As Imagens católicas e a verdade bíblica

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Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.

ÊXODO 20:4

A Igreja Católica Apostólica Romana é uma das poucas religiões pseudo Cristãs que se utilizam de ícones ou imagens. Geralmente são grandes e/ou pequenas estátuas feitas de gesso em forma de pessoas representando os santos, Maria, Jesus e os anjos. Alguns Católicos carregam com si pequenas figuras – pinturas, desenhos, retratos – ou pingentes com essas representações chamadas sacras.  Geralmente, as imagens e crucifixos são abençoados por um sacerdote Romano.

A Igreja Católica utiliza as imagens desde o ano 780 d. C, embora elas já estivessem em uso antes desta data. No século XVI, Martinho Lutero se levantou contra o uso de imagens, seguido por João Calvino e John Huss. Dentre estes, Calvino foi o que mais enfrentou o dogma Romano do uso de imagens, conseguindo reunir um considerável número de argumentos contra a doutrina Católica.

Hoje em dia os Católicos do mundo inteiro adquirem imagens e relíquias, quadros e pingentes, com representações dos santos Católicos. A imagem Católica que mais chama atenção é a chamada “Imagem do Pai Eterno”. Nela é representada a Trindade juntamente com Maria, onde o Pai e o Filho colocam uma coroa sobre a cabeça desta.

Esse é somente um exemplo das diversas imagens diferentes que existem no meio Católico. Mas eu pergunto: a Bíblia ensina isso? Foi exatamente esta pergunta que eu me fiz quando comecei a ler a Bíblia e tê-la como base de minha fé. Se o leitor for Católico, peço que faça a si mesmo esta pergunta, seguindo o conselho sábio do apóstolo Paulo: “Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos.” (1Co 13:5).

Neste capítulo, estudaremos e analisaremos à luz da Bíblia este tema tão polêmico dentro do dogmatismo Católico. Convido-o a se juntar a mim, analisando e comparando a doutrina Católica do uso de Imagens com o que a Bíblia nos ensina a respeito.

Antes de prosseguirmos é necessário que o leitor se familiarize com o termo “idolatria”. A palavra idolatria surge da junção de duas palavras: “ido”, que vem de ídolos; e “latria”, que significa cultuar, adorar. No entanto, Idolatria não é somente “adorar ídolos ou cultuá-los”; existe idolatria a partir do momento em que alguma pessoa devota algo que só é devido a Deus – algo que é exclusivo de Deus – a qualquer ser que não seja Deus. Isso inclui todas as criaturas como anjos, demônios, animais, homens, estátuas, pirâmides, cristais, símbolos e etc.

É necessário que o leitor compreenda bem esse termo para que possa ter uma compreensão mais ampla e real do verdadeiro sentido de idolatrar.

As Imagens e a Tradição Católica

Na trilha da doutrina divinamente inspirada de nossos santos Padres e da tradição da Igreja católica, que sabemos ser a tradição do Espírito Santo que habita nela, definimos com toda certeza e acerto que as veneráveis e santas imagens, bem como as representações da cruz preciosa e vivificante, […] devem ser colocadas nas santas igrejas de Deus,  […] tanto a imagem de Nosso Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo, como a de Nossa Senhora, a puríssima e santíssima mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos e dos justos.”

Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1161

    A declaração transcrita acima, afirma que a Igreja Católica possui uma trilha de doutrinas inspiradas pelo Espírito Santo através da Sagrada Tradição e do Magistério da Igreja. Afirma também que esta trilha de doutrinas divinamente inspiradas confirma o uso de imagens e representações e até mesmo sugere o lugar onde tais imagens e representações devem ser colocadas.

Gostaria de chamar atenção do caro leitor para o seguinte fato: a Bíblia não ensina o uso de imagens, por este motivo, o Catecismo da Igreja Católica cita a Sagrada Tradição e o Magistério da Igreja como bases para tal doutrina. Pergunto aos Católicos sinceros: será que Deus realmente aprova o uso de imagens? Será que a doutrina Católica do uso de imagens é realmente inspirada por Deus?

Os apologistas Católicos – e também alguns teólogos – lançam mão de alguns versículos Bíblicos para tentarem justificar o uso de imagens. Permita-me analisar alguns destes versículos e desta forma deixar claro que a Bíblia não incentiva e nem mesmo dá margem para que um Cristão use e tenha imagens que representem santos, Jesus ou Maria.

