O ‘incenso’ e os ‘óleos sagrados’ são usados pelos homens desde os primórdios da história da humanidade. Logo depois de aprender a fazer o fogo, o homem descobriu que a combustão das raízes, do caule e das folhas exalava uma fumaça, que tinha diferentes odores conforme a planta queimada. Quase imediatamente o homem descobriu que essa fumaça, quando inalada, provocava alterações psíquicas boas e ruins, passou a fazer combinações aleatórias das plantas e isso o levou a experimentar diversas sensações. Daí surgiu a palavra “perfume” que tem sua origem no latim “per fumum”, que quer dizer “através da fumaça” ou “por meio da fumaça” ou ainda “pela fumaça”, conforme definição da Enciclopédia Barsa (edição de 1998, vol. 11, pág. 247).
O passo seguinte – ou talvez simultâneo – do homem foi o entendimento de que poderia fazer contato com os “deuses” oferecendo-lhes aromas agradáveis para obter seus favores. Dessa forma, o uso das propriedades das plantas para fins alucinógenos e medicinais, de acordo com o registro dos historiadores, seguiu em paralelo com o uso religioso, que tinha dois aspectos: oferenda aos deuses e sepultamento dos mortos.
Neste breve estudo, olharemos a trajetória do uso dos aromas na história, do ponto de vista religioso. Porém, antes de abordar o tema aroma propriamente dito, faremos uma breve explanação sobre o olfato.
I – O OLFATO
O olfato é um dos cinco sentidos. Por meio do olfato o homem, assim como os demais animais, percebe diferentes odores. Em comparação com o olfato de outros mamíferos, o olfato do ser humano é pouco desenvolvido.
O principal órgão do sistema olfativo é o nariz. As células olfatórias (ou mucosa amarela) localizadas no topo da cavidade nasal captam as moléculas aromáticas dissolvidas no ar. Funciona da seguinte forma: ao inspirarmos, o ar entra pelo nariz e alcança as células olfatórias, que, estimuladas pelas moléculas aromáticas, enviam impulsos nervosos ao cérebro, onde são produzidas as sensações olfatórias. A sensibilidade das células olfativas é grande, de modo que poucas partículas são capazes de estimulá-las e produzir a sensação de odor. Quanto maior o estimulo, maior a intensidade da sensação de odor.
Na parte inferior da cavidade nasal encontra-se a mucosa vermelha, região que contém muitos vasos sanguíneos e onde estão as glândulas secretoras de muco, substância que mantém a umidade da região. São essas glândulas que, quando estamos resfriados, aumentam a secreção de muco, obstruindo o nariz.
O sistema olfativo é capaz de detectar um odor de cada vez, sendo que um odor pode ser a combinação de vários odores diferentes. Em situações nas quais existem vários odores no ar, o odor mais intenso será o dominante, ou no caso de odores da mesma intensidade, a sensação oscilará entre os odores sentidos.
Outra curiosidade sobre o olfato é sua capacidade adaptativa. Ao sermos expostos a um forte odor, a sensação olfativa, que a princípio é intensa, após alguns minutos torna-se imperceptível.
Além disso, o olfato está relacionado às emoções e ao paladar. Pessoas que perdem o olfato (por traumas, por exemplo), sofrem uma diminuição na intensidade das sensações antes agradáveis, como comer ou fazer sexo. Em algumas a diminuição de intensidade afeta todas as experiências de cunho emocional.
Em relação ao paladar, as moléculas aromáticas liberadas pelos alimentos que ingerimos atingem as células olfatórias, fazendo com que o gosto dos alimentos seja uma combinação entre sabores e aromas. Um aroma de um alimento aprazível, além de estimular as células olfatórias, estimula também o paladar, liberando uma maior quantidade de saliva, inclusive.
II – A HISTÓRIA DA AROMATIZAÇÃO
Observando os efeitos da fumaça sobre a mente e o corpo, nossos ancestrais logo chegaram à conclusão que as plantas possuíam propriedades que alteravam as condições mentais. Na sequência começaram a entender que essas propriedades poderiam ser curativas ou degenerativas. Progressivamente desenvolveram combinações de diferentes plantas buscando objetivos específicos, procurando entender para quê cada uma servia, como ajudava ou prejudicava. Ao mesmo tempo, desde logo houve a descoberta de que certos aromas eram bons para deixar os ambientes fechados agradáveis e também serviam para embelezamento do corpo e despertamento da sensualidade. Há muito tempo o ser humano busca perfumar ambientes, seja para favorecer certas práticas, elevar energias, conquistar, celebrar e até mesmo para curar. Isso acontece porque nossa ligação com aromas e memórias sempre existiu. Todas as comunidades parecem ter desenvolvido uma relação com os aromas presentes nos ambientes em que vivem. Uma floresta com sua mistura de plantas, por exemplo, pode ser considerada um dos primeiros ambientes aromatizados que o homem teve acesso.
Esses aromas foram levados também para o dia a dia dos nossos ancestrais, fazendo parte da culinária, cosmética e hábitos diários, como colocar uma lavanda na roupa para perfumar. Quando entramos na história da aromatização, também falamos da história dos óleos essenciais e das resinas, que nos leva a entrar na história dos perfumes.
2.1 AROMATIZAÇÃO NAS CULTURAS ANTIGAS
Há registros do uso de aromatizadores em diversas culturas antigas.
No Antigo Egito, por exemplo, certos aromas eram utilizados na mumificação para atrair o divino, afastar pragas e maus odores. Somente sacerdotes podiam manipular tais preparos. Entre os aromas mais comuns temos o olíbano, a mirra, o nardo e o alecrim.
