“E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não ressuscitam. Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados”
(ICo. 15.14-17).
INTRODUÇÃO
Etimologia da Palavra Ressurreição
No texto acima (ICoríntios 15) o verbo ressuscitar foi traduzido da palavra grega
egueirô = levantar
Em outros textos bíblicos usou-se “anastasis” (do grego) para indicar levantar dos mortos, palavra que vem de dois vocábulos: ana = acima, para cima e histemi = colocar em pé.
Ressurreição = “levantar dentre os mortos”
I – POR QUE AS SEITAS NEGAM A RESSURREIÇÃO CORPORAL DE JESUS?
A ressurreição corporal de Jesus é a prova principal de que Jesus era quem afirmava ser
Deus em forma humana
“Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm. 1.4).
A ressurreição de Cristo em um corpo físico glorificado é de tamanha importância para a fé cristã, que o Novo Testamento insiste que ninguém pode ser salvo sem ela:
“O qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação”
(Rm. 4.25 e 10.9; ICo. 15.1-17).
“De acordo com todos os critérios, a ressurreição é a mais radical das doutrinas cristãs. Jamais se falou de um outro personagem histórico que Deus tenha ressuscitado” – Pr. Natanael Rinaldi.
II – O QUE AS SEITAS ENSINAM SOBRE A RESSURREIÇÃO CORPORAL DE JESUS?
As Testemunhas de Jeová
As Testemunhas de Jeová são os saduceus modernos. Os saduceus negavam a ressurreição dos mortos (Atos 23.8).
“Então que aconteceu ao corpo carnal de Jesus? – perguntam as Testemunhas de Jeová – Não encontraram os discípulos o seu túmulo vazio? Sim, porque Deus removeu o corpo de Jesus” (Poderá Viver para Sempre no Paraíso na Terra, p. 144/8).
E continuam com sua negação à ressurreição corporal de Jesus, dizendo:
“Mas, visto que foi possível o apóstolo Tomé por sua mão no orifício no lado de Jesus, não mostra isso que Jesus foi ressuscitado no mesmo corpo que foi pregado na estaca? Não, pois Jesus simplesmente se materializou, ou assumiu um corpo carnal… A fim de convencer Tomé quanto a quem Ele era, Ele usou um corpo com marcas de ferimento“ (Idem, p. 144).
Esse ensino das TJ’s sugere que a ressurreição do Senhor foi uma farsa. Dizem claramente que Jesus forjou ‘um corpo com marcas de ferimento’. Note-se a palavra ‘estaca’ no lugar de ‘cruz’.
O Islamismo
“O islamismo é a mais anti-cristã de todas as religiões em tudo e em todos os aspectos, é o maior inimigo da cruz de Cristo” – Pr. Esequias Soares.
O Jesus mencionado no Alcorão é um mero mensageiro. Não é reconhecido como Deus, nem como Filho de Deus, nem como Salvador, nem morreu por nossos pecados, nem ressuscitou:
“Ó adeptos do Livro, não exagereis na vossa religião e não digais de Deus senão a verdade. O Messias, Jesus, filho de Maria, foi tão somente um mensageiro de Deus e Seu Verbo, com o qual Ele agraciou Maria por intermédio do Seu Espírito Santo. Crede, pois, em Alá e em Seus mensageiros e não digais: Trindade! Abstende-vos disso, que será melhor para vós; sabei que Alá é Uno. Glorificado seja! Longe está a hipótese de ter tido um filho” (Alcorão, 4.171).
A teologia islâmica ensina que a humanidade nada tem a ver com o pecado de Adão. Todo homem nasce bom, quando peca pede perdão e Alá perdoa, logo não havia necessidade de Jesus morrer na cruz. A Trindade ensinada no Alcorão é formada por Alá, Jesus e Maria.
As tradições muçulmanas oferecem inúmeras explicações para o que aconteceu no dia da crucificação. As três mais populares são:
- Jesus estava escondido, enquanto um dos seus seguidores morreu em seu lugar;
- Allah fez Judas Iscariotes parecer-se com Jesus e tomar o seu lugar;
- Simão, de Cirene, substituiu Jesus antes da crucificação.
“E por dizerem: Matamos o Messias, Jesus, filho de Maria, o Mensageiro de Deus, embora não sendo, na realidade, certo que o mataram, nem o crucificaram, sendo que isso lhes foi simulado… o fato é que não o mataram” (Alcorão 4.157).
O Alcorão contém trechos retirados de dois evangelhos espúrios (Evangelho de Tomé e Evangelho de Barnabé). O nascimento e a infância de Jesus, contidos na Sura 19, são relatos extraídos do Evangelho de Tomé. O ensino islâmico sobre a farsa da morte de Jesus foi retirado do Evangelho de Barnabé.