  1. A.     Os querubins da Arca da Aliança – Êxodo 25:18

O texto citado pelos apologistas Católicos diz: “Farás dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório” (Êx 25:18). Neste texto, segundo eles, Deus teria ordenado a confecção de uma imagem. Desta forma, a Igreja Católica pode também incentivar o uso de imagens.

Pode até parecer um argumento sólido e muito bom à favor do uso de imagens, mas na verdade, é um fraquíssimo argumento. Os apologistas Católicos veem neste texto algo que ele não contém: permissão e incentivo para o uso de imagens. O texto não ensina e muito menos legaliza o uso de imagens. Além disto, é um enorme erro comparar as imagens Católicas com a Arca da Aliança. Veja algumas diferenças dos querubins da Arca da Aliança em relação às imagens Católicas:

Estas são poucas diferenças, no entanto, podemos encontrar muito mais diferenças entre os querubins de ouro e as imagens Católicas. Mas eu ainda gostaria de perguntar: Se Deus incentivou a confecção de imagens, por que nenhum Israelita fez para si uma imagem de Moisés?  Por que nenhum Israelita tinha uma imagem de querubim em casa? Por que não colocavam flores em volta dos querubins? Por que não se prostravam diante deles?

Portanto, podemos afirmar que os querubins da Arca da Aliança são totalmente diferentes do que propõe a Igreja Católica ao compará-los com suas imagens e figuras.

  1. B.     Os querubins – 1Reis 6:23

   Mais uma vez a Igreja Católica volta-se para querubins, desta vez, os querubins que ficavam dentro do templo. O texto citado por eles diz: “No oráculo fez dois querubins de madeira de oliveira, cada um com dez côvados de altura.”.  Além deste, citam outros versos onde o templo é revestido com imagens de querubins (veja 1Rs 7:36 e 2Cro 3:14).

O que os Católicos precisam entender é que não é pecado ter imagens, do contrário não poderíamos ter nem um simples urso de pelúcia, o pecado é transformar uma imagem em um ídolo. Os querubins serviam de ornamentação para o Templo e não para serem representações divinas. Interessante é o porquê de os habitantes de Israel nunca terem feito uma “iconografia […] (que) transcreve pela imagem […] (o) que a Sagrada Escritura transmite pela palavra.” (Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1160). Deus não mandou fazer imagens? Por que os habitantes de Israel nunca fizeram uma? Por que não tinham querubins em oratórios?

Muitos Católicos, inclusive Teólogos, afirmam que não se faziam imagens, pois naquela época muitas nações que cercavam Israel tinham imagens e isso seria um convite à idolatria. Que argumento absurdo! Se seguirmos esta linha de raciocínio, não poderíamos hoje ter dinheiro ou sermos ricos, visto que o mundo globalizado é sedento pelo dinheiro e isso poderia nos convidar à “avareza, que é idolatria;” (Cl 3:5). Deus não nos proíbe de sermos ricos, mas nos aconselha: “manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a sua esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que nos concede abundantemente todas as coisas para delas gozarmos;” (1Tm 6:17). Como podem ver o raciocínio dos Católicos sobre essa questão é inválido.

Não me lembro de ter lido na Bíblia Deus dizendo: “Não fareis para ti imagem de escultura pois os povos pagãos tem imagens de escultura e praticam abominação.”, o que eu li é Deus dizendo: “Não fareis para vós ídolos, nem para vós levantareis imagem esculpida, nem coluna, nem poreis na vossa terra pedra com figuras, para vos inclinardes a ela; porque eu sou o Senhor vosso Deus.” (Lv 26:1)

  1. C.      A serpente de Bronze – Números 21:8

    Outro episódio muito usado em defesa do uso de imagens é o episódio da serpente de bronze. Naquela ocasião, Deus havia enviado uma praga sobre os Israelitas e estes estavam sendo picados por serpentes (Nm 21:6). Diante disto, o povo confessou seu pecado e Deus ordenou que este forjasse uma serpente de bronze e a erguesse. É o que afirma o texto de Números 21, verso 8: “Faze uma serpente de bronze, e põe-na sobre uma haste; e será que todo mordido que olhar para ela viverá”.