A civilização egípcia também fazia uso dos óleos aromáticos com o objetivo de seduzir; eram frequentemente usados em festas e datas comemorativas. Os egípcios podem ser considerados os “pais” da perfumaria, tendo influenciado muitos outros povos. Mas os óleos aromatizantes também eram muito utilizados pelos seus poderes curativos, para corpo e alma, como acontecia na civilização védica indiana e na medicina chinesa.
A produção no Egito, desde tempos muito remotos, dos mais diversos perfumes, a partir da combinação de raízes, cascas do tronco, folhas e flores são mencionados por escritores antigos como um dos muitos aspectos da cultura egípcia. Plínio, o Velho (naturalista, 23-79 d.C.) na obra História Natural, Teofrasto (filósofo e botânico, 378-287 a.C.), em História das Plantas, Heródoto (historiador e geógrafo, 484-425 a.C.) em Euterpe, Plutarco (historiador e filósofo, 45-126 d.C.) em Isis e Osiris, e especialmente Dioscorides (médico e botânico, 40-90 d.C.) na sua Matéria Médica, na qual discorre sobre todas as plantas e seu uso. Nessas obras não só os perfumes e suas fórmulas antigas são mencionados, mas também os aspectos medicinais e nutricionais dos vegetais.
Os perfumes egípcios eram bastante diferentes do que hoje em dia entendemos como perfume. Os perfumes atuais são líquidos e têm na sua maioria o álcool como veículo. Pelo contrário, os egípcios jamais destilaram seus aromas nem utilizaram álcool como agente. Seus perfumes eram na forma de óleos ou gorduras perfumadas, embora de alguma maneira já entreviam as boas propriedades do vinho (único álcool de que dispunham) para suavizar os perfumes fortes demais.
No prelúdio da História, os egípcios simplesmente cheiravam as flores e frutas ao natural, ou queimavam substâncias aromáticas sozinhas, ou misturadas com óleo. Por exemplo, o incenso e a mirra não requerem mais tratamento que serem queimados em um piveteiro. Mas logo se animaram a fazer combinações com diferentes ervas, raízes, flores, madeiras ou sementes aromáticas, e aprenderam a fixar os aromas com outras substâncias.
São conhecidos muitos perfumes egípcios pelas receitas que deixaram nas paredes dos templos, nos chamados “laboratórios”. Estes tipos de perfumes também são mencionados por gregos e romanos, e sabemos que eram vendidos nos mercados destes países.
O clima do Egito favorece o crescimento de uma infinidade de flores e plantas aromáticas silvestres mas, além disso, os egípcios cultivaram outras muitas espécies nos seus jardins, às vezes trazidas ao Vale do Nilo de outros países.
O Uso Cosmético e a Perfumaria Sedutora – Os unguentos e perfumes eram imprescindíveis no Egito, por causa de seu clima extremamente quente e seco. As gorduras que hidratavam e suavizavam a pele eram uma necessidade. Ao longo de sua história, o aperfeiçoamento e sofisticação dos cosméticos foi se transformando em luxo. A adição nas fórmulas de elementos aromáticos foi necessária para disfarçar o cheiro de ranço dos óleos e gorduras utilizados para fixação. Os perfumes eram importantes para neutralizar os odores corporais e ambientais derivados do calor.
Há registros mostrando que a rainha Hatshepsut, da 18ª dinastia egípcia (1550-1295 a.C.) utilizava mirra para massagear e embelezar suas pernas, mas sem dúvida Cleópatra 69-30 a.C.) é a principal personagem quando se trata da perfumaria sedutora. O perfume criado por ela chamava-se cyprinum e era feito à base de hena, açafrão, menta e zimbro.
O Uso Medicinal – “Era comum na medicina egípcia o uso de mirra como anti-inflamatório e o tratamento de fraturas ósseas com misturas de plantas e óleos. Entre 2551 e 28 a.C., foram datados os primeiros registros sobre o uso das ervas na medicina, após o desenvolvimento da técnica de fabricação do papiro” (artigo acadêmico Aromaterapia e Suas Aplicações).
O Uso nos Funerais – Desde as primeiras dinastias egípcias, os perfumes e unguentos formaram parte do enxoval funerário. Lembremos que os sete óleos sagrados foram indispensáveis nos ritos dos templos. Pinturas, inscrições em cerâmica e escritas nas paredes dos túmulos, deixaram registradas as fórmulas de muitos perfumes egípcios de tempos remotos. A qualidade e o exotismo dos perfumes egípcios foi se aprimorando, o que os fez conhecidos em todo o mundo antigo. Achados arqueológicos indicam que eles viajaram pelo Mediterrâneo e passaram a ser comercializados por todo o Norte da África e Creta.
O Uso Religioso – “O perfume era principalmente para as classes da elite até a idade dourada. Foi usada pelos reis que acreditavam ter origem divina, enquanto se acreditava que os deuses favoreciam o perfume. Os altos funcionários usavam perfume quando eram promovidos para cargos importantes para pedir favores dos deuses. O incenso foi usado para esconder o cheiro do sacrifício animal durante as cerimônias. Os bálsamos eram tidos como medicinais, assim como se pensava que o perfume servia para repelir os demônios e ganhar o favor dos deuses. O perfume também era uma parte importante de ritos da morte e do enterro. Os corpos eram perfumados durante a mumificação como se acreditava que a alma visitaria os deuses e assim o perfume repeliria os demônios” (artigo “Perfume no Egito Antigo”, Roberto Sedycias).
