Agenda da União Europeia inclui festividades muçulmanas, hindus e judaicas, mas nada de Natal ou Páscoa?
A Comissão Europeia foi atacada nesta semana por ter produzido mais de três milhões de exemplares de uma agenda chamada Agenda Europa, que comete a negligência de não mencionar o Natal e nenhum outro feriado cristão.
A agenda inclui referências às festividades muçulmanas, hindus, sikhs, judaicas e chinesas, assim como ao 9 de maio — o Dia da Europa. Contudo, não há nenhuma menção ao Natal ou à Páscoa.
A seção da agenda datada de 25 de dezembro está em branco, enquanto no fim da página há uma mensagem secular que diz: “Um amigo de verdade é alguém que tem as mesmas preocupações que você tem e duplicará sua alegria”, informa o jornal Telegraph de Londres.
“Será que estamos envergonhados de nossa identidade cristã?” Laurent Wauquiez, ministro de Assuntos Europeus, perguntou numa entrevista coletiva à imprensa. “Será que estamos envergonhados de que a Europa de torres de igrejas foi a base de nossa identidade europeia?”
Frederic Vincent, porta-voz da comissão em Bruxelas, disse que o “erro estúpido” não seria repetido em edições futuras. “Lamentamos sobre isso, e vamos corrigir isso na próxima edição. Os feriados religiosos não podem de forma alguma ser mencionados para se evitar polêmicas”, Vincent disse, de acordo com a reportagem do Telegraph.
Johanna Touzel, porta-voz da Comissão Católica da Conferência dos Bispos da Comunidade Europeia, disse que a ausência dos feriados cristãos é “simplesmente impressionante”. “O Natal e a Páscoa são importantes festas para centenas de milhões de cristãos e europeus. É uma omissão estranha. Espero que não seja intencional”, disse ela.
No começo desta semana, o Papa Bento 16 havia denunciado o hábito de governos seculares de proibir que os feriados religiosos cristãos sejam reconhecidos, por medo de “ofender” as minorias religiosas, num discurso num encontro do corpo diplomático do Vaticano.
Ele também criticou a “tendência crescente de se considerar a religião, todas as religiões, como algo insignificante, alienígena ou até mesmo desestabilizador para a sociedade moderna”. Ele avisou que há tentativas de “impedi-la de ter qualquer influência na vida da sociedade”.
Julio Severo