A Igreja da Unificação do Rev Moon
O livro Teologia da Unificação declara:
“Muitos estudiosos do Novo Testamento consideram lenda o sepulcro vazio” (p. 205).
O Rev. Moon lança uma segunda hipótese para negar a ressurreição corporal de Jesus, semelhante à da tradição islâmica:
“O sepulcro encontrava-se vazio, porque os discípulos removeram o corpo secretamente, antes que as mulheres chegassem. Ou então, o jardineiro o retirou, porque temia que a sepultura de um profeta polêmico atraísse muitos visitantes, que destruiriam suas hortaliças. Outra possibilidade é que José de Arimatéia tenha reconsiderado sua opinião, quanto a ter o cadáver de um criminoso e condenado no sepulcro de sua família, e desse modo transferiu o corpo sem notificar aos discípulos. É ainda possível que o sepulcro tivesse sido violado e pilhado pelos ladrões de sepultura, que eram muitos naquela época. Talvez Jesus fora retirado da cruz antes da morte. Assim, ele apenas parecia ser crucificado, ou alguém tomou seu lugar na cruz, por exemplo Simão de Cirene. Essa é uma visão antiga, e disseminada na Arábia” (obra citada, p. 207).
O Rev. Moon pretende negar, com vários artifícios, a ressurreição de Jesus, para justificar sua posição de ‘Senhor do Segundo Advento’, que veio para estabelecer a família ideal sobre a terra, ao lado da esposa Hak Ja Kan, intitulada esposa do Cordeiro de Apocalipse 19.7.
O Espiritismo
Os espíritas negam com veemência a ressurreição corporal do Senhor. Afirmam que o corpo que apareceu aos discípulos era fluídico, e o destino do corpo carnal, que morreu na cruz, até hoje é um problema sem solução, porque os espíritos ainda não quiseram esclarecer, e o que se diz sobre o assunto são opiniões pessoais. Consideram a possibilidade de ter ocorrido um “rapto clandestino” ou “o duplo fenômeno mediúnico de transporte e invisibilidade”:
“Depois do suplício de Jesus, o seu corpo lá inerte e sem vida foi sepultado, como os corpos comuns, e todos puderam vê-lo e tocá-lo. Depois da ressurreição, quando quis deixar a Terra, não tornou a morrer; seu corpo elevou-se apagou-se e desapareceu, sem deixar vestígio algum – prova evidente de que morrera na cruz. Jesus teve, pois, como toda a gente, um corpo carnal e um corpo fluídico” (A Gênese, Allan Kardec, cap. XV “Milagres dos Evangelhos”, p. 301, em 06/06/2017 – http://www.febnet.org.br/wp-content/uploads /2012/ 07/A-genese_Noleto.pdf).
“Em que se transformou o corpo carnal [de Jesus]? É um problema cuja solução não se pode deduzir, até nova ordem, senão por hipóteses, em falta de elementos suficientes para se firmar uma convicção. Essa solução, aliás, é de importância secundária e nada acrescentaria aos méritos do Cristo, nem aos fatos que atestam, de maneira muito mais peremptória, sua superioridade e sua missão divina. Não pode, pois, haver sobre a maneira pela qual se operou esse desaparecimento, senão opiniões pessoais, que só teriam valor se fossem sancionadas por uma lógica rigorosa e pelo ensino geral dos Espíritos. Ora, até o presente, nenhuma das que foram formuladas recebeu a sanção do duplo controle. Se os Espíritos ainda não decidiram a questão pela unanimidade de seus ensinos, é sem dúvida porque o momento de resolvê-la ainda não chegou, ou por faltarem conhecimentos sem o auxílio dos quais a questão possa ser resolvida por si mesma. Enquanto se espera, e se afastamos a suposição de um rapto clandestino, podemos encontrar, por analogia, uma explicação provável na teoria do duplo fenômeno dos transportes e da invisibilidade” (Idem, p. 302).
As Seitas Orientais e o Movimento da Nova Era
As principais e mais conhecidas seitas orientais são o Movimento Hare Krishna, a Meditação Transcedental, a Seicho-No-Ie e a Igreja Messiânica Mundial. A base teológica de todas elas foi retirada das escrituras do Hinduísmo e do Budismo. São todas reencarnacionistas. Não aceitam a existência do pecado e a necessidade de um Salvador. Pensam da mesma maneira todos os segmentos ligados ao Movimento da Nova Era, que ensina o panteismo e a deificação do homem. Não se ocupam da morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo, que para eles não tem nenhuma importância.