Nefertum, o Deus Egípcio do Perfume – “Na mitologia egípcia, Nefertum (ou Nefertem), deus solar dos perfumes, era uma divindade primeva da cidade de Mênfis. É considerado patrono da artes cosméticas, das flores curativas (inclusive dos narcóticos e afrodisíacos) e da aromaterapia. Seu nome poderia ser traduzido como “o Todo ressurgiu” ou “o recém-surgido é completo”. De acordo com um mito de criação antigo, Nefertum teria surgido do oceano primevo sobre um botão azul de lótus, tornando-se “aquele que traz a luz”, o primeiro raio de sol. Acredita-se que Nefertum pode ser a criança que, ao amadurecer, se torna o deus Rá. Ou, então, seria a flor sobre o nariz desse deus, perfumando e iluminando seus caminhos”. Na cosmogonia de Heliópolis, Nefertum era associado a Atum, sendo visto como a manifestação deste deus quando criança, que saiu da flor de lótus, que apareceu no monte primordial, que emergiu das águas. De acordo com o relato, as lágrimas derramadas por este menino deram origem à humanidade. O nome nefer-tum seria “belo Atum”.
Fonte: http://mitographos.blogspot.com.br/2013/01/nefertum.html).
Outro deus egípcio relacionado com os perfumes é Shesmu, um deus de figura antropomorfa que às vezes aparece como dois falcões que retorcem uma rede na prensa. Leva o título de “Mestre dos Perfumes” nos templos de Edfu e Dendera.
Os gregos. Outra civilização que também explorava os atributos curativos dos óleos essenciais foi a grega. Hipócrates, por exemplo, sempre realçava a importância medicinal da canela. O óleo da casca da caneleira era usado para o tratamento de problemas circulatórios e cardíacos.
Os romanos, muito influenciados pela cultura grega, também possuíam forte relação com os aromas. Os óleos eram usados pelos soldados em banhos ou massagens. As substâncias aromáticas também foram amplamente utilizadas na história para afastar as doenças que assolavam a Europa e também para a higienização. Naquela época, eles também aromatizavam o ambiente, já que os médicos desaconselhavam o banho com medo de espalharem ainda mais as doenças. Em meados do século XVI a então rainha da França, Catarina de Médicis, viu na produção de perfume uma grande oportunidade e deixou a produção de couro para se dedicar a do perfume.
2.2 O POVO DE DEUS QUANDO PEREGRINAVA NO DESERTO
A Bíblia relata que a queima de incenso fez parte das orientações de Deus para seu povo, no começo do relacionamento entre eles a partir da saída do cativeiro egípcio.
As primeiras instruções do Senhor sobre as ofertas para o Tabernáculo – Êx. 25.1-2,6.
A manutenção permanente de um fogo aceso, no altar do Tabernáculo, representando a presença constante de Deus – Êx. 30.1,7-8.
Um incenso específico para ser queimado ao Senhor na tenda da congregação – Êx. 30.34-38.
No ritual da expiação, a queima do incenso antecedia o sacrifício – Lv. 16.12-13.
Havia também um incenso a ser queimando na mesa dos pães da propiciação – Lv. 24.5-7.
O incenso continua sendo mencionado no Antigo Testamento nas narrativas sobre os reinos de Israel e Judá (IICr. 26.18 e 34.7; nos Salmos (Sl. 141.2); na preparação da noiva (Ct. 3.6 e 4.6) e nas palavras dos profetas (Is. 1.13 e 60.6; Jr. 6.20; Ml. 1.11).
No Novo Testamento vemos o incenso na oferenda dos reis magos ao Menino Jesus (Mt. 2.11); no relato de Lucas sobre os antecedentes do nascimento de João Batista (Lc. 1.9); finalmente, no Apocalipse, o incenso representa as orações do santos (todos os salvos em Cristo) apresentadas diante do trono de Deus (Ap. 5.8 e 8.3).
Os judeus também tinha o costume de usar ervas aromáticas no sepultamento de seus mortos. O nardo puro que Maria derramou sobre Jesus (Mc. 14.3,8 e Jo. 12.3,7) era um preparo para o Seu sepultamento. Quando o corpo de Jesus foi retirado da cruz, Nicodemos espamarrou sobre Ele mais de trinta quilos de mirra e aloés, antes que fosse levado ao túmulo (Jo. 19.39).
III – USO DOS AROMAS NAS DIVERSAS RELIGIÕES
Os aromas são obtidos a partir da fumaça exalada da queima das plantas. O material preparado para com a finalidade de se obter uma “fumaça” específica é o incenso. A palavra incenso vem do latim incendere = queimar.
Definição: “Incenso é uma resina aromática extraída principalmente de uma planta da Arábia e da Abissínia, da família das terebintáceas, e que desprende à combustão um cheiro agradável e forte. É usado em certas cerimônias litúrgicas. As pessoas às vezes acrescentam sândalo ou outras substâncias ao incenso para que desprenda odores especiais” – https://www.dicio.com.br/incenso/
Nos tempos do Antigo Testamento as ervas aromáticas secas eram colocadas in natura num incensário, onde eram queimadas (Lv. 10.1 e 16.12). O incenso atualmente é feito a partir de uma resina aromática extraída do troco da árvore, uma espécie de goma obtida por um corte feito no caule. Após a secagem ela passa por um processo de preparação, no qual são incorporadas as ervas aromáticas. O produto final é envolto em palitos ou varetas, mas também pode ser encontrado em tabletes ou em pó.
