Análise de I João 2.2
“Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados de todo o mundo” (1ª João 2:2)
João diz que Cristo é a propiciação não apenas dos nossos pecados (dos cristãos), mas pelos pecados do mundo inteiro, estendendo a expiação a um grau universal e ilimitado, exatamente como é crido no arminianismo (e wesleyanismo). Ao invés de João dizer que Jesus é a propiciação somente dos nossos pecados, ele faz questão de estender essa expiação a todos. Foi a negação da clareza de um texto como este que levou Geisler a dizer:
“Isso parece tão evidente que, se não fosse pela afirmação distorcida dos calvinistas extremados, nenhum comentário seria necessário (…) isso é um caso óbvio de eisegese (ver no texto o que não está nele), que não merece um tratamento extensivo”[1]
Um calvinista que nega a expiação universal à luz de um texto como este teria que corromper o significado de “mundo”, de “todos” e de “não somente”. Em termos simples, teria que corromper tudo e esquecer este texto.
Claro, a aplicatividade dessa expiação ocorre quando cremos – “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”. Marcos 16:16
[1] GEISLER, Norman. Eleitos, mas Livres: uma perspectiva equilibrada entre a eleição divina e o livre-arbítrio. Editora Vida: 2001, p. 230.