Registramos aqui o pensamento de um de seus gurus, Bhagwan Shree Rajneesh, que se faz chamar Bhagwar (deus em sânscrito), cujo nome verdadeiro é Rajneesh Chandra Mohan, que assim se manifestou a respeito de Jesus Cristo e dos cristãos:
“Para ser franco, Jesus é um caso mental… É um fanático. Tem o mesmo tipo de mente de Adolf Hitler. É um fascista. Ele crê que só aqueles que o seguem vão ser salvos. E os tontos seguem crendo que serão salvos se seguem a Jesus” (citado pelo Pr. Esequias Soares, Seitas e Modismos, p. 263).
Os Adventistas do Sétimo Dia
Apesar de haver no adventismo doutrinas conflitantes com o sacrifício vicário do Salvador (por exemplo: o bode emissário da expiação era Satanás; Jesus era o arcanjo Miguel; Jesus tinha uma natureza humana pecaminosa etc.), os adventistas dizem crer na ressurreição do Senhor Jesus Cristo:
“A ressurreição de Cristo é a própria cidadela da fé cristã. Esta é a doutrina que subverteu o mundo no primeiro século, que ergueu o cristianismo acima do judaismo e das religiões pagãs do mundo mediterrâneo. Assim sendo, dela depende praticamente tudo aquilo que é vital e singular no Evangelho do Senhor Jesus Cristo: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé” (I Cor. 15:17)… Embora o sacrifício expiatório de Cristo fosse suficiente e completo, sem a ressurrreição não poderíamos ter a certeza de que Cristo havia concluído vitoriosamente Sua divina missão na Terra. O fato de haver Cristo ressuscitado, confirma a realidade da vida após a sepultura, e demonstra a confiabilidade das promessas de vida eterna nEle, feitas por Deus” (Nisto Cremos, 1ª edição, 1989, Casa Publicadora Brasileira, p. 164-165).
Os Mórmons
Os mórmons também dizem crer na ressurreição de Jesus Cristo, mas acrescentam à narrativa bíblica uma informação adicional, relacionada à lenda mórmom da existência de judeus na América no tempo de Jesus:
“No terceiro dia, um domingo, ele retornou ao corpo e o levantou de novo. Foi o primeiro a sobrepujar a morte. A profecia que dizia que “era preciso que ressuscitasse dos mortos” cumpriu-se (João 20.9). Logo após a ressurreição, o Salvador apareceu aos nefitas e abençoou-os. Essa tocante narrativa encontra-se em 3 Néfi 11 a 28” (Princípios do Evangelho da ISUD, edição em português de 1997, p. 68).
Nota: Segundo a narrativa do Livro de Mórmon, uma família de Israel saiu de sua terra natal por revelação de Deus, que lhes ordenou que construíssem um navio e atravessassem as grandes águas, pois havia preparado para eles uma terra de promissão separada de todas as outras. Foram guiados por uma bússola baseada na fé no Senhor, e chegaram ao Continente Americano. Com o tempo se dividiram em duas tribos, os nefitas e os lamitas. A existência dessas duas civilizações nunca foi comprovada.
III – PROVAS BÍBLICAS DA RESSURREIÇÃO DE JESUS
O Novo Testamento é enfático ao declarar que Jesus ressuscitou com o mesmo corpo físico de carne e ossos com que morreu. A evidência para isso consiste no registro neotestamentário de várias aparições de Cristo aos seus discípulos durante o período de quarenta dias, no mesmo corpo físico marcado pelos pregos no qual morreu.
AS APARIÇÕES
À MARIA MADALENA
a) Maria viu Jesus com seus olhos naturais – O texto diz: “Ela se voltou e viu Jesus ali, em pé” ( 20.14).
b) Maria ouviu Jesus (Jo. 20.15-16): “Mulher, por que está chorando? Quem você está procurando? Então, mais uma vez, ela ouviu Jesus dizer: Maria e reconheceu sua voz”.
c) Maria tocou o corpo ressurreto de Jesus (Jo. 20.17): “Jesus respondeu: Deixa de me tocar, porque ainda não subi ao Pai” (algumas traduções trazem “não me detenhas”), mas a palavra grega é ‘aptomai’ (tocar) usada para toque físico de outros corpos humanos, como em Mt. 8.3 e 9.29; Mc. 6.56; Lc. 6.19.