3.1 USO DO INCENSO NOS SEGMENTOS ESPIRITUALISTAS-ESOTÉRICOS
“Do ponto de vista espiritual o Incenso significa a transmutação da matéria (carvão) em espírito (fumaça aromática) e a sua elevação ao plano superior. Hoje, estudos com embasamentos científicos comprovam os benefícios potenciais da Aroma-Terapia e da Fito-energia e sabe-se da influência que os aromas exercem no campo emocional e energético de uma pessoa e do ambiente. Portanto, um incenso, criteriosamente produzido, tem o poder de sensibilizar e elevar a vibração psíquica de um indivíduo, assim como auxiliar na produção de um estado emocional receptivo, concentrado, inspirado, harmonizado consigo mesmo ou atribuído de qualquer outra qualidade inerente ao ser integrado. Tecnicamente, um Incenso de boa qualidade modifica o teor energético do ambiente, purificando e equilibrando o mesmo, atuando através da desintegração de centros de convergência mórbidos, originados de pensamentos e sentimentos humanos, desagregando pontos de vibrações indesejáveis e microorganismos psíquicos estagnados nos ambientes”.
Refutação Apologética: A Bíblia não diz que nosso corpo material seja como carvão, que vira cinzas; também não diz que o espírito seja uma fumaça aromática. A promessa do Senhor para nós é que ressuscitaremos num corpo transformado, incorruptível (Rm. 8.11,23; ICo. 15.35-54; Fp. 3.21; ITs. 5.23).
3.2 USO DO INCENSO NAS RELIGIÕES AFRO (UMBANDA E CANDOMBLÉ)
“Na Umbanda, como em outras religiões, seitas e dogmas, usa-se também desse expediente, ao qual chamamos de Defumador, que tem a função precípua de equilibrar o ambiente de trabalho de acordo com a necessidade. O defumador pode ser de três tipos, a saber:
Mantenedor do equilíbrio: tem por finalidade reforçar o equilíbrio já existente no ambiente, e para tal serão usadas as seguintes essências: Incenso, Benjoim e Mirra.
Positivador do equilíbrio: tem por finalidade reforçar a parte positiva, para equilibrar as negativações, principalmente se existirem assistentes externos à corrente fraterna, e para tal serão usadas as seguintes essências: Alecrim, Incenso e Benjoim.
Negativador do equilíbrio: tem por finalidade negativar totalmente o ambiente, reforçando a parte negativa. Por motivos de segurança, e para evitar que um leitor se quede à fazê-lo, deixamos propositadamente de dar as essências necessárias, o que só poderá ser ministrado à alguns, e escolhidos a dedo.
NOTA: Nos defumadores acima descritos, poderão ser adicionadas conforme a intenção, ervas dos ORIXÁS, porém, para que possam realmente surtir o efeito descrito, deverão manter no cerne, as essências preconizadas, para cada necessidade” – http://umbanda-candomble.comunidades.net/defumador
Refutação Apologética: Anteriormente apresentamos o uso do incenso no Tabernáculo e na tenda da congregação durante a peregrinação no deserto. Outros textos foram mencionados, todos indicando o uso sagrado, até mesmo santificador, do incenso preparado segundo as instruções de Deus. Mas também encontramos um tipo de incenso inadequado, registrado como “fogo estranho”, que foi acesso diante do Senhor e causou a morte instantânea daqueles sacerdotes (Lv. 10.1). Em Is. 1.13 o Senhor diz que o incenso que estava sendo oferecido tornara-se uma abominação para Ele, porque os ofertantes estavam violando preceitos divinos e manifestavam uma falsa piedade. Portanto, existem pelo menos duas contra-indicações bíblicas para se queimar incenso de qualquer maneira.
3.3 USO DO INCENSO NA BRUXARIA, MAGIA E ALQUIMIA
“Quando surge o momento de utilizar o que a Mãe Natureza nos forneceu, os praticantes de magia nunca aprendem o suficiente. No vasto jardim da Mãe Terra há uma erva ou uma flor ou uma combinação de ervas que atrai nosso senso olfativo, estimulando as emoções e a mente do mago. O doce aroma da queima dos incensos e o sedutor aroma dos óleos ajuda o praticante no trabalho de sua necessidade mágica.
“As árvores produtoras dessas resinas têm sido tomadas, por vezes, como símbolo do Cristo. O incenso tem a incumbência, pois, de elevar a prece para o céu e, nesse sentido, é um emblema da função sacerdotal: esta é a razão pela qual um dos Reis Magos oferece incenso ao Menino Jesus.
O uso do incensamento, que é universal, tem em toda parte o mesmo valor simbólico: associa o Ser Humano à divindade, o finito ao infinito, o mortal ao imortal.
Evolar-se em fumaça tem, portanto, na maior parte das vezes, um sentido mais positivo do que negativo. E, nesse sentido, não há muita diferença entre a fumaça da pira funerária, a do copal dos maias, a do incenso cristão e a do tabaco das tribos ameríndias.
Para os alquimistas, aliás, a pira era completamente desnecessária. Eles diziam, com efeito, que no momento da agonia se podia ver a partida da alma sob forma de uma tênue fumaça. As tradições celtas derivam, igualmente, desse mesmo pensamento simbólico.
Na América Central, o incenso está ligado ao mesmo símbolo que o sangue, a seiva, o esperma e a chuva. A fumaça do incenso, assim como a nuvem, é uma emanação do espírito divino. Daí os ritos do fazedor de chuva, que eleva para o céu nuvens de fumaça (magia imitativa)” (grifo nosso).
