Algumas respostas ao calvinismo que dei no Facebook

Segue abaixo algumas respostas rápidas que dei ao calvinismo em debates no Facebook.

Israel eleito, mas reprovado: Israel é chamado de eleitos de Deus, tanto no Antigo Testamento quanto no Novo Testamento (Is 45.4; 65.9, 22; Mt 24.31, etc…) Não há dúvida de que Deus escolheu Israel, o chamou e o atraiu para Si, com “laços de amor” (Os 11.4). No entanto, a maioria dos israelitas se voltaram para a idolatria (Jr 2.32, 18.15). Muitos dos que são atraídos pelo Senhor se recusaram a crer nele para a salvação. Jesus disse “eu não vos escolhi a vós, os doze? No entanto um de vós é um diabo. Ele falou de Judas…” (Jo 6.70-71). (Dave Hunt)
Deus chama a todos, mas somos livres para segui-lo ou não.

Fatalismo e Predestinação: Existe uma linha tênue entre Fatalismo e Predestinação. Predestinação só não é Fatalismo quando levado em consideração a presciência de Deus. Se Deus não age e interage mediante a fé prévia de suas criaturas, então o fatalismo está estabelecido. Qualquer coisa fora disso é fugir dos fatos e da realidade bíblica e filosófica.

Sou um cego por não aceitar o Calvinismo? Fui chamado de “cego em meu entendimento” por defender o Livre Arbítrio libertário humano. O engraçado que para os pais da Igreja, tenho as citações, quem negava o livre arbítrio do homem eram os pagãos. E é verdade, 90% da religiões mundias acreditam no destino fatalista – Estoicismo, Maniqueísmo, Budismo, Hinduísmo, Islamismo, Todas as Religiões Africanas, Etc… Então, será que sou eu que estou obtusado em meu entendimento? Não podemos aceitar que o paganismo reine novamente em nossa fé cristã! Os estoicos e gnósticos tentaram uma vez fazer isso, e eles agora, com um nome diferente e travestido de teologia protestante, estão tendado novamente paganizar a fé em Jesus! Precisamo estar em alerta!

Um ensino fora da Bíblia: O ensino calvinista exacerba a queda humana e conjectura que o homem morto não pode mais responder ao chamado da Graça de Deus. Para alguns calvinistas, morto, é morto mesmo, em todos os sentidos e não apenas no espiritual – seria uma total incapacidade. Os calvinistas se esquecem de que a reciproca é verdadeira, se o homem está morto desse jeito e não pode responder à salvação, seria, então, obtusidade pensar que ele é culpado pelos seus atos e pecados. Claro, o calvinismo não ensina isso, mas a conclusão é lógica – se é morto para ser salvo – também é morto para ser condenado e culpado pelos seus erros (afinal, morto não erra, por não ter como agir de jeito algum).

Sobre a perseguição odiosa de João Calvino – “o profeta do calvinismo, se refere aos seus oponentes, que não criam em sua doutrina, por vários diferentes nomes pejorativos, como: “dementes”[Institutas, 1.16.4.], “porcos”[ Institutas, 3.23.12.], “mentes pervertidas”[ Institutas, 3.25.8.], “cães virulentos que vomitam contra Deus”[ Institutas, 3.23.2.], “inimigos da graça de Deus”[ Institutas, 2.5.11.], “inimigos da predestinação”[ Sermão sobre a Eleição, p. 6. Disponível em: < ebook_eleicao_calvino.pdf>], “estúpidos”[ Institutas, 3.11.15.], “espíritos desvairados”[ Institutas, pp. 1324.], “bestas loucas”[ Institutas, 4.16.10.], “caluniadores desprezíveis”[ Secret Providence, p. 209.], “gentalha”[ Institutas, 3.3.2.], “espíritos ignorantes”[ Institutas, 2.7.13.], “embusteiros”[ Institutas, 2.16.12.], “bestas”[ Institutas, 4.7.9.], “cães, porcos e perversos”[ ebook_eleicao_calvino.pdf], “insanos”[ Institutas, 3.2.38.] e “criaturas bestiais”[ Institutas, 3.2.43.]”.