A serpente de bronze era um tipo ou figura de Cristo nesta ocasião. O propósito de Deus era que todo aquele que olhasse para a serpente fosse curado. Deus se utilizou desta ocasião para prefigurar Jesus Cristo, prova disto é que Jesus aplicou esta figura a si próprio: “E como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o filho do homem seja levantado” (Jo 3:14). A serpente de bronze não era santa, venerável ou uma iconografia que transmite pela imagem o que as Escrituras transmitem pela palavra.

O caso da serpente de bronze é ainda mais interessante que o dos querubins. Anos depois do acontecido no deserto, a serpente de bronze estava sendo cultuada, até o reinado de Ezequias. A Bíblia registra o acontecido: “Tirou os altos, quebrou as colunas, e deitou abaixo a Asera; e despedaçou a serpente de bronze que Moisés fizera (porquanto até aquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso), e chamou-lhe Neüstã” (2Rs 18:4). Perceba que o texto diz que os filhos de Israel estavam queimando incenso à imagem da serpente. Pergunto aos Católicos sinceros em sua fé: Qual é a diferença entre ascender incenso e ascender uma vela? Não é isso que o povo de Israel estava fazendo?

Quando o povo começou a cultuar a serpente de bronze, Deus começou a ver aquilo como uma abominação. Ezequias, como servo fiel de Deus, destruiu a imagem da serpente. Imitemos Ezequias!

    Além destes argumentos baseados em alguns textos da Bíblia, o Catolicismo também se utiliza de alguns outros argumentos comparativos. Um bom exemplo é este: “Você não tem uma foto de sua esposa em sua carteira? De vez em quando você não pega esta foto para se lembrar de sua esposa? Então, é assim que tratamos as imagens”. Já ouvi um padre perguntar isto a um pastor. Mas será que esse argumento é verdadeiro? Analise juntamente comigo:

Como podemos perceber, este argumento não é verdadeiro e não pode favorecer ao uso de imagens. Deus condenou o uso delas enfaticamente em toda a Bíblia. O uso de imagens corrompe a glória de Deus e é um atentado contra sua singularidade e sua espiritualidade. Pergunto: A Bíblia incentiva o uso de imagens? Será que foi lendo a Bíblia que o Vaticano aprendeu a usar imagens?

Afirmando a Veneração de Imagens

Quanto às Imagens de Cristo, da Santíssima Virgem e de outros Santos, se devem ter e conservar especialmente nos templos e se lhes deve tributar a devida honra e veneração,

Concílio de Trento, Sessão XXV, parágrafo 986

“…veneráveis e santas imagens,”

Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1161

    A primeira transcrição foi retirada do Concílio de Trento, um concílio feito no ano de 1545 com o intuito de discutir as ideias apresentadas pelos protestantes. Este concílio definiu que as imagens sacras – dos santos, Maria e anjos – deveriam ser conservadas nos templos e que são dignas de receberem honra e veneração.

Gostaria de chamar atenção para a segunda declaração quando esta afirma “veneráveis e santas imagens”. A palavra santo significa separado e é empregada na Bíblia com sentido de distanciamento do pecado, livre do pecado e proximidade com Deus. Como isso poderia ser aplicado a uma imagem? O que um pedaço de gesso moldado pode ter de “santo”? Não estou querendo ofender os símbolos da religião Católica, mas tão somente levantar esta questão: Por que as imagens Católicas são santas?

A Bíblia é extremamente clara quando afirma que todos que oferecem culto às imagens, pinturas, quadros, desenhos ou qualquer representação comete pecado de idolatria. Isaías fala sobre a idolatria de uma forma muito peculiar dizendo:

Ele queima a metade no fogo, e com isso prepara a carne para comer; faz um assado, e dele se farta; também se aquenta, e diz: Ah! já me aquentei, já vi o fogo. Então do resto faz para si um deus, uma imagem de escultura; ajoelha-se diante dela, prostra-se, e lhe dirige a sua súplica dizendo: Livra-me porquanto tu és o meu deus.” (Is 44:16-17).

Se substituirmos a palavra “deus” por “santo protetor”, “padroeiro”, “mãe santíssima”, faria alguma diferença? Deus passaria a aceitar este ato idólatra se ao invés de fazer um “deus” ele fizesse um “santo”?

