Um templo hindu no Rajastão (norte da Índia) ameaça agravar a epidemia de peste pneumônica que ataca o país e já matou 50 pessoas. No templo, na cidade de Deshnok, ratos são tidos como divindades.
Os animais são transmissores da doença. Os ratos ocupam todo o chão do templo, que existe há 600 anos. Os fiéis oferecem leite e doces a eles.
Os sacerdotes do templo costumam oferecer aos fiéis o leite e a água tocada pelos ratos sagrados. Os seguidores da deusa Karni Mata, padroeira do templo, recebem a oferenda na palma da mão e em seguida bebem. A epidemia não alterou o comportamento dos fiéis.
Para os seguidores de Karni Mata, os ratos –em especial as fêmeas– são reencarnações da deusa. Os animais, por sua, vez, reencarnam em adoradores de Karni Mata. Cerca de 500 famílias da região acreditam ter essa origem.
“Os ratos são parte do templo. Quando alguém de nossas famílias morre se converte em um rato, e quando um rato morre se converte em membro de nossa comunidade”, diz Ballu Dan Barth, um dos guardiães do santuário. Barth garante que os animais não trazem risco, já que em sua cidade ainda não houve casos de peste. “Se alguém aqui tiver a doença deve vir ao templo curar-se.”
Estima-se que haja até 100 mil ratos morando no templo. Os roedores se comportam com familiaridade em relação aos visitantes, e chegam a passear pelo corpo dos fiéis.
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/10/10/mundo/8.html