Sobre o envolvimento do calvinismo com o paganismo estoico: “Calvino sabia que sua doutrina fatalista tinha uma pecha de pagã: “Aqueles que desejam suscitar ódio em relação a esta doutrina (da predestinação), a caluniam de ser o dogma do destino dos estoicos, o que também foi, certa vez, lançado em rosto a Agostinho”. (As Institutas, Ed. Especial, Vol 3, Ed. Cultura Cristã, pg 74) – “Pensaram os estoicos que haviam feito uma grande descoberta…” (As Institutas Vol 1, Ed Clássica, Pg 72)”.

Ideia contra a doutrina de que Deus predestina pessoas ao inferno: Porque edificaram os altos de Baal, para queimarem seus filhos no fogo em holocaustos a Baal; o que nunca lhes ordenei, nem falei, nem me veio ao pensamento. (Jr 19.5). E ainda – Mt 25.41: Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Conclusão – Dizer que Deus predestinou pessoas ao inferno antes da fundação do mundo é uma incoerência teológica.

A salvação é toda de Deus e toda pela graça. Aqueles que a aceitam não têm nada a ganhar. Na verdade, um pecador, para ser salvo, deve confessar sua total indignidade e inabilidade para merecer ou ganhar a salvação. Ele deve simplesmente recebê-la como um dom gratuito da graça de Deus. Um dom incorpora dois elementos essenciais: (1) a doação desse dom; e (2) a recepção dele. Ninguém pode dar um dom a alguém a menos que a pessoa esteja disposta a recebê-lo. Deus não impõe a si mesmo nem a sua graça a ninguém. Devemos, deliberadamente e de boa vontade, receber o dom da salvação. Essa é a razão pela qual o evangelho é pregado, e para a pessoa ser salva, precisa acreditar nele.

A eleição pra salvação acontece por meio da “Noiva de Cristo” – A Igreja é predestina a existir, mas os salvos que nela entraram são acolhidos livremente pela Graça e Misericórdia de Deus. <<Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei>>. Mateus 11.28 – <<Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome>> João 1.12 – Não existe predestinação pra condenação. A Igreja execrou tal doutrina no concílio de Orange em 529 dC e anatemizou até mesmo a conjectura desse pensamento e declarou quem assim ensina estava vilipendiando a santidade de Deus… Confira no livro “Documentos da Igreja Cristã”, Bettenson.

Calvino não abria exceções para o fatalismo divino? Pois para ele, tudo, tudo mesmo, incluindo pensamentos humanos e coisas inanimadas, foi determinado por Deus E por Seu decreto antes da fundação do mundo, de modo que “nada acontece, a não ser por sua determinação e beneplácito” [Institutas, 1.17.11.], uma vez que “não há nada mais absurdo do que alguma coisa acontecer sem que Deus o ordene” [Institutas, 1.16.8.]. Que era assim que Calvino via as coisas, isso fica claro em outras analogias que ele faz, como quando diz que os assassinatos são fruto do decreto divino: “Imaginemos, por exemplo, um mercador que, havendo entrado em uma zona de mata com um grupo de homens de confiança, imprudentemente se desgarre dos companheiros, em seu próprio divagar seja levado a um covil de salteadores, caia nas mãos dos ladrões, tenha o pescoço cortado. Sua morte fora não meramente antevista pelo olho de Deus, mas, além disso, é estabelecida por seu decreto” [Institutas, 1.16.9.] Portanto, para Calvino, Deus não apenas tem presciência do crime, mas ele também estabelece o crime pro seu prazer. Os crimes não são frutos de um livre-arbítrio humano mal utilizado e antevisto por Deus, mas são frutos diretos do decreto divino e tais homens são meramente instrumentos nas mãos de Deus, que não podiam fazer nada a não ser executar o inevitável. É por isso que ele diz que todo o mal dos ímpios procede do decreto divino que lhes é infligido: “Do quê concluímos que nada de mal eles sustém que não proceda do justíssimo juízo de Deus que lhes é infligido” [Institutas, 3.23.9.].