O interessante é que, Paulo, Tiago, João, Pedro, não tinham imagens de Abraão, de Isaías, nem mesmo de Jesus. O livro do Apocalipse nos fala de homens que “não se arrependeram das obras das suas mãos, para deixarem de adorar aos demônios, e aos ídolos de ouro, de prata, de bronze, de pedra e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar.” (Ap 9:20). Cujo fim está escrito: “e aos idólatras, […] a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte.” (Ap 21:8).

Pense nisto: por que motivo a Bíblia não descreve algum apóstolo devotando culto a alguma representação? Por que a Bíblia não menciona algo de tanta importância? Enquanto o Catolicismo da às imagens os títulos de “veneráveis” e “santas” o Salmo 115 declara:

Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos do homem.Têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não vêem; têm ouvidos, mas não ouvem; têm nariz, mas não cheiram; têm mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta.” (Sl 115:4-7).

Veneração relativa

não porque se creia que há nelas alguma divindade ou virtude pelas quais devam ser honradas, […] mas porque a veneração tributada às Imagens se refere aos protótipos que elas representam, de sorte que nas Imagens que osculamos, e diante das quais nos descobrimos e ajoelhamos, adoremos a Cristo e veneremos os Santos, representados nas Imagens.”

Concílio de Trento, SessãoXXV, parágrafo 986

    A primeira frase da declaração mostra-se particularmente interessante. Diz a cúria romana que as imagens não têm virtudes pelas quais devam ser honradas, mas como vimos no item anterior, o Catolicismo chama as imagens de “santas”. Ora, santidade é uma virtude, e diante disto podemos perguntar: Para o Catolicismo, as imagens têm ou não tem virtudes? Sinceramente eu não sei. Mas sei o que a Bíblia diz sobre o assunto: “as suas imagens de fundição são vento e coisa vã.” (Is 41:29).

Essa declaração feita pelo Papa Paulo VI no Concílio de Trento torna a “veneração” que os Católicos prestam às imagens uma veneração relativa. A Bíblia mostra que é impossível representar a divindade por meio da matéria:

Sendo nós, pois, geração de Deus, não devemos pensar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida pela arte e imaginação do homem.” (At 17:29).

Diz ainda a Palavra inspirada de Deus:

Guardai, pois, com diligência as vossas almas, porque não vistes forma alguma no dia em que o Senhor vosso Deus, em Horebe, falou convosco do meio do fogo; para que não vos corrompais, fazendo para vós alguma imagem esculpida, na forma de qualquer figura, semelhança de homem ou de mulher; ou semelhança de qualquer animal que há na terra, ou de qualquer ave que voa pelo céu; ou semelhança de qualquer animal que se arrasta sobre a terra, ou de qualquer peixe que há nas águas debaixo da terra;” (Dt 4:15-17).

Gostaria de chamar atenção do leitor para o “cuidado” da cúria romana ao usas as palavras “adorar e venerar” na declaração acima: “adoremos a Cristo e veneremos os Santos”. Esse cuidado se dá, pois para eles, adorar e venerar são coisas diferentes. Porém, a Bíblia discorda. Seguindo o contexto do versículo citado acima (Dt 4:15-17) o versículo 19 diz: “e para que não suceda que, levantando os olhos para o céu, e vendo o sol, a lua e as estrelas, todo esse exército do céu, sejais levados a vos inclinardes perante eles, prestando culto a essas coisas que o Senhor vosso Deus repartiu a todos os povos debaixo de todo o céu”. Perceba que a Bíblia não faz diferença entre inclinar-se (equivalente a ajoelhar-se ou prostrar-se) e prestar culto.

Isso nos leva a outra questão: a genuflexão. Afinal, se ajoelhar diante de uma imagem é ou não um ato idólatra? O Catolicismo afirma que não, e usa certos argumentos para provar isto. Citam por exemplo o caso de Abraão, que teria se inclinado diante dos três anjos (Gn 18:2) e ainda reforçam dizendo que, se o ato de inclinar-se fosse o mesmo que adorar, os anjos teriam repreendido Abraão como o anjo fez com João (Ap 22:8-9). O fato é que o Catolicismo Romano ignora vários fatos ao formular um argumento como esse. Não é preciso ter um amplo conhecimento Teológico para saber que o povo hebreu tinha características e costumes próprios, principalmente em relação à hospitalidade. Prostrar-se em terra, como é descrita a ação de Abraão em Gn 18:2, era uma forma de dar boas vindas aos hóspedes (Gn 18:4-5).

