Os edifícios da gráfica da Watch Tower em Brooklyn Heights ao longo do East River, em Manhattan, são uma vista impressionante. De facto, são tão visíveis que durante anos os habitantes de Manhattan que trabalhavam na comunidade financeira de Nova Iorque até usavam slogans que eram projectados no placar de néon da fábrica principal como anúncios publicitários. Quando visitamos o enorme complexo de edifícios que serve de sede mundial para as Testemunhas de Jeová, ficamos ainda mais impressionados. Além de dois enormes edifícios da fábrica, o complexo inclui várias residências para as muitas centenas de trabalhadores que produzem a literatura para as Testemunhas em todo o mundo e ainda para o pessoal administrativo, funcionários e staff de apoio que é necessário para governar um movimento religioso altamente centralizado.
Se os edifícios da fábrica e as residências — colectivamente chamados Betel — são impressionantes, são também austeros. Quando alguém visita a sede da Watch Tower, é encorajado a ‘fazer uma visita à fábrica principal’ para ver as enormes impressoras a mandar cá para fora ‘alimento espiritual’ para milhões de Testemunhas de Jeová e potenciais adeptos. Curiosamente, a menos que essa pessoa seja convidada por um membro da ‘família,’ terá vedado o acesso às bibliotecas de Betel e de Gileade, que são duas colecções muito boas. No que diz respeito aos próprios edifícios da residência, trazem a marca do puritanismo pragmático americano, que é tão característico das Testemunhas de Jeová. Esses edifícios não têm nada particularmente atractivo e também parecem de certa forma indicar que para os líderes das Testemunhas de Jeová a beleza é mais um laço e um engano do que uma alegria eterna.
Os quartos que servem como lar para os funcionários e trabalhadores em Betel são muito adequados apesar de simples, embora os membros do corpo governante e trabalhadores mais velhos ou seniores tenham acomodações mais atractivas. Ninguém vive em luxo sumptuoso. Contudo, tanto Rutherford como Knorr foram criticados, de forma encoberta e abertamente, por terem mandado fazer para si mesmos aposentos atraentes e confortáveis enquanto ao mesmo tempo trabalhadores ordinários de Betel e da Fazenda do Reino eram por vezes obrigados a viver em quartos insuportavelmente quentes ou com aquecimento insuficiente.
A vida em Betel é altamente controlada. Um trabalhador acorda às 6:30 da manhã, ao som de uma campainha, e daí até à hora do almoço o seu esquema de trabalho será determinado por campainhas. Ele é chamado para as refeições pelas campainhas e, depois da oração, caracteristicamente começa a comer com apetite. Quando um estranho vê a família de Betel a tomar uma refeição, pode ter a impressão de que está a observar uma equipa de trabalhadores de uma quinta americana, à moda antiga, a devorar a sua comida antes de regressarem à colheita, em vez de estar a ver uma comunidade de trabalhadores Cristãos na ‘Casa de Deus.’ A razão é que o tempo reservado para as refeições é muito curto e se uma pessoa não come rapidamente a sua refeição, será interrompida por uma oração que conclui formalmente todos os pequenos-almoços, almoços e jantares. Afinal, espera-se que os trabalhadores de Betel não desperdicem tempo, nem mesmo ao tomarem as refeições nutritivas mas um tanto frugais que vêm da quinta da Watch Tower e são preparadas nas cozinhas de Betel.
As refeições têm ainda outro objectivo. São as únicas ocasiões durante o dia em que a família de Betel se junta em enormes refeitórios. É nestas alturas que um texto bíblico é lido do livrinho Examine as Escrituras Diariamente; podem ser feitos comentários, podem ser transmitidas mensagens à ‘família’ de Betel e ocasionais correcções ou repreensões verbais podem ser dadas àqueles que cometeram alguma infracção ou caíram no desfavor dos membros do corpo governante. Contudo, as refeições hoje raramente são usadas como ocasiões para dar repreensões como eram no tempo de Rutherford e de Knorr.
A arregimentação tão evidente nos toques de campainhas e nas alturas das refeições representa apenas uma pequena parte do controlo a que são submetidos os trabalhadores de Betel. Conforme indicam as descrições de muitos que viveram e trabalharam ali, o pessoal da sede é uma comunidade altamente disciplinada. Os betelitas são designados para dar apoio espiritual a congregações na zona de Nova Iorque. Por isso, gastam muito tempo a viajar de e para reuniões, são encorajados a envolverem-se em actividades de proselitismo à noite e nos fins de semana, com as suas congregações, e pede-se-lhes que se preparem para participar e conduzir várias reuniões congregacionais. Nas noites de segunda-feira têm de assistir a um ‘estudo da família’ de Betel. Portanto, se eles cumprirem com estas obrigações, não terão tempo para mais nada senão ‘servir a Jeová e à sua organização.’ No entanto, é verdade que poucos conseguem viver à altura deste plano ideal, mesmo que tentem.