Refutação Apologética: Adão, Abel, Melquisedeque, Isaque, José, Moisés, o cordeiro pascal, o Tabernáculo, o maná, a rocha que verteu água, a serpente levantada no deserto e o bode emissário são os principais “tipos” de Jesus Cristo encontrados no Antigo Testamento. O evangelho de João registra sete declarações que Jesus fez de si mesmo, precedidas de “Eu Sou”: o pão da vida (Jo. 6.22-59); a luz do mundo (Jo. 8.12-30 e 12.35-50); a porta (Jo. 10.9-10); o bom pastor (Jo. 10.11-16); a ressurreição e a vida (Jo. 11.25-26); o caminho, a verdade e a vida (Jo. cap. 14) e a videira verdadeira (Jo. 15.1-16). Não encontramos na Bíblia o incenso como um dos tipos de Jesus pelo fato dele ser nosso Sumo Sacerdote. Um dos magos do Oriente ofereceu incenso a Jesus, porque esse era o entendimento dos magos, que permanece até hoje, como vemos acima. O incenso cristão são as orações dos santos, como se lê em Apocalipse 5.8 e 8.3. Não há nenhum relato bíblico sobre queima de incenso na igreja primitiva. As igrejas Católica Romana e Ortodoxa adotaram o uso do incenso nas missas a partir do século V.
“Fazedor de chuva”. Os espiritualistas-esotéricos acreditam que existem seres controladores da natureza, com quem podem fazer contato através de rituais de magia, e assim obter seus favores. Baseia-se nessa crença o ritual mágico de “fazer chuva” mencionado no texto acima. Lemos na Bíblia que alguns homens no Antigo Testamento manipularam forças da natureza, não através de magia, mas sob a unção e a Palavra do Deus Todo-poderoso. Alguns exemplos no AT: sob as ordens de Moisés sete pragas atingiram o Egito (Êx. 7 a 12); ao seu comando o Mar Vermelho se abriu para o povo de Deus passar (Êx. 14); quando o povo teve sede brotou água da rocha que ele feriu com seu cajado (Êx. 17); o Sol parou atendendo uma ordem de Josué (Js. 10.12); Elias decretou tanto a seca quanto a volta da chuva (IRs. 17 e 18) etc. No Novo Testamento Jesus, o próprio Deus encarnado, deu ordens ao cardume de peixes (Jo. 21.6), à figueira (Mt. 21.19), ao mar e à tempestade (Mt. 8.23-27). Todos esses acontecimentos foram manifestações do poder de Deus e não favores obtidos pela oferenda a falsos deuses.
3.4 USO DO INCENSO HINDUÍSMO
“De acordo com a tradição descrita nas escrituras Vedas, o incenso precisa ser utilizado com regularidade, nos mesmos locais e horários todos os dias, com a intenção de se preparar o ambiente para meditação, yoga e outras atividades que exigem concentração. Os indianos acreditam que a constância na preparação do ambiente é responsável por liberar as propriedades mágicas dos incensos. A tradição recomenda ainda que os incensos sejam queimados durante o amanhecer, ao meio-dia e ao anoitecer”.
https://incenso.net
Refutação Apologética: O Hinduísmo é uma religião milenar originária da Índia, que entende Deus como um ser absoluto que se apresenta em múltiplas manifestações. Na prática isso resulta no panteísmo e no culto a milhares de deuses (politeísmo). As inúmeras crenças supersticiosas que abraça (como no exemplo acima) dão origem a diversos rituais “mágicos”. Não há apenas um segmento no Hinduísmo, por isso não existe um sistema unificado de crenças e ideias, mas os temas de destaque são: Dharma (ética e deveres); Samsara (renascimento); Karma (ação correta para resgate dos erros passados); Moksha (liberação do ciclo de Samsara). Não há qualquer ponto de contato entre o Hinduísmo e o Cristianismo – Êx. 6.2-8; Dt. 6.4; Ne. 9.6; Sl. 18.31; Sl. 95.3; Sl. 100.3; Is. 42.8; Is. 43.11 etc.
3.5 USO DO INCENSO BUDISMO
“O incenso também é visto como uma forma de metáfora da existência limitada e efêmera da vida. Conforme o incenso queima e espalha seus aromas agradáveis pelo ambiente, ele é consumido e uma hora acaba se esgotando. Da mesma forma é a vida das pessoas, que é finita e acaba sendo encerrada mais cedo ou mais tarde. É um incentivo à consciência humana, que estimula também a fazermos o bem conforme fomos ensinados por nossos ancestrais quando éramos crianças.
Em resumo, a filosofia do uso dos incensos nos budismo tenta reproduzir a vida humana. Aproveitar o tempo enquanto se pode, para se fazer o bem e espalhar boas ações por todos os locais que passamos, sempre nos lembrando que, assim como nossos ancestrais, um dia iremos partir desta vida.
O hábito mais comum é queimar os incensos durante meditações, cultos e eventos em templos budistas, deixando com que calmamente as fumaças aromáticas se espalhem pelo ambiente e tomem todos os lugares. Outro hábito é queimar os incensos à frente da imagem do Buda, representando o eterno comprometimento com as causas de ética, moral, boas ações e compaixão para com todos e respeito aos ancestrais” – https://incenso.net/o-incenso-no-budismo/ (grifo nosso).