Veja mais alguns casos:

  1. A.     1Samuel 24:8

O versículo em questão diz: “Depois também Davi se levantou e, saindo da caverna, gritou por detrás de Saul, dizendo: ó rei, meu senhor! Quando Saul olhou para trás, Davi se inclinou com o rosto em terra e lhe fez reverência.”. Diante deste texto perguntam os teólogos romanistas: “Se inclinar-se é o mesmo que adorar, então Davi era idólatra? “.

Salta dos olhos a falha na interpretação do texto. Saul era o rei de Israel e desta forma a reverência que Davi mostrou para com Saul era o reconhecimento do senhorio real de Saul. Tanto que a Bíblia diz que Davi fez “reverência”. Isso é demonstrado por Pedro no Novo Testamento quando ele diz: “Honrai a todos. Amai aos irmãos. Temei a Deus. Honrai ao rei.” (1Pe 2:17), vê-se que Pedro diz “Honrai a todos” e depois diz “Honrai ao rei”, isto para mostrar que a honra que se da ao rei é diferente da que se dá a todas as demais pessoas. Não é uma honra no sentido religioso ou espiritual, mas num sentido de ética e respeito.

Podemos encontrar vários casos assim na Bíblia. São demonstrações de ética e respeito, muito diferente do que o Catolicismo ensina à respeito das imagens. No Japão, por exemplo, inclinar-se diante das pessoas significa respeito, é um cumprimento ético a uma pessoa. Porém, quando alguém se inclina, se prostra e se ajoelha diante de algo ou alguém com a intenção de render culto, não estaria constituindo um culto idólatra?

  1. B.      Josué 6:7

O versículo em questão é uma joia para os apologistas Católicos. Diz o texto: “Então Josué rasgou as suas vestes, e se prostrou com o rosto em terra perante a arca do Senhor até a tarde, ele e os anciãos de Israel; e deitaram pó sobre as suas cabeças.”.
Sobre o texto, argumentam os apologistas Católicos: “Josué se prostrou diante da arca, a mesma que tinha os querubins, então ele era idólatra?”. Um dos grandes erros que o Catolicismo comete é comparar imagens de escultura com a Arca da Aliança. A razão pela qual Josué estava prostrado diante da arca era que, como ele havia acabado de perder uma batalha contra os guerreiros de Ai (Js 7:4-5), ele prostrou-se diante da arca mostrando reverência (tanto é que o verso diz que ele se prostrou “com o rosto em terra”) esperando que Deus lhe mostrasse a razão de sua terrível derrota. Josué sabia do que Deus havia dito: “E ali virei a ti, e de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins que estão sobre a arca do testemunho, falarei contigo” (Êx 25:22), e por isto estava prostrado diante da arca. Não para render culto à Arca, mas porque a Arca da Aliança era o altar de onde Deus falaria com ele. Vale lembrar que a Arca da Aliança foi um objeto único e é um gravíssimo erro comparar imagens de escultura com ela.

A Bíblia é enfática ao afirmar que só Deus deve ser cultuado. Jesus disse isto à satanás em Mateus 4:10. Deus afirma com toda a clareza dizendo: “Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás diante delas, nem as servirás” (Êx 20:4-5). Existe alguma forma mais clara de proibir o uso de imagens? Se o caro leitor for Católico, peço que analise esta pergunta com muita atenção: será que Deus se agrada do uso de imagens? Será que Deus permite o uso delas? O que a Bíblia, palavra viva de Deus, diz à respeito?

Há um caso na Bíblia muito interessante narrado no livro de Atos dos Apóstolos: “Quando Pedro ia entrar, veio-lhe Cornélio ao encontro e, prostrando-se a seus pés, o adorou.” (At 10:25). A resposta de Pedro nos revela muita coisa: “Mas Pedro o ergueu, dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem.” (At 10:26).