Moralismo
Quando jovens rapazes Testemunhas vêm para Betel como trabalhadores voluntários, são instruídos num conjunto de regras de conduta pessoal particularmente rigoroso. Isto é feito numa série de oito aulas que antigamente eram popularmente chamadas ‘discursos dos novos rapazes.’ Nesses discursos é-lhes dito que mantenham o cabelo curto e que se apresentem sempre arranjados de forma apropriada. Durante anos apenas os negros e os hispânicos americanos tinham permissão para usar bigode (hoje isso já não é assim), e actualmente ainda ninguém tem permissão para usar barba. As regras para o vestuário também são rigorosas. Embora seja muito comum os betelitas fazerem trabalho muito sujo, não podem aparecer mal vestidos fora dos edifícios da fábrica. No passado, mesmo ao irem e virem da área recreativa, tinham instruções estritas para não usarem calças de ganga nem ténis. Também significativo, particularmente nos tempos de Nathan Knorr, os ‘novos rapazes’ eram avisados contra os perigos da fornicação e, acima de tudo, da masturbação. Embora sejam poucos os líderes das Testemunhas que têm tanta preocupação com esse assunto como tinha Knorr, a pecaminosidade da masturbação ainda é um assunto que é trazido à atenção dos novos betelitas.
As mulheres que trabalham em Betel recebem uma disciplina muito similar. Conforme Barbara Grizzuti Harrison revela no seu relato autobiográfico da vida na sede da Watch Tower, intitulado Visions of Glory [Visões de Glória], isto já é assim há muitos anos. No entanto, elas provavelmente irritam-se menos com isso do que os homens. Geralmente, elas são empregues em arrumações dos quartos e trabalho de escrita e aceitam os seus papéis com passividade. Ao contrário de Maria Russell, não têm ilusões; sabem muito bem que nunca receberão quaisquer posições de autoridade administrativa nem acham que deviam recebê-las.
No passado, trabalhadoras solteiras tinham alguma procura como potenciais esposas. Durante o tempo de Rutherford, o casamento era desencorajado em Betel, tal como entre todas as Testemunhas de Jeová fora de Betel. Depois de Knorr ter casado, ele evidentemente sentiu que era razoável permitir a outros trabalhadores de Betel a liberdade para também se casarem. Ainda assim, até 1976, um Betelita não podia casar a não ser com outro Betelita e, mesmo assim, só o podia fazer se ambos tivessem passado muitos anos na sede em Brooklyn. Por isso, as mulheres solteiras normalmente escolhiam o seu marido de entre uma comunidade masculina muito vasta e eram tratadas com respeito. Apesar disto, muitas preferiram permanecer solteiras.
Desde 1976 as coisas alteraram-se dramaticamente. Nesse ano, trabalhadores de Betel que lá estivessem há um ano ou mais receberam permissão para escolher o cônjuge de entre toda a comunidade das Testemunhas e trazer os seus cônjuges para viver e trabalhar em Betel. Portanto, actualmente uma proporção elevada das mulheres na sede da Watchtower é casada.
Embora a maior parte do trabalho feito por mulheres em Betel tenda a ser monótono, em certos aspectos os homens têm ainda mais dificuldades. Tanto no tempo de Rutherford como no tempo de Knorr desenvolveu-se e institucionalizou-se a prática de colocar inicialmente novos trabalhadores em ocupações para as quais não tinham treino nem aptidão. Homens com pouca habilidade para coisas mecânicas eram por vezes designados para aprender tarefas altamente técnicas relacionadas com a impressão enquanto outros com uma boa educação e habilidade para a escrita podiam muito bem receber a tarefa de esfregar o chão ou limpar casas-de-banho. Isto era feito para ensinar a humildade e fazê-los compreender que o que realizavam era feito com a ‘ajuda de Jeová’ em vez de ser devido ao seu talento pessoal. É difícil saber se os líderes da Sociedade sabiam que estavam a imitar os Jesuítas nesta prática; provavelmente não sabiam.
