A visita do Santos a um Lar Espírita

Caso Santos x lar espírita: preconceito contra evangélicos revelado

Através da internet, com data de 8 de abril de 2010, recebemos um e-mail cujo conteúdo passamos aos nossos leitores. Naturalmente se fosse uma notícia apenas ligada ao esporte, não entraríamos no mérito da questão, mas o assunto interesse de perto aos evangélicos em geral: Consta do e-mail o seguinte: “A visita do Santos ao Lar Espírita Mensageiros da Luz se transformou em imensa celeuma na imprensa em função da recusa por parte de alguns integrantes do time de adentrarem o local, alegando convicções religiosas”. Os jogadores sofreram disciplina do clube e linchamento moral da imprensa. Contudo, novas informações revelam que os evangélicos do time do Santos vêm sofrendo cerceamento do seu direito de livre exercício da fé e ainda são alvo de preconceito religioso por parte da direção do clube que não adota as mesmas medidas restritivas a outras religiões e ainda incentiva a prática da religião católica. Continua a mensagem colhida da internet:

“As expressões de fé e as confissões religiosas públicas sempre estiveram presentes no futebol. Mais do que isto: foram acalentadas pelo povo, cartolas e imprensa que viam com simpatia as manifestações religiosas de jogadores de futebol. Quantas vezes vimos atletas marcarem gol e comemorarem com um “sinal da cruz”? E os carrinhos que terminam em posição “reza em joelhos, com as palmas juntas das mãos”?” Alguém nega que a maioria dos jogadores beija medalhas e santos ao entrarem em campo para jogar? Então perguntamos: Alguém se lembra de ter visto a imprensa ou os cartolas criticarem tais atitudes da expressão de fé católica? Certamente, não. Tudo o que vimos ao longo da história do futebol brasileiro é a rica e constante relação entre o exercício da fé católica e o esporte, marcado por padres benzendo taças, gramados e ainda orando com os times antes dos jogos. “Contudo, quando as expressões de fé evangélicas ficaram mais comuns nos estádios, as críticas, o preconceito e as conclamações ao proceder laico no esporte viraram lugar comum.”

PR. NATANAEL RINALDI: Como o irmão vê essa celeuma levantada em torno do time do Santos sendo criticado não só pelos comentaristas de esporte como também da mídia em geral esposando sua posição contra a atitude de alguns atletas do Santos, tachando-os de intransigentes, de fanáticos e ai por diante? 

Realmente, é o que temos sabido por revistas como a VEJA, jornais como A Tribuna de Santos, o Estado de São Paulo e outros jornais de renome. Tratando-se de um time da cidade, o jornal de maior circulação na cidade A Tribuna de 6 de abril, na coluna Opinião dos Leitores, foi ocupada só pelo acontecimento em tela, quando 7 leitores ocuparam todo o espaço reservado para as opiniões e se ocuparam com críticas aos jogadores do Santos.

Poderia o Pastor comentar qual a opinião de alguns desses leitores sobre os jogadores do Santos? 

Sim. Uma mulher, dos que se manifestaram contra os meninos do Santos, escreveu o seguinte: “O episódio envolvendo os meninos da Vila, que se recusaram a entrar em um lugar de assistência a enfermos, ‘apenas’ por ser uma Casa Espírita, nos remete a seguinte reflexão: as igrejas católicas (romana ou ortodoxa), as evangélicas, as casas espíritas, todas sem exceção, têm como pilar de sua fé e de seus dogmas, o Cristianismo – ou seja, as palavras, os ensinamentos de Cristo; Ele deixou uma única mensagem como verdadeira e, todos os seus ensinamentos partem dela: ‘Amai-vos, uns aos outros, como Eu vos tenho amado… Em momento algum Ele disse: amem apenas os que professam a mesma crença ou fé. Afinal somos todos os Irmãos em Cristo, não é isso que ensinam os católicos, os evangélicos, os espíritas?” (Heloisa R. Ruivo – Santos).

O que diz o irmão sobre essa opinião? Tem ela apoio bíblico? Concorda com ela? 

Ela errou num particular. Colocou o Espiritismo como religião cristã e o Espiritismo não é religião cristã. Arroga ser religião cristã, mas não é. E justifico: o livro base dos cristãos é a Bíblia Sagrada. Apoiam-se eles na Bíblia para sustentar seus ensinos? Qual a opinião dos espíritas sobre a Bíblia? Vou citar dois grandes escritores do espiritismo que emitiram opinião sobre a Bíblia. “Leon Denis, sucessor de Allan Kardec, declara que a Bíblia não deveria ser considerada a palavra de Deus, nem uma revelação sobrenatural.” (Cristianismo e Espiritismo, p. 267, editado pela FEB 7º. Edição). Outro escritor, agora brasileiro, por nome Carlos Embassahy, assim se pronuncia sobre a Bíblia: “Nem a Bíblia prova coisa nenhuma, nem temos a Bíblia como probante. Não rodopia junto à Bíblia. Mas a nossa base é o ensino dos Espíritos, daí o nome – (Espiritismo. A Bíblia não pode ser razão de peso contra o ensino dos Espíritos.” À Margem do Espiritismo, p. 214,227). Mesmo o ensino de Jesus é rejeitado pelo espiritismo naquilo que é o fundamento do cristianismo. Por exemplo, em Mateus 20.28 disse Jesus sobre sua missão na terra: “Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.” Jesus nos resgata do pecado pelo seu sangue derramado no Calvário: “(I Pedro 2:24) – “Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.”“.

E o que ensina o espiritismo contrário a isso? 

Leon Denis, já mencionado, assim se pronuncia, “Não, a missão de Cristo não era resgatar com o seu sangue os crimes da humanidade. O sangue, mesmo de um Deus, não seria capaz de resgatar ninguém. Cada qual deve resgatar-se a si mesmo, resgatar-se da ignorância e do mal. É o que os espíritos, aos milhares, afirmam em todos os pontos do mundo” (Cristianismo e Espiritismo, p. 85, 7ª edição). Ora, como afirmar que os espíritas têm o mesmo ensino de Jesus constante da Bíblia? Com respeito, dizemos que há muitos que desconhecem esses pontos conflitantes e admitem que tudo seja a mesma coisa. Certamente, como cidadãos, podemos viver em harmonia, ajudando-nos mutuamente, mas não podemos abdicar de nossas convicções para nos tornar agradáveis a todos. E penso que foi esse o receio dos atletas do Santos em não comprometer sua fé na pessoa e obra de Jesus.

O irmão admite que haja restrições por parte das entidades religiosas como os católicos, espíritas contra os evangélicos? 

Sem dúvida que há. Haja vista que há recusa quando distribuímos folhetos convidando pessoas de qualquer religião a ir a um dos cultos que realizamos dominicalmente. Quando se trata de pessoas pertencentes a qualquer religião, elas não aceitam o convite, com a alegação de que já tem a sua religião. Vamos criticá-las? Não. Cada pessoa tem o direito de escolher a religião de sua preferência, sabendo, entretanto, que nem todas estão apoiadas pela Bíblia, mas não deixamos de reconhecer o direito que têm de assim agir. E por que só os jogadores evangélicos do Santos seriam obrigados a estar numa reunião promovida por entidade espírita? E porque manifestaram sua vontade de não entrar na entidade espírita, estão sendo apedrejados pela mídia de toda o Brasil. Uma atitude que visa antipatizar os evangélicos contra a opinião pública como se todos fôssemos religiosos fanáticos? Temos os mesmos direitos constitucionais de aceitar um convite ou de recusar.

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