O ARREBATAMENTO DA IGREJA é doutrina bíblica inquestionável. O Senhor Jesus declarou que voltará (Jo 14.3; Ap 22.20); no livro de Apocalipse é dito “Aquele que há de vir”, e o apóstolo Paulo dá os detalhes: “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido… e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos [estivermos] vivos seremos arrebatados juntamente com eles [com os mortos ressuscitados] nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor” (1 Ts 4.16-17).
A doutrina do arrebatamento reforça a nossa convicção de que os filhos de Deus (Jo 1.12), ao morrerem, vão direto para o céu (Lc 16.22; 23.43; At 7.59). Na contramão, está a doutrina do Purgatório, da Igreja Católica, como abaixo:
“Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu. A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja [Católica] formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório sobretudo no Concílio de Florença e de Trento. Fazendo referência a certos textos da Escritura, a tradição da Igreja fala de um fogo purificador: `No que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo, que, se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoada nem no presente século nem no século futuro (Mt 12.32). Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro” (Catecismo da Igreja Católica, itens 1030/1031).
A blasfêmia (ferir, magoar, injuriar, difamar) de que se trata caracteriza-se pela rejeição contínua e deliberada à voz do Espírito; uma resistência consciente que culmina por entristecer o Espírito (Ef 4.30). Assim, o Espírito se afasta definitivamente do coração endurecido e não mais se esforça por convencer o homem do pecado (ver Sl 51.11; Jo 14.26; 16.8). A condenação do pecador se torna irremediável e não terá mais chance de salvação, nem vivo, nem morto “nem neste século nem no futuro”. A ICAR apoia-se nessa declaração de Jesus para admitir que “certas faltas” podem ser perdoadas depois da morte, isto é, “no futuro”, exceto, é claro, o pecado de blasfêmia contra o Espírito.
A doutrina bíblica do arrebatamento da igreja está em posição contrária. Quando o Senhor vier para buscar a sua Igreja, TODOS serão arrebatados e milhões de filhos de Deus deixarão esta terra e passarão a viver no céu. Dentre essa multidão não teria ninguém respondendo por “certas falhas”, ninguém necessitado de purificação, ninguém sujeito a passar pelo fogo brando do purgatório? Ao garantir o céu para o ladrão da cruz, Jesus não sabia que esse pecador precisaria passar um bom tempo no purgatório (Lc 23.43)? Jesus também ignorou o purgatório ao dizer que o mendigo Lázaro subiu direto para o céu (Lc 16.22). Convém lembrar que o sangue de Jesus nos lava e purifica de todo pecado; aquele que nEle crê, não é julgado; o que não crê já está condenado (Jo 3.18; 1 Jo 1.7).
Outra doutrina que recebe xeque mate do arrebatamento é a doutrina espírita da reencarnação. Diz o Espiritismo que os mortos retornam à vida terrena tantas vezes quantas necessárias ao aperfeiçoamento. Veja: “O objetivo da reencarnação é o melhoramento progressivo da Humanidade. Em cada nova existência o Espírito dá um passo na via do progresso. E quando se houver despojado de todas as impurezas, não mais necessitará das provas da vida corpórea. Essas encarnações sucessivas são sempre muito numerosas, porque o progresso é quase infinito” (Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questões 167 a 169).
A pergunta é inevitável: Todos os que forem resgatados na vinda do Senhor, igreja visível e invisível, mortos ressuscitados e vivos transformados, todos esses, milhões de almas, já teriam atingido a perfeição via infinitas reencarnações? A resposta é não, um não contundente. O ladrão na cruz, perdoado por Jesus, necessitou passar por outras vidas aqui na Terra, a fim de ser aperfeiçoado? Outro contundente e retumbante não.
Purgatório e reencarnação nos dizem que a salvação depende de algo mais, de um sacrifício a mais. Não basta a fé, não basta o sacrifício expiatório de Cristo, mas a Bíblia diz que somos salvos e justificados pela graça, mediante a fé no Senhor.
Pr. Airton Evangelista da Costa do site palavradaverdade.com em 17/10/2013