A Salvação de Deus em nossas vidas

O termo bíblico salvação relaciona-se de modo essencial com a Pascoa cristã. A salvação ou redenção é um dom divino colocado graciosamente à disposição do homem, pois Cristo, nossa pascoa. foi sacrificado por nós (1Co 5.7).  Há dois milênios, o Filho de Deus morreu no Calvário expiando os pecados da humanidade e ressuscitou para nossa justificação. A dádiva da salvação é algo tão importante e urgente que a própria Bíblia adverte: “Eis aqui, agora, o tempo aceitável; eis aqui, agora, o dia da salvação”; “Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação?” (2Co 6.2; Hb 2.3a).

Vejamos, em síntese, os dois lados da salvação, aquilo que podemos designar por verso e reverso da medalha ou verdade salvífica.

Em primeiro lugar, Deus procura o homem, isto é, toma a iniciativa da salvação isso fala do Seu infinito amor, da Sua graça incomensurável. Das três parábolas do Senhor Jesus, exaradas no capítulo 15 do Evangelho segundo Lucas, a da ovelha transviada (Lc 15.3-7) e da moeda perdida (Lc15.8-10) simbolizam, respectivamente, o desnorteamento e a insensibilidade espiritual do homem sem Cristo. Revelam as Escrituras que Jesus veio buscar e salvar o que se havia perdido” ‘(Lc 19.20).  Ante o coração humano, o Salvador continua a exclamar: “Eis que estou à porta e bato, se alguém ouvir a minha voz. o abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” (Ap 3.20).

Em segundo lugar, o homem procura Deus, propósito que denota necessidade espiritual, interesse pelas coisas divinas. Aconselha a Escritura Sagrada; “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” (Is 55.6). A magistral parábola do filho pródigo ilustra esse aspecto da salvação Deus dirigindo-se ao encontro da alma arrependida que, numa atitude de fé, regressa aos braços do Pai celestial. É a reviravolta do pecador perdido, do indivíduo de certo modo livre, mas dominado pelo vício, e insensato, insensatez essa que o levara a trocar a abastada casa paterna pelo mundo da incerteza e do prazer efêmero. E outrossim o resultado provocado pelas admiráveis palavras do Todo-Poderoso “E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29.13); “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vier a mim, de maneira nenhuma o lançarei fora” (Jo 6.37).

Regra geral preocupamo-nos em salvar-nos de uma crise financeira, dum acidente, duma enfermidade, etc – coisas de menos importância comparadas com a salvação eterna, essa “tão grande salvação” (Hb 2.3). Preocupamo-nos com vulgaridades e insignificâncias, negligenciando a salvação perfeita e poderosa (Hb 7.25, Lc 1.69) que o Criador providenciou para o gênero humano! Não obstante o Senhor continua a amar-nos, e, na Sua longanimidade, a esperar que aceitemos o Seu convite, esse convite amoroso, franco e universal: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28).

Jesus não quer salvar apenas uma parte de nós, mas o homem total corpo, alma e espirito. Ele anseia libertar-nos da escravidão do pecado; deseja tornar-nos completamente livres O Salvador do mundo foi bem claro ao dizer: “Se pois O Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.36).  Livres, perdoados, salvos, regenerados pelo Criador e Sustentador do Uni­verso. Que privilegio! Que honra! Que bênção! Libertos do domínio do pecado, da culpabilidade e penalidade do pecado e. um dia. no Céu. libertos totalmente dos efeitos e da presença do pecado. Aleluia! Como é preciosa a salvação de Deus!

FERNANDO MARTINEZ, REVISTA: NOVAS DE ALEGRIA – ABRIL 1994

 

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