ÀS MULHERES
a) As mulheres viram Um anjo lhes disse: “Ide depressa, e dizei aos seus discípulos que ressurgiu dos mortos; e eis que vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis. Eis que vô-lo tenho dito” (Mt. 28.7).
b) As mulheres tocaram Jesus: “E eis que Jesus lhes veio ao encontro, dizendo; Salve. E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés, e o adoraram” (Mt. 28.9).
c) As mulheres ouviram Jesus. “Não temais; ide dizer a meus irmãos que vão para a Galileia; ali me verão” (Mt. 28.10).
d) As mulheres viram o túmulo vazio onde o corpo permanecera: “Mas o anjo, respondendo, disse às mulheres: Não tenhais medo; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como havia dito. Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia” (Mt. 28.5-6).
A PEDRO
“E já era a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dentre os mortos. E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros. Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas. Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas” (Jo. 21.14-17).
“E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze” (ICo. 15.4-5).
A DOIS DISCÍPULOS
Durante essa aparição, no Caminho de Emaús (Lc. 24.13-35), três evidências da ressurreição física foram apresentadas. Dois discípulos viram, ouviram e também comeram com ele, provas claras da natureza física, tangível, do corpo ressurreto. Lucas nos informa em outras duas passagens:
“Depois de haver padecido, se apresentou vivo, com muitas provas infalíveis, aparecendo-lhes por espaço de quarenta dias, e lhes falando das coisas concernentes ao reino de Deus” (At. 1.3).
“E, não o crendo eles ainda por causa da alegria, e estando maravilhados, disse-lhes: Tendes aqui alguma coisa que comer? Então eles apresentaram-lhe parte de um peixe assado, e um favo de mel; o que ele tomou e comeu diante deles” (Lc. 24.41-43). Jesus ofereceu sua capacidade de ingerir comida física, como prova da natureza material de seu corpo de carne e ossos.
A TOMÉ
Tomé não estava presente quando Jesus apareceu anteriormente aos outros discípulos e recusou-se a acreditar sem ver e tocar no Senhor. Uma semana depois seu pedido foi atendido: “Oito dias depois estavam os discípulos outra vez ali reunidos, e Tomé com eles. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, pôs-se no meio deles e disse: Paz seja convosco” (Jo. 20.26).
- a) Tomé viu o Senhor. “Porque me viste, creste?” (Jo. 20.29).
- b) Tomé ouviu o Senhor dizer: “Chega aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; chega a tua mão, e mete-a no meu lado; e não mais sejas incrédulo, mas crente” (Jo. 20.27). À essa demonstração indubitavelmente convincente de evidência física, Tomé respondeu: “Senhor meu, e Deus meu!” (Jo. 20.28). O fato de Jesus ainda ter essas marcas físicas da sua crucificação é a prova inquestionável de que ele ressuscitou com o corpo material que foi crucificado.
A SETE DISCÍPULOS (Jo. 21.1-14): João 21 registra a aparição de Jesus aos sete discípulos que foram pescar na Galileia. Durante essa aparição, os discípulos viram Jesus, ouviram suas palavras e comeram com ele.
“Depois disto manifestou-se Jesus outra vez aos discípulos junto do mar de Tiberíades; mas, ao romper da manhã, Jesus se apresentou na praia” (Jo. 21.4).
Depois de Jesus conversar e comer com eles, o texto diz: “Foi esta a terceira vez que Jesus se manifestou aos seus discípulos, depois de ter ressurgido dentre os mortos” (Jo. 21.14).
Tudo indica que Jesus também comeu com os discípulos durante essa aparição. Ele perguntou: “Filhos, não tendes nada que comer?” (v. 6) e “Vinde, comei” (v. 12) e “Chegou Jesus, tomou o pão e deu-lho, e semelhantemente o peixe” (v. 13).
AOS APÓSTOLOS NA GRANDE COMISSÃO (Mt. 28.16-20; Mc. 16.14-18)
Enquanto Jesus os comissionava para discipular todas as nações, foi visto e claramente ouvido por todos os apóstolos: “E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt. 28.18-19).
AOS QUINHENTOS IRMÃOS
Essa aparição é mencionada por Paulo: “depois apareceu a mais de quinhentos irmãos duma vez, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem” (ICo. 15.6).
A TODOS OS APÓSTOLOS NA ASCENSÃO
A última aparição de Jesus, antes da sua ascensão, foi novamente para todos os apóstolos. “E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias. Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel? E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder. Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra. E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos” (At. 1.4-11).
A PAULO
A última aparição de Jesus foi a Paulo. É importante observar que essa aparição não foi uma visão que ocorreu apenas na mente de Paulo. Na verdade, foi um evento objetivo, externo, observável a todos os que estavam a uma distância visual. Paulo denominou “aparição” (no grego ophthe), a mesma palavra usada para as aparições literais de Cristo aos outros apóstolos (ICo. 15.5-7).