Parafraseando João Calvino no incidente do menino morto no naufrágio à beira mar:
Imaginemos, por exemplo, uma criancinha Síria que, havendo entrado em uma embarcação junto com seus genitores, fugindo dos horrores da guerra em seu país, imprudentemente nas mãos de coiotes (homens que traficam pessoas) é levado a um naufrágio trágico e seu corpinho e de toda sua família são encontrados mortos na praia. Suas mortes foram não meramente antevista pelo olho de Deus, mas, além disso, é estabelecida por seu decreto” [Institutas, 1.16.9.]. É POR ISSO QUE NÃO SOU CALVINISTA. É POR ISSO QUE NÃO TEMOS CALVINISMO NA BÍBLIA.

QUEM DISSE que o decreto de Deus na Bíblia é horrível e horripilante não foram os arminianos ou wesleyanos, mas João Calvino… “certamente confesso ser esse um decretum horribile”[Institutas, 1.16.9.]. Então, sim, no calvinismo Deus é tirano … e no arminianismo, Ele é o Soberano que se resigna por amor (Jo 3.16; I Jo 4.8) – assim fez Jesus – tornou-se homem (I Tm 2.5 Jo 1.1) e menor que os Anjos (Hb 2) e em nenhum momento ele foi um Deus menos soberano… Afinal de contas, o Deus da Bíblia tem soberania até para resignar-se…”Voltaram atrás, e tentaram a Deus, e limitaram o Santo de Israel.” (Sl. 78.41 ARC)

O deus calvinista – uma divindade limitada: Se o deus calvinista não decretar o que vai acontecer amanhã, ele não poderá prever o livre arbítrio humano… ou seja, é um divindade limitada e presa no cronos humano…

A falha lógica do calvinismo: “A grande falha lógica de João Calvino está aqui: ‘Onde ouves menção da glória de Deus, aí deves pensar em sua justiça. Ora, o que merece louvor tem de ser justo. Portanto, o homem cai porque assim o ordenou a providência de Deus; no entanto, cai por falha sua. […] Logo, por sua própria malignidade o homem corrompeu a natureza pura que havia recebido do Senhor, e em sua ruína arrastou consigo à ruína toda a posteridade’ (As Institutas, Livro III, cap. XXIII, seção 8). Para Calvino, o homem peca porque Deus assim decretou, mas ainda assim é responsável por seus atos maus. Tal ‘decreto espantoso’ não possui explicação e não cabe ao homem questioná-lo. Surge uma nova pergunta: E Adão, o primeiro homem, também agiu de acordo com os propósitos divinos? Calvino explica: ‘O primeiro homem, pois, caiu porque o Senhor assim julgara ser conveniente. Por que ele assim o julgou nos é oculto. Entretanto, é certo que ele não o julgou de outro modo, senão porque via daí ser, com razão, iluminada a glória de seu nome’ (As Institutas, Livro III, cap. XXIII, seção 8). Para fechar, uma última declaração de Calvino (prepare-se): ‘Eu concedo mais: os ladrões e os homicidas e os demais malfeitores são instrumentos da divina providência, dos quais o próprio Senhor se utiliza para executar os juízos que ele mesmo determinou. Nego, no entanto, que daí se deva permitir-lhes qualquer escusa por seus maus feitos’. (As Institutas, Livro I, Capítulo XVII, seção 5)” (Em: <genizahvirtual>. Acesso em 30 maio 2014).

Por que o arminiano não usa seu livre arbítrio e deixa de pecar pra sempre: O calvinista, querendo azucrinar, perguntou-me por que eu não usava meu livre arbítrio para não pecar mais… Então, primeiro lhe devolvi a pergunta nos seguintes termos: <<e você, que não tem livre arbítrio, peca por quê? Se Deus decreta tudo na sua vida (como ensina a CFW) como ainda assim você comete vários pecados? Então Deus é autor dos seus pecados???>> Depois expliquei a ele porque eu peco: <<E sim, pecamos (I Jo 1.8), pois ainda estamos em um corpo que não foi restaurado e regenerado (I Co 15) – e sim, nosso espírito está pronto, mas a carne é fraca (Mt 26.41; Gl 5.17; Rm 7.19)… Acho que ele entendeu…

Defendo uma soteriologia que é encontrada anterior ao bispo de Hipona, Santo Agostinho. Por exemplo, o Sínodo de Arles defendia, como ortodoxo, os seguintes pontos: 1) O livre-arbítrio permanente após a queda, embora enfraquecido; 2) A morte de Cristo tem o propósito de salvar todos os homens (só teria efeito nos que crerem); 3) A presciência divina não interfere na vontade humana;  4) Aqueles que se perdem, não se perdem por vontade de Deus;  5) O fiel pode se perder, caso não persevere em santidade; 6) Deus deseja a salvação de todos os homens.