Desistências
A substituição de trabalhadores em Betel é grande. Até meados dos anos 70, quando homens e mulheres entravam em Betel, concordavam em ficar durante pelo menos quatro anos. Se abandonassem Betel antes disso, excepto por razões de saúde ou razões familiares graves, eram tratados como se fossem uns falhados em sentido espiritual e negavam-se-lhes temporariamente quaisquer privilégios [cargos] nas congregações com as quais se associavam depois. Apesar disto, muitos acharam muito difícil a vida institucional em Brooklyn. Segundo declarações públicas feitas por representantes oficiais seniores da Watch Tower, o tempo médio de permanência em Betel era de menos de dois anos por trabalhador, sem contar com o numeroso pessoal permanente. Como isto resultava em muitos deixarem Betel com um espírito amargo, e porque muitas vezes era baixa a moral entre aqueles que ficavam até completar o seu período de serviço, a Sociedade decidiu mudar o sistema.
Desde 1976, os trabalhadores que vão para Betel têm de concordar em ficar por apenas um ano, que é essencialmente um estágio. Depois disso, se deixarem boa impressão, podem escolher à sua vontade entre ficar ou ir embora. Vários relatos indicam que poucos permanecem mais tempo do que no passado,37 mas a sua saída provavelmente ocorre com menos ressentimento do que anteriormente. Seja como for, ainda é evidente que poucos conseguem tolerar durante muito tempo o estilo de vida altamente regulamentado. Por isso, depois de um ou dois anos na sede da Sociedade, eles geralmente saem de lá para casar, estabelecerem-se e integrarem-se na comunidade mais vasta das Testemunhas.
Apesar de tudo, não há dúvida que os trabalhadores de Betel aceitam aquele tipo de vida em Brooklyn com menos esforço do que o faria uma não-Testemunha. Muitos são filhos de famílias profundamente devotas ou são convertidos zelosos. Muitos foram pioneiros antes de virem para a sede. São indivíduos ideologicamente dedicados e altamente disciplinados a quem se ensinou a aceitar passivamente a autoridade. Mas existe outra razão igualmente importante para a esmagadora maioria se conformar àquilo que os seus supervisores ordenam. Jerry Bergman diz acertadamente a respeito da maior parte da comunidade das Testemunhas: ‘Para as Testemunhas de Jeová hoje, a palavra Betel significa a sede da organização — é onde está localizado o seu corpo governante, por meio de quem, na opinião das Testemunhas, Deus os dirige. Acreditam que Betel é um local sagrado que confere santidade tanto aos seus actuais residentes como aos que por lá passaram. Mesmo se uma Testemunha varreu o chão em Betel há dez anos atrás, ele ainda é um betelita e é visto como de algum modo mais justo, santo e sabedor das leis de Deus [do que as outras Testemunhas], independentemente de quantos anos de experiência um não-betelita possa ter tido como Testemunha de Jeová.’38 Portanto, ter servido durante um período completo em Betel dá à pessoa um grande prestígio entre os amigos e as famílias Testemunhas e, mais importante ainda, entre a Sociedade e os superintendentes de circuito.
Sexo e Álcool
Isto não significa que não existam problemas graves devidos à severidade do estilo de vida; esses problemas existem. Embora a promiscuidade sexual aberta não tenha sido comum, está longe de ser algo estranho para eles. Antes de 1976, existiam poucos casos de fornicação e adultério, mas desde essa data, com mais mulheres em Betel, ocorreram com mais frequência. Contudo, as infracções de natureza heterossexual nunca foram um problema tão sério como as de natureza homossexual. Ao longo dos anos têm havido vários casos notórios de homossexualidade provavelmente causados pela quase proibição do casamento de betelitas, mantida por muitos anos, e também, paradoxalmente, pelo facto de os chefes da Watch Tower, em especial Nathan Knorr, darem muitos sermões acerca dos males resultantes de ‘homens se deitarem com homens.’ De facto, Knorr, que parece ter tido uma fixação por pecados sexuais, mencionava de forma tão insistente os assuntos da homossexualidade e da masturbação aos trabalhadores da sede da Watch Tower, que somos forçados a questionar se ele próprio não tinha tendências homossexuais. Em certa ocasião durante os anos 70, quando um trabalhador foi desassociado e expulso de Betel por pederastia, Knorr descreveu as ‘seduções’ desse homem em termos de tal modo visuais quando estavam à mesa das refeições em Betel, que muitos dos presentes ficaram revoltados.39
Ainda mais sério é o uso constante do álcool. O Pastor Russell, um homem com poucos apetites, era vegetariano e abstémio. O Juiz Rutherford não era uma coisa nem outra e, conforme mostrado anteriormente, gostava de beber. Ele via a proibição de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos como uma maquinação do Diabo e do clero e condenou-a publicamente.40 Por isso, depois de 1929, quando ele proclamou que os governos civis não tinham nenhuma autoridade concedida por Deus, altos funcionários da Watch Tower em Brooklyn arranjavam maneira de os betelitas da filial canadiana contrabandearem licor pela fronteira, de Toronto para Brooklyn.41 Assim, as bebidas alcoólicas quase se tornaram parte de um culto de machismo, no qual os novos trabalhadores eram rapidamente introduzidos. Estudantes da Bíblia de longa data, como Clayton Woodworth42 e Olin Moyle,43 levantaram objecções, e Nathan Knorr recusou-se a continuar com esse contrabando de rum do Canadá.44 Mas o Juiz não podia ser contrariado neste assunto nem em qualquer outro.
