O conceito da “verdade” vem desafiando a humanidade por milhares de anos. Filósofos da antiga Grécia debatiam a natureza da verdade. Eles discutiam se ela era real e absoluta, ou relativa e ilusória. Suas dúvidas podem ter sido refletidas numa questão de Pilatos: “Que é a verdade?” (João 18.38).
Hoje, a mesma pergunta surge continuamente em várias situações. É de vital importância que achemos a resposta para esta pergunta na área de religião. O que é verdadeiro? Posso conhecer a verdade?
Para ajudar-nos a responder a estas questões, vamos focalizar nossa atenção em um versículo do ensinamento de Jesus. Em João 8.32 ele disse: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Considere as implicações desta afirmação.
“A VERDADE”
Os humanos podem andar em dúvida e incerteza, mas Jesus é inequívoco. Ele fala sobre a verdade como algo exato e objetivo. Em outra parte ele nos fala que a verdade é a palavra de Deus revelada. Quando ele falou com seu Pai em João 17.17 ele disse: “tua palavra é a verdade”. Quando Jesus falou sobre a verdade, ele não estava falando sobre uma vaga abstração, resultante de um intenso pensamento humano, meditação, lógica ou de um debate. Ele não definiu a verdade em termos subjetivos, como uma coisa qualquer que as pessoas escolheriam acreditar. Jesus definiu a verdade como um fato revelado e eterno! A Palavra de Deus é verdadeira, independentemente do fato de eu concordar com isso, de eu aceitar e obedecer, ou rejeitar e contestar.
Outros que escreveram o Novo Testamento fizeram similares afirmações sobre a palavra de Deus, achada nas Escrituras. Em 2 Timóteo 3.16-17 Paulo disse: “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra“.Paulo também disse que seu ensinamento não tinha palavras de sabedoria humana, e sim palavras reveladas pelo Espírito Santo (veja 1 Coríntios 2.9-13).
Deus revelou a verdade como certa e absoluta. Deus não nos deu meramente ideias subjetivas para serem moldadas de modo a se ajustarem às nossas situações. Ele não aprova distorções ou modificações das Escrituras para que se ajustem aos nossos caprichos. Deus certamente não nos deixou num mar de dúvidas, onde nada podemos saber com certeza.
Devemos escolher como responder a esta revelação de Deus. Nós podemos obedecê-la ou rejeitá-la. Temos a liberdade de aceitar tudo o que Deus disse, ou somente as partes que nos interessam, mas quando decidirmos como responder a ela, devemos lembrar que nada que fizermos irá mudar a veracidade de suas palavras. Aproximadamente três mil anos atrás o escritor dos Salmos disse: “Para sempre, ó Senhor, está firmada a tua palavra no céu” (Salmo 119.89).
“CONHECEREIS”
Jesus não mostra a “verdade” como um objetivo ilusório e inatingível. Ele diz: “Conhecereis a verdade”. Jesus plenamente ensinou que podemos e devemos conhecer a verdade. Podemos conhecer a verdade hoje, do mesmo jeito que o povo de Bereia o fez no primeiro século: eles procuraram por ela nas Escrituras (veja Atos 17.11). Podemos distinguir o certo do errado. Paulo instruiu os Tessalonicenses: “Julgai todas as cousas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal” (1 Tessalonicenses 5.21-22). Ainda hoje é verdade que a “lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para os meus caminhos” (Salmo 119.105).
As pessoas que escreveram o Novo Testamento confidentemente declaram que é possível saber a verdade. Em Hebreus 10.26, o escritor fala das pessoas que tinham “recebido o pleno conhecimento da verdade”. João falou com pessoas que receberam este conhecimento da verdade (1 João 2.21). Paulo condenou aqueles que estão “sempre aprendendo, mas que jamais podem chegar ao conhecimento da verdade” (2 Timóteo 3.7). Por que receberam tão severa crítica? Porque eles fracassaram em aprender a verdade, resistindo assim à Palavra de Deus. Eles não compreenderam a verdade, porque assim não quiseram (veja 2 Timóteo 3.8). Nós podemos saber a verdade.
“VOS LIBERTARÁ”
Isto pode nos fazer pensar, talvez até um ponto de medo, sobre a responsabilidade dada por Deus de conhecermos a verdade. Para prevenir que sejamos esmagados por esta provocante passagem, não devemos perder esta grande promessa anexada neste trecho. Jesus acrescentou: “A verdade vos libertará”.
A liberdade é valorizada universalmente, inúmeras pessoas têm sacrificado suas vidas esforçando-se para assegurarem sua própria liberdade política ou de outrem. Verdadeiramente, em todas as nações do mundo, o encarceramento é considerado como uma severa punição para aqueles que violam a lei. Tão valiosa quanto a liberdade pessoal e política, também é aquela que Jesus nos fala em João 8.32. Só que esta liberdade é até mais significativa. Nossos pecados nos levam a consequências de vínculos espirituais e mortais — eterna separação de Deus. Jesus se ofereceu para nos libertar das consequências da nossa própria rebelião contra Deus!
Paulo nos lembrou deste benefício do evangelho em Romanos 1.16: “…é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego”. Deus escolheu o uso de sua palavra, que é a verdadeira mensagem da Bíblia, para salvar-nos de nossos pecados.
Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo! (Is 5.20)
A partir do momento em que as pessoas deixaram de ter Deus como seu guia foram perdendo gradualmente a noção dos princípios, valores e regras por Ele estabelecidas. Ter Deus como guia não significa perder o interesse pela vida e por tudo o que existe. Deus criou todas as coisas para delas gozarmos. O problema é que dentro daquilo que existe há diversas formas de as utilizar e delas gozar. Os cristãos não são infelizes, bem pelo contrário têm gozo e levar vidas regradas para o seu coroo e espírito, ganhando com esse modo de vida melhores vantagens e longevidade para as suas vidas. Os cristãos são pessoas que vivem felizes. Têm um cântico constante em suas boas, falam com Deus a todo o momento, fazem outras pessoas felizes porque se doam e têm sentimento de solidariedade e de entreajuda. Pelo contrário as pessoas que levam vidas desregradas vão abrindo caminho para a aparição de doenças no coroo e no espírito. É mais salutar levar vidas regradas do que desregradas. A vida desregrada surge no momento em que a pessoa toma consciência de que, por si só, pode conduzir a sua vida e fazer dela o que quiser. Ainda que lenta e progressivamente vai dando escaco a que a desordem se instale por completo. Para essas pessoas não existe diferença entre o não fazer e o fazer mal ou o fazer e não fazer bem. Se no passado as suas consciências as acusavam quando procediam mal, agora não reagem ou reagem com normalidade. Ou seja, o que era bem passa a ser mal e o que era mal deixa de o ser.
Neste estágio, a pessoa não consegue diferenciar uma situação da outra e com a sistematização do uso e abuso o que era, deixa de o ser. Por outras palavras se. por exemplo, furtar era errado, passa a não ser assim. Já não é considerado furto e passa a ser normal e generalizado. Os adeptos da nova era estão a banalizar o nome de Deus, banalizam a obra redentora de Jesus Cristo, incentivam ao aborto, à eutanásia, ao divórcio, aos casamentos entre pessoas do mesmo sexo, os relacionamentos perversos, à injustiça nos tribunais, que todo o ser humano é deus e que Deus é o ser humano, que cada um pode fazer o que o coração mandar, que Deus sendo amor não se preocupa com os atos pecaminosos, à libertinagem nos filmes, novelas e programas de televisão, enfim, a todo o tipo de situações que levam as pessoas a afastarem-se dos caminhos de Deus colocando-o ao nível da Sua criação. Do mesmo modo quem aprendeu os princípios cristãos e pelas circunstâncias da vida os deixaram de observar, corrompe a sua consciência com a banalização desses princípios para agir como se nunca antes tivesse aquele conhecimento. Os valores e princípios que foram e ainda são as bases da sociedade estão em decadência e estão a ser repensados e reformulados pelas alas ditas liberais das sociedades. Os conceitos de família, honestidade, fé, autoridade, vergonha, integridade, amor ao próximo, autoridade, patriotismo, entre outros, estão a cair na banalização e não são tomados na devida conta, o que faz com que se esteia a dar uma inversão dos valores, ou seja, a noção de mal ou bem estão completamente invertidos.
Desde que as pessoas deixaram de seguir os princípios de Deus e se guiaram pelo seu “eu”, pelo seu egocentrismo e orgulho como resultado do pecado, os seus caminhos se tornaram tortuosos. E nesta corrida desenfreada pretendem quebrar com as instituições do “passado” (regras, valores e princípios) para poderem viver, segundo dizem “uma vida plena e livre”. Cada um puxa para o seu lado, opinando do que não sabe, mas que com a insistência acaba por afagar a consciência dos mais resistentes. Dá-se então a troca de valores: o que era mau passa a ser bom e o que era bom passa a ser mau.
Esta é a situação que hoje em dia verificamos. Será que nós os que permanecemos firmes no discernimento entre o bem e o mal estamos errados? Será que não acompanhamos os tempos e a modernidade? Será que nos esquecemos de viver vidas plenas? Onde poderemos buscar respostas para questões como estas?
Veiamos o oue diz a Palavra de Deus. Salmos 38.19-22 “Mas os meus inimigos estão vivos e são fortes, e os que sem causa me odeiam se engrandecem. Os que dão mal pelo bem são meus adversários, porque eu sigo o que é bom. Não me desampares. SENHOR: meu Deus, não te alongues de mim. Apressa-te em meu auxílio Senhor, minha salvação”. Sempre existe uma orientação para nós e a Palavra de Deus é a fonte onde podemos buscar a bênção. Digo bênção porque manter-se firme nos princípios de Deus é realmente uma bênção.
Aqui temos um sério aviso: Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal! Que fazem da escuridade luz, e da luz, escuridade (Isaías 5.20). Pelo que, como a língua de fogo consome o restolho, e a palha se desfaz na chama assim, a raiz deles será como podridão, e a sua flor se esvaecerá como pó; porque rejeitaram a lei do Senhor dos exércitos, e desprezaram a palavra do Santo de Israel (Isaías 5.24).
Então porque isto sucede? Porque procedendo de maneira inversa ao estabelecido pela lei de Deus, o maligno consegue levar para a sua área de influência grande número de pessoas que, não estando avisadas destes perigos, escorregam e caem nas suas malhas e dificilmente conseguem escapar.
Resta que cada leitor tenha o bom senso de saber discernir entre o bem e o mal, não se devendo preocupar em ser chamado antiquado ou fora de moda. O prêmio que temos diante de nós justifica qualquer sacrifício. Esse sacrifício é por demais compensador.
Glória a Deus!