Sobre a problemática calvinista, cabe aqui uma nota do que penso: 1) – Não vejo a coisa como soteriológico, ou seja, calvinistas e arminianos, se fiéis a Jesus, vão para o céu; 2) – Não fui eu quem definiu o calvinismo como heresia, mas sim o concílio de Orange em 529 Dc. Detalhe – é desse mesmo concílio que os calvinistas usam para arvorar a condenação do pelagianismo – então deveriam aceitar a condenação da dupla predestinação. Também não são os arminianos que iniciaram essa escaramuça, mas DORT ao não respeitar o posicionamento dos Remonstrantes. 3) – Tanto Wesley como Olson chegam à mesma conclusão, quando a questão levada ao extremo da doutrinação entende-se que a divindade calvinista e arminiana são de concepções diferentes – uma pautada no “decreto da dupla predestinação” (Decreto Horrível, como disse Calvino) e a outra no “grande Amor de Deus” (Como ensinou Wesley). Diante dos fatos, fica claro meu posicionamento, sem perder meu amor e carinho pelos irmãos.

Deixa eu explicar uma coisa sobre cristianismo – ser cristão é seguir Jesus Cristo e sua proposta existencial – ele é o paradigma e não o mundo… Respondendo sobre as justificativas dos crimes dos Reformadores, pra mim, os quatro (Lutero, Zwinglio, Calvino e Knox) tem sangue nas mãos – e eu não sou como os católicos que usam de sofismas para esconder os crimes dos seus papas… Quanto a importância dos reformadores – entendo que o racha no catolicismo era inevitável… E, em minha cosmovisão idiossincrática, não seria necessário que os protestantes reformados matassem ninguém… foi um erro e ponto. Não acho producente tentar justificar o injustificável! No demais, se quiser estudar um pouco mais, leia “História do Cristianismo”, Paul Johnson, Editora Imago.

Calvino odiava os que não faziam o batismo infantil: Ele classificava de “bestas loucas” aqueles que negam aos infantes o batismo (Institutas, 4.16.10), ou seja, os batistas calvinistas servem um profeta que os adjetiva de réus do inferno – é de dar dó…

A frase abaixo é a cara do Calvinismo: “… Deus está comprometido com algo ainda mais valoroso do que salvar a todos… O que Deus deseja mais do que salvar a todos?…A resposta que o reformador dá é que o maior valor está na manifestação do pleno escopo da glória de Deus em ira…” (John Piper, Pastor a autor calvinista – citação do Power Pointe de Jerry Walls sobre o Calvinismo). Ou seja, mais importante do que salvar a humanidade, a divindade calvinista quer derramar sua irá sobre essa humanidade. Humanidade que não tinha outra opção a não ser pecar e cair, pois assim estava decretado. Bem confuso e diferente da bíblia essa divindade de Piper.

João Calvino vilipendiou a santidade de Deus ao arvorar que ele decretou a queda e o pecado da mesma: “Deus não só viu de antemão a queda do primeiro homem e nela a ruína de sua posteridade, mas também por seu próprio prazer a ordenou.” (CALVINO, João. Institutas da Religião Cristã. Livro III, cap. 23, Seção 7). “Portanto, o homem cai porque assim o ordenou a providência de Deus” (CALVINO, João. Institutas da Religião Cristã. Livro III, cap. 23, Seção 8). OU SEJA, Calvino blasfema de Deus! A Bíblia é clara sobre isso: Deus não pode ser o autor do pecado. Isto colide diretamente com a Escritura (Sl. 92.15; Tg. 1.13; 1 Jo. 1.5), a lei de Deus e Sua santidade, que se opõem totalmente a todo pecado. E ainda: Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá. Ezequiel 18:4 – Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Tiago 1.13.