Refutação Apologética: O Budismo não cultua um ser concebido como Deus, da forma como as outras religiões o fazem, não lhe concede poderes de criação, salvação ou julgamento, embora admita a existência de entidades extranaturais. É uma filosofia de vida voltada à obtenção da perfeição e divinização do homem. Baseia-se em quatro princípios, chamados As Quatro Nobres Verdades. Ao entendê-las a pessoa adotará um estilo de vida chamado O Nobre Caminho Óctuplo, que faz cessar todo mal e a levará à perfeição. Os budistas creem em reencarnação e resgate de carmas. Tanto as “quatro verdades” quanto o “caminho” são produto das meditações de Siddhartha Gautama, o Buda. Esses conceitos são totalmente opostos ao pensamento cristão, que acredita num Deus que criou o homem à sua imagem e semelhança; por ser misericordioso, justo e bom Ele mesmo se fez carne para resgatar o homem morto em seus pecados e delitos e reconciliá-lo consigo. A natureza caída do homem o impede de regenerar-se com seu esforço próprio e assim livrar-se da morte eterna (Jo. 3.16; Rm. 3 a 5; Ef. 2.8-9). Portanto, Cristianismo e Budismo são religiões absolutamente antagônicas.
IV – AROMATERAPIA E FITOTERAPIA
A aromaterapia faz parte do Movimento da Nova Era, que a incluiu no grupo de terapias chamado “medicina herbórea”, dando ares de refinamento e elegância ao uso das ervas e das flores, utilizadas in natura pelas religiões afro-brasileiras desde seus primórdios.
O livro “Aromaterapia By Samia – Uma Abordagem Sistêmica”, de autoria da psicóloga esotérica Sâmia Maluf, é a obra de referência para os esotéricos-naturalistas no Brasil. A bibliografia trazida pela autora é composta por livros de magia e astrologia. Os conceitos apresentados estão baseados em premissas espiritualistas-esotéricas sobre o homem e a natureza. Alguns exemplos:
”[Aromaterapia é] uma técnica antiga que visa, por meio de óleos essenciais, trabalhar o corpo de uma forma natural e holística… uma ferramenta que auxilia a manter o equilíbrio do corpo, mente e espírito” (contra-capa);
O tratamento aromaterápico “envolve diversas técnicas, tais como: abertura do consciente, alimentação da estrutura, prescrição de remédios e intervenção corpórea” cabendo ao terapeuta “avaliar quais pontos estariam abertos para receber estímulos” (p. 8);
O fundamento do aromaterapia está no entendimento esotérico que “a planta, de um modo geral, simboliza a energia solar condensada e manifesta num prisma, decompondo o espectro solar em cores, formas e aromas variados. Capta, também, as forças essenciais da Terra” (p. 11);
“A aromaterapia é a ciência, e também a arte da terapêutica, por meio da utilização de substâncias aromáticas naturais – os óleos essenciais” (p. 12);
“Há evidências de que, durante a Antiguidade, as ervas aromáticas eram usadas na culinária e na medicina. A fumaça ou a fumigação foi provavelmente um dos usos mais antigos das plantas aromáticas com efeitos alucinógenos, estimulantes ou calmantes” (p. 13).
“A aromaterapia é o uso controlado dos óleos essenciais” (p. 17).
“Os aromas florais vão nos permitir a sensação de segurança, de amor e de calma. Afirmamos que os óleos essenciais são calmantes e sedativos” (p. 32).
Refutação Apologética: A mente do homem é o campo de trabalho de Satanás (IICo. 11.3,14). Na nossa mente o inimigo planta raízes de amargura e ansiedade (Sl. 55.22; IPe. 5.7). “Abrir a mente para receber estímulos” seria ampliar ainda mais o acesso ao inimigo. A pressão contínua e frequente que ele exerce deixa a nossa mente cansada e sobrecarregada. A solução desse problema só é encontrada em Deus e na Sua Palavra, que nos dá paz e segurança (Sl. 4.6-8; Sl. 119.65; Is. 26.3; Is. 48.18-22). O Senhor Jesus nos garantiu: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomais sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e achareis DESCANSO PARA AS VOSSAS ALMAS” (Mt. 11.28-29). Abrir a mente para permitir que ela seja manipulada é uma estratégia de Satanás que visa roubar de nós o “descanso” que o Senhor Jesus veio nos dar. Com nossos pensamentos à mercê das influências malignas, ficaremos impedidos de lembrar tudo que o Senhor Jesus nos diz (Jo. 14.26). O apóstolo Paulo também nos aconselha nesse sentido: “Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; porque morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Cl. 3:2-3) e também “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus. Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai. O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco” (Fp. 4.6-9).
4.1 ORIGEM CIENTÍFICA DA AROMATERAPIA
René Maurice Gatefossé (1881-1950), considerado o “pai da aromaterapia”, era químico, um cientista, que queimou as mãos trabalhando no laboratório da indústria de perfumes de sua família. Os ferimentos evoluíram para um tipo agressivo de gangrena, e ele conseguiu curar-se com os óleos essenciais de lavanda (alfazema). Ele registrou esse acidente no livro Aromaterapia, publicado em 1937:
“Na minha experiência pessoal, depois de uma explosão no laboratório ter me coberto com substâncias inflamáveis que eu extingui rolando na grama, ambas minhas mãos estavam cobertas por uma gangrena gasosa em rápido desenvolvimento. Apenas um enxágue com óleo essencial de Lavanda interrompeu a gaseificação do tecido. Esse tratamento foi seguido por uma transpiração profunda e a cura começou no dia seguinte” (grifo nosso).
