Veja o que diz o estatuto: “A diretoria e o Conselho Fiscal da Tabernáculo Vitória não receberão nenhum tipo de remuneração, por serem trabalhos voluntários. Exceto o presidente que dará assistência espiritual a entidade, que terá, segundo crença da Tabernáculo Vitória, todas as despesas pagas pela Tabernáculo Vitória”.
Uma comunidade cercada de mistérios que aos poucos vem sendo revelados. Essa é a Tabernáculo Vitória. Nesta quinta-feira a reportagem multimídia da Rede Gazeta constatou que os negócios do líder da seita, Inereu Vieira Lopes, que se diz o profeta de seus seguidores, se expandiram pela cidade de Ecoporanga, no Norte do Estado, onde estão instalados há dois anos.
A seita constituiu 14 empresas, entre elas uma construtora que está dando o que falar na cidade. Trabalhadores locais reclamam que, até pela metade do preço, obreiros da Tabernáculo estão pegando empreitadas para levantar dinheiro para a comunidade. Um pedreiro de Ecoporanga, que pediu para não ser identificado contou que a mão de obra da cidade está perdendo espaço para eles.
“Um serviço que a gente fazia por R$ 120,00 eles cobram R$ 50,00. É claro que eles ganham a empreitada. Têm famílias que dependem dessa renda, que estão com dívidas, passando por dificuldades por falta do emprego. Essas pessoas da tabernáculo trabalham o dia todo só para comer. Eles não recebem dinheiro. Uma situação dessa até assusta”, conta.
Além da construtora, há empresas do seguimento de granja, móveis, posto de combustível, artesanato, pré-moldados entre outras. Todavia, somente a Construtora Tabernáculo Vitória e tem o nome fantasia de Sercoci (sigla que significa serviço de construção civil) está funcionando, de acordo com ex-fiéis que deixaram a comunidade.
Pelas ruas da cidade, a reportagem constatou ao menos 30 homens, incluindo menores, trabalhando em reformas de casas e estabelecimentos comerciais.
Eles fazem de tudo, serviços de pedreiro, pintor, carpinteiro e soldadores. Como são muitos, os serviços são vendidos com a promessa de entrega rápida e baixo custo. Desconfiados de tudo e de quase todos, os fiéis trabalhadores do pastor se limitam a conversar somente com o contratante dos serviços.
Os seguidores da Tabernáculo se esquivam quando o assunto é salário e forma de pagamento. De cabeça baixa vão andando sem ao menos olhar para a reportagem. Mas o Estatuto da Tabernáculo Vitória esclarece como é a remuneração deles.
Fonte: http://gazetaonline.globo.com