Calvino e a regeneração pelo batismo: Calvino apesar de afirmar que “Somos justificados apenas por fé,”[John Calvin, The Epistles of Paul the Apostle to the Romans and to the Thessalonians (grand Rapids, Mich.: Eerdmans, 1961), 28-29.] insistiu que Deus regenera e justifica crianças sem fé. Ele então afirmou que Deus deve regenerar soberanamente todos que seriam salvos, embora a Escritura requeira a fé no evangelho para a regeneração ocorrer: “Sendo de novo gerados…pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre…e esta é a palavra que entre vós foi evangelizada” (1 Pedro 1.23, 25). Convencidos por Calvino, muitos evangélicos que rejeitam o erro das crianças ser regeneradas pelo batismo, aceitam, contudo a ideia que o eleito deve ser regenerado soberanamente antes que eles possam crer no evangelho.

Um calvinista fez o seguinte argumento contra o livre arbítrio: “Você não pode ser protegido de um assaltante, se Deus não interferir no livre arbítrio dele, pra que ele não te machuque“. Bem, temos aqui algumas implicações problemáticas: 1°) – Se isso é factual, então toda tentativa de latrocínio bem sucedida Deus seria o algoz e responsável pelo ato criminoso. 2°) Esse calvinista assumiu que todas as maldades do mundo Deus poderia ter evitado, mas por um “ministério” que ninguém sabe, Ele se omitiu. – 3°) é risível tal argumentação, pois Deus pra proteger Davi não precisou mudar o arbítrio de Golias, mas sim fortalecer a fé do jovem pastor. Por fim, a Bíblia corrobora como a responsabilidade humana e com o livre arbítrio humano: “Vivam como pessoas livres, mas não usem a liberdade como desculpa para fazer o mal” (1ª Pedro 2.16). Cada dia que passa, dá mais pena de ver os calvinistas estrebucharem na arena do raciocínio básico da existencialidade.

Um Deus soberano que se restringe por amor: O que os calvinistas não entendem é como pode um Deus soberano se restringir e se limitar… As vezes penso que eles se esquecem de que Jesus é Deus… Como tal Ele se limitou por amor da humanidade toda e tornou-se homem (I Tm 2.5) e inferior a um anjo (Hb 2)…Mas nem por isso Ele foi menos soberano…

Soberania e Determinismo: Há duas palavras gregas comumente traduzidas por “soberano” no Novo Testamento. Uma é dunastes, que, de acordo com a Concordância de Strong, significa: “príncipe, potentado; cortesão, alto oficial, ministro real de grande autoridade” (1414), e a outra é despotes, que significa: “mestre, Senhor” (1203). É digno de nota que não há nenhum léxico que inclua determinar cada ação como um sinônimo ou mesmo um atributo necessário para essa soberania. São coisas diferentes. Ser soberano é ser senhor sobre tudo, é ter controle e domínio sobre todas as coisas; determinismo, por outro lado, é determinar cada ato do indivíduo, o que vai muito além do conceito básico de soberania.

O calvinista e o outro nome do seu fatalismo: Quando um filosofo ateu crê que “o que tem que ser, será” isso é chamado de determinismo; Quando um estoico/pagão ou um esotérico (Espirita), crê que “o que tem que ser, será” isso é chamado de destino; Quando um muçulmano ou hindu crê que “o que tem que ser, será” isso é chamado de fatalismo; Agora, quando um calvinista crê que “o que tem que ser, será” isso é chamado de predestinação. E quem discorda é classificado de obtuso ou ignorante que não sabe distinguir as coisas factuais. Pois é, e assim os calvinistas vão aterrorizando e bestializando o cristianismo bíblico. (Adaptado do livro “O Lado Negro do Calvinismo”)