Ver o Cristo ressurreto era condição para ser um apóstolo (At. 1.22), e Paulo afirmou: “Não sou apóstolo? Não vi eu a Jesus nosso Senhor?” (ICo. 9.1).
IV – RESPONDENDO OBJEÇÕES ÀS APARIÇÕES DE JESUS RESSUSCITADO
Objeção 1: Jesus materializou um corpo como os anjos o fizeram no passado (Gn. 19.1-3).
Resposta Apologética: Os anjos assumiram corpos porque eram incorpóreos (Hb. 1.14) e nenhum deles tinha morrido. Jesus, no entanto “tornou-se carne” (Jo. 1.14), nascendo de uma virgem (Mt. 1.23; Hb. 10.5) e era realmente humano (IJo. 4.1-3; IIJo. 7). Morreu e ressuscitou corporalmente (Lc. 24.39-43).
Objeção 2: Jesus não foi reconhecido por seus discípulos. Perguntam: “Se Jesus ressuscitou fisicamente, por que Maria Madalena, os discípulos de Emaús e outros não o reconheceram prontamente?
Resposta Apologética:
- Maria Madalena (Jo. 20.11-18): Era escuro quando Maria foi ao sepulcro (Jo. 20.1).
- Os discípulos de Emaús (Lc. 24.13-35): O problema não estava no corpo de Jesus, mas nos olhos dos discípulos (Lc. 24.16). Quando seus olhos foram abertos eles o reconheceram (Lc. 24.31, comparar com IIRs. 6.8-18).
Objeção 3: Carne e sangue não herdam o reino de Deus (ICo. 15.50). Morto na carne e ressuscitado em espírito (ICo. 15.45; IPe. 3.18).
Resposta Apologética:
- Carne e sangue (ICo. 15.50). Indica o homem natural em estado corruptível, mortal, que não pode herdar realmente o reino de Deus, a menos que seja transformado, ou que seja ressuscitado em corpo incorruptível e imortal (ICo. 15.51-53).
- Tornou-se espírito vivificante (ICo. 15.45). Falando de Jesus como o segundo Adão, significa que não só vive, mas concede vida, ao contrário de Adão que trouxe morte (Rm. 5.12).
- Vivificado no espírito (ou pelo Espírito). Significando que pelo Espírito Santo Jesus foi ressuscitado, e que o mesmo Espírito ressuscitará nossos corpos mortais. “E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita” (Rm. 8.11-NVI).
Objeção 4: Deus removeu o corpo de Jesus como havia removido o corpo de Moisés (Dt. 34.5-6).
Resposta Apologética: O corpo de Moisés não foi removido da sepultura, mas o seu túmulo foi escondido em lugar que ninguém encontrou, ao passo que o sepulcro de Jesus foi encontrado, mas não o seu corpo (Lc. 24.1-3).
Objeção 5: O homem terrestre, Jesus de Nazaré, não mais existe. Foi morto no ano 33.
Resposta Apologética: a) Alguns dias depois da ascensão de Jesus, Pedro e João curaram o coxo de nascença à porta do templo, em nome de Jesus, o Nazareno: “E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno levanta-te e anda” (At. 3.6);
- b) Jesus, homem, é nosso mediador: a) “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (ITm. 2.5);
- c) Jesus está no céu como Filho do Homem (At. 7.56);
- d) Voltará como Filho do Homem (Mt. 24.30);
- e) Julgará o mundo como homem ressuscitado (At. 17.31).
Tudo isso indica uma natureza corporal, física, ainda que glorificada (Fp. 3.20-21).
Objeção 6: Jesus ressuscitado era um espírito glorificado, não tinha o corpo glorificado.
Resposta Apologética: Paradoxo: Morre um corpo sem espírito (segundo as Testemunhas de Jeová) e ressuscita um espírito sem corpo. Ressurreição espiritual ocorre com os mortos espirituais e não com os mortos físicos. “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus” (Cl. 3.1).
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Nota: Texto compilado e adaptado por Maria Candida Alves, jun/2017.
Bibliografia:
A Ressurreição de Jesus e as Seitas, Pr. Natanael Rinaldi, estudo elaborado em 1998.
A Ressurreição Corporal de Jesus, Pr. Natanael Rinaldi.
Nisto Cremos, 1ª edição, 1989, Casa Publicadora Brasileira, p. 164-165.
Princípios do Evangelho da ISUD, edição em português de 1997.
Seitas e Modismos, Pr. Esequias Soares, CPAD, p. 263.
Justino Martir trata esse assunto com maestria.