Perceba que Pedro não só mandou que Cornélio se levantasse, mas também “o ergueu”, isto é, Pedro deu uma grande ênfase à postura de Cornélio (que estava ajoelhado). Por que Pedro não explicou para Cornélio o que a Igreja Católica explica hoje? Por que Pedro não disse: “Você não pode me adorar, porém, não precisa se levantar, pode ficar aí me venerando”? Por que Pedro o ergueu? Por que Pedro não repreendeu somente o seu ato de adoração, mas também “o ergueu”?

Seguindo a linha do contexto, sem forçar a exegese, podemos ver que a resposta de Pedro equivale a do anjo de Ap 22:9. Pedro disse: “Levanta-te” e o anjo disse “Não faças tal”; ambos significam “Não me adore”. Para Pedro (e para a Bíblia em geral), prostrar-se rendendo culto é o mesmo que adorar, por isso Pedro fez questão de levantar Cornélio. Pedro diz: “que eu também sou homem” e o anjo disse: “adora a Deus”; ambos significam que a adoração é devida somente a Deus. Quantas pessoas hoje se prostram diante da estátua de São Pedro e tantas outras estátuas! Deixo o conselho do próprio Pedro e do anjo: “Levanta-te, adora a Deus”!!

Cristo é “a imagem do Deus invisível”

Outrora Deus, que não tem nem corpo nem figura, não podia de modo algum, ser representado por uma imagem. Mas agora, que Ele se fez ver na carne e viveu no meio dos homens, eu posso fazer uma imagem daquilo que vi de Deus

Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1159

Desta vez, o Vaticano se baseia no texto de Deuteronômio 4:15 para afirmar que o povo do Antigo Testamento não tinha imagens de Deus, pois Deus não havia se manifestado de forma aparente. Assim portanto, seria impossível criar uma imagem de Deus. Porém, com a vinda de Cristo a terra, Deus pode agora ser representado por uma imagem. Que absurdo!

O texto de Dt 4:15 diz: “Guardai, pois, com diligência as vossas almas, porque não vistes forma alguma no dia em que o Senhor vosso Deus, em Horebe, falou convosco do meio do fogo;”. Argumentam eles que Deus não permitiria a construção de imagens porque Deus não tinha corpo nem figura. Interessante não é? Então por que Pedro não andava com uma imagem de Jesus? Por que o Apóstolo Paulo nunca teve uma imagem de Cristo? O próprio Paulo responde à esta questão: “não devemos pensar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida pela arte e imaginação do homem.” (At 17:29).

A Bíblia é extremamente clara ao afirmar que Deus não pode ser representado por imagens. O profeta pergunta: “A quem, pois, podeis assemelhar a Deus? ou que figura podeis comparar a ele?“ (Is 40:18), depois o próprio Deus pergunta: “A quem, pois, me comparareis, para que eu lhe seja semelhante? diz o Santo.“ (Is 40:25). A Bíblia afirma que “Deus é Espírito” (Jo 4:24).

Deus proibiu seu povo de fazer imagens, não somente por causa da impossibilidade de se representar Deus por meio de uma imagem, mas porque confeccionar uma imagem (tornando-a um ídolo) é corromper a natureza e a glória de Deus. A fé de um cristão não deve estar baseada em figuras, imagens ou pinturas e sim na palavra revelada por Deus.

O Fruto do Culto às Imagens

Então sim, grande fruto se poderá auferir do culto das sagradas Imagens,”

Concílio de Trento, Sessão XXV, parágrafo 987

    Com a declaração acima, a Igreja Católica afirma que o culto a imagens é bom e produz o que eles chamam de “grande fruto”. É interessante a contradição que há entre esta declaração e o que afirma a Bíblia. O Catolicismo diz que pode se obter um “grande fruto” através das imagens enquanto a Bíblia diz que “São como o espantalho num pepinal, e não podem falar; necessitam de quem os leve, porquanto não podem andar. Não tenhais receio deles, pois não podem fazer o mal, nem tampouco têm poder de fazer o bem.” (Jr 10:5). Além delas não poderem fazer o bem nem o mal como Paulo diz: “sabemos que o ídolo nada é no mundo, e que não há outro Deus, senão um só.” (1Co 8:4), o culto à imagens de escultura não agrada a Deus e gera a morte espiritual (Ap 21:8).