Calvinismo e fatalismo exotérico: Os calvinistas reclamam muito comigo quando eu digo que o fatalismo predestinacionista é pagão… Acabei de assistir uma exotérica falando da morte do “Ken humano” – palavras dela: “ele veio e cumpriu tudo aquilo que estava predestinado e preestabelecido… ele morreu no tempo certinho e na hora exata que Deus queria – tudo acontece como está escrito e determinado”… Ou seja, a Wicca é uma bruxaria calvinista de certa forma… E de onde vem isso? Vem lá do estoicismo, vem lá da mitologia nórdica… fato é fato e merece reflexão…

O Fatalismo sempre foi heresia aos olhos da Igreja de Jesus: A definição do fatalismo como heresia foi dado no concílio de Orange em 529 – pra igreja primitiva, a ideia de salvação monergística, era uma cosmovisão pagã e estoica (veja, são os documentos históricos que dizem isso). A salvação para ser bíblica, tinha que haver a ação de Deus e a interação do homem – Paulo disse muito claramente: “Como cooperadores de Deus, insistimos com vocês para não receberem em vão a graça de Deus” (2ª Coríntios 6.1)… A Igreja primitiva era radical nisso, tanto que no concílio de Orange faltou muito pouco até mesmo para Santo Agostinho entrar na categoria de herege… Aliás, muitos bispos o acusava de tal pecado e de pagão infiltrado (Confira na obra de Peter Brown sobre a Biografia de Agostinho, Record)… é pra isso que os fatos apontam.

Só o fatalismo pode promover as reflexões que segue:  “Deus provoca adultério, blasfêmias, mentiras.” (Piscat. Responsio ad Apologiam Bertii.) “Ele fornece aos homens maus oportunidades para pecar, e inclina seus corações para isso. Ele cega-os, engana-os, seduze-os. Ele, trabalhando em seus corações, inclina-os e incita-os a praticarem o mal.” (Pet. Martyr. Ver. Comment. in Rom. pp. 36, 413.) Assim, “ladrões, assassinos, e outros malfeitores são instrumentos de Deus, que ele usa para executar o que decretou em si mesmo.” (As Institutas de Calvino, 1.17.5.)

Erasmo de Roterdã afirmando que quem nega o livre-arbítrio é um maniqueísta. “Desde a época dos apóstolos até os dias de hoje, não surgiu nenhum autor que tivesse descartado totalmente o poder da liberdade de escolha, com exceção apenas de Maniqueu…” ERASMUS, Livre-Arbítrio e Salvação, Reflexão, 2014, São Paulo. p. 73

Um salvo pode sim se apostatar: Veja que interessante – Pedro diz o seguinte: “E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição”. 2 Pedro 2.1 – Ou seja, esses falsos doutores, falsos profetas e mestres são claramente indivíduos que foram RESGATADOS POR CRISTO – ou seja, SALVOS, mas apostataram da fé… e veja, não há como dizer que eles não eram redimidos, está claro – RESGATADOS PELO SENHOR… Então, diante de fatos, a Bíblia é clara, um salvo pode sim apostatar…

A condenação do Calvinismo, pela anatematização da dupla predestinação, no sínodo de Orange em 529 – citação do livro Documentos da Igreja Cristã, Bittenson, pg 116

Calvinismo – uma heresia de perto: Entendo que as heresias devem ser combatidas à luz da Palavra de Deus. Heresias de longe e heresias de perto, tanto faz, ambas são nocivas ao cristianismo bíblico. O Apóstolo Pedro deixa claro que existem heresias de Perdição e outras menos relevantes, que não chegam a comprometer a salvação humana. Por isso, a soteriologia é tão relevante nesse processo de apologética. Qualquer ensino que acrescente ou tire o poder da Graça de Deus é doutrina de perdição. Qualquer cosmovisão que minimize o amor de Deus ou tente obliquar o relacionamento entre Deus e o homem, é nocivo. Uma doutrinação que leve Deus a ser autor do pecado, negando o livre arbítrio do homem, com certeza é tudo, menos cristianismo bíblico.
Pense nisso!

