A religião é a raiz do mal?

mal ou bem

Um refrão comum cantado no século XXI diz que a religião é a raiz causadora das grandes atrocidades da história humana. Na verdade, mais pessoas morreram como resultado de ideologias secularistas, no último século, do que em todos os conflitos religiosos na história ocidental.

Primeiro, a filosofia nazista de que os judeus eram sub-humanos e que os arianos eram super-homens levou ao extermínio de seis milhões de judeus. Nas palavras de Sir Arthur Keith, um militante antropologista físico anticristão: “O Fiihrer alemão, como tenho afirmado com persistência, é um evolucionista; ele procura conscientemente conformar a prática da Alemanha à teoria da evolução”. Longe de ser motivada por uma religião, a “solução final” de Hitler para a questão dos judeus baseava-se na filosofia naturalista da seleção natural. De fato, Hitler abertamente se distanciou do Cristianismo, declarando: “Nunca devo chegar a um acordo com a mentira cristã” e “nossa época certamente será o fim da doença do Cristianismo”.

Além disso, a inerentemente utópica e ateísta filosofia do comunismo ofuscou até o massacre da Alemanha de Hitler. Karl Marx viu no naturalismo filosófico o apoio científico e sociológico para uma experiência econômica que levou ao assassinato em massa de milhões e milhões em todo o mundo. Estima-se que a ditadura comunista de Mao Tse-tung na China foi responsável pela morte de 65 milhões de pessoas, enquanto a União Soviética sob o poder de Stalin viu entre vinte e trinta milhões de assassinatos como resultado da coletivização agrária e o Grande Expurgo. Acrescente-se a isso dois milhões de cambojanos — quase um quarto da população daquela nação—massacrados pelo regime Khmer Vermelho de Pol Pot, e o número de vítimas da ideologia secular do comunismo torna-se um horror além do entendimento.

Mais pessoas morreram como resultado de ideologias secularistas no último século do que em todos os conflitos religiosos na história ocidental.

Por fim, uma terceira ideologia do secularismo moderno levou a consequências ainda mais horríveis. Embora não organizada formalmente sob um ditador louco, o holocausto invisível continua a requerer a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo. Quatro mil vítimas indefesas — mais do que o total de vítimas após o atentado de 11 de setembro de 2001 — morrem a cada dia só nos Estados Unidos. A ideologia secularista a que me refiro, é claro, é o aborto. Na verdade, o holocausto da bioética moderna ofusca o massacre do nazismo e do comunismo juntos.

Mesmo deixando de lado o genocídio contínuo dos que não nasceram, mais de cem milhões de pessoas morreram nas mãos de regimes secularistas durante o século XX. Juntando com o reconhecimento dos inúmeros esforços de ajuda humanitária motivados por compromissos religiosos, essas estatísticas deveriam motivar os secularistas à introspecção humilde, em vez de arrogantemente culpar a religião.

“Praticar a justiça é alegria para o justo, mas espanto para os que praticam a iniquidade” (Provérbios 21.15).

Pr. Hank Hanegraaff

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