A versão espiritualista-esotérica desse mesmo acontecimento diz:
“René Maurice Gatefossé dedicou sua vida em pesquisar os óleos essenciais e suas propriedades curativas. Teve uma experiência pessoal em seu laboratório, onde acidentalmente ateou fogo a seu braço, e na tentativa de apagá-lo mergulhou sua mão em um tonel de líquido próximo que estava cheio de óleo de lavanda (usado na perfumaria até hoje). Ele pode instantaneamente perceber um alívio na dor provocada pela queimadura e também notou que seu processo de recuperação teve uma rapidez impressionante, sem desconforto e sem cicatrizes” – http://perdido.co/2017/06/aromaterapia-em-perspectiva-historia-escolas-e-abordagen
Vejamos a inconsistência do relato esotérico:
(1) Quando se queimou ele correu para fora do laboratório e rolou na grama para apagar o fogo; (2) Somente depois do ferimento gangrenar (isso leva alguns dias) ele enxaguou as mãos com óleo de lavanda; (3) Percebeu que a cura estava começando no dia seguinte ao enxágue; (4) Ele não menciona ter sentido pouca dor, nem a ausência de cicatrizes, por serem consequências óbvias de uma queimadura grave.
Outros cientistas renomados são citados nos sites espiritualistas-esotéricos, que buscam dar embasamento científico à crendice da aromaterapia. Assim como no caso de Gatefossé, esses cientistas desenvolveram medicamentos a partir de essências vegetais manipuladas em laboratório. Esse processo chama-se FITOTERAPIA.
A disciplina Fitoterapia é uma pós-graduação: “O curso é destinado a Farmacêuticos, Nutricionistas, Médicos, Biólogos, Biomédicos, Dentistas, Psicólogos, Enfermeiros, Veterinários e outros profissionais cujos respectivos conselhos de classe autorizem atribuições para atuarem no setor das plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos”. O site informa ainda quais são as disciplinas do curso, sendo a primeira da lista: “Conceitos Gerais Sobre Fitoterapia e Aspectos legais da Resolução Conselho Federal de Farmácia (CFF 546/2011) e Conselho Federal de Nutrição (CFN 556/2015)” – Site oficial de Educação à Distância da Universidade Santa Cecília – http://ced. unisanta.br/cursos/posgraduacao /curso/1762 /fitoterapia-clinica.
4.3 AROMATERAPIA NA BÍBLIA – UMA ALEIVOSIA ESOTÉRICA
Os espiritualistas-esotéricos afirmam que há na Bíblia dezenas de relatos do uso dos “óleos essenciais” ou “óleos sagrados” para fins medicinais, e também para “harmonizar” aspectos mentais e espirituais, no Antigo e no Novo Testamento. Alguns exemplos dessas falsas informações:
“Para quem ama óleos essenciais e aromaterapia, pensar em Natal é lembrar das passagens bíblicas que mencionam o uso dos óleos em diversas ocasiões. Sabemos que eram muito valorizados em toda região banhada pelo Mediterrâneo, chegando a valer o mesmo que ouro ou pedras preciosas. Eram comercializados através de várias rotas mercantis, produzindo um intercâmbio aromático entre o Ocidente e Oriente. Mas sobretudo, seu valor residia no grande potencial terapêutico e de elevação espiritual, razão principal por serem citados tantas vezes, tanto no Velho como no Novo Testamento”.
“Existem duas passagens que considero as mais importantes. Uma delas está diretamente relacionada ao período de Natal, que é a visita dos Reis Magos ao menino Jesus, quando o presentearam com ouro, olíbano e mirra. Outra passagem relevante é quando Maria Madalena unta os pés do Cristo com óleo essencial de jatamansi, também conhecido como nardo, antes da crucificação”.
“Existem dezenas de menções do uso de óleos essenciais, vegetais e preparados à base de plantas aromáticas nas escrituras sagradas. Nessas menções, fala-se sobre o uso dos óleos essenciais para harmonizar e curar os aspectos emocionais, físicos e espirituais do ser. Descreve-se o uso como incenso para purificar o ambiente e em unções para a purificação do corpo e da alma” – http://terra-flor.com/blog_ler.php?post=166 – grifo nosso.
Refutação Apologética: A autora afirma haver “dezenas de menções do uso de óleos essenciais… para harmonizar e curar os aspectos emocionais, físicos e espirituais do ser… para purificar o ambiente e em unções para a purificação do corpo e da alma”, mas não indica nenhum endereço bíblico, simplesmente porque não há nenhuma narrativa bíblica mostrando o incenso como “purificador” do corpo e da alma ou harmonizador de ambientes. Já discorremos sobre os relatos bíblicos sobre o incenso, sendo oportuno agora verificar o que a Palavra nos diz sobre o “óleo sagrado”.
O óleo da unção foi instituído pelo próprio Deus. Assim como deu a receita dos diferentes incensos que seriam queimados em cada ocasião, o óleo a ser usado para ungir os sacerdotes (posteriormente os reis), e os objetos sagrados, foi preparado e utilizado de acordo com específicas orientações do Senhor – Êx. 30.22-30.
A unção era um ato de Deus que significava a doação do favor divino, ou a nomeação para uma função especial de acordo com o propósito de Deus. Reis e sacerdotes eram ungidos para assumirem suas tarefas. Simbolizava a capacitação para o serviço, e é associada ao derramamento do Espírito Santo.
No Novo Testamento o uso do azeite para ungir os enfermos (Tg. 5.14) é entendido da mesma maneira, aponta para o Espírito Santo como o doador da vida, e a unção do Espírito Santo para o ministério foi substituída pela imposição de mãos (At. 8.18; Hb. 6.2; ITm. 4.14 e IITm. 1.6).
“Muito se tem falado sobre as propriedades físicas, mentais e emocionais dos óleos essenciais mas pouco se comenta sobre seus poderes espirituais. Nesse informativo vamos abordar os 12 óleos mais citados em livros bíblicos resgatando um pouco conhecimentos já quase esquecidos.