João Wesley endereçou a seguinte mensagem aos predestinistas: “Ah! pobre predestinista! Se você. é sincero para com a sua doutrina – a eleição, ela não pode confortá-lo! Pois, quem sabe se você pertence ou não ao número dos eleitos? Se não, você também está no sumidouro. Qual é a sua esperança? Onde está o seu socorro? Deus não representa socorro para você. O seu Deus! Não, ele não é seu, nunca foi e nunca será. Ele que o fez, o criou, não tem piedade de você. Ele o fez para este fim: condená-lo; para atirá-lo de cabeça para bai- xo no lago que arde com fogo e enxofre! Este foi preparado para você desde que o mundo começou a existir! Para este você está reservado em cadeias de trevas até que o decreto se cumpra, até que, de acordo com a sua vontade eterna, imutável e irresistível, você gema, uive e se contorça nas ondas de fogo e diga blasfêmias contra o seu desejo!” “Ó Deus! até quando esta doutrina existirá!”. Coletânea da Teologia de João Wesley – Compiladores Burtner e Chiles, Setor de Publicações da Pastoral Bennett. 2a. Edição, 1995, página 51. Extraído de “Um pensamento sobre a necessidade”, VI, 6 (X,480).

Quanto à inquisição calvinista… O próprio João Calvino se condena… Quando perseguido pelos católicos ele defendeu tenazmente a piedade e se colocou contrário a pena de morte aos hereges… Quando chega ao poder, em Genebra, torna-se um tirano e só na sua gestão mata, com crueldade, 58 pessoas… Além de perseguir centenas… o perseguido torna-se perseguidor… Nem precisamos citar Erasmo ou Castellion (humanistas cristãos da época de Lutero e Calvino e contrários a morte de hereges), pois os próprios escritos de Calvino o sentenciam ao ostracismo espiritual!

A CONJECTURA TEMPORAL EXPLICA A INQUISIÇÃO PROTESTANTE? Seria a época de Jesus Cristo menos cruel do que a época de Lutero e João Calvino? Afinal de contas por que Jesus foi um pacifista e seus seguidores do Catolicismo e da Reforma Luterana e Calvinista, não??? Afinal de contas a conjectura temporal explicaria as atitudes das Inquisições??? Deixe-me lhes dar uma certeza, devido a minha formação acadêmica de História, tenho plena convicção que a época antiga, a de Jesus, era muito mais bárbara e terrível que a baixa idade média dos tempos de Lutero e Calvino- e Jesus nos ensinou a amar nossos inimigos – como Gibonn disse “O pacifismo cristão derrubou o império Romano”… e, por incrível que pareça, havia muitas mentes humanistas no século XVI e lhes poderia citar dezenas de textos dos próprios reformadores Lutero e Calvino condenando a morte de hereges, ou seja, eles sabia bem o que estavam fazendo quando resolveram matar pessoas e passar pro outro lado… é lamentável isso… é aquela velha história, enquanto na oposição, defendia a liberdade (como Maomé antes de chegar ao poder), mas depois que se tornaram poderosos, o lado despótico afluiu… Não, não foi apenas Erasmo e Castellion que denunciaram Calvino e Lutero, mas eles mesmos e seus escritos… isso pra mim faz deles piores do que conjecturou o prof° Alderi Souza de Matos em um dos seus artigos tentando justificar e contemporizar a inquisição calvinista… Mas por favor, não pensem que não leio Calvino, li 11 livros de seus comentários bíblicos e as Institutas…. eu estou lendo até “Minha Luta” de Adolfo Hitller, ou seja, penso que devemos observar de tudo mesmo…

Calvino e a questão da fé como caminho pra salvação: De acordo com Calvino, a fé não era o caminho para a salvação, para ele, a fé era o sinal de que o fiel estava predestinado à salvação. Com isso, o calvinismo se afastava daquilo que Lutero havia defendido, ou seja, que a salvação somente era alcançada por meio da fé em Jesus Cristo […]. Mesmo contrariando a Lutero, a Doutrina da Predestinação se tornou muito popular na Suíça. Mas quando as ideias de Calvino chegaram às pessoas comuns, uma dúvida foi gerada: Como posso saber se sou ou não salvo? A resposta de Calvino era bastante simples. Segundo ele, a garantia de que alguém havia sido predestinado por Deus à salvação estava em seu sucesso pessoal, ou seja, uma pessoa próspera e bem sucedida (profissão, saúde, família, etc.) demonstrava o favor de Deus para com ela. Portanto, o próspero tinha a garantia de sua salvação, pois onde a planta de seus pés pisasse iria prosperar. Mas, o contrário também era verdadeiro. Pois, aquele que não prosperasse dava demonstrações de que não estava predestinado à salvação […].

