“O Espiritismo é a nova Ciência que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e suas relações com o mundo material.”
Para Kardec, Deus se revelou aos homens de três maneiras diferentes, primeiro em Moisés, depois em Cristo, e finalmente a partir dos anos 1860 em diante, pelo Espiritismo o Consolador prometido por Jesus Cristo. (capítulo 1 parag. 6)
“A Lei do Antigo Testamento está personificada em Moisés; e a do Novo Testamento no Cristo. O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus. Mas não está personificado em ninguém, porque ele é o produto do ensinamento, dado não por homem, mas pelos Espíritos que são as vozes do céu, em todas as partes da Terra e por inumerável multidão de intermediário.” (capítulo 1 parag. 6)
Segundo Kardec, Ciência e Religião têm que caminhar juntas para se chegar à conclusão dos elementos espirituais existentes na natureza humana. Para isso, o Espiritismo veio como solução divina em substituição aos incompreensíveis ensinos do Cristo.
“A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana. Uma revela as leis do mundo material, e a outra as leis do mundo moral. Mas aquela e estas leis, tendo um mesmo princípio que é Deus, não podem contradizer-se…São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo devem receber seu complemento; em que o véu lançado intencionalmente sobre alguma partes dos ensinos deve ser levantado”.( capítulo1 parag. 8)
Um dos principais objetivos kardecista é o estabelecer certos pontos de vista espíritas e convertendo-os em verdades somente reconhecidas pelo Espiritismo. Entre estas está a teoria de que o Espiritismo é o Consolador prometido por Jesus Cristo, quando em vida, e só revelado nos anos 1860 em diante, por motivo de, no tempo de Jesus Cristo os homens não tinham capacidade de absorver tais ensinos, por isso, Jesus falava por parábolas.
“O Espiritismo vem, no tempo assinalado cumprir a promessa do Cristo. O Espírito da Verdade preside o seu estabelecimento. Ele chama os homens a observância da lei; ensina todas as coisas, fazendo compreender o que o Cristo só disse em parábolas…Assim realiza o Espiritismo o Consolador prometido: Conhecimento das coisas, que faz o homem saber de onde vem e para onde vai e porque está na Terra”. ( capítulo 6 parag.4)
O livro O Evangelho Segundo o Espiritismo ensina que a ressurreição deve ser vista biblicamente como coisa impossível e expressão equivocada para a realidade do fato. Defende tenazmente, que: A reencarnação, de forma bíblica, sempre foi um fato real, o povo judeu é que não compreendia o sentido expressivo da palavra, o qual se tornou claro com a chegada do Espiritismo como o Consolador a partir do século XIX.
“As idéias dos judeus sobre essa questão, é como sobre muitas outras, e não estavam claramente definidas, porque só tinham noções vagas e incompletas sobre a alma e sua ligação com o corpo. Eles acreditavam que o homem podia reviver, sem terem a idéia precisa da maneira porque isso se daria, e divulgavam pela palavra ressurreição o que o Espiritismo chama mais justamente de reencarnação. Com efeito, a ressurreição supõe o retorno à vida ao próprio cadáver, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobre tudo quando os elementos deste corpo já estão a muito tempo dispersos e consumidos.A reencarnação é a volta da alma ou Espírito, a vida corpórea mas num outro corpo novamente constituído, e que nada tem haver com o antigo”. ( capítulo 4 parag.4)
A ressurreição de Lázaro, por exemplo, é negada pelo Espiritismo como um fato real. Afirma os ensinos de Kardec no livro: A Gênese de Allan Kardec, que Lázaro não morreu, apenas sofreu um ataque letárgico, ou seja, um ele sofreu um choque epiléptico.
“A ressurreição de Lázaro, digam o que disserem, de nenhum modo infirma este princípio. Ele estava, dizem, havia quatro dias no sepulcro; sabe-se, porém, que há letargias que duram oito dias e até mais. Acrescentam que já cheirava mal, o que é sinal de decomposição. Esta alegação também nada prova, dado que em certos indivíduos há decomposição parcial do corpo, mesmo antes da morte, havendo em tal caso cheiro de podridão”. (cap. XV parag. 40)
Mesmo com todo esse aparato teórico para tornar seu ponto de vista em realidade irrecusável, alegando ser a reencarnação, ou as múltiplas existências humanas um princípio verdadeiro provindo da Concordância dos Espíritos Elevados, (como o apóstolo Paulo, João Evangelista, o católico Santo Agostinho, e muitos outros personagens bíblicos que, segundo Kardec, são Espíritos de Luz, ou vozes do Céu), os próprios escritos espíritas mostram que essa proposta não encontra entre os supostos espíritos a Concordância que caracteriza e fidedigniza a reencarnação como verdadeira, ou seja, este princípio não goza de credibilidade total nem pelos(supostos) Espíritos Vozes do Céu. Isto é comprovado no livro espírita: Cristianismo e Espiritismo, de autoria de Léon Denis, discípulo de Kardec.
“Tem-se feito dessa uma arma contra o Espiritismo, porque certos Espíritos, em países anglo-saxônicos, parecem negar a reencarnação das almas na Terra”. ( página 212)
Conclui-se ser a reencarnação espírita uma utopia, e que a verdadeira reencarnação aconteceu mesmo foi com Lázaro onde sua carne em estado total de putrefação, atendeu ao chamado de Jesus Cristo e cada célula retomou seu lugar de origem atendendo ao intento de Jesus Cristo. Esta sim é realmente a Verdadeira reencarnação.
Clélio Pedrosa, é membro da Assembléia de Deus em Águas Compridas, Olinda-PE