1. Políticas: Marcando o início do império e o final da república, formou-se um regime político, caracterizado pelo absolutismo teocrático. O estado estava ligado umbilicalmente à religião, todos os sucessos obtidos eram creditados aos deuses, até mesmo os imperadores deram a si mesmo o título de “Augustus”, isto é, divino e seus súditos eram impelidos por lei a prestar culto ao imperador. A estabilidade política dependia da unidade religiosa. Toda e qualquer religião que se insurgisse contra a religião estabelecida pelo estado era tida como anarquista e inimiga de César, e o cristianismo era considerado uma delas. Mas o curioso é que a maioria dos imperadores que foram mais cruéis no trato com os cristãos foram tidos como os melhores administradores do império: Trajano foi excelente administrador e respeitador das instituições civis e do senado; Adriano contribuiu para melhorar o direito romano, e Marco Aurélio, que se destacou pelo grande espírito de justiça.
2. Religiosas: A religião adotada por Roma era sincretista. Todo vez que o império conquistava outros povos, absorvia tanto sua cultura como sua religião. Tinha deuses para todos os tipos e gostos. O povo era obrigado a queimar incenso perante as imagens e prestar-lhes tributo. Contra isso, os cristãos mantinham a convicção de que só existia um único Deus e sua adoração não se dirigia a objeto material algum. Esta postura valeu-lhes muitas vezes a acusação infundada de que eram ateus.
3. Sociais e econômicas: O cristianismo também pregava a igualdade entre todos e por isso ganhou mais facilmente a amizade das camadas mais pobres, especialmente dos escravos. Temendo a influência do cristianismo na sociedade, muitos aristocratas, que não queriam que o modelo social vigente mudasse, começou a empenhar-se na campanha de difamação da religião cristã. Pois viam que até mesmo seus lucros provindo da exploração das crendices populares, estava correndo perigo. Naquela época a sociedade romana era dividida em: Patrícios (membros da aristocracia), Plebeus (O povo composto por trabalhadores em geral) e escravos. Somado a tudo isto, havia também os boatos populares que se levantava contra os cristãos e sua religião. Todos os tipos de calúnias eram impostas contra eles. As acusações iam, desde a adoração de um asno até a difamação de praticarem canibalismo e incesto.
A Primeira Perseguição sob o Governo de Nero (64 d.C)
Nero tolerou a religião cristã durante algum tempo. Mas em seus últimos anos de governo voltou-se contra os cristãos. Suas práticas insanas mostraram o verdadeiro caráter de seu governo. Mandou assassinar sua mãe, irmãos e mulheres.
Em Roma os cristãos foram perseguidos pelo imperador Nero, que os transformou em bodes expiatórios para o grande incêndio que consumiu a cidade. É possível que depois disso, a perseguição se tenha estendido às províncias pelo exemplo, por que os governadores romanos se baseavam no precedente de Nero, que dispensava aos cristãos o tratamento previsto para os criminosos. Nesta época foram martirizados os dois apóstolos: Paulo e Pedro. Nero se transformou na visão de muitos cristãos, um tipo do anticristo.
A Segunda Perseguição sob o Governo de Domiciano ( 96 d.C)
Se a perseguição infligida por Nero foi desumana, Domiciano o superou nesta crueldade. Foi de pouca duração, mas tão violenta que até mesmo o primo deste, Flávio Clemente, foi morto e sua esposa exilada. A perseguição baseava sob a acusação de ateísmo por recusarem a participar do culto ao imperador. Nesta época o apóstolo João foi banido para a ilha de Patmos.
A Terceira Perseguição sob o Governo de Trajano (98-117 d.C)
Trajano, apesar de manter a mesma política de seus antecessores, foi, contudo, mais brando para com os cristãos. Mesmo o cristianismo continuando como religião ilícita, estes não seriam mais procurados ou perseguidos a não ser que houvesse denúncias contra eles, também não deveria levar em conta as denúncias anônimas. Famosa é a correspondência entre Plínio, governador da Bitínia e o imperador Trajano sobre essa questão. Nesta época, Simão irmão de Jesus e Inácio morreram, este último foi jogado vivo às feras.