Desde a morte de Rutherford a bebida tem continuado a ser comum em Betel e os funcionários da Watch Tower que têm posses para isso, têm bares bem guarnecidos com licores dispendiosos. Mesmo Nathan Knorr, no seu estilo de homem de negócios, muito prático, ainda é lembrado por muitos betelitas, missionários da Watch Tower e antigos amigos pessoais pelo Bell Scotch whiskey com vinte anos, que ele costumava servir a hóspedes especiais. Portanto o uso de álcool tem grande valor social em Betel e muitos trabalhadores, incluindo altos funcionários da Watch Tower, bebem regularmente quando estão com outras pessoas. Além disso, é bem sabido que vários betelitas proeminentes, incluindo a esposa de um membro do corpo governante e a esposa de um membro sénior da Comissão de Serviço da Sociedade, tiveram problemas com o alcoolismo.
Curiosamente, a Watchtower [em português: A Sentinela] admitiu recentemente o problema que muitas Testemunhas de Jeová têm com o abuso do álcool. Ameaçaram com medidas radicais os anciãos que bebem mais de ‘um copo ou dois de vinho’ de uma vez só. Mas, curiosamente, a Sociedade ainda tem uma posição menos severa em relação ao excesso de bebida do que em relação ao tabaco;45 e quando torna conhecidas as suas preocupações acerca do alcoolismo, nunca admite que muitas Testemunhas de Jeová na ‘Casa de Deus’ em Brooklyn parecem beber tanto, ou ainda mais, do que outras Testemunhas norte-americanas.
A disciplina rigorosa e a pobreza também provocam tensão de outras formas. Por vezes os trabalhadores aborrecem-se com as regras pelas quais têm de viver e devido à falta de calor humano entre os membros da família de Betel. Aqueles que falam abertamente ou exteriorizam os seus sentimentos são frequentemente chamados ‘Bas,’ ou trabalhadores com más atitudes [em inglês: bad attitudes]. Contudo, estes têm de ter cuidado com o que dizem, senão arriscam-se a ser denunciados aos seus superiores por betelitas fanáticos. Estes betelitas fanáticos são chamados ‘Bethel jacks’ — um termo semelhante à alcunha ‘Jack Mormons,’ que tem implícita uma certa conotação de desdém e desprezo. Mas, quer sejam vistos de forma negativa ou não, estes sujeitos têm uma função muito importante em manter os descontentes ou potenciais descontentes em sentido.
Falta de Dinheiro e Rivalidades
Alguns trabalhadores têm falta de dinheiro visto que a Sociedade só lhes paga uma ninharia.46 Contudo, alguns dos seus colegas dizem abertamente que recebem regularmente um apoio substancial das suas famílias. Conforme é sobejamente conhecido, os membros do corpo governante e outros altos funcionários recebem com muita frequência donativos substanciais quando viajam e discursam para a vasta comunidade das Testemunhas de Jeová. Assim, existem discrepâncias significativas naquilo que cada um ganha em Betel. Os quartos de trabalhadores mais pobres são muitas vezes espartanos no mobiliário e não têm ar condicionado. Os seus irmãos mais abastados vivem num luxo maior e quase sempre têm ar-condicionado, tão importante nos Verões quentes de Nova Iorque.
