave na porta. Esta se abriria e seria ele arrastado para um lugar público, onde o fixariam a uma cruz que depois fincariam no chão. Suspenso entre o céu e a terra sofreria a agonia maior jamais inventada pelos homens. Seria exposto ao olhar curioso da população de Jerusalém — pagaria o preço dos seus crimes! Passou a noite a tremer! E de fato na manhã seguinte Barrabás ouviu os passos do carcereiro. Entrou a chave na fechadura. Num instante abriu-se a porta. Barrabás ainda se escondia no cantinho, tremendo diante do espectro da morte na cruz. “Barrabás, você já ouviu as boas novas?” disse a voz jubilante do carcereiro. “Boas novas, o que?” respondeu Barrabás o condenado, em tom cínico. “O que sei é que foi marcada para hoje a data de minha crucificação, e que o senhor veio me conduzir ao lugar do meu suplício”. E encostou-se ainda mais na parede fria e úmida da velha prisão. “Oh, mas você não sabe,” replicou o carcereiro alegremente. “Escuta, Barrabás, alguém vai morrer por ti!” “Alguém vai morrer por Barrabás”.
Passaram pela porta, pelo corredor e por diversas celas e dali para a rua, e mais adiante viram enorme multidão diante do Pretório. “Ali”, disse o carcereiro, apontando a pessoa de Jesus, “está Aquele que vai tomar seu lugar na cruz”. “Que estão fazendo com ele? perguntou Barrabás. E ficaram os dois olhando enquanto os soldados açoitavam Jesus, coroavam-no de espinhos, cuspiam em Seu rosto, batiam nEle, vestiam-no com capa escarlate, e zombando dEle. Barrabás viu quanto Jesus sofria por ele. Logo depois os soldados conduziram Jesus para fora da cidade, ao lugar chamado Gólgota, que quer dizer Caveira. Barrabás e o carcereiro acompanharam a multidão. Barrabás viu quando traspassaram com enormes cravos as mãos e os pés de Cristo deitado sobre o rude lenho. Viu quando levantaram a cruz, aquela cruz do meio. “Aquela cruz era para você, Barrabás”, disse o carcereiro, “Era para você estar ali agora, morrendo por teus crimes”. “Sim”, disse pausadamente o ex-condenado, “aquele homem esta morrendo por mim — por mim! Será possível, tomando meu lugar na cruz, tomando meu lugar! Não entendo; como pode ser? Não sei porque Ele fez isto. Mas Ele o fez, e só posso crer; está de fato morrendo, morrendo em meu lugar!” “Sim, Barrabás, morrendo eu teu lugar”, afirmou o carcereiro.
E por ti, também, amigo ouvinte, Jesus Cristo, o Filho de Deus ficou suspenso ali naquele dia angustioso. Naquele dia de trevas ao meio dia, Ele tomou o teu lugar, morreu como teu substituto, carregou com os teus pecados, e entregou a Sua vida por ti — pobre perdido, culpado e condenado pecador, para que pudesses ter a vida eterna.
Não serão essas as melhores boas novas? Mereces morrer, mas não precisas morrer. Deverias cumprir pena pelos teus pecados, mas um outro já a sofreu por ti. sim, alguém ja morreu por ti, e aquele alguém foi o filho unigênito de Deus!! E para escapares à condenação eterna, basta que O reconheças como teu substituto e que Lhe peças perdão pelos teus pecados Ele promete salvar todo pecador que assim fizer. Graças a Deus!
LAWRENCE OLSON