Cedro (Cedrus atlantica) – Firmeza, retidão, equilíbrio são as mensagens do cedro. Nele reside o espírito da integridade, da estabilidade e da solidariedade. Por isso é indicado para aqueles que se sentem fracos, sem foco, para os que amam demais, para os que não conseguem perdoar. Sua energia purificadora ajuda liberar toxinas emocionais, relaxa a mente muito analítica, dá-nos força, clareza e determinação. O óleo de cedro atua nos chakras cardíaco e da garganta. Talvez tenha sido um dos primeiros óleos a ser extraídos já que era usado pelos egípcios no processo de mumificação. No Tibet ainda hoje é usado na medicina e na meditação por aumentar a concentração e fortalecer a conexão com o Divino. Como é um mucolítico poderoso, o cedro também nos ajuda a dissolver os “catarros mentais” que podem entupir nossas mentes”.
“Como a palmeira florescerão os justos, elevar-se-ão como o Cedro do Líbano” (Salmos 91,13).
Os 12 Óleos Sagrados Citados na Bíblia” http://www. canteirosaromaterapia.com/?p=465
Refutação Apologética: Além do endereço estar errado, trata-se do Salmo 92.12, o texto bíblico não faz alusão às propriedades “curativas” ou “purificadoras” do cedro. É um Salmo de ação de graças e celebração da vitória sobre os inimigos. Por ser uma árvore frondosa e majestosa, os justos de Deus são a ela comparados em diversas passagens bíblicas.
“Nardo (Nardostachys jatamansi) – Conhecido como jatamansi, na Índia, o nardo ou spikanardo é um dos melhores óleos para acalmar os nervos. Aterra e equilibra, traz força e coragem. Ajuda as pessoas que querem retomar o comando de suas vidas. Prepara o espírito para a passagem, liberando o medo e as mágoas. É a fragrância do perdão. Auxilia a liberar o passado de grilhões de nossa própria criação, aqueles que nos fazem repetir ações que afetam a liberdade do espírito. Expande a consciência. Perfeito para unções e equilíbrio dos chakras. Maria Madalena lavou os pés de Jesus com nardo”.
“Jesus estava à mesa, em Betânia, na casa de Simão, o leproso, quando chegou uma mulher com um vaso feito de alabastro, cheio de perfume de nardo legítimo, de grande valor. Quebrando o vaso de alabastro, derramou-lhe o perfume sobre a cabeça” (Marcos 14:3) – grifo nosso.
Refutação Apologética: Nesta narrativa de Marcos, Maria quebrou um vaso contendo extrato de nardo puro, um perfume caríssimo, sobre a cabeça de Jesus. O texto paralelo de João 12.3 diz que ela “ungiu os pés de Jesus e os enxugou com seus cabelos”. Entendemos que o perfume escorreu e chegou aos pés de Jesus, que Maria então enxugou. O Senhor repreendeu os que criticaram a atitude de Maria dizendo que ela O preparava para o sepultamento (Mc. 14.8; Jo. 12.7). Portanto trata-se de uma insolente especulação esotérica dizer que Maria ungiu Jesus “para acalmar seus nervos… liberá-lo do medo e da mágoas… ajudá-lo a liberar perdão… supri-lo de equilíbrio, força e coragem, dando liberdade ao Seu espírito, e também para livrá-lo do medo e das mágoas e equilibrar seus “chakras”.
CONCLUSÃO
É inegável que as plantas têm propriedades medicinais e seus extratos fazem parte das fórmulas de muitos medicamentos. A aromaterapia, entretanto, faz parte do vasto leque de crendices e superstições embutidos no pacote do Movimento da Nova Era, no segmento chamado “medicina holística” ou “medicina alternativa”.
Concluímos com um trecho do comentário dos apologistas cristãos norte-americanos John Ankerberg e John Weldon, no livro Saúde Holística e a Nova Medicina:
“(…) a medicina herbórea da Nova Era incorpora práticas como o desenvolvimento de estados alterados de consciência e contatos espíritas, através do uso de plantas alucinógenas (como em muitas formas de xamanismo) ou práticas de curas psíquicas através do controle de um suposto poder oculto latente nas plantas ou ervas.
A medicina herbórea da Nova Era é praticamente, se não exclusivamente, uma combinação de comércio duvidoso e ilusões baseadas na ignorância (cf. V. E. Tyler, The Honest Herbal [O Herbanário Honesto]). Muitos remédios feitos de ervas, e até alguns chás comumente vendidos, são potencialmente perigosos por si mesmos ou através de reações alérgicas ou sinergia. Alguns medicamentos que contêm ervas são cancerígenos e outros são rotulados erradamente ou contaminados por fragmentos de insetos. Além disso, o uso de tratamentos ineficazes ou perigosos pode retardar a cura ou, de outra forma, exacerbar doenças graves”.
Fontes bibliográficas:
Enciclopédia Barsa, edição de 1998, vol. 11.
O Novo Dicionário da Bíblia, J. D. Douglas, 2ª edição, 1995.
Saúde Holística e a Nova Medicina, John Ankerberg e John Weldon, Obra Missionária Chamada da Meia-Noite, 1995.
Fontes da Internet:
www.canteirosaromaterapia.com/?p=465 – www.infoescola.com/anatomia-humana/olfato/
https://meu.astrocenter.pt/bem-estar/terapias-alternativas/art-incenso-purificador
https://www.infoescola.com/religiao/budismo/ – https://incenso.net
AUTOR: Pr. Nathanael Rinaldi Filho