As diferenças nas acomodações de uns e de outros causam algum ressentimento. Mais importante ainda é o facto de trabalhadores pobres terem pouco dinheiro para gastar em coisas para si mesmos, ou em qualquer forma de recreação. Por causa disto, alguns aceitaram o que é chamado ‘G-jobbing,’ isto é, trabalhos fora de Betel, à tarde ou à noite, para conseguirem alguns dólares para si mesmos. Contudo, a Sociedade não gosta mesmo nada dos que aceitam esses trabalhos; antigamente eles eram seriamente repreendidos se fossem descobertos e em anos mais recentes essa prática parece ser o suficiente para eles serem despedidos de Betel. Apesar disso, os betelitas dizem que ainda há quem faça esses trabalhos fora de Betel.
Nenhum dos aspectos mencionados anteriormente é o mais acentuado na vida em Betel. O mais importante é a política institucional. O clima descrito tão vivamente por William Schnell como sendo um ‘sistema de espiões’47 está bem vivo actualmente, segundo diz Randall Watters.48 Conforme Raymond Franz e muitos outros descobriram, qualquer coisa que seja interpretada como dissidência ou deslealdade pode ter sérias repercusões. Igualmente significativa é a existência de muita politiquice mesquinha e rivalidade pessoal entre altos funcionários da Watch Tower e as respectivas esposas. Por vezes são ciúmes e rivalidades sobre pequenas coisas, como por exemplo quem fica com determinado quarto ou apartamento. De facto, existe muita rivalidade pessoal pouco saudável na sede da Watch Tower, bem como a animosidade que seria de esperar em qualquer atmosfera autoritária, quase monástica e burocrática deste tipo. Ainda assim, do ponto de vista do corpo governante das Testemunhas de Jeová, Betel serve bem o seu propósito. Produz literatura e ajuda o corpo governante a cumprir os seus objectivos. Sem dúvida os membros do corpo governante encaram as restrições, tensões e politiquices mencionadas acima como apenas de somenos importância face ao seu trabalho de pregar as boas novas do reino de Cristo. Apesar de tudo, a maioria dos betelitas concorda com eles.
Notas
37 Segundo uma pesquisa interna, no ano de serviço que vai de 1 de Setembro de 1977 até 31 de Agosto de 1978, cerca de 500 de entre um total de 1.800 trabalhadores saíram do Betel de Brooklyn. Esta proporção é provavelmente típica das substituições que acontecem de um ano para outro.
38 Jerry Bergman, ‘What is Bethel?’ [‘O Que É Betel?’] in The Bible Examiner, Outubro de 1981, p. 12.
39 É devido ao costume de dar reprimendas e anunciar publicamente os pecados dos que são expulsos de Betel que estes casos são tão bem conhecidos. O caso em questão foi-me relatado por muitos betelitas e ex-betelitas.
40 Em 1930 Rutherford fez um discurso transmitido pela rádio atacando a proibição. Esse discurdo foi publicado na brochura Prohibition; the League of Nations: Of God or of the Devil — Which? [A Proibição; a Liga das Nações: De Deus ou do Diabo — Qual?]
41 Baseado em comentários feitos por Frank Wainwright, ex-secretário-tesoureiro da International Bible Students Association of Canada [Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia do Canadá] durante uma entrevista com ele, em Julho de 1971.
42 Woodworth, tal como Russell, era um abstémio e ressentiu-se devido a algumas actividades ilegais dos seus irmãos.
43 A carta de Moyle para Rutherford encontra-se na transcrição do caso de tribunal Moyle vs. Franz et al.
44 Tal como muitos outros, Frank Wainwright afirmou que Knorr tinha um grande respeito pela lei e recusou-se, discretamente, a transgredi-la. Ele não se atreveu a fazer oposição ao Juiz Rutherford nesse assunto, pelo menos abertamente.
45 Watchtower, 1.º de Maio de 1983, pp. 8-11.
46 Durante anos eles recebiam apenas 14 dólares por mês, mas agora [em 1985] recebem 25 dólares. Além disso, podem receber 30 dólares por mês para pagar o transporte de metro e 100 dólares por ano para comprar roupas. [Estes valores referem-se a 1985]
47 William J. Schnell, Thirty Years a Watchtower Slave [Escravo da Watchtower Durante Trinta Anos] (Grand Rapids. Michigan: Baker Book House, 1956), pp. 124-126.
48 Randall Watters, What Happened at the World Headquarters of Jehovah’s Witnesses in the Spring of 1980? [O Que Aconteceu na Sede Mundial das Testemunhas de Jeová na Primavera de 1980?] (Manhattan Beach, Califórnia: editado particularmente, 1981), pp. 4, 5.
Autor: M. James Penton – extraído do site http://corior.blogspot.com/ em 13/01/2013