Elias consertou o altar de Jeová que tinha sido derrubado”, IRs 18.30. É sempre com sentimento de profunda tristeza que lemos que “o altar de Jeová tinha sido derrubado”. Por essa razão o povo de Deus entrou em decadência espiritual, culminando, essa decadência, no tempo do profeta Elias.
O povo de Deus havia sido levado à terra de Canaã, não para viver derrotado, mas para ser vencedor, pois o seu Deus era o Deus Forte e bom; entretanto o povo deixou a glória de Israel, e Deus os desamparou, retirou a sua bondade.
Em nossos dias há também muitos altares derrubados, onde falta adoração, e por causa desse abandono, a igreja sofre e geme, porque o povo voltou às costas a Deus. Ninguém cuida de consertar o altar.
Em muitos lares cristãos, onde devia haver um altar bem cuidado, só existem pedras espalhadas que denunciam a decadência espiritual. Onde acaso o altar ainda se conserva levantado, o fogo vai-se extinguindo, não há quem ofereça sacrifícios, não há quem restabeleça o fogo sagrado. Sim, há falta de oração, há falta de consagração.
Elias quando convidou o povo a subir ao monte para a grande disputa com os profetas de Baal, antes de tudo consertou o altar. O seu cuidado não foi observar se faltava, se havia cânticos ou sacrifícios, mas cuidou de consertar o altar. Havia cânticos e obediência, não havia consagração, faltava o altar. Vide o capítulo primeiro de Isaías.
Elias iniciou o trabalho de reforma restaurando o altar. Ele sabia qual a profunda significação das doze pedras que colocou no altar: – Israel será o teu nome. Naturalmente Elias teve trabalho para ajuntar e limpar as pedras. Foi necessário colocá-las em ordem diante do Senhor, para então erigir o altar da fé. Os resultados, porém, foram surpreendentes, após colocar cada coisa em seu devido lugar, altar, lenha, holocausto, oração etc.
A fim de demonstrar aos presentes que Deus responde àqueles que sinceramente o buscam, Elias mandou encher o rego de água, pois dessa forma todos poderiam verificar que para Deus não existe o impossível.
O profeta, ante à expectativa geral, numa breve oração, pediu ao Senhor que respondesse, a fim de que o povo conhecesse que havia Deus em Israel. A resposta veio, o fogo do céu desceu, consumiu o holocausto e as pedras, e também a água que estava no rego, como prova de que o Senhor aceitava aquele ato de reconstrução do altar.
Meditando acerca do significado do altar construído em nome das doze tribos de Israel, conforme o Senhor ordenou, temos então uma proveitosa lição espiritual. Cada uma das doze pedras fala de uma verdade espiritual: Io Ruben fala-nos de atenção; 2° Simeão fala de audição; 3o Levi entrelaçado fala de nossa consagração ao trabalho; 4o Judá lembra louvor e nossa adoração a Deus; 5o Isaque sugere recompensa e reconhecimento; 6° Zebulom, moradia ou união; 7° Benjamim quer dizer destra, ou auxiliador da direita; 8o Dã significa julgamento ou juízo; 9o Naftali fala de vitória; 10° Gade significa afortunado; 11° Aser é feliz ou bem-aventurança; 12° José tomou dois de seus filhos, o que fala de duplicidade de bênção ou plenitude de bênçãos.
Felizmente, hoje também temos em nosso altar não as doze pedras representativas das doze tribos de Israel, mas o fundamento dos apóstolos e do Cordeiro. Isso significa que o nosso altar apostólico e o fundamento espiritual de nossa fé estão em Cristo Jesus nosso Senhor.
Se as pedras divinas estiverem em nosso altar, na nossa vida, na devida ordem, certamente o fogo do céu cairá, e todos darão glória a Deus.
Levantemos, portanto, irmãos, altares na família, na igreja, na vida e nos corações, pois assim seremos ouvidos pelo Senhor e ouviremos também sua voz, haverá maior consagração, mais gozo nas vidas, mais regozijo no servir, e multiplicar-se-ão os valores espirituais entre o povo de Deus (Ef 1.17-18).
Que Deus nos ajude a levantar o altar e a conservá-lo em serviço continuo para glória de Deus. Amém.
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Fonte: João de Oliveira ( Artigos Históricos – Mensageiro da Paz – CPAD – Vol.2).