Gostaria de deixar aos Católicos a seguinte palavra do apóstolo Paulo “E que consenso tem o santuário de Deus com ídolos? […] Pelo que, saí vós do meio deles e separai-vos, diz o Senhor; e não toqueis coisa imunda, e eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso.” (2Co 6:16-18).

Conclusão

Durante este capítulo, analisamos o uso de imagens na doutrina Católica. Vimos que o Catolicismo ensina o seguinte sobre as imagens:

Milhares de Católicos no mundo todo carregam com si imagens de santos, Jesus, geralmente crucificado e Maria. Muitos se prostram diante destas imagens, rendendo-lhes culto e veneração, portanto, mudaram a glória de Deus incorruptível a semelhança de imagens corruptíveis (leia Rm 1:23). Será que Deus se agrada disto? Se ele se agradasse disto, certamente teria ordenado tal coisa na Bíblia. Mas por que não o fez? Por que Deus não mandou que os apóstolos ensinassem o culto às imagens? E por que o Vaticano ensina isto hoje? Realmente é impossível conciliar a doutrina Católica com a Bíblia.

Penso que os Católicos deveriam pensar criticamente a respeito de suas imagens e relíquias, observando como a Bíblia trata isso verdadeiramente. Creio que os Católicos em sua maioria são como diz a Bíblia: “Assim estas nações temiam ao Senhor, mas serviam também as suas imagens esculpidas; também seus filhos, e os filhos de seus filhos fazem até o dia de hoje como fizeram seus pais.” (2Rs 17:41), isto é, temem a Deus mas ainda servem às imagens de escultura. Não estou acusando ninguém de pecado algum, pois o diabo é quem faz tal coisa; estou apenas trazendo à tona uma verdade Bíblica, uma verdade espiritual. Estou propondo aos Católicos uma análise Bíblica de sua fé. Se realmente amamos a Deus, não deveríamos viver de acordo com sua Palavra?

A Bíblia não dá margem para o uso de imagens dentro do meio Cristão e isso fica bem claro nas páginas do Antigo e Novo Testamento. As imagens corrompem a glória de Deus e transforma Deus em um simples pedaço de gesso feito pela imaginação do homem. A Bíblia diz que Deus é grande, Poderoso, que sua glória e sua majestade são muito maiores do que uma simples imagem. A fé e a esperança vivificante que um Cristão deve ter, também são corrompidas pelo uso de imagens. Como pode isso ser uma coisa boa? Como pode gerar um “grande fruto” que não seja a perdição? A Bíblia condena o uso de imagens categoricamente como pecado de idolatria que conduz ao inferno. Então como pode a Igreja Católica ensinar que as imagens podem ser usadas? Certamente não há coerência entre a Igreja Católica e a Bíblia. O apóstolo João nos exorta firmemente: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos.” (1Jo 5:21).

Não devemos transformar nossa fé Cristã em uma fé manchada pela idolatria, mas devemos obedecer à ordem de Deus: “Não fareis para vós ídolos, nem para vós levantareis imagem esculpida, nem coluna, nem poreis na vossa terra pedra com figuras, para vos inclinardes a ela; porque eu sou o Senhor vosso Deus” (Lv 26:1).

Perguntas para meditação:

  1. A Bíblia ensina o uso de imagens? Deus ensina o uso de imagens?
  2. Se nem a Bíblia e nem Deus ensina o uso de imagens, por que devemos usá-las?
  3. Se a Bíblia proíbe o uso de imagens, por que devemos usá-las?
  4. Se Deus aprovasse o uso de imagens, certamente a Bíblia diria algo à respeito. Mas por que não diz? Por que a Bíblia é enfática ao condenar tal coisa?
  5. Por que razão Paulo, João ou outro apóstolo não tinha uma imagem de Jesus ou de Maria?
  6. Em Êxodo 20:4-5 Deus proíbe claramente o uso de imagens. Então por que devemos ouvir o que o Vaticano diz em vez do que a Bíblia nos diz?
  7. O Vaticano afirma que a base do uso de imagens é sua Tradição e seu dom supostamente infalível. Não é isso extremamente duvidoso? Não deveríamos crer na Bíblia como verdade revelada por Deus?
  8. Devemos crer no que diz a Igreja Católica ou no que a Bíblia diz?

Extraído do livro “O Catolicismo Romano e a Bíblia” – Rafael Nogueira

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