A Bíblia deixa claro que nós podemos agir livremente, ao invés de sermos robôs programados apenas para seguir comandos de uma divindade no Céu. Pedro diz:
“Vivam como pessoas livres, mas não usem a liberdade como desculpa para fazer o mal” (1ª Pedro 2:16)

Calvino e o livre arbítrio: Quanto ao ensino do livre arbítrio, aos calvinistas que não leram as Institutas, reitero – JOÃO CALVINO disse que Adão teve livre arbítrio – Conf. As Institutas, Vol 1, Pg. 127, Ed. Cultura Cristã, Ed. 2010. Será que Calvino, o pai do calvinismo, estava errado??? Pior, Dr. Augustus Nicodemus disse que “se o homem tem livre arbítrio, então Deus não é soberano”, ou seja, será que no Éden Deus não era soberano??? Apenas reflitam!!!

O livre arbítrio e o diabo: O calvinismo extremado não somente tende a minar a responsabilidade pessoal, mas também, pela lógica, põe incorretamente a culpa em Deus pela origem do mal. Duas ilustrações pessoais enfatizam esse ponto. Muitos anos atrás, quando o falecido John Gerstner e eu ensinávamos juntos em uma mesma instituição, convidei-o para vir a uma de minhas aulas para discutir o livre-arbítrio. Sendo o que chamo calvinista extremado, ele defendeu a ideia de Jonathan Edwards de que a vontade humana é movida pelo desejo mais forte. Nunca vou esquecer como ele respondeu quando empurrei toda a lógica de volta para o problema com Lúcifer. Fiquei aturdido ao ouvir um homem muito racional responder à minha pergunta “Quem deu a Lúcifer o desejo de rebelar-se contra Deus?”. Tapando o rosto com as mãos, ele exclamou: “Mistério, mistério, um grande mistério!”. Eu respondi: “Não, não é um grande mistério; é uma contradição grave”. E isso é assim porque, pelas premissas do calvinismo extremado, somente Deus poderia ter dado a Lúcifer o desejo de rebelar-se contra Deus, visto que não existe nenhuma livre-escolha que seja autodeterminada, e Lúcifer não possuía nenhuma natureza má. Mas se é assim, logicamente deve ter sido Deus que lhe deu o desejo de pecar. Em suma, Deus causou a rebelião contra Deus! Fora com esse pensamento! (Norman Geisler – Eleitos, mas livres p.155)

As advertências para vigiarmos na fé: Você já reparou quantas advertências temos no Novo Testamento acerca da necessidade de vigiarmos pela nossa vida espiritual? O próprio Senhor deu muita ênfase a esta necessidade. Por exemplo, em Marcos 13.32-37, em somente seis versículos, Ele ressalta seis vezes que devemos “ficar atentos”, “não sermos encontrados dormindo” e “vigiarmos”. Vigiar significa cuidar atentamente, zelar, observar com cuidado, proteger contra perigos, ser prudente, antecipar perigos e ameaças. Portanto, vigie e não descuide da sua salvação.

Sobre a saga criminosa de Calvino contra Servet: Matar um homem não é defender uma doutrina, é matar um homem. Quando os Genebrinos mataram Servet, eles não defenderam uma doutrina, eles mataram um homem. A defesa da doutrina não é negocio de magistrado (o que o gládio pode ter com a doutrina?), é negócio de doutores. O negocio do magistrado é o de defender o doutor como ele defende o camponês, o artesão, o médico, não importa quem, contra as injustiças. por isso, se Servet tivesse intentado matar Calvino, de bom direito o magistrado teria tomado a defesa de Calvino. Mas Miguel de Servet combateu com argumentos e livros: Seria necessário combatê – lo por argumentos e livros. Sébastien Castelliom em 1558.

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