A Quarta Perseguição sob o Governo de Adriano (117-138)
Continuam as perseguições, mas com a mesma brandura do governo de Trajano. Apesar disso, houve muitos mártires nesta época. Também houve uma perseguição aos judeus por causa da insurreição do líder Bar Koqueba. Aristídes, filósofo cristão, dirige ao imperador sua apologia da religião cristã.
A Quinta Perseguição sob o governo de Antonino, o Pio (138-161)
Neste governo os cristãos tiveram finalmente sossego, apesar de haver casos esporádicos de perseguições. Contudo os cristãos tinham liberdade de anunciar o evangelho. O cristianismo foi levado a várias partes do império. Policarpo, um dos pais da Igreja foi martirizado por este tempo.
A Sexta Perseguição sob o governo de Marco Aurélio. (161-180)
Após gozarem desta aparente paz, novamente as perseguições se fez sentir sob o governo do imperador filósofo, Marco Aurélio. Sob o pretexto de manter a paz do estado estimulou a perseguição à religião cristã. Muitas destas perseguições ficaram famosas como a dos “mártires de Lião e Viena”. Muitos filósofos começam a escrever ao imperador defendendo a fé cristã, entre eles justino, Aristídes, Atenágoras, Melitão de Sardes e outros. Neste tempo, morreu Justino, o mártir. No final de seu governo (178) o filósofo platônico, Celso, elabora um tratado erudito contra o cristianismo – “Verdadeiro Logos”.
A Sétima Perseguição sob o Governo de Setímio Severo (193-211)
Durante algum tempo favoreceu os cristãos, mas perto do ano 202 sua benevolência chegou ao fim. Os cristãos do norte da África foram os que mais sofreram com a crueldade das perseguições sob seu governo. De nada adiantaram as defesas jurídicas do advogado e apologista cristão Tertuliano. O número de mártires era grande, um exemplo disso foi o martírio de duas cristãs, Perpétua e Felicidade, que foram estraçalhadas pelas feras. Não obstante, o número de conversões era ainda muito maior a ponto de Tertuliano exclamar que o sangue dos cristãos é semente da igreja.
A Oitava Perseguição sob o Governo de Maximino (235-238)
O governo deste tirano durou apenas 3 anos, mas três anos de intensa perseguição. Para rivalizar com seu antecessor no trono imperial, Alexandre, que fora pacífico com a religião cristã, Maximínio levou ao extremo as perseguições. A terra novamente começou a ser regada pelo sangue dos mártires.
A Nona Perseguição sob o Governo de Décio (249-251)
Nesta época o império romano passava por grandes dificuldades e uma delas era a invasão dos bárbaros. Décio consegue reavivar o culto ao imperador e a adoração dos deuses. Omitiu decretos para cada cristão no império sacrificar em público. Como eles não se curvavam diante de seus editos, nova onda de execuções varreu o império. Seu governo propôs liquidar a religião cristã. Nesta época Orígenes morre em decorrência das torturas sofridas.
A Décima Perseguição sob o Governo de Valeriano (253-260)
Este imperador ultrapassou em crueldade seu antecessor. Proibiu os cristãos de cultuar e visitar as catacumbas. A recusa do sacrifício é castigada com mortes, confisco de bens, banimentos e trabalhos forçados. Entre os executados sob seu regime estava o bispo Cipriano.
A Última Perseguição Imperial sob o Governo de Diocleciano (284-305)
Esta foi a última e a mais longa das perseguições que durou 10 anos. Diocleciano auxiliado por seus amigos, mandou destruir todas as igrejas e os escritos sagrados, além disso mandou prender os principais líderes das igrejas e forçou os cristãos a sacrificarem aos deuses. Suas perseguições alcançaram todo o império, os cristãos eram caçados e exterminados exceto na região da Gália onde residia o imperador Constantino.