As TJ são contrárias às festas que geralmente se faz às vésperas do ano-bom. Certo dia dissemos a um senhor, adepto da Torre de Vigia: Feliz ano novo! E ele nos retrucou: “Um fiel servo de Jeová não fala uma coisa dessas”.E, citando 2 Co 6.14, recusou nos receber em sua residência. Em defesa dessa infantilidade, esse TJ nos disse que a Bíblia não diz que primeiro de janeiro é o primeiro dia do ano. Então dissemos que este é um fator de ordem social, e não religiosa. Mas o fanatismo religioso que é peculiar às TJ o cegou de tal maneira que ele não conseguiu enxergar a lógica de nosso argumento.
Em o livro Raciocínios à Base das Escrituras, páginas 171-172, os líderes das TJ alegam o fato de o dia 1º de janeiro ter sido dedicado pelos pagãos de Roma ao deus Jano, como prova de que o réveillon não é coisa de cristão. Todavia, o referencial dos cristãos é a Bíblia, não os pagãos. Logo, o que os pagãos faziam ou deixavam de fazer não nos interessa muito, pois não nos inspiramos neles para nada.
Obviamente os cristãos ainda repudiam as orgias que caracterizam o réveillón dos vândalos. Contudo, as celebrações que os evangélicos promovem na véspera do ano-bom, quando ajoelhados agradecem a Deus pelo ano findo, bem como suplicam por mais um ano de vitórias sobre as mazelas deste mundo, não podem ser tachadas de gesto pagão. De igual modo é exteriorizar aos amigos o desejo de um feliz ano novo. Isto é tão normal quanto dizer boas provas, bom dia, boa tarde, bom fim de semana, etc.
Há evidências bíblicas de que Deus nos deixa dividir o tempo a bel prazer. Como sabemos, a Bíblia aprova a maneira judaica, quanto à divisão do dia. Por exemplo, todos os peritos bíblicos concordam, segundo nos consta, que “a hora terceira” de que trata Mc 15.25, corresponde ao que nós chamamos de nove horas da manhã. Neste caso, a contagem das horas do dia começava às seis horas da manhã. Este era o critério judaico, inspirado em Gn 1.5. No entanto, que eu conheça, nenhum TJ adotou este “padrão bíblico” (ironizo). Há quem creia que a “hora décima” mencionada em Jo1.39, equivale ao que nós chamamos de dez horas da manhã. Neste caso, o critério usado teria sido o mesmo nosso. Supõe-se que João, escrevendo de Éfeso, usou a hora oficial romana, adotada por nós até hoje. A grande maioria dos eruditos, segundo me consta, pensa diferente. Crêem que neste caso também, o critério era o mesmo de Mc 15.25, e que, portanto, essa “hora décima” equivale ao que nós chamamos de dezesseis horas, isto é, às quatro horas da tarde. Mas, o fato de o texto não dizer que os discípulos ficaram com Ele aquela tarde, mas sim, que ficaram com Ele aquele dia, parece indicar que a dita “hora décima” ocorria na parte da menhã. Caso essa hipótese se confirme, teremos uma evidência de uqe o Espírito Santo inspirou Marcos e João a adotar critérios diferentes sobre a divisão do dia, o que, por sua vez, constituirá prova bíblica de que Deus não se atazana com essas coisas? E se Deus nos deu carta branca quanto à divisão do dia, será que não podemos fazer o mesmo em relação ao ano? Mas, caso essa hipótese não se confirme, temos apenas Mc 15.25, e os textos correlatos, somados ao fato de que as TJ usam o mesmo critério que nós usamos, para dar nome às horas do dia, o que é incoerência, considerando que o referido TJ alegou que a Bíblia não diz que primeiro de janeiro é o primeiro dia do ano. Poderíamos então, fazer o tiro sair pela culatra, dizendo-lhes que, segundo a Bíblia, devemos começar a contar as horas do dia às seis horas da manhã; e que, portanto, o que se usa chamar de nove horas, equivale, de fato, às três horas. E que isso é paganismo.
A nossa maneira atual de contar os meses e as horas é cópia do calendário romano, datado de antes de Cristo, que mais tarde sofreu alguns reajustes. Vê-se, portanto, que Deus não se opôs a calendário algum. Ademais,as TJ não têm o Calendário de Deus.
Em alguns países ainda se conserva alguns resíduos do paganismo, na nomenclatura dos dias. As palavras inglesas saturday e sunday (sábado e domingo, respectivamente) significam, respectivamente, dia de Saturno e dia do Sol. E, já que as TJ querem ser rigorosas, sugerimos que seus correligionários de fala inglesa dêem outros nomes aos dias da semana, para que não incorram em compactuar com o paganismo.
Extraído do livro “Testemunhas de Jeová: Que Seita é Essa?”, PASTOR JOEL SANTANA