A salvação da alma é condicional?

De acordo com a doutrina contida no Novo Testamento deixado por Jesus, podemos responder afirmativamente a pergunta do título. Exami­nando alguns textos bíblicos somos autorizados a afirmar que a salvação é condicional. Em 2 Pedro 3-15-16, está registrado que as Escrituras con­têm pontos difíceis de se entender, “que os indoutos e infiéis torcem, e igualmente as outras escrituras, para a sua própria perdição”. Este texto mostra o perigo que há em torcer as Escrituras para fazê-las dizer ou ensinar algo diferente daquilo que o Espírito Santo revelou, pois tal ação poderá resultar em perdição àquele que assim proceder.

Por exemplo: existem aqueles que fugindo a verdade bíblica, usam aludir às interpelações feitas em algumas panes do texto original da Bíblia; e o fazem, às vezes, com o propósito preconcebido de ocultar ou desprezar a verdade moral ensinada no texto. É o caso da doutrina contida em Romanos 8.1, que muitos, sob a capa da interpolação, usam citar apenas a primeira parte, em que nos é dito que “não há nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus“, omitindo a segunda parte que nos diz claramente, que essa condenação não atinge apenas “àqueles que não andam segundo a carne”, e sim andam de acordo com as inclinações do Espírito.

Aquele que assim procede está incorrendo na possibilidade de expor-se a condenação, por estar torcendo a verdade doutrinária constante da Palavra de Deus, que institui a condição que nos ordena viver segundo a direção do Espírito e não de acordo com os apetites de nossa carne. Em 2 Pedro 2.20-22, nos diz que a garantia perfeita da vitória do cristão está na perseverança na fé de Cristo; pois, se ele cair ou se desviar da fé, cumpre-se nele o provérbio que diz: “Voltou o cão ao próprio vómito e a porca lavada a revolver-se na lama“. A Palavra de Deus nos afirma neste texto, que melhor lhe fora não haver conhecido o caminho da verdade, do que conhecendo-o desviar-se do santo mandamento que lhe fora mandado observar.

Firmes na fé

Do texto que escreveu o apóstolo Paulo aos Romanos 11.21-22, recebe­mos uma grande advertência para permanecermos firmes na fé “porque, se Deus não poupou aos ramos naturais, teme que te não poupe a ti também. Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo, a benignidade de Deus, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira, também tu serás cortado“.

Deus, tendo verificado a incredulidade de seu povo, afirmou: “assim jurei na minha irá que não entrarão no meu repouso”, Hb 3.11. E o mesmo autor ensina noutro texto: “Vede irmãos, que nunca haja em qual­quer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo”, Hb 3.12. É uma verdade bíblica que Deus não desampara os seus fiéis, mas também é verdade bíblica que os fiéis deverão permanecer firmes em Jesus, sem se separarem do Deus vivo!

Sabemos que o homem não é salvo pelas obras da Lei, e sim pela graça, por meio da fé em Jesus Cristo. Mas também sabemos que Deus preparou as boas obras para que andemos nelas (Ef 2.8-10). Isto significa que não somos salvos pelas obras; mas, se somos salvos a nossa fé pro­duz os frutos (as obras) que acompanham a salvação. De fato, o homem salvo não tem prazer nas obras mundanas e sim na vida espiritual, con­forme escreveu o salmista: “O seu prazer está na lei do Senhor e nela medita de dia e de noite“, Sl 1.1-2.

Remição

Reconhecemos que as nossas melhores justiças em nada aproveitam para nossa salvação. Deus criou as boas obras para que andássemos. Dessa forma, é nosso dever permanecer andando nessas boas obras, para que possamos estar enquadrados na vontade de Deus. Do contrário, cai­remos em seu desagrado!

Há no Novo Testamento vários textos que nos demonstram as condi­ções a que se devem submeter os salvos, sendo impossível de analisá-las em sua totalidade. Porém, queremos ainda frisar que o ensino contido nas parábolas das dez virgens, da dracma perdida, do filho pródigo e do sal insípido e tantos outros textos semelhantes nos dizem com clareza que, se não nos conformarmos com as condições e facilitarmos, podere­mos perder aquilo que já temos ganhado.

Portanto, sejamos cuidadosos em perseverar firmes na fé até o fim de nossa peregrinação, e em nunca nos envolvermos com aqueles que torcem as Escrituras para sua própria perdição. Muito ao contrário, se pode­mos salvar a alguns deles arrebatando-os do fogo a que se expõem ao assim proceder, façamo-lo, pois é nosso dever (Jd 22.23).

E por fim, diz-nos o Senhor: “Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida“, Ap 2.10. Que Deus nos ajude a assim perseverar para nossa felici­dade.

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Fonte: Cícero Canuto de Lima Setembro/1999 (Artigos Históricos – Mensageiro Da Paz).

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